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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2016.0000466617

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1003061-


93.2015.8.26.0269, da Comarca de Itapetininga, em que é apelante FUNDAÇÃO KARNIG
BAZARIAN, é apelada SARA JANE APARECIDA DE MEDEIROS MESQUEITA
(JUSTIÇA GRATUITA).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 14ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento em
parte ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores MAURÍCIO PESSOA


(Presidente) e CARLOS ABRÃO.

São Paulo, 4 de julho de 2016.

Lígia Araújo Bisogni


Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº 27820
APEL. Nº: 1003061-93.2015.8.26.0269
COMARCA: ITAPETININGA
APTE: FUNDAÇÃO KARNIG BAZARIAN
APDA: SARA JANE APARECIDA DE MEDEIROS MESQUITA (JUST. GRAT.)

AÇÃO INDENIZATÓRIA C.C. OBRIGAÇÃO DE FAZER


Estabelecimento de ensino Curso de licenciatura em educação
física Violação ao dever de informação Ofensa ao Código de
Defesa do Dano moral caracterizado - Quantum fixado que se
merece ser reduzido, em harmonia com outros casos desta Corte
de Justiça, resguardado o dever de reparar o prejuízo moral sofrido
Recurso parcialmente provido.

Trata-se de ação indenizatória c.c. obrigação de fazer ajuizada


por Sara Jane Aparecida de Medeiros Mesquita contra Fundação karnig Bazarian
Faculdades Integradas de Itapetininga que, pela r. sentença (págs. 351/356),
proferida pela magistrada DANIELE MENDES DE MELO, cujo relatório se adota,
foi julgada procedente, para condenar a ré: a) ao pagamento do valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais), a título de danos morais, corrigido monetariamente
desde a data do arbitramento (Súmula 362, do STJ) e com juros de mora de 1%
a.m., desde a citação, nos termos do art. 406, do Código Civil e art. 161, §1º, do
Código Tributário Nacional; e b) ao pagamento da complementação do curso,
cujo valor deverá ser apurado em fase de liquidação. E, em razão da
sucumbência, condenou a vencida ao pagamento das custas e despesas
processuais, bem como honorários advocatícios arbitrados em 10% sobre o valor
da condenação do dano moral, corrigido monetariamente desde a data do
arbitramento e com juros de mora de 1%, a partir do trânsito em julgado da r.
sentença.
Irresignada, apelou a ré sustentando, em síntese, que não
praticou propaganda enganosa, uma vez jamais teria prometido a habilitação
plena com atuação em todas as áreas do ramo da educação física para a autora.
Argumenta que os documentos apresentados pela autora não retratam a
veracidade dos fatos, uma vez que não se referem a documentos emitidos na
época dos fatos ou que foram apresentados de forma isolada, distorcendo o
verdadeiro propósito. Informa que ofereceu à autora um curso de licenciatura em
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educação física ou também chamado de licenciatura de graduação plena,


entregando-lhe diploma de licenciado em educação física. Afirma que era de
plena ciência da autora a distinção entre os diplomas de licenciatura e de
bacharelado, não sendo cabível que possa ela ter frequentado um curso
pensando ser o outro, principalmente, porque quando do ingresso no curso em
discussão, em 2008, já havia sido estabilizada a mudança de diretrizes
curriculares estabelecidas pelo MEC. Assevera que para a divulgação das
informações acerca do curso frequentado pela apelada foram realizadas reuniões
com os alunos, para esclarecer as controvérsias criadas pelo confef/Cref4/SP
(Conselho Federal de Educação Física e Conselho Regional de Educação Física
da 4ª região de São Paulo), bem como foram expedidos comunicados, avisos,
inclusive “Kit de esclarecimentos” e de um FAQ (Compilação de “Perguntas
Frequentes Respondidas”). Requer, dessa forma, seja a ação julgada
improcedente. E, alternativamente, pugna pela redução da verba indenizatória.
Recurso bem processado, acusando resposta (págs. 481/487),
subiram os autos.
É o relatório.
Na exordial, narra a autora que, até o ano de 2003, a ré exigia, no
curso de Educação Física, para inscrever seus alunos junto ao CREF (Conselho
Regional de Educação Física), bem como conferir diploma aos referidos alunos ,
o período de aprendizagem acadêmica (curricular) de 04 anos.
A partir do ano seguinte, ou seja, em 2004, visando atender às
novas exigências do mercado, ante a grande competitividade nesse ramo
empresarial, a ré reduziu para 03 anos o período de aprendizagem acadêmica no
referido curso.
Segundo a recorrente, após o término do curso, ficou surpresa ao
tomar conhecimento de que não poderia atuar em todas as áreas da carreira de
educação física, ou seja, não poderia exercer atividade profissional em
academias, clubes e congêneres, mas tão somente ministrar aulas.
Afirma a autora que não foi devidamente informada acerca de
outras mudanças no curso de educação física, senão o de que houve tão
somente redução da carga horária, sem interferência na questão atinente à “área

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de atuação”.
Analisando-se os autos detidamente, se vê que quando da época
em que a autora fez o exame de vestibular na fundação-ré, ora apelante, em
2008, no “Manual do Candidato”, apesar de constar a nomenclatura do curso
“Educação Física Licenciatura Plena”, em seu conteúdo foi informada a
distinção entre o que seria “licenciatura” e “bacharelado”, bem como que o aluno
necessitaria optar, inicialmente, entre uma área ou outra, em razão da legislação
vigente e que a única forma de obter as duas habilitações seria cursando
licenciatura e depois bacharelado, ou vice-versa, mas não concomitantemente e
sim sucessivamente, e que a faculdade oferecia apenas e tão somente o curso
superior de licenciatura de graduação plena em educação física, sem oferta do
curso de bacharelado, naquele momento.
O “Manual do Candidato” fornecido pela faculdade bem esclarece
a forma de obtenção dos diplomas para atuar nas duas áreas do curso de
educação física, ou seja, na área formal (licenciatura) e na área não formal
(bacharelado), nos termos da legislação vigente à época, não tendo sido,
entretanto, ostensiva a forma de divulgação da informação.
Veja-se que, conforme se extrai dos documentos de págs. 47/77,
antes de 1987, os cursos de Educação Física eram exclusivamente de
LICENCIATURA (conhecidos como curso de “LICENCIATURA PLENA”),
conferindo aos egressos a formação e habilitação para atuar no 1º e 2º graus de
ensino (área formal), podendo, no entanto, qualquer pessoa ministrar “aulas” na
área não formal (academias, clubes etc) por não ser a profissão, à época,
regulamentada.
Em 16.06.1987, o Conselho Federal de Educação CEF
promulgou a Resolução CFE nº 03/1987, que estabelecia: “A Formação dos
Profissionais de Educação Física será feita em curso de graduação que conferirá
o título de Bacharel e/ou Licenciado em Educação Física”.
Dessa forma, verifica-se que em 1987 surgiram 2 cursos para
formação em Educação Física: bacharelado e licenciatura plena.
O curso de bacharelado estabelecia projeto pedagógico
exclusivo para a atuação na área não formal, cujos alunos estariam

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impossibilitados de atuar nos colégios, ou seja, de ministrar aulas de Educação


Física Escolar.
Já os cursos de licenciatura plena previam um projeto
pedagógico híbrido com conhecimentos tanto na área formal como na área não
formal, podendo os cursos tanto atuar nas escolas, na disciplina de educação
física curricular (área formal), quanto em academias, clubes etc (área não formal),
o que gerava uma alta oferta de curso para formação de alunos em
Licenciatura Plena.
Portanto, nos termos da Resolução supracitada, combinada com
a Lei nº 4.024/61, os alunos formados em Licenciatura em Educação Física
estavam formados e habilitados para atuar na área formal (ensino de 1ª e 2º
graus) e na área não formal.
Entretanto, no ano de 2002, o Conselho Nacional de Educação
CNE, em razão da precariedade na formação dos professores da área de
educação, aprovou e promulgou as Resoluções CNE/CP nº 1 e 2, de 2002,
instituindo Diretrizes Curriculares Nacionais, duração e a carga horária, para a
Formação de Professores de Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena, completamente distinto do antigo curso que era
oferecido, de LICENCIATURA PLENA, posto que oferecendo, a partir de então,
02 opções de acesso ao ensino superior: licenciatura e o bacharelado.
No caso, o curso de licenciatura visa a preparação do
profissional para atuar somente como docente na educação básica e o
curso de bacharelado exclui essa possibilidade, ''área de atuação
profissional” diversa, ou seja, em academias, clubes etc.
E, nessa linha de posicionamento, foi publicada a Resolução
nº 04/2004, instituindo o curso de Graduação (ou Bacharelado) em
Educação Física, com área de atuação em serviços de exercícios físicos e
desporto, com restrição de intervenção profissional no ensino básico, com
duração mínima de 04 anos.
Assim, passou-se a exigir do profissional que quisesse
atuar de maneira plena e irrestritamente, 02 diplomas, quais sejam, o
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de licenciatura (duração mínima de 03 anos) e o de graduação em


Educação Física, ou Bacharelado (de duração mínima de 04 anos).
Nota-se que a fundação-ré, ora apelante, prestou,
esclarecimentos aos pretensos candidatos ao seu curso de educação física por
meio do “Manual do Candidato”, de 2008 (págs. 227/232), no entanto, não houve
comprovação de que a informação contida no manual foi ostensiva, ou seja,
amplamente divulgada nos diversos meios de comunicação, afrontando o
disposto no art. 31, do Código de Defesa do Consumidor, que assim estabelece:
“A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.” (grifo nosso).
Aliás, logo após a autora ter se matriculado na fundação-ré (pág.
225), foi realizada uma reunião com membros e alunos para esclarecimentos
acerca do curso de educação física, constando em “Ata” (págs. 297/310) e,
segundo a apelante, essa seria mais uma prova de sua boa-fé na divulgação das
referidas informações aos seus alunos, porém, após leitura atenta do que fora
exposto nessa reunião, se vê as seguintes mensagens repassadas:
“...Portanto, o que a lei diz é que a formação de professores será
feita em cursos de Licenciatura, não diz que o Licenciado não possa atuar em
outros ramos. Neste ponto foi explicado que o Conselho de Educação Física
baixou uma Resolução interna dizendo que Licenciado não pode atuar em outros
ramos da educação física, mas isto vem sendo questionado em todo o País
porque o artigo 62, d LDB, não diz isso, como os senhores estão lendo na tela.
(...) notando que a lei não veda, não limita, no que ela diz é apenas que para
ser professor, o indivíduo deve fazer licenciatura. De qualquer modo, até que
seja definida a legalidade dessa Resolução do Confef, o que ainda irá
acabar no Poder Judiciário em ação própria, a controvérsia persiste. (...)
Voltando ao texto da lei, frisou: o que o dispositivo diz é que “a formação de
docentes para atuar na educação básica” deve ser feita em curso de Licenciatura,
mas não diz a lei que o Licenciado está restrito a atuar somente na
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educação básica”(...) O procurador chamou a atenção para o fato de que


nenhuma dessas duas Resoluções trata de “campos de atuação”, tratando
apenas de carga horária e tempo de duração do curso...” (g.n.).

Extrai do que fora exposto na reunião que aos alunos recém-


ingressados na faculdade, como no caso da autora, criou-se uma expectativa de
que a formação no curso de licenciatura poderia permitir-lhe a atuação em outros
ramos da área de educação física e não somente na área formal, ou seja,
ministrando aulas, o que vai totalmente de encontro às Resoluções editadas a
partir de 2002.

Não bastasse essa prova nos autos, o documento de págs. 95 e


seguintes, referente à Recomendação do Ministério Público Federal, nº 04, de
03.11.2009, incluindo a ora apelante, no procedimento preparatório nº
1.34.001.006876/2006-10, instaurado para eventual lesão àqueles que buscam a
realização profissional na área da educação física, é expresso no seguinte
sentido: “... Por seu turno, as Faculdades Integradas de Itapetininga, apoiando-se
nessas mesmas normas, tem sustentado que, o curso que ministra, habilita o
formado a atuar em quaisquer áreas da Educação Física, seja ela forma ou não
forma. O ponto crucial desse problema, no entanto, é a situação em que se
encontram aqueles que se formaram, estão cursando, se formando, e,
também, aqueles que pretendem ingressar no curso de Educação Física,
que podem ver frustradas as suas expectativas de atuação profissional,
remetendo, não raras vezes, a questão à apreciação do Poder Judiciário. (...)
RECOMENDAR às Faculdades Integradas de Itapetininga, na pessoa do
senhor Prof. Luiz Rogério Rodrigues Silvério, Diretor Executivo da Fundação
karnig Bazarian FKB, ...para que os alunos que estejam frequentando ou se
matriculem no curso de Educação Física correspondente,......sejam
devidamente informados, de forma clara e ostensiva, sobre a área em que
estarão habilitados a atuar profissionalmente, segundo o atual entendimento do
Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região CREF4/SP e do Ministério
da Educação, ou seja, a docência na educação básica (ensino fundamental e
médio), utilizando-se, para tanto, de todos os meios de comunicação de que

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dispõe a instituição, inclusive site na internet, edital de vestibular e contrato de


matrícula anual....” (g.n.)

Diante, portanto, das provas apresentadas aos autos, conclui-se


que a apelante não se desincumbiu de comprovar fato modificativo, impeditivo ou
extintivo do direito da autora, nos termos do que preconiza o art. 373, inciso II, do
novo Código de Processo Civil.

Não providenciou a fundação-ré, ora apelante, esclarecer


suficientemente que o curso de “licenciatura de graduação plena” não habilitava o
aluno do curso de educação física para a atuação plena no mercado trabalhista,
afrontando as normas consumeristas.

Nesse sentido: “PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESCOLARES -


AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS - CURSO SUPERIOR EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TÍTULO DE "LICENCIATURA GRADUAÇÃO PLENA" IMPOSSIBILIDADE DE
O PROFISSIONAL ATUAR EM TODAS AS ÁREAS DA ATIVIDADE DE
EDUCAÇÃO FÍSICA REFORMULAÇÃO E REDUÇÃO DO TEMPO DO CURSO
PELO ÓRGÃO DE CLASSE (RESOLUÇÃO N.º 182/2009 CONFEF/CREF) -
COMUNICADO CLARO E PRECISO AOS ALUNOS - OBRIGAÇÃO DA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO INEXISTÊNCIA - VIOLAÇÃO AO DEVER DE
INFORMAR - EXEGESE DOS ART. 6.º, INC. III E 14 DO CDC - AUSÊNCIA DE
ESPECIFICAÇÃO ADEQUADA E CLARA ACERCA DAS LIMITAÇÕES DA
HABILITAÇÃO RESPONSABILIDADE OBJETIVA OBRIGAÇÃO DE FAZER
CARACTERIZADA CULPA POR FATO DE TERCEIRO INOCORRÊNCIA
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EXIGÍVEL QUANTUM ARBITRADO.
REDUÇÃO DEVIDA - VALOR EXORBITANTE CONSIDERANDO OS
PROPÓSITOS DA REPARAÇÃO - SUCUMBÊNCIA MANTIDA. A instituição de
ensino tinha o dever de informar adequadamente os alunos que, a partir da
reformulação do curso de educação física com a Resolução n.º 182/2009 do
Confef e da redução da sua duração de quatro para três anos, foi alterada
também a qualificação dos formandos, com restrição de atuação profissional para
os licenciados somente no ensino básico. A responsabilidade da prestadora de

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serviços educacionais é objetiva e repousa no fato de ter deixado de alertar os


alunos sobre a limitação da profissão, não havendo que se falar em culpa
exclusiva por ato de terceiro. A fixação de indenização por danos morais deve
corresponder aos propósitos da reparação e, quando excessiva, merece ser
reduzida com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Recurso
parcialmente provido, com observação.” (Relator(a): Gilberto Leme; Comarca:
Itapetininga; Órgão julgador: 35ª Câmara de Direito Privado; Data do julgamento:
21/03/2016; Data de registro: 23/03/2016).

Ainda, “ESTABELECIMENTO DE ENSINO. INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. CURSO DE LICENCIATURA EM
EDUCAÇÃO FÍSICA. DEVER DE INFORMAÇÃO VIOLADO. DANO MORAL
RECONHECIDO E ARBITRADO DENTRO DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO DO CURSO
PARA INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO. RECURSO NÃO PROVIDO.”
(Apelação nº 1007227-08.2014.8.26.0269 - Relator(a): Alfredo Attié; Comarca:
Itapetininga; Órgão julgador: 12ª Câmara Extraordinária de Direito Privado; Data
do julgamento: 18/09/2015; Data de registro: 19/09/2015).
Por fim, no que diz respeito ao “quantum”, entendo que a
indenização deve ser compatível com a realidade dos autos, conforme reiterada
jurisprudência, exemplos: “O dano moral é, em síntese, o sofrimento
experimentado por alguém, no corpo ou no espírito, ocasionado por outrem,
direta ou indiretamente derivado do ato ilícito” (RT 683/45).
Assim, e considerando que na indenização por dano moral devem
ser sopesados o grau de lesividade e a repercussão do dano, o valor da
indenização, na hipótese, conforme julgados envolvendo a requerida entendo
deva ser reduzido para R$ 10.000,00 (dez mil reais), montante que está em
consonância com a atual jurisprudência a respeito da matéria aqui tratada.
Pelo exposto, dou provimento parcial ao recurso, mantida a r.
sentença nos seus demais termos, inclusive no que tange aos encargos de
sucumbência
LÍGIA ARAÚJO BISOGNI
Relatora

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