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“Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu”
Para muitos, o tempo agora é de férias. Para a população estudantil, pode ser hora de
voltar aos bancos escolares, após o recesso escolar antecipado. Outros tantos continuam
o trabalho diário que não foi interrompido. Para todos, é tempo de viver o momento
presente, aprendendo com as eventuais demoras de Deus, as quais, muitas vezes, nos
deixam agitados. A Palavra de Deus dá indicações precisas: “Tudo tem seu tempo.
Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de
morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e
tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de
rir; tempo de lamentar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de
ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de se afastar dos abraços; tempo de procurar e
tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de
costurar; tempo de calar e tempo de falar; tempo do amor e tempo do ódio; tempo da
guerra e tempo da paz” (Ecl 3,1-8). Infelizmente, em tantas partes do mundo e em
nossas cidades, parece prolongar-se o tempo da violência e da guerra, depredações,
conflitos alimentados, agressões aos mais pobres. Entretanto, a prudência e a atenção
para viver bem cada momento presente, dedicando-o a amar a Deus e ao próximo,
oferecem os elementos necessários ao discernimento do que fazer diante da vida.
Dentro de nós e ao nosso lado existem joio e trigo (Cf. Mt 13,24-43). O “dono da
plantação”, o Filho do Homem, espalha a boa semente. Saber que o maligno pode
semear a maldade não é teoria, mas constatação realista em nossa vida e em nosso
mundo. Difícil é ter a paciência de Deus, com a qual aprendemos que não bastam todas
as nossas técnicas para mudar o coração das pessoas, cuja porta só se abre por dentro.
Atitude madura pode ser o reconhecimento de nossos defeitos, aliado ao trabalho diário
de conversão. Um bom exame de consciência proporciona a mudança progressiva, feita
de propósitos simples, adequados à capacidade de cada pessoa. O diálogo com pessoas
respeitosas e seguras contribui para uma visão mais crítica a respeito do próprio
comportamento, com a coragem para dar nome àquilo que é certo ou errado, sem
agressividade e violência. Depois, levar nossos pecados ao tribunal da penitência, cuja
sentença é sempre o perdão, antecipa o juízo de Deus, pois o Senhor sempre aproveita a
oportunidade para proclamar sua misericórdia. Afinal de contas, Deus só sabe amar e
perdoar!
A juventude é chamada de “a flor da idade”; porque é bela, forte, pujante, cheia de vida
e de desafios. Mas, muitos jovens estão sofrendo em nossos dias porque não sabem o
sentido da vida e porque não lhes foi mostrada a sua beleza, conforme a vontade de
Deus. Muitos, perdidos no tempo e no espaço, debatem-se no tenebroso mundo do
crime, das drogas, da violência, do sexo sem compromisso, e de outras mazelas. Que
tristeza!
O jovem não tem o direito de abandonar ou deixar estragar a sua vida; pois ele é a mais
bela Obra do Criador. Paul Claudel, um teatrólogo francês, disse que “o jovem não foi
feito para o prazer, mas para o desafio”. Mas, só Cristo pode dar ao jovem o máximo.
Jesus lhe revela a sua beleza e o seu valor; e mostra-lhe a grandeza de ser “filho amado
de Deus”.
O jovem cristão deve honrar os seus pais, como ensina o quarto Mandamento; deve ser
fiel a seus amigos e irmãos, deve estudar e trabalhar, nunca perder tempo e jamais jogar
a vida fora com coisas vazias. Terá que descansar e se divertir, mas de maneira
saudável, sem pecar, sem fazer do prazer um fim, mas apenas um meio de descansar e
poder viver bem e fazendo o bem aos outros.
É na juventude que Deus nos chama a um encontro pessoal com Ele; para alguns será o
chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, vivendo no celibato e entregando a sua
vida radicalmente a Deus a serviço do seu Reino. Não existe nada mais belo para um
jovem do que a vocação sacerdotal. Sem o sacerdote não há Igreja, não há o perdão
sacramental dos pecados, não há a Eucaristia, não há salvação.
O jovem cristão precisa conhecer a doutrina católica; ler e estudar o Catecismo para
saber dizer a seus parentes e amigos qual a sua esperança e as “razões de sua fé” (1 Pe
3,15).
Sabemos que o jovem tem grande dificuldade para a perseverança religiosa; por isso
precisa rezar constantemente; participar dos sacramentos da Eucaristia e Confissão,
meditar a Palavra de Deus e se engajar em um trabalho pastoral. Tudo isso sem
descuidar de sua formação humana, seus estudos, trabalhos e ajuda à família. Assim
será um jovem de Deus e que faz a sua vontade.
A maioria dos jovens é chamada à vida matrimonial; então, cabe-lhes começar bem se
preparando para o matrimônio. Essa preparação exige uma vida de estudo e trabalho
para encontrar o seu lugar no mercado de trabalho, e, no momento adequado começar
um namoro cristão para procurar a pessoa com quem se casar um dia.
Deus quer o jovem alegre, casto e dedicado ao que faz. Que espalhe a alegria no seu
rosto, viva a castidade no pensamento, nas leituras, no que assiste e no namoro; estude
com seriedade e trabalhe com dedicação. É na juventude que se constrói o futuro
próprio, da família e da sociedade. A juventude é a força motriz da sociedade, o
perfume saudável da vida. O jovem cristão deve imitar Aquele que viveu em Nazaré, e
que deu a vida por todos.