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SILVA, Paulo Celso da. Comunicação Local.

Enciclopédia Intercom de
Comunicação, v. 1, p. 283, 2010.
A comunicação local é um processo em que identidade, lugar, cotidiano e proximidade
são as principais características. Surgem assim, duas ordens de comunicação distintas,
porém interligadas: uma global e outra local. Na primeira, destaca-se a informação
como organizadora dos espaços, dos fluxos e das ações em uma escala mais ampliada e
genérica; na segunda, o destaque é o cotidiano vivido no local como garantia de
comunicação e possibilidade de intervenção social e criação de identidade. Contudo, a
que se pensar a comunicação local e a global em uma convivência dialética, não sendo o
local passivo e o global ativo, já que ambos se complementam e se contradizem. Alguns
posicionamentos nos permitem equalizar o papel da comunicação local atualmente.
A globalidade é um fenômeno que, até certo ponto, poder-se-ia considerar como
artificial, enquanto procura a edificação de uma nova realidade, onde a hegemonia
(econômica, social e cultural) parece ser a viga sobre a que apoia todo este processo. No
entanto, as comunidades com valores próprios, demasiados interiorizados e a presença
de línguas autóctones, que em casos concretos se utilizam como autênticos estandartes
da diferenciação cultural são dois dos principais obstáculos com os quais pode-se
encontrar a fomentada “identidade global”.

PESSONI, Arquimedes. Comunicação Local e Identidades. Enciclopédia Intercom de


Comunicação, v. 1, p. 284, 2010.
[...] comunicação local considera a proximidade, que diz respeito à noção de
pertencimento, ou dos vínculos existentes entre pessoas que partilham de um cotidiano e
de interesses em comum; singularidade que se manifesta por meio de cada localidade
possuindo aspectos específicos, tais como a sua história, os costumes, valores,
problemas, língua etc., o que, no entanto, não dá ao local um caráter homogêneo;
diversidade, com o local comportando múltiplas diferenças e a força das pequenas
unidades e a familiaridade, que é constituída a partir das identidades e raízes históricas e
culturais.

SILVA, Luís Custódio da. Edição Regional. Enciclopédia Intercom de Comunicação,


v. 1, p. 439-440, 2010.
O local e o regional estão cada vez mais entrelaçados com o intuito de mostrar
características, identidades culturais, histórias, memórias e narrativas dos personagens
fixados nas pequenas localidades brasileiras, o cotidiano, os problemas e os desafios
vivenciados por uma população nem sempre contemplada pelos conglomerados de
comunicação existentes no país. Desse modo, existe a necessidade de uma compreensão
dos elementos geográficos, econômicos, sociais e culturais para uma compreensão do
que vem sendo denominado na atualidade de Regionalização Midiática.
A descentralização da informação jornalística hoje é uma necessidade imposta aos
grandes grupos de comunicação mundial/nacional que não conseguem de forma
satisfatória superar a fragmentação e as lacunas existentes em um jornalismo cada vez
mais premente de atender as demandas e exigências de um público leitor/receptor, que
busca nos gêneros jornalísticos, o conhecimento, os fatos contextualizados,
interpretados, aprofundados.
AGUIAR, Sonia; BARBOSA, Suzana. Espacialidade da Comunicação. Enciclopédia
Intercom de Comunicação, v. 1, p. 471, 2010.
Espacialidades da Comunicação e a expressão que abrange todos os referenciais,
formas e processos espaciais que afetam as interações humanas e que orientam a
produção, distribuição, a recepção e o consumo de conteúdos, formatos, meios e
tecnologias de informação e comunicação. Abrangem, também, a produção discursiva
das noções de espaço, lugar, localidades, região, território e territorialidade,
indissociáveis da cultura e da política.

Em âmbito nacional, a lógica dessas macroestratégias leva à concentração da produção


distribuição de conteúdos nas grandes metrópoles, em contrapartida a um crescente
processo de regionalização midiática que inclui formas de ocupação do ciberespaço por
meio de sites, portais regionais, blogs, redes comunitárias, cidades digitais, guias
urbanos entre outros, nos quais a apropriação da tecnologia se dá segundo uma lógica de
articulação local/global.
[...] a informação de proximidade no contexto da globalização, o jornalismo de
proximidade e a comunicação regional, que se desenvolve entre a identidade e a
diferença.

COGO, Dinise. Identidade Local. Enciclopédia Intercom de Comunicação, v. 1, p.


645, 2010.
O caráter de proximidade, a dimensão de familiaridade, a conexão estreita com o
cotidiano, o interesse pelas singularidades e a ênfase nas interações face-a-face são
algumas características da identidade local que atestam a força de sua continuidade
como uma dimensão da experiência sociocultural, mas que não podem ser
essencializadas e desvinculadas dessa dimensão relacional que assume o local.

ASSIS, Francisco de. Jornalismo Regional. Enciclopédia Intercom de Comunicação,


v. 1, p. 743, 2010.
O jornalismo regional caracteriza-se pelos saberes e práticas da transformação da
informação dos fatos correntes, devidamente interpretados e transmitidos
periodicamente à sociedade, a partir de determinado contexto social, cultural, político e
econômico, geralmente determinado por um cenário geográfico.
Dessa forma, o jornalismo regional pode ser definido como um processo social,
articulado por meio de canais de difusão, com o objetivo de difundir conhecimentos,
orientar a opinião pública, no sentido de promover o bem comum na medida em que
transmite informações atuais em função de interesses da coletividade.
As principais funções dessa modalidade são: a difusão pública de informação de
interesse da comunidade; a manutenção de um sistema de vigilância e de controle dos
poderes; a exposição e a análise do contexto em que se praticam os assuntos
socialmente relevantes; a construção da memória regional por meio do registro dos
acontecimentos cotidianos; a multiplicação do conhecimento de forma a conferir um
caráter educativo à informação de utilidade pública; a reprodução de discursos de vozes
consonantes e dissonantes de determinado contexto social, cultural, político e
econômico e a transformação da realidade nos estados democráticos de direito a partir
da informação difundida pelo jornalismo que responde a uma necessidade social, pois a
comunidade precisa informar-se e orientar-se a respeito do que está acontecendo ao seu
redor.
Considerando que o ato de tornar pública a informação por meio da prática jornalística
significa expor o contexto em que se deu o acontecimento, explicar as suas
consequências possíveis e revelar as suas condicionantes, quando isso se dá em uma
dimensão regional – compreendida como um cenário que se distingue de outros por
características próprias que incluem a defesa de interesses, a valorização de elementos
políticos, administrativos, geográficos, além de costumes próprios – há ocorrência de
particularidades que se expressam tanto no fazer quanto no conteúdo jornalístico
daquilo que é veiculado em diferentes formas, seja no jornalismo impresso, no
radiojornalismo, no telejornalismo ou no webjornalismo, conforme o veículo utilizado
na difusão de notícias.
Há de se destacar que não há um consenso quanto à abrangência de cobertura do
jornalismo regional, concebido como um processo social que se articula a partir da
relação periódica e oportuna entre as organizações formais e a coletividade.

CANIELLO, Mônica. Mercado Regional. Enciclopédia Intercom de Comunicação, v.


1, p. 809-810, 2010.
Para definir o mercado regional quando relacionado ao consumo de mídias, considera-se
a área geográfica de cobertura dos veículos de comunicação. [...] atua no processo de
regionalização levando em conta as identidades, as características, as necessidades, os
investimentos e possíveis desenvolvimentos, os vários repertórios nascentes no
território que pretende delimitar.

CANIELLO, Mônica. Mídia Regional Digital. Enciclopédia Intercom de


Comunicação, v. 1, p. 831, 2010.
Compreende-se que a estrutura em rede, característica das mídias digitais, das quais a
Internet é o elemento mais representativo, reconfigura as espacialidades para além das
fronteiras geográficas. Para formular o conceito de Mídia Regional Digital, foi
delimitado, como enfoque possível, a existência de emissores de conteúdo formais,
institucionalizados, ou informais, em determinada região. Na atualidade, qualquer
região que receba sinal de internet e/ou tenha pessoas físicas com acesso a
computadores passa a ter participação na comunicação digital.
[...] supondo a inexistência de empresas ou instituições formalizadas produtoras de
conteúdo em determinada região, a mídia digital regional se limitaria a produções de
pessoas físicas, amadoras, que geralmente fazem uso de ferramentas de produção de
conteúdo difundidas globalmente por empresas de internet como a confecção de blogs,
microblogs, e-mails, redes sociais, entre outras.
A produção de conteúdo, apesar de existir, por ser uma característica inerente ao meio,
não é institucionalizada. Ressalta-se que um dos feitos das mídias digitais foi tornar
acessíveis a usuários comuns ferramentas de produção de conteúdo. Assim, o conjunto
da produção de conteúdo gerada por usuários comuns – pessoas físicas – de uma
determinada região, compõem a Mídia Regional Digital.
Pensando sob a perspectiva da produção de conteúdo formal, torna-se possível definir
mídia regional digital como o conjunto de empresas e instituições que produzem
conteúdo ou proveem acesso a conteúdo de interesse para a região em questão, tais
como portais regionais, provedores, sites de conteúdo editorial com cobertura regional,
emissoras de televisão com produção digital de conteúdo regional e/ ou transmissão de
sinal digital, sites do poder público com interesse regional, entre outros.
Cenceitua-se, portanto, mídia regional digital como o conjunto de conteúdo produzido
por instituições públicas ou privadas provedoras e/ou produtoras de conteúdo para
mídias digitais somado à produção de conteúdo informal, gerado por usuários comuns,
de determinada região.

CANIELLO, Mônica. Portal Regional. Enciclopédia Intercom de Comunicação, v. 1,


p. 951-952, 2010.
Site de conteúdo informativo que veicula conteúdo editorial diversificado e conteúdo
publicitário de interesse de um território delimitado. Apesar de a internet caracterizar-se
como uma mídia global, acaba por acentuar as especificidades regionais por
disponibilizá-las e torná-las amplamente acessíveis em escala mundial, permitindo que
regiões, antes com acesso restrito às grandes redes de mídia, ganhem visibilidade.
O que distingue um portal regional de um portal é a atuação geograficamente
segmentada, que acaba por estabelecer relações de proximidade entre conteúdo e
sociedade local. Torna- se prática comum, a partir de 1999 de forma mais evidente, a
existência de portais com escopo regional, que atendem a uma região específica,
oferecendo acesso a conteúdo editorial e publicitário. Destaca-se a existência de portais
de abrangência municipal, que compilam informações sobre a cidade e, além de
produzir conteúdo jornalístico noticioso, funcionam como guias de empresas
anunciantes, viabilizando- se comercialmente, em geral, por meio da veiculação
publicitária, uma vez que, pela diversidade de conteúdo e serviços oferecidos,
caracterizam-se como agregadores de audiência.

AGUIAR, Sônia. Web Regional. Enciclopédia Intercom de Comunicação, v. 1, p.


1230-1231, 2010.
Web regional é um ambiente virtual no qual as informações e as relações de
comunicação são referenciadas por interesses e/ou identidades geopolíticos,
geoeconômicos e geoculturais, dimensionados em escalas (da micro à macro).
Do ponto de vista da produção de conteúdo, a web regional apresenta o desafio de lidar
com informações e relações de proximidade (BARBOSA, 2002) em um contexto de
comunicação potencialmente aberto e acessível a todo tipo de audiência, de qualquer
parte do mundo. Ou seja, conteúdos locais de alcance global, que dependem de
contextualização linguística e cultural (MORAIS, 2006) para se tornarem acessíveis.
Este desafio é mais explícito na configuração de rádios web regionais que se pro
ponham a manter as características interativas do veículo, para além de um menu de
músicas digitais e serviços de entretenimento, aproveitando o espectro ilimitado da zona
de cobertura do áudio.

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