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de Produtos ação!
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seme
14,55cm
3,07CM
gola
1, 92cm
15,01CM
gravata (azul)
2
Desenvolvimento de produtos sem enrolação
Um guia simples e prático para tirar suas ideias do papel
Equipe Empreendemia
28 de maio de 2010
2
Sumário
1 Introdução 7
Os 7 motivos que nos levaram a empreender (Millor) . . . . . . . 7
Nossa motivação para escrever esse livro (Millor) . . . . . . . . . 11
O que é inovação, por Silvio Meira (Millor) . . . . . . . . . . . . . 13
Descobrindo o que vender (Luiz) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
O tripé de um produto de sucesso (Millor) . . . . . . . . . . . . . 24
3
4 SUMÁRIO
4 Conquiste credibilidade 53
Construa sua marca antes do produto (Millor) . . . . . . . . . . . 53
Resolva os problemas até o fim (Millor) . . . . . . . . . . . . . . . 64
Saiba pedir desculpas (Millor) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Conquiste a confiança dos seus clientes (Millor) . . . . . . . . . . 67
5 Saia do lugar! 69
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
A Bibliografia recomendada 71
Como aproveitar ao máximo o
conteúdo do livro
Uma coisa precisa ficar bem clara, a ideia desse livro é passar uma base
de fundamentos que aprendemos com pouco mais de 1 ano de empresa.
Não temos o objetivo de nos aprofundar muito em metodologias de geren-
ciamento de projetos ou passar receitas de como fazer um produto ser um
sucesso.
1
http://twitter.com/gilgiardelli
5
6 SUMÁRIO
Estrutura do conteúdo
Introdução
Seu projeto é como um ovo, é frágil e precisa das condições certas pra
nascer forte e saudável
7
8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
tes.
No caso de um novo produto de uma grande corporação existe aquela
sensação de ”Legal, mas não é algo do meu universo. Não é possı́vel fazer
isso.”. Porém, quando se trata de um empreendedor tirando uma ideia
do papel, o pensamento é ”Aquele cara é uma pessoa normal, como eu,
só que teve uma ideia interessante e coragem para transformá-la em um
empreendimento”.
O fato de as pessoas se identificarem com os empreendedores desperta
ao mesmo tempo um sentimento de curiosidade ”Como que faz para empre-
ender?”com admiração ”Um dia também terei minha empresa!”. Saber que
as pessoas tem esse sentimento por você é algo muito legal. Afinal, todo
mundo gosta de ter seu ego massageado de vez em quando.
2. Experiências inusitadas
Principalmente no começo, o grau de incerteza é muito alto. Muitas per-
guntas martelam o dia inteiro na cabeça: ”Será que vamos conseguir lançar
nosso produto?”, ”Quem é o meu cliente?”, ”Quanto tempo devo investir
no plano de negócios?”, ”Como faço para conseguir investimento?”, entre
muitas outras.
A verdade é que não importa o quanto você ache que está preparado, se
você nunca empreendeu, sempre ficará um pouco perdido no começo. Estar
um pouco perdido significa que até ”se encontrar”, uma série de situações
inusitadas ocorrerão.
No nosso caso, precisamos sair na rua com uma prancheta para entrevis-
tar donos de lojinhas do nosso bairro e nos reunir no outro dia com executi-
vos em uma das avenidas mais nobres de São Paulo. Essa montanha-russa
de experiências é algo que acelera muito seu aprendizado.
Empreender é algo que lembra muito uma famosa vinheta na TV: ”Con-
fira as aventuras desses empreendedores do barulho que sempre acabam se
metendo em muitas confusões!”.
3. Ignorar as regras
Ao empreender, você tem a possibilidade de criar suas próprias regras como:
instalar um Video Game na empresa, criar um blog falando sobre sua ex-
periência ou até escrever seu próprio livro.
Pelo fato de não ter necessariamente uma polı́tica corporativa rı́gida, é
possı́vel criar a cultura da sua empresa da forma que achar mais interes-
sante. Sem enrolação.
9 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
Um detalhe importante é que as leis não são regras que podem ser
ignoradas. Além de ser errado, na hora que um investidor pesquisar sobre
sua empresa e descobrir irregularidades, dificilmente ele fará o investimento.
Chega uma hora em que vai se gastar mais dinheiro para acertar a empresa
do que o quanto se ganharia com ela.
Eu sei que é difı́cil pagar todos os impostos e obedecer todas as leis, mas
acredite, vale a pena. É como nosso ı́dolo da infância, He-Man, já dizia:
”A maneira certa é a melhor maneira.”
Não sei se é pela nossa cara de pau, mas boa parte dos contatos que fizemos
parou pra nos ouvir, independente do cargo ou tamanho da empresa.
para aprender a gerar resultados mesmo com tanta coisa contra você. Sem
essa resistência é impossı́vel sobreviver no mercado.
Uma vez ouvimos do empreendedor e investidor Augusto Camargo uma
frase que gostamos muito: ”É sob pressão e alta temperatura que se formam
os bons diamantes”. O mesmo vale para o empreendedor.
Motivo bônus
É divertido!
Sério mesmo, é muito legal empreender. Nenhum de nós consegue se
enxergar fazendo outra coisa além de empreender. Se a Empreendemia não
der certo, pode ter certeza que abriremos outra empresa.
Obs.: Talvez você tenha sentido falta do motivo ”Dinheiro”. Não o co-
locamos justamente por não acreditar que deve se empreender por dinheiro.
É lógico que é importante ficar de olho no fluxo de caixa e vender o máximo
possı́vel, porém a probabilidade de ficar zilionário empreendendo é muito
baixa. Você precisa realmente acreditar no seu projeto para manter a mo-
tivação no dia-a-dia, ficar pensando o tempo todo em dinheiro dificilmente
será o fator que vai te dar a carga de motivação necessária para sair do
lugar.
de casa e sem muita noção prática do que era criar um produto a partir de
uma ideia e vendê-lo pra pessoas reais. Detalhe, tudo isso no Brasil, não
no Vale do Silı́cio.
Hoje em dia felizmente a única coisa que ainda se mantém é que somos
jovens e ainda não temos dinheiro, todo o resto evoluiu bastante de 1 ano
pra cá. Se teve algo que nos ajudou muito nesse 1 ano e meio de empresa
foi estudar casos de empreendedores e ler livros sobre empreendedorismo,
com destaque especial para A Arte do Começo que até hoje ainda é nosso
maior material de consulta.
Danilo, Luiz, Lucas (na webcam), Millor e Mauro. Todos torcendo pelo
seu sucesso.
O que é inovação?
• Inovação significa emitir nota fiscal. Se você tem uma tecnologia fan-
tástica, mas não vende, não é uma inovação.
• O ser humano está conectado há séculos em redes através das infraestru-
turas. Infraestruturas são os sistemas de distribuição de água, energia,
esgoto, etc. A internet é a infraestrutura de distribuição de informação,
tratá-la como tal ajuda a entender as tendências e observar oportuni-
dades.
• Para ser o mais apto, é preciso ficar atento às tendências, desaprender
conhecimentos ultrapassados e reaprender de acordo com as mudanças
do mundo.
• Com a internet, todas as respostas já estão aı́. Agora o que importa é
saber fazer as perguntas certas.
As caracterı́sticas de um inovador
• Mudar o mundo dá muito trabalho, se você não está disposto a mudar
o mundo várias vezes, em pouco tempo ficará estagnado.
• O ponto alto da palestra foi quando ele falou que grudou na porta da
sala dele “Pegue a sua ideia, e vá apresentar pra puta que o pariu!”.
Esse foi o recado dado às pessoas que colocam suas ideias no pedestal e
acham que elas valem alguma coisa. Uma ideia sem aplicação não vale
nada.
• Silvio nem ouve pessoas que chegam sozinhas. Ele pensa “Se o cara não
conseguiu nem convencer um amigo de que a ideia é boa, não vai me
convencer.“. Concordo plenamente com essa linha de raciocı́nio.
Considerações finais
A grande moral da história é: inovar dá trabalho, é dı́ficil pra caramba e
muito arriscado. Mas é bom demais e extremamente necessário!
Nos dias de hoje, a coisa mais arriscada a fazer é não inovar. Inovar
é a única forma de estabelecer um diferencial e criar uma empresa que se
destaque. Lembre-se que diferencial vem de ser DIFERENTE.
Não seja igual a todo mundo, já tem gente demais fazendo isso.
Introdução
Ter uma ideia e analisar sua viabilidade é o ponto inicial de qualquer negó-
cio. Saber qual será o produto ou serviço principal do seu empreendimento
é o primeiro passo, que guia todos as suas ações rumo àquilo necessário a
qualquer um: vendas.
17 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
• Ter paixão pelo o que faz - como trabalhar com um objetivo como você
não acredita todos os dias?
• Dinheiro? Muito dinheiro? Sim, mas a motivação principal sempre de
fazer o mundo melhor, ou pelo menos melhorar a vida do seu cliente;
dinheiro vem como consequência disso.
• Rentabilidade - você precisa ter um retorno que você considere viável,
então existe alguém que compraria seu produto? Lembre-se: o ’nada’
também compete, já que uma pessoa simplesmente escolher não comprar
nada.
3. Viu algo fora do paı́s que não existe por aqui e faria sucesso? É muito
comum não só ideias serem trazidas pra cá, mas também nacionalizadas
- a partir da combinação de diferentes soluções, uma pessoa local con-
segue desenvolver algo muito mais customizado pra sua região do que
alguém de fora que queira entrar num novo paı́s.
4. Existe algo que simplesmente você sabe que consegue fazer melhor?
Faça um protótipo, saia pra testar e veja se você realmente consegue
fazer melhor.
Tá bom, a parte de sair gritando não aconteceu, mas ele me mandou
esse e-mail:
19 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
em quantidade suficiente para você ter lucro. Porém, para não ser simplista,
vou descrever um pouco melhor as etapas necessárias para avaliar se uma
idéia é realmente uma boa oportunidade ou um dos planos “infalı́veis” do
Cebolinha.
Em livros de administração, provavelmente você encontrará algo sobre
a análise dos 3 M’s:
Pra variar, nós concordamos com esse conceito, mas achamos que na
prática ele não responde tão bem a pergunta “Será que a minha idéia vale
a pena?”. Para resolver esse problema, apresentamos a versão Empreende-
mia dos 3 passos para avaliar uma idéia de negócios. Chamamos essa de
metodologia OPS (não, não é o da Britney Spears).
É com ele que você pode ter ideias pro seu produto, como melhorá-lo,
mudá-lo e, acredite só, até vendê-lo.
Abaixo vão 5 passos sobre como descobrir as necessidades do cliente e
projetar seu produto/serviço baseado nisso.
Seguem as dicas sobre como ouvir o cliente:
Isso não significa que eles são deuses e se um ou outro não gostar da sua
ideia significa que você tem que refazer tudo. Especialistas são uma ótima
fonte de conselho para que você possa refletir.
Além disso, são sempre ótimos contatos pra quando seu produto estiver
sendo lançado, ou se já estiver xuxu-beleza e você quiser fazer parcerias
com os especialistas.
23 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
VOCÊ VS CONCORRENTE
BO
COM HITS!
Como falei acima, ”Uma solução única pra um problema que ninguém tem
é completamente inútil”, ou seja, falar que seu produto é totalmente revo-
lucionário e que entraria num Oceano Azul (ótimo livro, recomendamos)
sem concorrentes pode ser uma grande besteira.
Primeiro, porque se o cliente tem uma necessidade, ele já a satisfaz
de alguma forma, portanto você tem concorrentes - eles apenas não são
produtos como o seu.
E, segundo, porque sempre é bom você saber em que mercado entrará,
quem são seus concorrentes e os outros players envolvidos nesse mercado.
Se você precisa convencer alguém que seu produto vai dar certo (seja seu
sócio, um investidor, um banco ou a sua avó), mostrar que já essa demanda
já existe é ótimo - o seu diferencial será supri-la melhor do que o que o
concorrente faz.
Um ponto que queremos deixar bem claro é que você não precisa de uma
ideia revolucionária para criar uma empresa que dê certo. Obviamente uma
ideia revolucionária ajuda bastante, mas existem algumas caracterı́sticas
básicas de um produto que já são boas o suficiente para você sair do lugar
e começar a vender.
A melhor forma de aprovação que alguém pode dar pra sua empresa é
comprar seu produto
• Simplicidade: Se o cliente não entende seu produto, por que ele vai
gastar o tempo dele tendo que entender? Mostre da forma mais clara
o possı́vel qual o benefı́cio em comprar seu produto e isso trará bons
resultados. O mesmo vale para o uso, ninguém gosta de ter que ler
páginas e páginas de instruções para usar uma nova tecnologia.
Ao contrário do que dizem, quem tem CUS não precisa ter medo. Tenha
esses 3 atributos no seu produto e nós garantimos que a ideia é boa. Porém,
lembre-se que uma ideia boa não garante o sucesso de uma empresa, já dizia
Thomas Edison: “Genialidade é 2% de inspiração e 98% de transpiração”.
O resto do livro se aprofundará nessa análise de como criar um produto
com atributos CUS. Por isso os capı́tulos são:
Esperamos que essa abordagem sirva para um guia prático para que você
tire sua ideia do papel. Caso tenha sugestões, crı́ticas ou dúvidas, por favor
fique a vontade para mandar um e-mail para contato@empreendemia.com.br.
Somos muito receptivos a novas ideias e gostamos muito de interagir com
nossos leitores.
Abraços,
Equipe Empreendemia (Millor, Luiz, Mauro, Danilo e Lucas)
26 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
Capı́tulo 2
27
28 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
4. Prototipagem
Essa é a hora de colocar uma forma fı́sica no seu produto, para que a
visualização fique completa. O protótipo é a etapa final do desenvolvimento
do produto, mas como o processo de 4 passos é iterativo (você vai repetı́-lo
até que chegue na versão final), é recomendado que os primeiros protótipos
sejam em papel (desenhos mesmo) ou objetos baratos – lego é uma ótima
30 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
Conclusão
O objetivo desses 4 passos é dar uma ideia geral de como será o processo.
Uma coisa que precisa ficar muito clara é que esse processo precisa de
várias iterações, esses passos serão repassados diversas vezes. Não existe
um processo direto em que sairá um produto pronto no final.
Ter uma versão, apresentar essa versão, colher feedbacks e melhorar o
projeto é a forma mais rápida e barata de desenvolver seu produto.
1. Customer Development
Segundo Steve Blank, o maior desafio das empresas de base tecnológica é a
identificação de produtos que de fato satisfaçam demandas de mercado, o
chamado Product/Market Fit. O Product/Market Fit é alcançado quando
40% dos usuários declaram que ficariam muito desapontados caso o produto
deixasse de existir (ELLIS, 2009).
Para alcançar o Product/Market Fit, a empresa precisa passar por 4
etapas:
2. Desenvolvimento ágil
O desenvolvimento ágil consiste no uso de metodologias de programação
como Extreme Programming e SCRUM em que ocorrem rápidas iterações
e o contı́nuo feedback por um grupo de usuários mais ativos, o grupo de
foco.
Seu conceito envolve a construção de protótipos para representação de
ideias, coleta de dados diretamente com o grupo de foco e esses dados e
feedbacks realimentam o sistema até que o mesmo alcance as demandas de
mercado e validem as hipóteses da etapa de Customer Discovery.
Conclusão
O maior desafio para uma empresa inovadora é criar algo útil e que as
pessoas queiram pagar. Até chegar a esse modelo, a melhor coisa que se
pode fazer é fazer diversos testes e colher o máximo possı́vel de feedbacks.
Por mais genial que sua equipe seja, a ideia inicial ou será uma porcaria
ou você não saberá exatamente como colocá-la em prática. Por isso a
melhor forma de evoluir a ideia é através do contato direto com o cliente, só
ele indicará exatamente o valor que ele enxerga nos atributos e te mostrará
qual caminho seguir.
Lembre-se sempre de uma frase muito famosa do General Helmuth von
Moltke (sim, era esse mesmo o nome do sujeito):
”Nenhum plano de batalha sobrevive ao contato com o inimigo”
Lógico que seu cliente não é o inimigo, muito pelo contrário. Mas a
lição que fica é que ter contato contı́nuo, rápido e barato com o mundo real
é a melhor forma de criar algo que seja útil para pessoas reais, que irão te
pagar dinheiro real.
P.S.: Para se aprofundar na metodologia Lean Startups, o blog Manual
da Startup de Eric Santos é leitura obrigatória.
P.S.2: Se parecer que estamos batendo muito nessa tecla de ouvir o
cliente e fazer testes rápidos, é porque estamos mesmo. Assim que terminar
de ler esse livro, já comece a conversar com as pessoas e fazer protótipos!
Já na primeira reunião percebemos que ele entraria como sócio. Logi-
camente não fizemos a proposta de cara, tivemos mais algumas reuniões e
finalmente no dia 08/04/2009 Mauro ingressou como sócio da empresa.
Conclusão
Coincidência, sorte, conspiração cósmica, momento Chuck Norris, chame
como quiser. Quando algo importante estiver para acontecer, você simples-
mente saberá. Junto com o dia da concepção da ideia, nós simplesmente
sabı́amos que dali pra frente as coisas seriam diferentes (para melhor).
O mesmo aconteceu quando os outros 2 (Danilo Cabello e Lucas Coelho)
ingressaram na equipe como desenvolvedor e consultor de negócios.
36 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
• Manutenção
• Ela faz muito mais do que você precisa? Isso geralmente custa dinheiro.
Depois de fazer uma lista delas, qual escolher? Como comparar? Para
isso, leve em consideração:
Conclusão
Não pense que escolher tecnologia é que nem chegar com fome num res-
taurante e fazer seu pedido – se for, você sairá com um tremendo rombo
no cartão de crédito e uma bela dor de barriga. É necessário pesquisar,
analisar e fazer um balanço para ver se vale a pena. Se necessário, contrate
um especialista.
1
www.powervps.com
38 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
Mas acredite, nenhuma tecnologia foi inventada para dificultar sua vida.
Escolha a tecnologia certa e a sua empresa ouvirá o cantar dos passarinhos.
Não é fácil todo mundo ter a mesma visão do produto, mas é fundamental
para seguir em frente
3. Não enrole. Por mais que você já tenha lido isso aqui centenas de
vezes, dessa vez também é importante – pessoas param de prestar a
atenção se você fala demais, “Galvão, a regra é clara”. Você não precisa
gastar muito tempo pra contar algo interessante e de relevância, então
não corra o risco de perder a atenção dos ouvintes e ser conhecido como
o cara ‘chatão’ – se passar de 3 minutos, comece a se preocupar!
• No começo não descarte ideias esdrúxulas: Uma das ideias que surgiu foi
contratar um porteiro para acompanhar o deficiente, o que é totalmente
inviável. Mesmo assim, essa ideia serviu de base para mostrar que uma
boa solução seria a porta ser destravada à distância, sem necessidade
de colocar a chave na fechadura.
• Concentre seu esforço nas melhores ideias: Depois que percebemos que
o acionamento à distância tinha um grande valor, focamos nesse ponto.
A necessidade de um motor para abertura automática foi descartada
logo que começamos a cruzar as ideias com o foco do projeto. Isso nos
poupou um bom tempo de análise.
com o resultado obtido, já que nossa solução foi disparada a mais simples
de todas e com custo de 1/3 das outras.
Apesar da nota do projeto não ter sido uma Brastemp, as lições apren-
didas nesse projeto serviram como um ótimo aprendizado na criação da
Empreendemia.
Falar que você precisa ouvir seu usuário é uma coisa, passar o dia res-
pondendo e-mails e conversando com os usuários é um pouco diferente.
Se é que podemos fazer isso, criamos 3 leis sobre o contato com o usuário:
• Não importa quão criativo você seja, seu cliente será mais criativo do
que você e seu time somados
Não deixe seu cliente passar horas sem ter seu problema resolvido
Se você quer se aproximar das pessoas, existe um segredo mágico pra isso.
Deixe elas falarem sobre si próprias.
42 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
demorava muito para subir. O problema é que para diminuir o peso, era
preciso um motor menos potente, o que deixaria o vidro mais lento e não
satisfaria os clientes.
A solução foi um sistema que o botão era apertado uma vez e o vidro
subia sozinho, porém demorando o dobro de tempo.
Na verdade só deixei esse tı́tulo assim pra fazer gracinha com o item ante-
rior, mas na verdade o que quero dizer é: seu usuário sabe o que o incomoda.
Quem melhor do que quem sofreu para usar seu produto para dizer qual
o problema dele?
Na prática isso significa que as pessoas vão reclamar e isso não é uma
coisa ruim. Se existem pessoas reclamando sobre seu produto significa que
elas querem usá-lo, mas não conseguiram por algum fator diverso. Resolva
esse problema e voilà, você tem clientes felizes.
A questão é que normalmente as pessoas só sabem as consequências dos
problemas, não as causas. Aı́ que entre sua responsabilidade de dar uma
de Dr. House e achar a causa dos problemas e resolvê-los.
Exemplo: Percebemos que a taxa de pessoas que aceitava os convites
enviados era baixa. Alguns usuários convidavam milhares (tá bom, nem
tanto) de pessoas e poucos passavam a fazer parte da rede. Isso além de
ocasionar carência nos convidadores, limitava o crescimento da rede.
Depois de algumas conversas percebemos que esse problema tinha 2
possı́veis causas:
A primeira foi resolvida com uma mensagem do tipo ”Não vamos vender
seu e-mail para os malditos SPAMMERs, pode vir sem problemas”. A
segunda causa vai ser testada na semana que vem (17/05/2010), então fica
o suspense se isso realmente funcionou ou não.
44 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
Conclusão
Uma hora ou outra você precisará tirar ideias da cartola, mas diversas vezes
as melhores ideias virão do contato com o cliente. Por isso sempre tenha
um contato muito próximo com eles, mesmo que isso gaste tempo e exija
paciência para ouvir algumas pérolas.
É legal ter um espaço para guardar ideias e sugestões, mas pode ter
certeza que se alguma demanda dos clientes for realmente importante, ela
irá aparecer algumas vezes. Assim como você simplesmente sabe quando
alguém está olhando pra você na rua, você irá saber quando for a hora de
resolver determinado problema.
Sócio é pior que mãe, acha que a gente é feito de ouro e tem super poderes.
Pior ainda, acham que você tem 10 braços e que seu cérebro pode processar
64 tarefas paralelamente. Nosso email não pára, nossas bocas não calam e
nossos ouvidos são um verdadeiro absorvedor de informações. Nosso escri-
tório é frenético, o inferno sobre a Terra, um noticiário de tragédias. Se eu
der bola para metade dos problemas com que meus sócios aparecem nessas
conversas, eu estaria apodrecendo num manicômio. Há coisas que eles estão
certos, a se discutir, a se adiar e coisas a se ignorar.
Saiba discutir. Nossa equipe briga todo dia. No entanto, por mais que
alguém saia de olho roxo, sabemos levar as coisas pro lado profissional e,
no final da tarde, estamos todos juntos tomando cervejinha.
46 CAPÍTULO 2. CRIE ALGO ÚTIL
Conclusão
Não vá abraçando cada problema que aparece. Organize as ideias. Não
importa se é de seu sócio, seu chefe, seu cachorro ou seu cliente, você deve
ser capaz de administrar as atividades que te passam dentro do seu ritmo
e tempo.
Seja especı́fico
Saber
Ao invés de fazer várias coisas de forma medı́ocre, faça poucas coisas muito
bem
49
50 CAPÍTULO 3. SIMPLIFIQUE SEU PRODUTO
• Será mais fácil de entender o que a sua empresa faz e por que você é
melhor que o concorrente. Isso te diferencia na multidão, o que atrairá
a atenção dos clientes.
• Clientes felizes são clientes fiéis. De uma forma ou outra eles te trarão
novos clientes.
• Não deixe que “Por favor, leia a página 72 do manual” seja a resposta
padrão quando alguém quiser tirar dúvidas ou entender melhor o pro-
duto.
51 CAPÍTULO 3. SIMPLIFIQUE SEU PRODUTO
Conclusão
Mesmo que você foque todos seus esforços em criar um produto extrema-
mente simples e intuitivo, sempre existirá a necessidade de explicar melhor
como o produto funciona e resolver problemas com os usuários. Para isso,
ter o espı́rito de resolver o problema até o fim e focar num ótimo aten-
dimento farão muita diferença para sua empresa. Iremos detalhar melhor
esses pontos no próximo capı́tulo, que trata sobre credibilidade.
Siga o padrão
Por mais que o disquete tenha caı́do em desuso, até hoje ele é o ı́cone para
“salvar” seu arquivo num editor de texto. O usuário já sabe disso. Não
tente reinventá-lo.
A maioria das construções possui o interruptor de luz do lado da porta.
Para que “inovar” e colocá-lo do lado oposto da sala? Ou no chão?
Digamos que você queira criar o notebook mais popular das cozinheiras
do mundo. Para homenageá-las, resolve criá-lo em formato de grill elétrico.
O primeiro desavisado vai lá e coloca um bife para grelhar!
Evite que seu usuário tenha de estudar para usar seu produto. Use os
padrões já estabelecidos pelo mercado. Economize no tempo de aprendi-
zado e nos manuais de 300 páginas.
52 CAPÍTULO 3. SIMPLIFIQUE SEU PRODUTO
Siga simples
Seu produto deve ser simples de entender e simples de usar. Não saia
adicionando infinitas funcionalidades inúteis e que fujam do seu objetivo.
Isso complica no número de botões e na navegação.
Comprei um DVD player recentemente e ele me impressionou por dois
motivos.
O controle remoto dele é extremamente simples, apenas com os botões
principais, numéricos, volume e de navegação (play, pause e etc). As demais
funcionalidades estão dentro do botão “menu” – geralmente eles entulham
todas funcionalidades no próprio controle.
E, a outra coisa que me agradou muito, mas muito mesmo: ele não tem
relógio!
Conclusão
Siga o padrão, siga seu padrão e seja simples. Não faça de seu produto
mais um problema para complicar a vida do seu usuário. Facilite.
Capı́tulo 4
Conquiste credibilidade
Se tem uma coisa que precisa ficar mais do que clara é: você não precisa
do produto pronto para sair da toca e começar a arranjar seu espaço no
mercado.
Ainda digo mais, é possı́vel vender um produto sem ter nem iniciado
ainda o processo de produção. Nossa primeira venda do Empreendemia Pre-
mium (para a www.labeldesafios.empreendemia.com.br) aconteceu quando
tudo que tı́nhamos eram algumas telas em Photoshop mostrando como iria
ficar o produto.
Os primeiros clientes da Camiseteria também toparam pagar por um
vale-camiseta, muito antes de se ter alguma camiseta pronta.
Nos 2 casos, isso aconteceu por 3 motivos:
53
54 CAPÍTULO 4. CONQUISTE CREDIBILIDADE
Slide final com nossos e-mails da época em que não tı́nhamos comprado o
domı́nio empreendemia.com.br
Se você não é uma referência na sua área, por que alguém vai parar para
te escutar?
No inı́cio nós eramos os alunos de mecatrônica da Unicamp que mais
sabı́amos sobre as vantagens para empreendedores poderiam se beneficiar
do contato com outros empreendedores.
Tudo bem ser referência de algo minúsculo não parece significar muito,
mas significa. Mesmo que seja uma área MUITO especifica, alguém se
interessa em saber mais sobre ela se você é o especialista.
Duvido que se um especialista em estudo de aplicações de música mexi-
cana para cura do câncer quisesse marcar uma reunião você não ficaria no
mı́nimo com curiosidade de que diabos é isso.
Essa não é uma estratégia que é indicada pra qualquer tipo de produto,
mas no nosso caso foi importantı́ssima.
Começamos o Saia do Lugar sem saber nada sobre blogs, SEO, Word-
press, etc. mas achávamos que de alguma forma seria algo interessante para
criar nossa reputação entre as referências da área. Vale a pena conferir a
conversa pelo Gtalk de 9 de dezembro de 2008 que deu origem ao blog.
Conclusão
Tendo uma ideia interessante, apresente-a para as referências da sua área e
colha feedbacks que serão importantı́ssimos para transformar sua ideia em
um produto.
Depois que você já tiver um produto sendo usado por algumas pessoas,
aı́ as conversas com referências devem continuar, mas você precisará se
preocupar com algo novo, o atendimento.
É justamente no atendimento que seu cliente terá um contato direto
com sua empresa. Focar em causar uma boa experiência é uma das formas
1
www.happy-hour-comunicacao.empreendemia.com.br
64 CAPÍTULO 4. CONQUISTE CREDIBILIDADE
mais fáceis de transformar esse cliente em entusiasta que vai espalhar sua
marca. Sobre isso que falaremos daqui pra frente.
Uma prática que infelizmente é muito comum nas empresas são os proce-
dimentos padrões. As pessoas responsáveis pelo atendimento muitas vezes
simplesmente executam um procedimento padrão e acham que fizeram sua
parte, mas não é bem assim.
Por exemplo, se o produto do cliente está com defeito, você não pode
descansar até que um produto funcional esteja nas mãos do cliente, não
importa se você fez o procedimento. Muitas vezes as coisas não acontecem
como o esperado e o procedimento padrão não adianta, para isso é preciso
que a empresa assuma a responsabilidade e faça o que for necessário para
resolver o problema até o fim.
Muito mais do que vı́deos engraçados, Marketing Viral é fazer com que
as pessoas falem sobre sua empresa para outras. Ter uma postura em que
você não descansará enquanto o problema do cliente não for resolvido é
uma das formas mais fácil de conseguir entusiastas para sua marca.
Para ilustrar essa situação, segue uma história contada por nosso amigo
Frederico Villela, ilustrada por uma famı́lia de ursos.
65 CAPÍTULO 4. CONQUISTE CREDIBILIDADE
A parábola da piscina
Não é essa a moral de história, mas imagina só uma famı́lia de ursos na
piscina
Considerando que você está lendo isso, imaginarei que você é humano(a).
Segundo a sabedoria popular, você irá errar. É fato, não tem o que discutir
sobre isso.
Sabendo que uma hora ou outra você fará besteira, é bom estar prepa-
rado(a) para essas situações.
Um caso real
Essa história foi contada por nosso amigo Chiquinho e sua esposa Lene, em-
preendedores da Trilha do Esporte, loja virtual de equipamento de esportes
de aventura.
”Uma vez estávamos na Di Capri (padaria e pizzaria localizada em Ba-
rão Geraldo, Campinas-SP) e quando pedimos a pizza trouxeram o sabor
errado.
Quando comentamos o fato com o garçom, ele perguntou se não po-
derı́amos comer a pizza mesmo assim e ela saı́ria de graça. Isso porque
caso não aceitássemos, a pizza seria simplesmente jogada fora e não tinha
porque desperdiçarmos comida.
Na saı́da, o gerente da Di Capri veio conversar conosco e falou que na
próxima vez que viéssemos, era só pedir a pizza no sabor certo e ela sairia
de graça. Era só explicar a situação na hora.
Repare bem que ele não nos deu um cupom ou ticket que comprovasse
que estávamos falando a verdade, ao voltar ao restaurante e pedirmos a
pizza gratuita eles simplesmente confiariam em nós.
Dito e feito, um mês depois retornamos à Di Capri e comemos nossa
pizza gratuita (muito boa por sinal!). A partir desse dia ficou mais do que
comprovado que a Di Capri se importa com seus clientes. Desde então
somos clientes fiéis de lá.”
Fica então a reflexão, como você enxerga a Di Capri? Como a pizzaria
que entrega pizza errada ou a pizzaria que tem uma boa relação com seus
clientes?
Apesar de ambas as visões serem corretas, aposto que você escolheu a
segunda opção e fará questão de ir na Di Capri quando vier a Campinas.
Nós estamos sempre por lá!
Obs.: Só de escrever esse capı́tulo bateu uma baita fome. Onde será
que iremos agora?
importa se isso se refere a uma relação entre pessoas ou entre clientes e sua
empresa, no final é sempre uma relação entre pessoas.
Essa questão da reciprocidade é abordada de forma genial por Fabio
Seixas, fundador da Camiseteria.com e um dos maiores ı́cones de empreen-
dedorismo da internet brasileira: ”Quando eu confio no cliente, algo inte-
ressante acontece. Ele passa a confiar em mim.”.
Indo um pouco além, para ganhar a confiança do cliente e fortalecer sua
marca, vale a pena seguir um outro lema que provavelmente sua avó já te
falou muito: ”Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com
você.”.
Seja humano na hora de conversar com as pessoas, resolva seus proble-
mas até o fim e confie no seu cliente. Só com isso você já está na frente de
99,276515% das empresas do mundo e suas chances de sucesso aumentarão
e muito.
Com essas posturas simples, você está preparado(a) para criar uma
marca muito forte. Aliás, você não, seus clientes fortalecerão sua marca e
te darão a credibilidade necessária para se destacar no mercado.
Capı́tulo 5
Saia do lugar!
Conclusão
Realmente torcemos para que esse guia te auxilie nas diversas etapas
do desenvolvimento do seu produto. A ideia era compilar uma série de
lições aprendidas que servirão como fundamentos básicos, independente da
metodologia de projeto escolhida.
Como bons engenheiros, acreditamos muito que ao ter uma base sólida
de conhecimentos, você consegue se adaptar bem e aprender qualquer téc-
nica. Por isso o intuito do livro foi justamente focar mais em posturas e
atitudes do que em ferramentas ou métodos de gestão de projetos.
Tendo em mãos esses fundamentos básicos, saia do lugar! Seu produto
não irá se desenvolver sozinho.
Abraços,
Equipe Empreendemia (saindo do lugar e lançando nosso primeiro livro)
Enquete: Qual ave você acha que nasceu do ovo? Mande sua sugestão pra
nós
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70 CAPÍTULO 5. SAIA DO LUGAR!
Apêndice A
Bibliografia recomendada
Livros
• A arte do começo - Guy Kawasaki
Blogs
• Aceleradora1
• Manual da Startup2
1
http://aceleradora.net/blog/
2
http://www.manualdastartup.com.br
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