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Aula 9

Teoria dos Resíduos e Apli ações

O Teorema de Cau hy arma que se uma região fe hada e limitada por uma urva
Z γ
está inteiramente ontida no domínio de uma função holomorfa f, então f (z) dz = 0.
γ
Nosso prin ipal objetivo neste aula é estender o Teorema de Cau hy para funções que

não são holomorfas em alguns pontos no interior da região fe hada e limitada por γ.

9.1 Singularidades Isoladas

Denição 9.1.1. Seja D⊂C aberto e seja f : D −→ C analíti a. Dizemos que z0 ∈ C


é uma singularidade de f se f não é denida ou não é analíti a em z0 .

Exemplo 9.1.1. z = 0 é uma singularidade


  das seguintes funções:
1 1 1
f1 (z) = , f2 (z) = e z , f3 (z) = sen pois f1 , f2 , f3 não são denidas em z = 0.
z z
Denição 9.1.2. Dizemos que z0 é uma singularidade isolada de f se existe r>0 tal

que f é analíti a na bola perfurada B ∗ (z0 , r) = {z : 0 < |z − z0 | < r}.

Exemplo 9.1.2. No exemplo a ima, z = 0 é uma singularidade isolada das funções

f1 , f2 , f3 .

229
9.1.1 Classi ação da Singularidades Isoladas
Sejam f : D −→ C uma função analíti a e z0 ∈ C uma singularidade isolada de f. De

a ordo om a denição, existe r>0 tal que f é analíti a no anel

A = {0 < |z − z0 | < r} ⊂ D. Logo podemos onsiderar o desenvolvimento de f em série

de Laurent neste anel A:



X ∞
X
n
f (z) = an (z − z0 ) + bn (z − z0 )−n
n=0
|n=1 {z }
parte prin ipal

valida para 0 < |z − z0 | < r.


Considere a parte prin ipal de f, ou seja


X b1 b2
bn (z − z0 )−n = + +··· .
n=1
z − z0 (z0 − z)2

Existem 3 possibilidades:

(1) Singularidades Removíveis

A parte prin ipal de f é zero, ou seja bn = 0 para todo n = 1, 2, · · · .


Neste aso diremos que z0 é uma singularidade removível de f. Isto signi a que f se

estende a uma função analíti a em z0 , olo ando f (z0 ) = a0 . A série de Laurent de f,


neste aso será a série de Taylor de f em z0 .

Exemplo 9.1.3. Seja


sen z
f (z) = , z 6= 0.
z
Então, em prin ípio, f tem uma singularidade isolada em z = 0. Porém lembrando que


z3 z5 z7 X z 2n+1
sen z = z − + − +··· = (−1)n
3! 5! 7! n=0
(2n + 1)!

temos, para z 6= 0

sen z z2 z4 X z 2n
f (z) = =1− + −··· = (−1)n
z 3! 5! n=0
(2n + 1)!

Observamos que f não tem parte prin ipal, ou seja, podemos denir f em z=0 omo

f (0) = 1. Portanto f tem singularidade removível em z = 0.

230
Teorema 9.1.1. Seja f uma função holomorfa no anel 0 < |z − z0 | < r. Então z0 é uma

singularidade removível de f, se e somente se, lim (z − z0 )f (z) = 0.


z→z0

Exemplo 9.1.4.

sen z
(1) f (z) = tem singularidade removível em z=0 pois
z
lim zf (z) = lim sen z = 0.
z→0 z→0

z
(2) f (z) = tem singularidade removível em z=0 pois
ez −1
z2 2z
lim zf (z) = lim z
= lim z = 0.
z→0 z→0 e − 1 z→0 e

(2) Pólos

A parte prin ipal de f possui um número nito de termos, ou seja existe k>0 tal que

bk 6= 0 e bn = 0 para n > k.
Neste aso a série de Laurent de f no anel 0 < |z − z0 | < r é da forma:


bk bk−1 b1 X
f (z) = + + · · · + + an (z − z0 )n
(z − z0 )k (z − z0 )k−1 (z − z0 ) n=0

Diremos então que f tem um pólo de ordem k em z0 . Um pólo de ordem 1, hama-se

pólo simples.

Exemplo 9.1.5. Seja


sen z
f (z) = , z 6= 0.
z4
Então f tem uma singularidade isolada em z = 0. Lembrado que


z3 z5 z7 X z 2n+1
sen z = z − + − +··· = (−1)n
3! 5! 7! n=0
(2n + 1)!

temos, para z 6= 0

sen z 1 11 1 1 3 1 11 X n z 2n
f (z) = = − + z − z · · · = − + (−1)
z4 z 3 3! z 5! 7! z 3 3! z n=2 (2n + 1)!

Portanto f tem um pólo de ordem 3 em z = 0.

231
Lema 9.1.1. Sejam D⊂C aberto onexo e f : D −→ C holomorfa. Se z0 é um pólo de

ordem k≥1 de f então em algum anel 0 < |z − z0 | < r, podemos es rever

g(z)
f (z) =
(z − z0 )k

onde g(z) é holomorfa em Br (z0 ) e g(z0 ) 6= 0

Demonstração. Seja z0 ∈C um pólo de ordem k de f, então a representação de f em

serie de Laurent em torno de z0 é dado por


bk bk−1 b1 X
f (z) = k
+ k−1
+···+ + an (z − z0 )n
(z − z0 ) (z − z0 ) (z − z0 ) n=0
" ∞
#
1 X
= k
bk + bk−1 (z − z0 ) + · · · + b1 (z − z0 )k−1 + an (z − z0 )n+k
(z − z0 ) n=0

para todo z ∈ Br (z0 ) − {z0 }.


Tome

X
k−1
g(z) = bk + bk−1 (z − z0 ) + · · · + b1 (z − z0 ) + an (z − z0 )n+k
n=0

Então
g(z)
f (z) =
(z − z0 )k
sendo g(z) holomorfa em Br (z0 ) e g(z0 ) = bk 6= 0. 

Teorema 9.1.2. Seja f uma função holomorfa no anel 0 < |z − z0 | < r. Então z0 é

um pólo de ordem k≥1 de f, se e somente se, lim (z − z0 )k f (z) existe e é um número


z→z0
omplexo não nulo.

Demonstração. Como f tem um pólo de ordem k em z0 temos que pelo lema a ima

que
g(z)
f (z) =
(z − z0 )k

232
sendo g(z) holomorfa em Br (z0 ) e g(z0 ) = bk 6= 0. Portanto

lim (z − z0 )k f (z) = lim g(z) = g(z0 ) 6= 0


z→z0 z→z0

Exemplo 9.1.6.

z+1
(1) f (z) =
(z − 2)2 (z − i)
tem um pólo de ordem 2 em z=2 pois

z+1 3
lim (z − 2)2 f (z) = lim = 6= 0.
z→2 z→2 z−i 2−i

e um pólo de ordem 1 em z=i pois

z+1 1+i
lim (z − i)f (z) = lim 2
= 6= 0.
z→i z→i (z − 2) (i − 2)2

ez − 1
(2) f (z) = tem um pólo de ordem 1 em z=0 pois
z2
ez − 1
lim zf (z) = lim = lim ez = 1 6= 0.
z→0 z→0 z z→0

(3) Singularidades Essen iais

A parte prin ipal de f possui uma innidade de termos.

Neste aso, diremos que f tem singularidade essen ial em z0 .

Exemplo 9.1.7. Seja

f (z) = e1/z , z 6= 0.

Então f tem singularidade em z=0 e

1 1 1 1 1
f (z) = e1/z = 1 + + + +··· .
z 2! z 2 3! z 3

Portanto f tem singularidade essen ial em z = 0.

233
9.2 Zeros de uma função holomorfa

Denição 9.2.1. Sejam D⊂C aberto onexo e f : D −→ C.

(1) Dizemos que z0 ∈ D é um zero de f se f (z0 ) = 0.

(2) Dizemos que z0 ∈ D é um zero de ordem k de f se, e somente se,

f (z0 ) = 0, f ′ (z0 ) = 0, f ′′ (z0 ) = 0, · · · , f (k−1) (z0 ) = 0 mas f (k) (z0 ) 6= 0.

(3) Dizemos que z0 é um zero simples se ela é um zero de ordem 1, ou seja, f (z0 ) = 0
mas f ′ (z0 ) 6= 0.

Exemplo 9.2.1.

(1) Seja f (z) = z 2 . Então f tem zero de ordem 2 em z = 0, pois f (0) = 0, f ′ (0) = 0
mas f ′′ (0) 6= 0.

(2) Seja f (z) = z(z + 2i)3 . Então f tem zero de ordem 1 em z=0 e um zero de ordem

3 em z = −2i.

(3) Seja f (z) = sen z. Então f tem zeros em z = kπ, k ∈ Z.


Agora f ′ (kπ) = cos (kπ) = (−1)k 6= 0. Portanto todos os zeros de f são simples.

(4) Seja f (z) = 1 − cos z. Então f tem zeros em z = 2kπ, k ∈ Z.


Agora f ′ (2kπ) = sen (kπ) = 0, mas f ′′ (2kπ) = cos (2kπ) = 1 6= 0. Portanto todos

os zeros de f são de ordem 2.

Lema 9.2.1. Sejam D⊂C aberto onexo e f : D −→ C holomorfa. Se z0 é um zero de

ordem k de f então em algum dis o Br (z0 ), r > 0, podemos es rever

f (z) = (z − z0 )k g(z)

onde g(z) é holomorfa em Br (z0 ) e g(z0 ) 6= 0

234
Demonstração. Seja z0 ∈D um zero de ordem k de f, então a representação de f em

serie de Taylor em torno de z0 é dado por

f (k) (z0 ) f (k+1) (z0 ) f (k+2) (z0 )


f (z) = (z − z0 )k + (z − z0 )k+1 + (z − z0 )k+2 + · · ·
k! (k + 1)! (k + 2)!
 (k) 
k f (z0 ) f (k+1) (z0 ) f (k+2) (z0 ) 2
= (z − z0 ) + (z − z0 ) + (z − z0 ) + · · ·
k! (k + 1)! (k + 2)!

para todo z ∈ Br (z0 ).


Tome
f (k) (z0 ) f (k+1) (z0 ) f (k+2) (z0 )
g(z) = + (z − z0 ) + (z − z0 )2 + · · · .
k! (k + 1)! (k + 2)!
Então

f (z) = (z − z0 )k g(z)
f (k) (z0 )
sendo g(z) holomorfa em Br (z0 ) e g(z0 ) = 6= 0. 
k!

Exemplo 9.2.2. Seja f (z) = 6 sen z 3 + z 3 (z 6 − 6). Então f tem um zero de ordem 15

em z = 0. Observe que omo

z3 z5 z7
sen z = z − + − +···
3! 5! 7!

temos que
z 9 z 15 z 21
sen z 3 = z 3 − + − +···
3! 5! 7!
Portanto

f (z) = 6 sen z 3 + z 3 (z 6 − 6)
6 15 6 21
= z + z +···
5!  7! 
15 6 6 6
= z + z +···
5! 7!
= z 15 g(z) e g(0) 6= 0.

A próxima proposição apresenta um modo de re onhe ermos a ordem de um zero e

de um pólo de uma função ra ional.

235
Proposição 9.2.1. Sejam g e h analíti as em um dis o Br (z0 ) entrado em z0 . Se z0 é
g
um zero de ordem n de g e um zero de ordem m de h então a função f=
h
(1) tem um zero de ordem n−m em z0 se n > m.

(2) tem uma singularidade removível em z0 se n = m.

(3) tem um pólo de ordem m−n em z0 se m > n.

Demonstração. Por hipótese, podemos es rever

g(z) = (z − z0 )n g1 (z) e h(z) = (z − z0 )m h1 (z)

om g1 e h1 analíti as em Br (z0 ) e tais que g1 (z0 ) 6= 0 e h1 (z0 ) 6= 0.


g1
Segue daí que, olo ando f1 = ,
h1
(z − z0 )n p1 (z) 1
f (z) = m
= f1 (z)
(z − z0 ) q1 (z) (z − z0 )m−n
e os resultados seguem, analisando-se o sinal de (m − n), pois f1 (z) é analíti a em Br (z0 )
e f1 (z0 ) 6= 0. 

Exemplo 9.2.3. Seja


ez − 1
f (z) = .
sen 3 z
Então f um pólo de ordem 2 em z = 0. Observe que se

g(z) = ez − 1 ⇒ g(0) = 0
g ′ (z) = ez ⇒ g ′ (0) 6= 0
⇒z=0 é um zero de ordem 1 de g
e

h(z) = sen 3 z ⇒ h(0) = 0


h′ (z) = 3 sen 2 z cos z ⇒ h′ (0) = 0
h′′ (z) = 6 sen z cos 2 z − 3 sen 3 z ⇒ h′′ (0) = 0
h′′′ (z) = 6 cos 3 z − 12 sen 2 z cos z − 9 sen 2 z cos z ⇒ h′′′ (0) = 6 6= 0
⇒z=0 é um zero de ordem 3 de h

236
g
Portanto f= tem um pólo de ordem 2 em z = 0.
h

9.3 Resíduos

Denição 9.3.1. Sejam D⊂C aberto onexo e f : D −→ C. Sabemos que se z0 ∈ C é

uma singularidade isolada de f, podemos representar f pela série de Laurent


X ∞
X
n
an (z − z0 ) + bn (z − z0 )−n 0 < |z − z0 | < r
n=0 n=1

O resíduo de f em z0 é por denição o número omplexo

Res(f , z0 ) = b1 .

1
Ou seja, o resíduo de f em z0 á o oe iente do termo na série de Laurent de
z − z0
f no ponto z0 .

Exemplo 9.3.1.

(1) Seja f (z) = e1/z . Então a série de Laurent de f é dada por

X 1 1 1 1 1
f (z) = n
= 1 + + · 2 +··· .
n=0
n! z z 2! z

Portanto
1
Res(f , 0) = oe iente de = 1.
z
1
(2) Seja f (z) = . Então pelo Exemplo 8.4.3 na aula 8, temos que a série de
z(z + 5)
Laurent valida em {z : |z| < 5} é dada por


X (−1)n z n−1 1 1 1 z
f (z) = n+1
= · − 2 + 3+
n=0
5 5 z 5 5

Portanto
1 1
Res(f , 0) = oe iente de = .
z 5

237
Lema 9.3.1. Se f tem um pólo simples em z0 então

Res(f , z0 ) = lim (z − z0 )f (z).


z→z0

Demonstração. Se z0 é um pólo simples de f podemos es rever

b1
f (z) = + a0 + a1 (z − z0 ) + a2 (z − z0 )2 + · · ·
z − z0

om b1 6= 0. Daqui segue que

lim (z − z0 )f (z) = b1
z→z0

De forma alternativa, podemos al ular o resíduo num pólo simples da seguinte forma:

g(z)
Corolário 9.3.1. Se f (z) = onde g(z0 ) 6= 0, h(z0 ) = 0 mas h′ (z0 ) 6= 0, ou seja, z0
h(z)
é um zero simples de h, então z0 é um pólo simples de f e

g(z0 )
Res(f , z0 ) = .
h′ (z0 )

Demonstração. Pelo teorema anterior, temos que

g(z) g(z) g(z )


Res(f , z0 ) = lim (z − z0 ) = lim  = ′ 0 .
z→z0 h(z) z→z0 h(z) − h(z0 ) h (z0 )
z − z0

238
Exemplo 9.3.2. Seja
cos πz
f (z) = .
1 − z 300
Então f um pólo simples em z = 1. Portanto

cos π 1
Res(f , 1) = = .
(−300) × 1299 300

Relativamente a pólos de ordem k>1 temos o seguinte ritério:

Lema 9.3.2. Suponha que f tem um pólo de ordem k > 1 em z0 . Seja ϕ(z) = (z −
z0 )k f (z). Então
 
1 dk−1

Res(f , z0 ) = ϕ(z) .
(k − 1)! dz k−1 z=z0

Demonstração. Suponha que f tem um pólo de ordem k em z0 . Então podemos es rever


bk bk−1 b1 X
f (z) = + +···+ + an (z − z0 )n
(z − z0 )k (z − z0 )k−1 (z − z0 ) n=0
" ∞
#
1 X
= bk + bk−1 (z − z0 ) + · · · + b1 (z − z0 )k−1 + an (z − z0 )n+k
(z − z0 )k n=0

para todo z ∈ Br (z0 ) − {z0 }. Portanto


X
ϕ(z) = (z − z0 )k f (z) = bk + bk−1 (z − z0 ) + · · · + b1 (z − z0 )k−1 + an (z − z0 )n+k
n=0

Derivando ϕ, (k − 1) vezes dá


dk−1 X (n + k)!
ϕ(z) = (k − 1)!b1 + an (z − z0 )n+1
dz k−1 n=0
(n + 1)!

Portanto
 
dk−1

ϕ(z) = (k − 1)!b1 .
dz k−1 z=z0
 k−1 
1 d
Assim b1 = Res(f , z0 ) = ϕ(z) . 
(k − 1)! dz k−1 z=z0

239
Exemplo 9.3.3. Seja
z2
f (z) = .
(z − 1)3 (z + 1)
f tem um pólo de ordem 3 em z = 1. Seja

z2 1
ϕ(z) = (z − 1)3 f (z) = =z−1+ .
z+1 z+1
Então
1 2
ϕ′ (z) = 1 − e ϕ′′ (z) =
(z + 1)2 (z + 1)3
Portanto
 
1 d2
1 2 1
Res(f , z = 1) =
2
ϕ(z) = · 3
= .
2! dz z=1 2 (1 + 1) 8
Observação 30. As vezes é mais fa íl al ular o resíduo diretamente pela expansão de

f na série de Laurent.

Exemplo 9.3.4. Seja


ez − 1
f (z) = .
sen 3 z
Então z=0 é um pólo de f de ordem 2. Aqui é mais fa íl al ular o resíduo pela série:

f (z) = (ez − 1) · ( sen z)−3


  −3
z2 z3 z3 z5
= z+ + +··· z− + +···
2! 3! 3! 5!
    3 −3
z2 z3 1 z z5
= z+ + +··· · 3 1− − +···
2 6 z 3! 5!
   3  
1 z2 z3 z z5
= 3 z+ + +··· 1+3 − +··· +···
z 2 6 3! 5!
Portanto,
 
1 1
Res(f , z = 0) = oe iente de =
z 2

Teorema 9.3.1. (Teorema dos Resíduos).

Sejam D ⊂ C aberto onexo e f : D −→ C uma função holomorfa ex eto nos pontos

singulares isoladas z1 , z2 , · · · , zn ∈ D. Então


Z n
X
f (z) d z = 2πi Res(f , zj )
γ j=1

onde γ é uma urva fe hada simples ontido em D e ontendo todos os pontos zj em seu

interior.

240
A demonstração pode ser vista, por exemplo, nos livros de Geraldo Ávila [1℄ ou de

Mar io Gomes [2℄.

9.4 Cál ulo de Integrais Usando o Teorema dos Resí-

duos

Exemplo 9.4.1. Cal ule


Z
cos z
dz
γ (z + i)(z − i)2
onde

(a) γ é o quadrado de vérti es −1, 1, 1 − 2i e −1 − 2i per orrido no sentido anti-horário.

(b) γ é o quadrado de vérti es −1, 1, 1 + 2i e −1 + 2i per orrido no sentido anti-horário.

( ) γ é o retângulo de vérti es −1 + 2i, 1 + 2i, 1 − 2i e −1 − 2i per orrido no sentido

anti-horário.

Resolução. f possui um pólo simples em z1 = −i e um pólo de ordem 2 em z2 = i

(a) Apenas z1 está no interior de γ. Logo

Z
cos z
dz = 2πiRes(f , z1 ) = 2πi lim (z + i)f (z)
γ (z + i)(z − i)2 z→−i
cos z
= 2πi lim
z→−i (z − i)2
−iπ
= cos (i)
2

(b) Apenas z2 está no interior de γ. Logo

Z
cos z d2  2

dz = 2πiRes(f , z2 ) = 2πi (z − i) f (z)
γ (z + i)(z − i)2 dz 2 z=i
 
−(z + i) sen z − cos z
= 2πi
(z + i)2 z=i
iπ h i
= cos (i) + 2i sen (i)
2

241
( ) Agora z1 e z2 estão no interior de γ. Logo, utilizando os ítens (a) e (b) temos que

Z
cos z
dz = 2πi[Res(f , z1 ) + Res(f , z2 )]
γ (z + i)(z − i)2
−iπ iπ h i
= cos (i) + cos (i) + 2i sen (i)
2 2
= −π sen (i)

Exemplo 9.4.2. Cal ule


Z
1+z
dz
|z|=7 1 − cos z
1+z
Resolução. Sejam f (z) = . As singularidades de f são dadas por
1 − cos z

1 − cos z = 0 ⇒ z = 2πk, k∈Z

As úni as singularidades de f dentro do ír ulo |z| = 7 são z1 = 0, z2 = 2π e z3 = −2π.


Além disso
d
(1 − cos z) = sen z = 0 para z = z1 , z2 e z3
dz
mas
d2
(1 − cos z) = cos z 6= 0 para z = z1 , z2 e z3 .
dz 2
Portanto as singularidades são todos pólos de ordem 2.

Cal ulamos os resíduos em z = zj , j = 1, 2, 3 usando a série de Laurent:

Sabemos que
z2 z4 z6
cos z = 1 − + − +···
2! 4! 6!
Logo
(z − zj )2 (z − zj )4 (z − zj )6
cos (z − zj ) = 1 − + − +···
2 24 720
Portanto a série de f em torno de zj é dado por

 −1
(z − zj )2 (z − zj )4 (z − zj )6
f (z) = [1 + (z − zj )] − + +···
2 24 720
  −1
2 (z − zj )2 (z − zj )4
= [1 + (z − zj )] 1− − +···
(z − zj )2 12 360
   
2 (z − zj )2 (z − zj )4
= [1 + (z − zj )] 1+ − +··· +···
(z − zj )2 12 360
2 2 1 (z − zj )
= 2
+ + + +···
(z − zj ) (z − zj ) 6 6

242
Portanto
 
1
Res(f , zj ) = oe iente de =2
z − zj
Pelo Teorema dos Resíduos

Z h i
1+z
dz = 2πi Res(f , z1 ) + Res(f , z2 ) + Res(f , z3 )
|z|=7 1 − cos z
= 12πi

243
9.5 Exer í ios resolvidos

(1) Identique todas as singularidades em C das funções e lassique ada uma omo

removível, um polo (indi ando sua ordem), ou essen ial.

sen 2 z 1 1 1 sen 2 z z
(a) (b) + sen ( ) (c) e z−3 (d)
z4 2
z (z + 1) z (z − 1)z 2 cos z

2 z+1  1  z(π − z)
(e) e1/z (f ) (g) sen (h)
ez + 1 z−1 sen 2z

cos (z − 1) 1 sen z z+4


(i) (j) z 3 sen (k) (l)
z2 z z3 z(z 2 + 1)2
Resolução

sen 2 z
(a) Seja f (z) = .
z4
A úni a singularidade de f é z = 0. Temos que

• Seja g(z) = sen 2 z. Então g(0) = g ′(0) = 0, mas g ′′ (0) = 2 6= 0, ou seja z0 = 0


é um zero de ordem 2 de g

• Seja h(z) = z 4 . Então h(0) = h′ (0) = h′′ (0) = h(3) = 0 mas h(4) (0) 6= 0, ou

seja z0 = 0 é um zero de ordem 4 de h.


g(z)
Portanto f (z) = tem um pólo de ordem 2 em z0 = 0.
h(z)
 
1 1
(b) Seja f (z) = + sen = g(z) + h(z),
2
z (z + 1) z  
1 1
sendo g(z) = e h(z) = sen .
2
z (z + 1) z
As singularidades de f são z = 0 e z = −1. Temos que

• A função g tem um pólo de ordem 2 em z=0 pois

1
lim z 2 g(z) = lim = 1 6= 0
z→0 z→0 z+1

e a função h tem uma singularidade essen ial em z = 0 pois a série de Laurent


de h entrado em z=0 é


X 1
h(z) = (−1)n
n=0
(2n + 1)!z 2n+1

244
(Há uma inntas números de termos de potên ias negativas de z ).
Portanto f tem singularidade essen ial em z = 0.

• z = −1 é um pólo simples pois

 
1 1
lim (z + 1)f (z) = lim 2
+ sen ( ) = 1 − sen 1 6= 0
z→−1 z→−1 z z

sen 2 z
1
( ) Seja f (z) = e z−3 .
(z − 1)z 2
As singularidades de f são z = 0, z = 1 e z = 3. Temos que

• f tem singularidade essen ial em z = 3 pois a série de Laurent da função


1
g(z) = e z−3 entrado em z=3 é


X 1
g(z) =
n=0
n!(z − 3)n

(Há uma inntas números de termos de potên ias negativas de z ).

• z=1 é um pólo simples pois

 
1 sen 2 z
lim (z − 1)f (z) = lim e z−3 = e−1/2 sen 2 1 6= 0
z→1 z→1 z2

• z=0 é uma singularidade removível pois

    sen z 2 
1 sen 2 z 1 1
lim f (z) = lim e z−3 = lim e z−3 · · = −e−1/3 6= 0
z→0 z→0 (z − 1)z 2 z→0 z−1 z
z
(d) Seja f (z) =
cos z
• Singularidades:

(2k + 1)π
cos z = 0 ⇔ z = , k∈Z
2

Todas as singularidades de f são pólos simples pois


 
(2k+1)π (2k+1)π
• Seja g(z) = z. Então g 2
6= 0, ou seja z0 = 2
não é um zero de g.
   
(2k+1)π (2k+1)π
• Seja h(z) = cos z. Então h 2
= 0 mas h′ 2
6= 0, ou seja

(2k+1)π
z0 = 2
é um zero de ordem 1 de h.
g(z) (2k + 1)π
Portanto f (z) = tem um pólo de ordem 1 em z0 = .
h(z) 2

245
1
(e) Seja f (z) = e z2 .
A singularidade de f é z=0 e uma singularidade essen ial pois a série de Laurent

da função f entrado em z=0 é


X 1
f (z) =
n=0
n!z 2n

(Há uma inntas números de termos de potên ias negativas de z ).


z+1
(f ) Seja f (z) =
ez + 1
• Singularidades:

ez = −1 ⇔ z = (2k + 1)πi, k∈Z

Todas as singularidades de f são pólos simples pois

• Seja g(z) = z + 1. Então g ((2k + 1)πi) 6= 0, ou seja z0 = (2k + 1)πi não é um

zero de g.

• Seja h(z) = ez + 1. Então h ((2k + 1)πi) = 0 mas h′ ((2k + 1)πi) 6= 0, ou seja

z0 = (2k + 1)πi é um zero de ordem 1 de h.


g(z)
Portanto f (z) = tem um pólo de ordem 1 em z0 = (2k + 1)πi.
h(z)
1

(g) Seja f (z) = sen z−1 .
A singularidade de f é z=1 e uma singularidade essen ial pois a série de Laurent

da função f entrado em z=1 é


X (−1)n
f (z) =
n=0
(2n + 1)!(z − 1)2n+1

(Há uma inntas números de termos de potên ias negativas de z − 1).


z(π − z)
(h) Seja f (z) =
sen 2z
• Singularidades:

sen 2z = 0 ⇔ z = , k∈Z
2
Para k 6= 0 todas as singularidades de f são pólos simples pois

246
 
kπ kπ
• Se g(z) = z(π − z) então g 6= 0, ou seja z= não é um zero de g.
2 2
 

• Se h(z) = sen 2z, então h = 0, mas
2
   
′ kπ kπ
h = 2 cos 2 = 2 cos (kπ) = 2(−1)k 6= 0
2 2


ou seja z= é um zero de ordem 1 de h.
2
g(z) kπ
Portanto f (z) = tem um pólo de ordem 1 em z= , k ∈ Z, k 6= 0.
h(z) 2

• A singularidade z=0 é uma singularidade removível de f pois

• Se g(z) = z(π − z) então g(0) = 0, mas g ′ (0) 6= 0, ou seja z=0 é um zero de

ordem 1 de f.

• Se h(z) = sen 2z então h(0) = 0, mas h′ (0) 6= 0, ou seja z=0 é um zero de

ordem 1 de g.
g(z)
Portanto f (z) = tem uma singularidade removível em z = 0.
h(z)
cos (z − 1) g(z)
(i) Seja f (z) = 2
= , sendo g(z) = cos (z − 1) e h(z) = z 2 .
z h(z)
Temos que

• g(0) = cos 1 6= 0 e

• h(0) = h′ (0) = 0, mas h′′ (0) 6= 0, ou seja z0 = 0 é um zero de ordem 2 de h.

Portanto z0 = 0 é um pólo de ordem 2 de f.


 
31
(j) Seja f (z) = z sen .
z
A singularidade de f é z = 0 e uma singularidade essen ial pois a série de Laurent

da função f entrado em z=0 é


3
X (−1)n
f (z) = z
n=0
(2n + 1)!z 2n+1

(Há uma inntas números de termos de potên ias negativas de z ).

247
sen z
(k) Seja f (z) =
z3
• Singularidades: A singularidade de f é z=0 e é um pólo de ordem 2 pois

• Se g(z) = sen z então g(0) = 0, mas g ′(0) 6= 0, ou seja z =0 é um zero de

ordem 1 de g.

• Se h(z) = z 3 , então h(0) = h′ (0) = h′′ (0) = 0, mas h′ (0) 6= 0 ou seja z=0 é

um zero de ordem 3 de h.
g(z)
Portanto f (z) = tem um pólo de ordem 2 em z = 0.
h(z)

z+4 z+4
(l) Seja f (z) = 2 2
= .
z(z + 1) z(z + i)2 (z − i)2
• Singularidades de f: As singularidades de f são z1 = 0, z2 = i e z3 = −i.

• z1 = 0 é um polo simples pois

z+4 4
lim zf (z) = lim 2 2
= = 4 6= 0
z→0 z→0 (z + 1) 1

• z2 = i é um pólo de ordem 2 pois

z+4 4+i
lim (z − i)2 f (z) = lim 2
= 6= 0
z→i z→i z(z + i) −4i

• z3 = −i é um pólo de ordem 2 pois

z+4 4−i
lim (z + i)2 f (z) = lim = 6= 0
z→−i z→−i z(z − i)2 −4i

(2) Determine os pólos e suas ordens das seguintes funções:

ez (z − 3) ez − 1 ez − 2
(a) (b) (c)
(z − 1)(z − 5) z z

cos z e2z 1
(d) (e) (f )
1−z z4 − z5 z4 + 2z 2 + 1
Resolução

ez (z − 3)
(a) Seja f (z) = .
(z − 1)(z − 5)
• Singularidades de f: As singularidades de f são z1 = 1 e z2 = 5.

248
• z1 e z2 são pólos simples pois

ez (z − 3) e
lim (z − 1)f (z) = lim = 6= 0
z→1 z→1 (z − 5) 2
ez (z − 3) e5
lim (z − 5)f (z) = lim = 6= 0
z→5 z→5 (z − 1) 2
ez − 1
(b) Seja f (z) = .
z
• Singularidades de f: A úni a singularidade de f é z = 0.

• z=0 é uma singularidade removível pois

ez − 1
lim f (z) = lim = lim ez = 1 6= 0
z→0 z→0 z z→0

ez − 2
( ) Seja f (z) = .
z
• Singularidades de f: A úni a singularidade de f é z = 0.

• z=0 é um pólo simples pois

lim zf (z) = lim (ez − 2) = −1 6= 0


z→0 z→0

cos z
(d) Seja f (z) = .
1−z
• Singularidades de f: A úni a singularidade de f é z = 1.

• z=0 é um pólo simples pois

lim (z − 1)f (z) = lim ( cos z) = cos 1 6= 0


z→1 z→1

e2z e2z
(e) Seja f (z) = = .
z4 − z5 z 4 (1 − z)
• Singularidades de f: As singularidades de f são z1 = 0 e z2 = 1.

• z2 = 1 é um pólo simples pois

e2z
lim (z − 1)f (z) = lim 4 = e2 6= 0
z→1 z→1 z

• z1 = 0 é um pólo de ordem 4 pois

e2z
lim z 4 f (z) = lim = 1 6= 0
z→0 z→0 1 − z

249
1 1 1
(f ) Seja f (z) = = = .
z 4 + 2z 2 + 1 (z 2 + 1)2 (z + i)2 (z − i)2
• Singularidades de f: As singularidades de f são z1 = i e z2 = −i.

• z2 = i é um pólo de ordem 2 pois

1 1
lim (z − i)2 f (z) = lim = 6= 0
z→i z→i (z + i)2 −4

• z1 = −i é um pólo de ordem 2 pois

1 1
lim (z + i)2 f (z) = lim 2
= 6= 0
z→−i z→−i (z − i) −4

(3) Cal ule os resíduos dos seguintes funções nos pontos indi ados:

1 z
(a) ; z=1 (b) ; z=1 (c) cossec 2 z; z = 0
z2 −1 z2 −1

ez − 1 ez − 1 1
(d) ; z=0 (e) ; z=0 (f ) z cos ; z=0
z2 z z

1 − e3z cossec 2 z
(g) ; z=0 (h) ; z=0
z4 z3
Resolução

1
(a) Seja f (z) = .
z2 −1
z=1 é um pólo simples de f. Portanto

z−1 1 1
Res(f , 1) = lim (z − 1)f (z) = lim 2
= lim =
z→1 z→1 z − 1 z→1 z + 1 2

z
(b) Seja f (z) = .
z2 −1
z=1 é um pólo simples de f. Portanto

z(z − 1) z 1
Res(f , 1) = lim (z − 1)f (z) = lim 2
= lim =
z→1 z→1 z −1 z→1 z+1 2

1
( ) Seja f (z) = cossec 2 z = = ( sen z)−2 .
sen 2 z
Como
z3 z5 z7 z9
sen z = z − + − + +···
3! 5! 7! 9!

250
Temos que

f (z) = ( sen z)−2


 −2
z3 z5 z7 z9
= z− + − + +···
3! 5! 7! 9!
  2 −2
−2 z z4 z6 z8
= z 1− − + − −···
3! 5! 7! 9!
  2  
1 z z4 z6 z8
= 2 1+2 − + − −··· +···
z 3! 5! 7! 9!
1 2 2z 2 2z 4 2z 6
= 2+ − + − −···
z 3! 5! 7! 9!
z=0 é um pólo de ordem 2 de f. Portanto
 
1
Res(f , 0) = oe iente de =0
z
ez − 1
(d) Seja f (z) = .
z2
Como
z2 z3 z4 z5
ez = 1 + z + + + + +···
2! 3! 4! 5!
Temos que

ez − 1
f (z) = 2
z 
1 z2 z3 z4 z5
= 2 z+ + + + +···
z 2! 3! 4! 5!
1 1 z z2 z3
= + + + + +···
z 2! 3! 4! 5!
z=0 é um pólo simples de f. Portanto
 
1
Res(f , 0) = oe iente de =1
z
ez − 1
(e) Seja f (z) = .
z
Como
z2 z3 z4 z5
ez = 1 + z + + + + +···
2! 3! 4! 5!
Temos que

ez − 1
f (z) =
z 
1 z2 z3 z4 z5
= z+ + + + +···
z 2! 3! 4! 5!
z z2 z3 z4
= 1+ + + + +···
2! 3! 4! 5!

251
z=0 é uma singularidade removível de f. Portanto

 
1
Res(f , 0) = oe iente de =0
z
 
1
(f ) Seja f (z) = z cos .
z
Como
z2 z4 z6 z8
cos z = 1 − + − + −···
2! 4! 6! 8!
Temos que

 
1
f (z) = z cos
z
 
1 1 1 1
= z 1− + − + −···
2!z 2 4!z 4 6!z 6 8!z 8
1 1 1 1
= z− + 3
− 5
+ −···
2!z 4!z 6!z 8!z 7

z=0 é uma singularidade essen ial de f. Portanto

 
1 1 1
Res(f , 0) = oe iente de =− =−
z 2! 2

252
1 − e3z
(g) Seja f (z) = .
z4
Como
z2 z3 z4 z5
ez = 1 + z + + + + +···
2! 3! 4! 5!
Temos que

1 − e3z
f (z) =
z4 
1 9z 2 27z 3 81z 4 243z 5
= 4 −3z − − − − +···
z 2! 3! 4! 5!
3 9 27 81 243z
= − 3− − − − +···
z 2!z 2 3!z 4! 5!

z=0 é um pólo ordem 3 de f . Portanto


 
1 27 9
Res(f , 0) = oe iente de =− =−
z 3! 2

cossec 2 z 1 ( sen z)−2


(h) Seja f (z) = = = .
z3 z 3 sen 2 z z3
Como
z3 z5 z7 z9
sen z = z − + − + +···
3! 5! 7! 9!
Temos que

( sen z)−2
f (z) =
z3
 −2
1 z3 z5 z7 z9
= z− + − + +···
z3 3! 5! 7! 9!
  2 −2
1 −2 z z4 z6 z8
= ·z 1− − + − −···
z3 3! 5! 7! 9!
  2  
1 z z4 z6 z8
= 1+2 − + − −··· +···
z5 3! 5! 7! 9!
1 2 2 2z 2z 3
= + − + − −···
z 5 3!z 3 5!z 7! 9!

z=0 é um pólo de ordem 5 de f. Portanto

 
1 2 1
Res(f , 0) = oe iente de =− =−
z 5! 60

253
(4) Cal ule as seguintes integrais usando o método de resíduos
Z Z Z
dz dz ez dz
(a) 3
(b) 3
(c) 3
|z|=1/2 (1 − z) |z|=1/2 z(1 − z) |z|=2 z(1 − z)

Z Z Z
(z 2 − z + 1) dz sinh z dz sen z dz
(d) (e) 2
(f )
|z|=5 (z − 1)(z − 4)(z + 3) |z|=2 z(z + 1) |z|=2 z 2 (z + 1 + i)

Z Z Z
(z − 1)3 dz z dz dz
(g) 3
(h) 2
(i)
|z|=3 z(z − 2) |z|=1 z + 2z + 5 |z|=9 ez −1

Z Z   Z 2
20 1 e−z dz
(j) tg z dz (k) z sen dz (l)
|z|=6 |z|=1 z3 γ z2

Em (l), γ é um quadrado om verti es −1 − i, 1 − i, −1 + i e 1 + i.

Resolução

1
(a) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 1/2}.
(1 − z)3
f possui um pólo de ordem 3 em z = 1, mas z=1 não está no interior de γ.
Portanto
Z
dz
= 0.
|z|=1/2 (1 − z)3

1
(b) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 1/2}
z(1 − z)3
• Singularidades:

f possui um pólo simples em z1 = 0 e um pólo de ordem 3 em z2 = 1. Mas

apenas z1 está no interior de γ.

• Resíduos:
1
Res(f , 0) = 2πi lim zf (z) = lim =1
z→0 z→0 (1 − z)3

Portanto
Z
dz
= 2πi Res(f , 0) = 2πi
|z|=1/2 z(1 − z)3

254
ez
( ) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 2}.
z(1 − z)3
• Singularidades:

f possui um pólo simples em z1 = 0 e um pólo de ordem 3 em z2 = 1. As 2

singularidades estão no interior de γ.

• Resíduos:
1
Res(f , 0) = lim zf (z) = lim =1
z→0 z→0 (1 − z)3

 
1 d2 3

1 d2 ez 1 (z 2 + 2z − 2)ez e
Res(f , 1) = [(z−1) f (z)] = = =
2! dz 2 z=1 2 dz 2 z z=1 2 z 3 z=1 2

Portanto

Z
ez dz h i
3
= 2πi Res(f , 0) + Res(f , 1)
|z|=2 z(1 − z)
h ei
= 2πi 1 +
2
= πi (2 + e)

z2 − z + 1
(d) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 5}.
(z − 1)(z − 4)(z + 3)
• Singularidades:

f possui pólos simples em z1 = 1, z2 = 4 e z3 = −3 todos estão no interior de

γ.

• Resíduos:
z2 − z + 1 1
Res(f , 1) = lim (z − 1)f (z) = lim =−
z→1 z→1 (z − 4)(z + 3) 12

z2 − z + 1 13
Res(f , 4) = lim (z − 4)f (z) = lim =
z→4 z→4 (z − 1)(z + 3) 21

z2 − z + 1 13
Res(f , −3) = lim (z + 3)f (z) = lim =
z→−3 z→−3 (z − 1)(z − 4) 28

255
Portanto
Z
(z 2 − z + 1) dz h i
= 2πi Res(f , 1) + Res(f , 4) + Res(f , −3)
|z|=5 (z − 1)(z − 4)(z + 3)
h 1 13 13 i
= 2πi − + +
 12 21 28
−7 + 52 + 39
= 2πi
84
84
= 2πi · = 2πi
84
sinh z
(e) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 2}.
z(z 2 + 1)
• Singularidades:

f possui pólos simples em z1 = 0, z2 = i e z3 = −i todos estão no interior de

γ.

• Resíduos:
sinh z sinh 0
Res(f , 0) = lim zf (z) = lim = 2 =0
z→0 2
z→0 z + 1 0 +1

sinh z sinh i sen 1


Res(f , i) = lim (z − i)f (z) = lim = =
z→i z→i z(z + i) i(2i) 2i

sinh z sen 1
Res(f , −i) = lim (z + i)f (z) = lim =−
z→−i z→−i z(z − i) 2i
Portanto
Z h i
sinh z dz
= 2πi Res(f , 0) + Res(f , i) + Res(f , −i)
2
|z|=2 z(z + 1)
h sen 1 sen 1 i
= 2πi 0 + −
2i 2i
= 0

sen z
(f ) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 2}.
z 2 (z + 1 + i)
• Singularidades:

f possui pólo simples em z1 = −1 − i e um pólo de ordem 2 em z2 = 0 todos

estão no interior de γ.

• Resíduos:
sen z − sen 1 cosh 1 + i cos 1 sinh 1
Res(f , −1−i) = lim (z+1+i)f (z) = lim =
z→−1−i z→−1−i z 2 2i

256
 
d 2 d sen z (z + 1 + i) cos z − sen z 1−i
Res(f , 0)= [z f (z)] = = =
dz z=0 dz z + 1 + i z=0 (z + 1 + i) 2 z=0 2

Portanto

Z h i
sen z dz
2
= 2πi Res(f , −1 − i) + Res(f , 0)
|z|=2 z (z + 1 + i)
h − sen 1 cosh 1 + i cos 1 sinh 1 1 − i i
= 2πi +
h 2i 2i
= π − sen 1 cosh 1 + i cos 1 sinh 1 + 1 + i
h i
= π (1 − sen 1 cosh 1) + i(1 + cos 1 sinh 1)

(z − 1)3
(g) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 3}.
z(z − 2)3
• Singularidades:

f possui pólo simples em z1 = 0 e um pólo de ordem 3 em z2 = 2 todos estão

no interior de γ.

• Resíduos:
(z − 1)3 1
Res(f , 0) = lim zf (z) = lim =
z→0 z→0 (z − 2) 3 8

 
d2 2

d2 (z − 1)3 3z(z − 1)2 − (z − 1)3 5
Res(f , 2)= [(z−2) f (z)] = = =
dz 2 z=2 dz 2 z z=2 z 2 z=2 4

Portanto

Z
(z − 1)3 dz h i
3
= 2πi Res(f , 0) + Res(f , 2)
|z|=3 z(z − 2)
h1 5i
= 2πi +
8 4
11πi
=
4
z
(h) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 1}.
z2 + 2z + 5
f possui pólos simples em z = −1 ± 2i, mas nenhum estão no interior de γ.
Portanto
Z
z dz
= 0.
|z|=1 z2 + 2z + 5

257
1
(i) Seja f (z) = e γ = {z : |z| = 9}.
ez − 1
• Singularidades:

ez − 1 = 0 ⇔ z = 2kπi, k∈Z

f possui pólos simples em z = 2kπi, k ∈ Z, mas apenas z1 = 0, z2 = 2πi e

z3 = −2πi estão no interior de γ.

• Resíduos: Para k∈Z

Res(f , 2kπi) = lim (z − 2kπi)f (z)


z→2kπi
(z − 2kπi)
= lim
z→2kπi ez − 1
w
= lim (w+2kπi)
w→0 e −1
w
= lim w
w→0 e − 1
1
= lim w = 1
w→0 e

Portanto

Z h i
dz
z
= 2πi Res(f , 0) + Res(f , 2πi) + Res(f , −2πi)
|z|=9 e − 1
h i
= 2πi 1 + 1 + 1

= 6πi

sen z
(j) Seja f (z) = tg z = e γ = {z : |z| = 6}.
cos z
• Singularidades:

(2k + 1)π
cos z = 0 ⇔ z = , k∈Z
2
(2k + 1)π
f z=
possui pólos simples em , k ∈ Z, mas apenas
2
π π 3π 3π
z1 = , z2 = − , z3 = , z4 = − estão no interior de γ.
2 2 2 2

258
• Resíduos: Para k∈Z
 
(2k + 1)π
Res (f , (2k + 1)π/2) = lim z− f (z)
z→ (2k+1)π
2
2
 
(2k + 1)π sen z
= lim z−
z→
(2k+1)π
2
2 cos z
 
sen w + (2k+1)π2
= lim w ·  
w→0
cos w + (2k+1)π2
 ✿ 0  
✘✘✘
(2k+1)π (2k+1)π
sen w cos ✘ ✘
2
+ cos w sen 2
✘✘✘
= lim w ·   0  
w→0 (2k+1)π
✘✘ ✿
✘ (2k+1)π
cos w cos ✘ ✘
2
− sen w sen 2
✘✘✘
cos w
= lim w ·
− sen w
w→0
w 
= − lim · cos w = −1
w→0 sen w

Portanto
Z h π π 3π 3π i
tg z dz = 2πi Res(f , ) + Res(f , − ) + Res(f , ) + Res(f , − )
|z|=6 2 2 2 2
h i
= 2πi − 1 − 1 − 1 − 1

= −8πi
 
1
(k) Seja f (z) = z 20 sen e γ = {z : |z| = 1}.
z3
Como
z3 z5 z7 z9
sen z = z − + − + +···
3! 5! 7! 9!
Temos que
 
20 1
f (z) = z sen
z3
 
20 1 1 1 1 1
= z − + − + +···
z 3 3!z 9 5!z 15 7!z 21 9!z 27
z 11 z 5 1 1
= z 17 − + − + +···
3! 5! 7!z 9!z 7
• Singularidades:

f possui uma singularidade essen ial em z=0 que está no interior de γ.

• Resíduos:
 
1 1 1
Res(f , 0) = oe iente de =− =−
z 7! 5040

259
Portanto

Z   h i
20 1
z sen dz = 2πi Res(f , 0)
|z|=1 z3
h −1 i
= 2πi
5040
−πi
=
2520
2
e−z
(l) Seja f (z) = e γ é um quadrado om verti es −1 − i, 1 − i, −1 + i e 1 + i.
z2
Como
z2 z3 z4 z5 z6
ez = 1 + z + + + + + +···
2! 3! 4! 5! 6!
Temos que

2
e−z
f (z) =
z 2 
1 2 z 4 z 6 z 8 z 10 z 12
= 2 1−z + − + − + +···
z 2! 3! 4! 5! 6!
1 z2 z4 z6 z8
= 2 −1+ − + − +···
z 2! 3! 4! 5!

• Singularidades:

f possui um pólo de ordem 2 em z=0 que está no interior de γ.

• Resíduos:
 
1
Res(f , 0) = oe iente de =0
z
Portanto

Z 2
e−z dz h i
= 2πi Res(f , 0)
γ z2
= 0

260
9.6 Exer í ios propostos

(1) Identique todas as singularidades em C das funções e lassique ada uma omo

removível, um polo (indi ando sua ordem), ou essen ial.


 
z sen z 1 1
(a) 2 (b) (c) e z 2 +1 (d) sen
(z − 1)2 cos z z−1

 
2 1 cos z z−i z2 + 4
(e) z sen (f ) 2 (g) (h)
z z 2 − π4 z2 + 1 z(z 2 + 1)2

3 1/z z3 + 1 z sen (z + 2i)


(i) z e (j) 2 (k) (l)
z (z + 1) (4 + z 2 ) sen (πz) z 3 (z 2 + 4)
(2) Determine todos os pólos e suas ordens das seguintes funções e os resíduos nestes

polos:

z 2 − 2z eπz z cos z
(a) (b) ez cossec 2 z (c) (d)
(z + 1)2 (z 2 + 4) z2 + 1 (z − 2)2

ez z2 + 1 e sen z 1 + cos z
(e) (f ) (g) (h)
(z 2 − 4)3 z4 + 1 z(z − 2)2 (z − π)3
1
(i) z
(e − 1)2
(3) Cal ule as seguintes integrais usando o método de resíduos
Z Z Z
2z 4 + 1 cos (πz) ez
(a) 3 2
dz (b) dz (c) dz
|z|=3 (3z − 1)(4 + z ) |z−2|=2 z2 − 1 |z|=3 z(z − 2)
3

Z   Z Z
−1/z 1 dz dz
(d) e sen dz (e) 2
(f )
|z|=1 z |z|=1 z sen z |z−2|=5 z 3 (z − 1)2

Z Z Z
e2z dz tg (z) dz
(g) 2 2
(h) dz (i)
|z|=3 z (z + 2z + 2) |z− 21 |= 23 z |z−1|=1 z8 −1

Z
f ′ (z)
dz Z Z
|z|=5 f (z) z4 eiz dz
(j) (k) dz (l)
(z − 4)3 (z 2 + 1) |z|=1 sen z γ z2 + 4
onde f (z) =
2 − z2

Em (l), γ é a fronteira da semi- ir ulo {|z| ≤ 10, Im(z) ≥ 10}.

261

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