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OPINIÃO

Por que o exército


venezuelano é
controlado pelas Forças
Armadas
Revolucionárias de
Cuba?
15/09/2020 às 13:19

LER NA ÁREA DO ASSINANTE

Fidel Castro e Hugo Chaves

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Há décadas a Venezuela deixou de ser um país


independente.

Hoje, a república socialista bolivariana é


basicamente uma sucursal da ditadura cubana.
Não pensa, não age, não negocia, nem faz
acordos por conta própria. Pouquíssimas
pessoas, no entanto, conhecem com
profundidade a extensão da conexão existente
entre as forças armadas da Venezuela e os
serviços de contrainteligência militar cubanos.

A verdade, no entanto, é que o segundo está


profundamente infiltrado no primeiro, com o
objetivo de inibir insurgências, revoltas e
dissidências, reprimir e desencorajar atos de
insubordinação, e garantir que o exército
permaneça leal ao ditador Nicolás Maduro, o
supremo poder da república bolivariana.

Mas como foi que a Venezuela — de país


independente e modesta potência latino-
americana — tornou-se uma subalterna
colônia de Cuba? Para entender exatamente
como a Venezuela chegou no ponto em que se
encontra, é necessário retroceder um pouco no
tempo.

Depois que União Soviética se desmantelou,


em 1991, Cuba, até então sustentada pela
URSS, percebeu que precisava parasitar outra
nação para sobreviver. Quando Fidel Castro
soube que em 1999 o caudilho socialista Hugo
Chávez chegara ao poder na Venezuela — um
indivíduo que conheceu pessoalmente, depois
de Chávez ter adquirido notoriedade por tentar
tomar o poder em um fracassado golpe de
estado, em 1992 —, o ditador cubano
percebeu que tinha nas mãos uma excelente
oportunidade para se dar bem.

Depois que conheceu Chávez um pouco melhor


— e constatou que ele era o idiota útil perfeito
—, o dissimulado ditador cubano soube que
poderia explorar a Venezuela, uma das nações
mais ricas do mundo, com a maior reserva de
petróleo em existência, em seu próprio
benefício, com o objetivo de enriquecer
avidamente.

Depois de desenvolverem uma relação mais


próxima, Fidel e Chávez consolidaram uma
aliança política. Assim que adquiriu o gosto
pela presidência, Chávez solicitou conselhos de
Fidel sobre estratégias para permanecer
indefinidamente no poder.

O ditador cubano falou para Chávez que ele


teria que controlar os militares. Controlando os
militares, ele poderia se manter no poder, por
muito tempo. Fidel, então — em troca de um
suprimento vitalício de milhares de barris de
petróleo — mandou consultores militares até a
Venezuela, para ensinar a Chávez tudo o que
ele deveria fazer para manter rígido controle
das forças armadas; e assim, se perpetuar no
poder como ditador da Venezuela.

Aos consultores enviados à Venezuela por


Fidel, foram concedidos poderes
plenipotenciários, para gerenciar e reestruturar
o exército venezuelano, como bem
entendessem. Para controlá-lo, inibir revoltas,
dissidências e líderes carismáticos com
pensamento independente, os agentes
cubanos desenvolveram departamentos com
mecanismos de vigilância, para monitorar
todos os integrantes das forças armadas.

Eventualmente, foi criada a Diretoria Geral de


Contrainteligência Militar, que serve para
espionar todos os indivíduos que estão direta
ou indiretamente ligados às forças armadas da
Venezuela. A instituição existe também para
difundir um clima de desconfiança, ansiedade
e tensão entre oficiais e soldados, de maneira
que o medo latente que paira na caserna — já
que todos tem plena consciência de que são
constantemente vigiados —, faz com que todos
vivam em um estado de aflição e insegurança
permanentes, deliberadamente arregimentado
para inibir rebeliões e golpes de estado,
desencorajando os militares a se insurgir
contra a ditadura, já que aqueles que o
fizerem serão facilmente descobertos, e então
sofrerão as consequências da traição.

Desta maneira, a Diretoria Geral se


transformou no eixo central de um poderoso,
potente, implacável e intocável sistema de
departamentos interligados de espionagem,
responsável pela supressão de atividades
políticas consideradas subversivas pelas
ditaduras, em uma cadeia de conexões que
passou a mesclar agentes cubanos e
venezuelanos de tal forma que estes
tornaram-se indissociáveis e indistinguíveis,
embora os governos de ambos os países
neguem categoricamente uma parceria nesse
sentido.

Com o passar do tempo, no entanto, os


agentes cubanos foram ganhando cada vez
mais controle e proeminência sobre as
agências e o sistema militar venezuelano, em
um intercâmbio dinâmico de capacitação
estratégica e tecnológica contínua, que
conduzia soldados venezuelanos para
treinamentos regulares em Havana, e os
ensinava a espionar diligentemente os seus
próprios correligionários.

A eficiência desse trabalho agressivo pode ser


comprovada pela crueldade e pela brutalidade
da anatomia de um sistema que — com o
passar do tempo — se tornou intrinsecamente
vertical, inflexível e autoritário, projetado para
agir sem quaisquer escrúpulos ou respeito pela
integridade da vida e da dignidade humana.

Hoje, existem centenas de oficiais e militares


venezuelanos presos, acusados de sedição, a
maioria sem base factual e sem evidências.
Muitos deles foram vítimas de tortura
excruciante em cativeiro.

Ainda que este sistema tenha sido


meticulosamente projetado na época de Hugo
Chávez, hoje ele está plenamente consolidado,
e é basicamente graças a ele que Nicolás
Maduro consegue se manter no poder. Depois
que os venezuelanos — através de um grande
levante popular que deflagrou uma intervenção
militar — foram capazes de tirar Chávez do
poder em 2002, a população pensou que
assumiria novamente o controle do seu país.

Infelizmente, estavam errados. Chávez não


ficou nem quarenta e oito horas preso. Com o
insidioso auxílio político de um dos seus
grandes amigos, o socialdemocrata brasileiro
FHC, o ditador venezuelano foi restituído à
posição de poder, e mandou matar todos os
militares envolvidos em sua deposição. Logo
em seguida, Chávez começou um derradeiro
processo de higienização dentro do exército e
das forças de segurança, demitindo e
dispensando inúmeros indivíduos, deixando
apenas aqueles que eram incondicionalmente
leais a ele.

O ditador colocou nos principais postos de


comando homens completamente fiéis ao
regime, e desta maneira, deu início a um
rígido processo de controle do aparato militar,
mantendo estrita supervisão sobre o mesmo.

Hugo Carvajal era um desses homens de


confiança de Chávez. Parceiro do malfadado
golpe de estado de 1992, ele eventualmente
subiu ao posto de diretor-geral da Inteligência.
Com financiamento do Banco Central, ele deu
início a um complexo processo de
modernização e centralização dos serviços de
inteligência, que passaria a ser inteiramente
monopolizado pelas forças de segurança do
governo.

Atualmente, Carvajal está preso na Espanha,


mas ele pode ser extraditado para os Estados
Unidos, onde é acusado pelas autoridades de
tráfico de entorpecentes.

Chávez passou também a investir


maciçamente em doutrinação, sobretudo para
os militares, que — sofrendo com a constante
e perniciosa lavagem cerebral da propaganda
estatal — passaram a condenar com
veemência o "inimigo imperialista", culpando
os americanos por tudo de ruim que acontecia
no país, ao passo que glorificavam e
veneravam Chávez com ostensiva afetação e
sentimentalismo.

Quando Chávez perdeu o referendo


oportunista que o permitiria concorrer a
sucessivas eleições indefinidamente, um
recurso legalista proposto por ele próprio para
se perpetuar no poder, ele culpou
convenientemente o inimigo externo, o
imperialismo ianque, e prometeu uma
revanche.

Em 2008, Cuba e Venezuela assinaram dois


acordos de cooperação militar mútua, que
permitiriam — informalmente — ao serviço de
inteligência cubano expandir o seu controle de
forma irrestrita sobre as forças armadas
venezuelanas, o que eventualmente
transformaria os soldados venezuelanos em
escravos de um sistema tirânico e totalitário.

Os acordos propunham enorme intercâmbio


entre os exércitos dos dois países, treinamento
de milícias venezuelanas em Havana,
prospecção de seleção e recrutamento de
agentes, e cursos de espionagem, investigação
e infiltração ministrados de forma contínua .

Os acordos, no entanto, concediam


exacerbado poder aos agentes cubanos sobre
o exército venezuelano, que se tornaria
basicamente um esquadrão militar subalterno
da ditadura de Fidel. Muitos dos venezuelanos
enviados a Havana passaram a servir como
agentes duplos, treinados para espionar
militares e reportar atividades suspeitas aos
seus superiores.

As diversas repartições que se multiplicaram


sob os serviços de inteligência ficaram todas
centralizadas na Diretoria Geral de
Contrainteligência Militar, e todos os recrutas
passaram a ser questionados sobre suas
convicções políticas periodicamente.

Quando Chávez finalmente conseguiu expandir


os seus poderes plenipotenciários — acabando
com limites de mandato —, a Diretoria
também assumiu funções de
contrainteligência, e centenas de novos
empregados foram contratados para aumentar
a vigilância sobre o aparato militar, inibir
quaisquer dissidências internas, e expandir o
poder do estado sobre as forças armadas.

Depois que os venezuelanos enviados a Cuba


retornavam, eram instruídos a se infiltrar na
caserna, e reportar toda e qualquer atividade
suspeita que vissem. Eram instruídos também
a desempenhar uma conduta implacável,
destituída de compaixão, remorso e empatia
pelos seus colegas.

Os agentes infiltrados tinham várias maneiras


de inspecionar os militares. Uma delas era
plantando a semente da desconfiança e da
discórdia, e jogando uns soldados contra os
outros, criando um clima radiante de tensão e
medo nos quartéis. Torturas praticadas pelos
agentes contra indivíduos suspeitos de serem
dissidentes tornaram-se cada vez mais
corriqueiras.

Com a fome e a escassez que atualmente


acometem a Venezuela, até mesmo os
militares passam fome, especialmente os de
baixa patente. Como consequência disso, a
deserção se tornou um problema recorrente.

Com a intensificação da crise, as ocorrências


de deserção tornaram-se muito frequentes.
Para tentar coibir a fuga de soldados, os
departamentos de vigilância e inteligência do
regime tornaram-se mais agressivos,
truculentos e invasivos. Os agentes da
Diretoria Geral de Contrainteligência Militar
passaram a monitorar de forma
deliberadamente opressiva soldados e oficiais,
grampendo telefones e ameaçando as famílias
dos que pensam em fugir.

Literalmente, os expedientes mais desumanos


e cruéis passaram a ser empregados para
desencorajar desertores em potencial.

Alta tecnologia de espionagem também passou


a ser empregada para o monitoramento de
indivíduos considerados possíveis traidores.
Indivíduos que decidiram se desligar
voluntariamente das forças armadas por não
se sentirem mais entusiasmados com relação à
revolução bolivariana passaram a ser vistos
como "contrarrevolucionários".

Muitos eram convocados a dar


"esclarecimentos" na sede da Diretoria Geral.
Torturas excruciantes tornaram-se cada vez
mais recorrentes. Rafael Acosta, capitão da
Marinha — de cinquenta anos de idade —, foi
uma das vítimas da repressão brutal do
sistema, cuja morte gerou comoção na
imprensa internacional. O veterano morreu sob
custódia, no dia 29 de junho de 2019, depois
de ter sido brutalmente torturado.

O caso gerou enorme repercussão, obrigando


o governo a reconhecer os excessos cometidos
pela Diretoria Geral de Contrainteligência
Militar, e países em todo o Mercosul
repudiaram a atrocidade cometida.

A situação atual da Venezuela — fato que é


confirmado pelas últimas duas décadas de sua
história — mostra claramente como esta
outrora belíssima nação foi infectada por uma
perniciosa, belicosa e destrutiva ideologia, e
suas forças de segurança foram absolutamente
sequestradas por Cuba, ficando
impossibilitadas de usufruir até mesmo de um
grau mínimo de autonomia e independência.

Sua estrutura está tão viciada, tão arraigada


ao terror da paranoia do totalitarismo de
estado, que mesmo que os cubanos fossem
embora imediatamente, os departamentos de
inteligência e as instituições militares não se
tornariam mais flexíveis de uma hora para
outra.

Em nome da ambição, da riqueza e da


manutenção do poder a qualquer preço, a
tirania castrista conseguiu efetivamente
subjugar e transformar a Venezuela em um
enorme presídio a céu aberto, convertendo-a
em uma deplorável duplicata de Cuba, porém
em uma escala ainda maior.

Reduzidas a condição de paupérrimas favelas


autoritárias em pleno Caribe, Cuba e
Venezuela são o retrato do socialismo pleno.
Lugares onde há fartura, luxo e riquezas para
a classe política, e miséria, sofrimento e
degradação para o restante da população.
Hoje, 96% da população venezuelana vive na
mais absoluta e deplorável pobreza.

O tão sonhado igualitarismo da esquerda foi


praticamente atingido; como sempre, no
entanto, a igualdade é sempre atingida na
miséria, jamais na riqueza

Pobre da Venezuela, que — com um passado


tão glorioso e promissor, tendo sido na década
de 1970 o quarto país mais rico do mundo,
com as maiores reservas de petróleo do
planeta —, tenha reduzido seu presente e seu
futuro a um cemitério político de lágrimas e
cinzas, com abundante degradação e
sofrimento.

Triste condição para uma nação que, até pouco


tempo atrás, era considerada uma das mais
prósperas e auspiciosas do mundo. O
socialismo é um crime contra a humanidade, e
todas as evidências históricas atestam isso de
forma irrefutável e contundente.

Wagner Hertzog

VENEZUELA CUBA

FORÇAS ARMADAS

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TV JCO

LEONARDO DICAPRIO

14/09/2020

Celebridades e militantes de esquerda


pedem boicote ao Brasil (veja o vídeo)

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