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No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos
eventos narrados, destaca-se a:
2)(P0000046)(UNESPAR)
Os advérbios são uma classe de palavras que tem como finalidade modificar um verbo,
um adjetivo, ou até mesmo um outro advérbio. Essa função de modificador faz com que
o advérbio atribua uma circunstância ao termo que ele modifica.
Segundo o psiquiatra Daniel Barros, pessoas que estudam mais tendem a elevar a
expectativa de vida. “Existem diversas pesquisas mostrando que cada ano investido em
conhecimento se reverte em anos a mais na vida do indivíduo”, afirma.
Para uma maior qualidade de vida, a dica do especialista é equilibrar atitudes. “Claro
que é importante malhar, praticar atividades físicas, comer saudavelmente, mas não
somos feitos somente de ‘corpo’. Não podemos nos esquecer da mente”, observa.
A prova dos 1 500 metros rasos, juntamente com a da milha (1 609 metros),
característica dos países anglo-saxônicos, é considerada prova tática por excelência,
sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da fórmula a ser utilizada para
vencer a prova. Os especialistas nessas distâncias são considerados completos homens
de luta que, após um penoso esforço para resistir ao ataque dos adversários, recorrem a
todas as suas energias restantes a fim de manter a posição de destaque conseguida
durante a corrida, sem ceder ao constante assédio dos seus perseguidores.
[...] Para correr essa distância em um tempo aceitável, deve-se gastar o menor
tempo possível no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair na frente dos
adversários, sendo essencial o completo domínio das pernas, para em seguida
normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se diminuir o ritmo, a fim de
trabalhar forte no restante da prova, sempre procurando dosar as energias, para não
correr o risco de ser surpreendido por um adversário e ficar sem condições para a luta
final.
Deve ser tomado cuidado para não se deixar enganar por algum adversário de
condição inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente não tem, com
o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro da mesma equipe possa tirar
proveito da situação e vencer a prova. Assim sendo, o corredor experiente saberá manter
regularmente as suas passadas, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha.
Conhecendo o estado de suas condições pessoais, o corredor saberá se é capaz de um
sprint nos 200 metros finais, que é a distância ideal para quebrar a resistência de um
adversário pouco experiente.
O corredor que possui resistência e velocidade pode conduzir a corrida segundo
a sua conveniência, impondo os seus próprios meios de ação. Finalmente, ao ultrapassar
um adversário, deve-se fazê-lo decidida e folgadamente, procurando sempre
impressioná-lo com sua ação enérgica. Também deve-se procurar manter sempre uma
boa descontração muscular durante o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabeça
para trás e encurtar as passadas para finalizar a prova.
(http://treino-de-corrida.f1cf.com.br)
O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora,
mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente,
levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse
telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau
com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem.
Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava
cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu
linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e
jamais deixara de ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa,
que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: “como é?”, e a
ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas,
aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as
sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal
emergência, e arrematou: “Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um
sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e
seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se
a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer
coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a
pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava
calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai
avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste
advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas
cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes
passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos
jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima.
Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se
no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”,
ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a
camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se,
embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz.
Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente,
não devia ter saído de casa.
(70 historinhas, 2016.) 1 arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da epopeia Eneida, do
escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias).
No contexto da cultura do estupro, está em vigência uma mentalidade que não vê como
muito problemático que um homem estupre uma mulher. O estupro não é considerado
anormal. Muitas vezes o próprio estuprador sequer consegue perceber que o seu ato é
um estupro. Outras vezes não vê seu ato como um crime, mas como um estranho direito
sobre uma mulher ou outra pessoa estuprável. Um estupro é incomparável e pode ser
aniquilador de uma subjetividade, de um corpo, de uma vida. O horror do estupro
expressa muitos outros horrores. Os horrores da própria cultura que é capaz de produzir
subjetividades capazes desse crime.
A maior parte das pessoas se sente confusa diante de estupros. Talvez por confusão,
mais do que por maldade, acabem por especular sobre a vítima, que é desrespeitada na
sua condição de vítima. Aquele hábito super comum de colocar a culpa na roupa, no
comportamento, no modo de ser da vítima, aprofunda ainda mais a cultura do estupro. É
como se a pessoa continuasse sendo estuprada, violentada pelos ataques verbais, depois
de ter sido estuprada fisicamente. Como se, depois do estupro físico, a pessoa estuprada
continuasse sendo estuprada simbolicamente.
Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias verdadeiras”.
Maio/2019.
No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham
informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o
mesmo número de pessoas.”, os dois‐pontos são utilizados para introduzir uma:
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação. (repare que no começo da frase após as reticências que indica: omissão
de alguma coisa que não se quer revelar, emoção demasiada, insinuação etc. ele fala...
Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do
que muitos pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por disseminar
notícias falsas. nesse sentido a marca de dois postos ( : ) indica uma explicação.
Espero que tenha compreendido)
d) contradição.
e) condição.
Na porta da rua uma dentadura grande, embaixo escrito Dr. Carvalho, Dentista. Na
sala de espera vazia uma placa, Espere o Doutor, ele está atendendo um cliente. Esperei
meia hora, o dente doendo, a porta abriu e surgiu uma mulher acompanhada de um
sujeito grande, uns quarenta anos, de jaleco branco.
Vou ter que arrancar, ele disse, o senhor já tem poucos dentes e se não fizer um
tratamento rápido vai perder todos os outros, inclusive estes aqui — e deu uma pancada
estridente nos meus dentes da frente.
Ele bloqueou a porta com o corpo. É melhor pagar, disse. Era um homem grande
[…]. E meu físico franzino encoraja as pessoas. Odeio dentistas, comerciantes,
advogados, industriais, funcionários, médicos, executivos, essa canalha inteira. Todos
eles estão me devendo muito. Abri o blusão, tirei o 38 [...]. Ele ficou branco, recuou.
Apontando o revólver para o peito dele comecei a aliviar o meu coração: tirei as gavetas
dos armários, joguei tudo no chão, chutei os vidrinhos todos como se fossem balas, eles
pipocavam e explodiam na parede. Arrebentar os cuspidores e motores foi mais difícil,
cheguei a machucar as mãos e os pés. O dentista me olhava, várias vezes deve ter
pensado em pular em cima de mim, eu queria muito que ele fizesse isso para dar um tiro
naquela barriga grande […].
Eu não pago mais nada, cansei de pagar! Gritei para ele, agora eu só cobro! (O melhor
de Rubem Fonseca, 2015.)
O primeiro verbo atribui ideia de futuro ao segundo na locução verbal sublinhada em:
A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o
córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda,
entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na
rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas,
num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?
Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com
essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o
contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter
piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos
aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam
demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer
visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura
parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar1 a doida,
isolada e agreste no seu jardim.
Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e
de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado
numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e
desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.
Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam
escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.
Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo
remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo).
Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma
festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por
que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate- -boca; ela rolou
escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já
outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o
velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava
custando a morrer – mas nos racontos2 antigos abusava-se de veneno. De qualquer
modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o
conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e
acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de
visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se.
Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e
roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes
uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no
cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E,
afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida,
jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de
irrisão3 .
Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O
sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta
grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. E assim, gerações
sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e
lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer.
Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre
furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que
afogava o remorso.
Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três
tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis
lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O
hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro
que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda
família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam
pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido
é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para
loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante,
ao passo que livros mentem. (Contos de aprendiz, 2012.)
a) de ligação.
b) transitivo direto e indireto.
c) transitivo direto.
d) intransitivo. (Como o verbo aparecer no sentido de "surgir" não pede complemento,
ele não tem nenhuma transitividade. Assim, como não é dos de ligação também, só
pode ser intransitivo, que não pede complemento.)
e) transitivo indireto.