Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e
Tematizações do Real
Cé{io (jarcia
A psicanálise mas,igualmente, dado que a ciência mesma se repensa
a teoria do conhecimento,estão espe como projeto formalizante (com Fre-
cialmente implicadas nesta coletânea ge-- Russell, Gõdel, Lukasiewicz e ou
de Célio Garcia. Toma- se bastante tros), serve a uma discussão incisiva
delicado o problema de saber que di sobre o ser de saber que a experiência
reção,que horizonte estes ensaios nos de Freud inaugura.
apontam,tal sua incandescência. Es Também o ensino de Lacan é
critos para diferentes compromissos considerado em sua vertente mais
de exposição,têm no entanto um con crucial neste momento. Ensino noto
torno comum embora não linear ou, riamente radical, que fez avançar a
se quisermos usar um termo do pró psicanálise até ao "escândalo semân
prio texto, digamos que os ensaios tico" de que nos fala Andréa Loparic,
guardam entre si uma identidade in e que hoje se mostra impactado pelo
comensurável. axioma lacaniano de que o analista
É na circulação de conceitos autoriza-se a si mesmo.
como a equivocidade, a incompletu Lanço esta consideração apenas
de, o impossível e o real, tendo por como indicativo de um tratamento
contraponto o estilo cortante de escri lógico para o problema. .
tura que é a marca do autor, estilo a E finalmente, ao endereçar os
um só tempo cuidado e imprevisto, modelos de saúde pública a urna con
que nos livra da sonolenta ascese aca frontação com a "democracia radi
dêmica aí reconhecemos temas fun cal", esta que se apóia em sua radical
damentais para qualquer debate que impossibilidade, mais se anima de
se trava hoje no campo desse "saber uma vitalidade explosiva o texto de
que a modernidade se permitiu", a Célio Garcia. É quase uma teoria da
psicanálise, e também naquele de cultura que aí se consigna. Do passo
uma filosofia da ciência. elementar que consiste em questio
A lógica,clássica e não-clássica, nar o modelo assistencial na sua faná
comparece a cada termo da argumen tica inapetência pela questão do
tação,legitimando em seus impasses sujeito, até ao ponto de vislumbrar
uma mutação na qualidade do saber, uma política pensável não- unificada,
experimentando o impossível numa entre o estranho e o acontecimento,
dimensão que hoje toma insuficiente percebemos um trajeto que convida a
mesmo uma reflexão anteriormente uma interrogação da própria idéia de
robusta como a do chamado "corte uma cidadania brasileira, na sua ina
nição quanto à estratégia ruidosa dos
·
epistemológico".
Os resultados desse trabalho, técnicos no comércio dos bens de saú
com relação à psicanálise, não são de.
menos instigantes. A heterogeneida Não se trata apenas de leitura
de entre os discursos da lógica e da interpretativa. Esses ensaios mere-
psicanálise,a partir do que o materna cem sensível aproximação.
não é mais o porto seguro das aspira
�Oes de cientificidade freudiana, Amancio Borges de Medeiros
Incompletude
e
Tematizações do Real
Cé{io Çjarcia
Editora
Tahl
T@íbhoteta jf reullíana
Edição em colaboração com o
Simpósio do Campo Freudiano
Editora Tahl
Rua Pouso Alto 252 A
30 240 Belo Horizonte Minas Gerais
APRESENTAÇÃO
3
ano Garcia
Leclaire.
Ainda nessa ll Parte intitulada ''Razão e possibilidade",
inclui um comentário que havia preparado para o livro de
Antonio Quinet, "As 4 mais uma condições da Análise". Até
dei título ao capítulo. Também, vejam só, o viés que tomei
na resenha do livro servia maravilhosamente para dar corpo
à discussão qu.e eu esboçava.
Ou seja, comentando as passagens de Quinet, eu havia
tratado de cotejá-las com o problema da possibilidade, pro
blema clássico da Filosofia. Quais são as possibilidades das
condições? havia eu indagado.
Para a terceira parte, cheguei mais perto. Tratei de
tematizar o real: o real ao nível do mal estar, o mal estar entre
nós, o real em se tratando de um problema específico sobre
o qual eu havia sido chamado a intervir, precisamente,
''Psicanálise e Instituição Pública de Saúde". Não posso
deixar de dizer uma palavrinha sobre esse ultimo tópico.
Em primeiro lugar, considero-o de grande relevância para
nossa pratica ao nível da política. Inicialmente havia sido
convidado por Raquel, uma colega sensacional de Vitória,
para levar conferência e curso por ocasião do ll Congresso
de Psicologia de Vitória. Falei durante quinze horas em dois
dias. Tive uma afonia cruel,mas valeu.
Esse relatório já mereceu um comentário de Amancio
Borges; darei a público esse comentário. Três ou quatro
4
Incompletude e Tematizac,;ões do Real
5
Nota sobre a Incompletude
•
Incompletude e Tematizaçlies do Real
7
P9UM�I1(fll P�PE
I9{ÇOMP.L�Pl1'1YE
1 - Incompletude do Simbólico
10
Incompletude e Tematizações do Real
11
Célio Garcia
Analogia
A modernidade que separa a teologia radonal (metafí
sica) da teologia revelada, de Descartes a Kant, permanecerá
determinada por uma questão - a analogia- própria à Teo
logia cristã. Assim a questão da analogia sobrevive às dou
trinas da analogia. Quanto a Mersenne, Kepler e Galileu, a
necessidade de uma leitura matemática do mundo físico,
lhes levava a falar de um "Deus matemático", portanto
admitir univoddade das verdades matemáticas.
Quanto a Descartes, sua recusa da univocidade o lev�
a reformular a questão da analogia a partir de um novo
léxico, o seu, dominado pelos pares finito/infinito, cria
do/increado. Se a questão da analogia é o inicio de uma
primeira investigação, ocasião em que Descartes critica a
univocidade, necessário se faz uma segunda etapa em que
ele tenta sem ajuda da univocidade nem da analogia, asse
gurar-se de um certo saber, necessário se faz dar margem à
questão do fundamento. A passagem se faz da analogia ao
fundamento.
A passagem caracteriza sem dúvida o nascimento da
modernidade: encerra-se a questão da analogia como me
diação do saber e do absoluto , abre-se a investigação sobre
o fundamento, em termos de relação sem mediação nem
continuidade do saber frente ao absoluto.
No entanto, temos que anotar : as Meditações admitem
somente em parte a suficiência do Ego como fundamento;
ainda é a essência de Deus em ultima análise o fundamento.
A tendência à univocidade que caracteriza, ainda que em
sentidos düerentes, Spinoza, Leibniz, os opõe à tensão car
tesiana tendente à eqú.ivocidade.
12
Incompletude e TematizaçOes do Real
De fini ç õe s
Definição cartesiana de não-univocidade - "nulla ejus
nominus significatio potest distincte intelligi, quae Deo et
criaturis sit comrnunis" o que reproduz a definição escolás
tica.
Finalmente São Tomás - "nihil univoce de Deo dici
possit et de creatura"; uma outra hipótese seria : os nomes
se dizem de Deus e das criaturas segundo a analogia, isto é,
a "proportio". Nada se pode dizer de forma unívoca, de
Deus e da criatura.
13
Célio Garcia
14
Inoompletude e Tematizações do Real
15
Célio Garcia
A Argumentação de Frege
Seja uma função F possuindo um domínio u que com
preende x objetos para os quais a função F toma valor de
verdade; por outro lado, uma função G possui um domínio
v que compreende igualmente x objetos que verificam a
função G. Podem F e G ser totalmente diferentes, os objetos
de u e v podem ser totalmente diferentes, porém a "exten
são" de ambos os domínios é numericamente a mesma. Não
precisamos conhecer o numero x para F e G; basta afirmar
a equinumericidade da extensão de F e G. Este ponto é
capital, pois foi a partir daí que Frege fundou sua definição
de numero cardinal. Para isso ele tem necessidade do con
ceito "equinumericidade ao conceito F' (ou G); em outras
palavras, ele considera que o donúnio u, enquanto proprie
dade intrínseca do conceito F, possui existência indepen
d e n t e d o s objetos q u e ele s u b s u me. E l e é u m a
quase-entidade, não por razões metafísicas, mas porque ele
entra como um termo na igualdade que o liga a v, o que
permite a Frege fundar o conceito de numero x sem ter que
enumerar os x do domínio u.
Aqui entra o famoso predicado de Russell "que não
pode ser predicado de si mesmo". Frege insiste dizendo que
"urna noção é predicada por sua própria extensão" e susten
ta que a "extensão" de um conceito pode se apresentar como
argumento, portanto vale como objeto, portanto é urna en
tidade.
Vamos dar um outro exemplo - a função F "... é um
numero par". É evidente que a extensão desta função sendo
16
Incompletude e Tematizações do Real
17
Célio Garcia
Lógica do fantasma
O lacanismo consiste em : de um paradoxo tirar um
axioma, pôde dizer Jacques-Alain Miller.
Da incomensurabilidade e do tratamento dado a ela
pelos gregos, Lacan tirou uma técnica de definição rigorosa
para o objeto "a ". Ver "Lógica do Fantasma" 26/ Abril
O modelo adotado foi a média e extrema razão ou
proporção. Justamente em se tratando de relação sexual, ele
vai provar que não tem jeito. Só se for na base da Lógica...
Termina seminário dia 1 2 de Abril dizendo- "La prochaine
fois que r irai foutre, il ne faudra pas que j'oublie ma regle à
calcul".
O conceito geral de relação entre dois objetos ou duas
:
grandezas pode ser representado por . Nesse caso, dire
mos relação elementar. Por outro lado, podemos pensar:
quantas vezes temos a, se tomarmos como base b.
Se as grandezas são homogêneas, teremos uma relação
qualitativa. A proporção ("analogia" para os gregos) é o
resultado dessa equivalência entre relações. � � =
18
Incompletude e TematizaçOes do Real
a+b
19
Célio Garcia
I.____ ______,
20
Incompletude e Tematizações do Real
21
Célio Garcia
O materna da incompletude
Da incomensurabilidade declarada pelos gregos (ver
parágrafo anterior), Lacan tira um axioma cuja adoção en
caminha o tratamento a ser dado ao objeto (a). Porém o
materna da incompletude vem a ser S(,N). Encontramos
esse materna à página 821 de "Ecrits", ou mesmo antes à
página 818 quando ele é dito: significante de uma falta no
Outro. Jacques-Alain Miller teve ocasião de se referir mais
de uma vez ao materna em questão, dizendo-o enigmático,
22
lncompletude e Temati.zações do Real
23
Célio Garcia
24
Incompletude e Temati.zações do Real
5--> A=A.
25
Célio Garcia
26
Incompletude e Tematizações do Real
27
ST,(jV.'J\L'lJ.9l P�PE
!1(.9LZ.f.iO T, POSSI$ILI'lJ.9l'lYE
3.As razões da Razão.
A Razão
Para pensar o problema da loucura dispúnhamos de
uma Episteme que se irúciava com a pergunta: que posso
saber? Para responder a essa pergunta dispomos de: 1.
Razão regida por uma Dialética Transcendental que se per
guntava sobre suas condições de possibilidades; 2. Entendi
mento regido por uma Analítica Transcendental que
estabelece princípios e conceitos.
Por Realidade de uma coisa entendia-se nada além de
sua possibilidade; com efeito, a coisa não poderia conter na
realidade mais que ela continha na sua possibilidade com
pleta. Mas, como a possibilidade era tão somente uma posi
ção da coisa com relação ao Entendimento (seu uso
empírico), a Realidade é ao mesmo tempo uma ligação desta
coisa com a percepção.
A Percepção é um ato elementar. "Wahrnehmung" per
cepção etimologicamente quer dizer em alemão "tomar
como verdade". A Razão tem limites, o Entendimento pode
se enganar; para isso existem a Dialética Transcendental
onde a razão se procura a si mesmo e a Analítica Transcen
dental onde se faz o inventário dos conceitos e dos princí
pios no seu uso legítimo. A natureza da loucura (alienação
mental) teria que ser pensada em termos de seu caráter
fudamentalmente intelectual. Em se tratando de loucura,
teríamos que nos referir tão somente às "faculdades de
entendimento e de julgamento". Pinel e Esquirrol (1838) vão
tentar romper com esta tradição epistemologica. A loucura
podia ser objeto específico de observação. As classificações
e maneira de observar antiga foram criticadas. O psiquiatra
dessa época é um alienista tão isolado quanto o louco, objeto
30
Incompletude e Tematizações do Real
31
Célio Garcia
O Inconsciente.
Ora, Freud não se prende à nítida separação entre vida
imaginária e vida de vigília. Pelo contrário, ele se interessa
por percepções oníricas, por expressões as mais diversas,
manifestadas em códigos alternativos como atos falhados,
trocadilhos, chistes.O que era percebido pelas histéricas foi
promovido a um estatuto tão fidedigno quanto percepções
em que se fiavam a Filosofia e a Ciência. "Wahn" traduzido
no texto de Kant pudicamente por "erro", vem a ser loucura,
alucinação. Ora Freud deu crédito a esses "erros". O pensa
mento cognitivo (que conhece) passou então a ser articula
do, explicado, examinado quanto a questões tais como
prazer, satisfação, desprazer. Parecia que Freud viajava
num país que não era esse já conhecido e mapeado pela
Filosofia e pela Ciência da época. Mas, não se podia dizer
que era um país de ficção; era entre os dois. Com isso a
Psicanálise rompe com um trato que era o da Filosofia e da
Ciência. Os neo- freudianos (na sua maior parte formados
no neo-kantismo) tentaram salvar a situação; tinham eles
aprendido que não era possível outra fonte de dados que
não a realidade.
Freud tentou varias formulações quanto ao estatuto a
ser atribuído às coisas agora já na dependência do pra
zerI desprazer. De alguma maneira a Psicanálise terá que se
referir à realidade, já dissemos. Não satisfaz à Filosofia, nem
à Ciência a proposta que pretende a substituição da questão
da realidade pela questão da estruturação do desejo ou pela
questão da inscrição no aparelho psíquico ou da ausên
cia/ presença alucinadas de certos objetos que anteriormen
te tivessem trazido satisfação ao nível de uma experiência
inicial.
Já no "Projeto..." ao tentar esclarecer certos pontos para
um público de cientistas, Freud agrava a situação, pois
termina por empregar termos como Nebenmensch e Das
32
Inc:ompletude e Tematizac;ões do Real
A Coisa
Este foi um dos temas abordados por Jacques Lacan
durante os anos de sua pesquisa e ensino. De fato, Lacan se
vale da formulação de Freud para dizer em sua terminolo
gia: "o real é um resíduo de uma operação efetuada pelo
Simbólico". Até aqui parecia tão somente uma reformulação
do que já havia dito Freud. Foi necessário levar mais longe
a proposição e dizer: a organização significante do desejo
que tenta dar conta do objeto e as formulas matemáticas, ou
Célio Garcia
34
Incompletude e Temati.zações do Real
O Mito
35
Célio Garcia
36
Inrompletude e Tematizações do Real
37
Célio Garcia
Freud, o -descobridor.
Sabemos que Freud foi um descobridor; ele anotou
grande quantidade de observações. Discutiu cada uma des
sas observações ao tentar articulá-las umas às outras. Quan
do uma provável articulação não era vislumbrada, ele se
pernútiu "especular", como ele mesmo dizia. "Especular"
quer dizer dar conta da descoberta ou da anotação em
termos de mito. Mitema era, pois, a unidade de escrita
freudiana; dois tipos de nútos são encontrados : ou Freud
lançava mão de um relato mítico por ele encontrado na
nútologia conhecida, ou ele mesmo criava um novo núto,
preferindo por vezes transformar mitos já existentes.
38
Incompletude e TematizaçOes do Real
39
Célio Garcia
40
Incompletude e TematizaçOes do Real
41
Célio Garcia
42
Inwmpletude e Tematizaçl'ies do Real
43
Célio Garcia
44
lnrompletude e Tematizações do Real
45
Célio Garcia
46
Incompletude e Tematizações do Real
47
O � J!Jv{pOSSio/EL
/
5. Mal estar na Cultura
50
Inoompletude e Tematizações do Real
SI
Célio Garcia
52
Incompletude e Tematizaçôes do Rea l
53
6.- Mal estar entre nós.
54
lnrompletude e Tematizac;ões do Rea l
55
Célio Garcia
56
Incompletude e Tematizações do Real
57
7. Psicanálise e Instituição Pública de
Saúde.
58
Incompletude e Tematizações do Real
59
Célio Garcia
60
Incompletude e Temati.zações do Real
61
Célio Garcia
62
Incompletude e Tematizações do Real
63
Célio Garcia
64
Incompletude e Tematizações do Real
65
Célio Garcia
66
Incompletude e Temati.zações do Real
67
Célio Garcia
68
Incompletude e Tematiulções do Real
69
CéUo Garcla
70
lnoompletude e Tematizações do Real
71
Célio Garcia
n
Incompletude e Tematizações do Real
73
Célio Garcia
74
Inoompletude e Tematlzações do Real
8. Conclusão
Se assim é, se a proposta a que cheguei, tem um mínimo
de consistência, vou definir o que entendo por Saúde Públi
ca, Saúde Coletiva, e Saúde a ser inventada.
Saúde Pública - enfatiza a Epidemiologia , patrocina
tratamento em massa, é solidária com o modelo Pasteu r em
termos de Imunologia e conseqüente imunização, adota
medidas impostas a uma coletivizac;ão forçada, resultando
numa pratica mecanizada de atendimento do público. Em
75
Célio G.lrciA
76
Bibliografia
( 1 ) Bateson. G. (1972) Steps to an ecology of mlnd. New
York. Ballantlne Paperback.
(2) Turkle. S. ( l 984)The second self.Computers and the
human splrlt. A Touchstone Book. PubUshed by Slmon and
Schuster, Inc. New York.
(3) L' Ane. Le magazine freudlen. Abrll l985
(4) Badlou. A.(1 989) Peut-on pensar la polltlque? Edltlons
du Seull .
(5) Mllner. J.-c. ( 199 1 ) Lacan et la sclence moderna. In
"Lacan avec les phllosophes" Albln Michel. Paris.
(6) Lyotard. J.-F. ( 1 989) Témolgner du dfférend. Quand
phraser ne se peut. Edltlons Oslrls. Paris.
(7) Zlzek. S. ( 1990) lls ne savent pas ce qu'Us font. Le
slnthome ldéologlque. Polnt Hors Ugne. Paris.
(8) Matustlk. M. J. ( 1 9 1 9) "Hóvel and Habermas on ldentlty
and Revolutlon" ln Praxls lnternatlonal vol. 10. Números
3/4. Outubro 1 990/Janelro 1 99 1 .
77