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Resumo

Este artigo, aborda sobre a avaliação institucional, no âmbito das instituições de ensino
superior, a principio a avaliação institucional é um processo que visa aferir a qualidade
do desempenho e dos resultados alcançados pelas instituições de ensino superior no seu
domínio de ensino, investigação científica e prestação de serviços à sociedade, não só,
mas também avaliação de docentes, aprendizagem dos estudantes e de condições de
infraestruturas. Em Moçambique, a avaliação de instituições publicas bem como as
privadas de ensino superior, é alicerçada pelo Decreto nº 63/2007 de 31 de dezembro,
para assegurem a melhoria da qualidade e relevância dos serviços prestados, faz-se
mediante a colecta de dados com variáveis dos indicadores de qualidade selecionados
pelo SINAQES, não obstante, o processo de avaliação na sua integra, obedece três
etapas e a primeira destaca-se por preparação; implementação por síntese que culmina
com a elaboração de relatório. A avaliação institucional no âmbito do processo de
ensino e aprendizagem, primeiro é especificada em avaliação diagnóstica que permite
identificar dificuldades e avanços no processo de aquisição de conhecimento, segundo
em avaliação formativa que permite oferecer aos alunos a oportunidade de refletirem
sobre seus avanços, e por último especificada em avaliação sumativa com função
classificatória realiza-se ao final do curso, período lectivo e consiste em classificar os
alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos,
geralmente tendo em vista sua aprovação ou reprovação. A avaliação institucional, pode
ser feita á nível interno, ou seja, operados pelas próprias instituições do ensino superior
para avaliarem o seu desempenho e à nível externo operados por entidades externas ou
por especialistas do órgão de tutela ou por uma entidade por si contratada para o efeito e
assenta na aferição da conformidade das actuações pedagógicas e de administração e
gestão, bem corno da eficiência e eficácia dos mesmos, na sua conformidade com o
legalmente estabelecido e com as normas orientadoras da tutela. Contudo, a avaliação
Institucional é muito importante pelo facto de contribui para o autoconhecimento
institucional; fornecendo informações para os processos decisórios por meio de análise
dos processos académicos, do funcionamento e estrutura organizacional e
administrativa, dos cursos, dos projectos e programas.

Palavras chaves

Avaliação Institucional, Tipos de avaliação institucional, Avaliação interna e externa,


Importância de avaliação institucional.
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Abstract
This article, addresses the institutional assessment, within the framework of higher
education institutions, at first the institutional evaluation is a process aimed at gauging
the quality of performance and results achieved by higher education institutions in their
field of education, scientific research and service provision to In Mozambique,
institutional assessment, concretely public institutions as well as private higher
education, is based on Decree No. 63/2007 of December 31 which creates by
SINAQES, to ensure improvement The second implementation and the third last by
synthesis that culminates with the elaboration of report. Institutional evaluation in the
teaching and learning process, it is first specified in a diagnostic evaluation that allows
identifying difficulties and advances in the process of acquiring knowledge, second in a
formative evaluation that allows students to offer students the opportunity to reflect on
their performance, and by the last specified in summative evaluation with a
classification function is carried out at the end of the course or academic year where is
to classify students according to previously established use level, generally in view of
their approval or disapproval condition. Institutional evaluation, it can be done at the
internal level, that is, operated by higher education institutions to evaluate their
performance and at the external level operated by external entities or by specialists of
the guardianship body or by an entity contracted for the purpose and However,
institutional evaluation is very important because it contributes to institutional self-
knowledge; Providing information for decision-making processes through analysis of
academic processes, operation and organizational and administrative structure, courses,
projects and programs.

Keywords

Institutional evaluation, types of institutional, internal evaluation, external evaluation,


importance of institutional evaluation.

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Índice
I. Introdução........................................................................................................................4

II. Delimitação do tema.....................................................................................................4

III. Problematização...........................................................................................................4

IV. Justificativa..................................................................................................................5

V. Objectivos........................................................................................................................5

VI. Metodologia.................................................................................................................5

1. Revisão de Literatura........................................................................................................6

1.1. Conceito de Avaliação Institucional.............................................................................6

1.2. Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino


Superior....................................................................................................................................8

1.2.1. Indicadores de qualidade para a avaliação institucional............................................8

1.3. Etapas de Avaliação institucional.................................................................................9

1.4. Importância da avaliação institucional........................................................................11

1.5. Tipos de avaliação institucional..................................................................................11

1.5.1. Avaliação diagnóstica.............................................................................................11

1.5.2. Avaliação formativa...............................................................................................12

1.5.3. Avaliação Sumativa................................................................................................12

1.6. Níveis da avaliação institucional................................................................................13

1.6.1. Avaliação interna ou autoavaliação........................................................................13

1.6.2. Avaliação externa...................................................................................................14

Conclusão...............................................................................................................................16

Referências Bibliográficas.....................................................................................................17

Apêndices...............................................................................................................................18

I. Introdução
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No que concerne a avaliação institucional, sabe-se que é uma prática crucial que auxilia
na tomada de decisão consistente por meio de evidências, bem como controle e
regulação de instituições de ensino, com intuito de oferecer ensino de qualidade
desejado pela sociedade. Entretanto, neste artigo vai-se falar dos fundamentos da
avaliação institucional, importância, tipos e níveis de avaliação institucional, de forma
concisa, este artigo apresenta direcções adequadas para a realização da avaliação
institucional.

Actualmente, as instituições de ensino jornadeiam para uma realidade diferente dos anos
anteriores, nesta vertente elas devem se autoavaliarem para que possam tomar medidas
favoráveis de modo a se adaptar a realidade contemporânea, para tal, no
desenvolvimento deste artigo apresenta-se os conteúdos que podem ajudar na
concretização da avaliação em diferentes âmbitos do ambiente institucional. Sendo
assim o artigo encontra-se desenvolvido de modo a facilitar aos leitores, assim como a
sociedade académica a compreensão do mesmo. Devido a relevância desta temática, o
desenvolvimento do artigo integra todos os aspectos pretextais de um trabalho cientifico
de modo a tornar mais credível.

II. Delimitação do tema

Acredita-se que, quando se fala de avaliação institucional, logo a prior percebe-se do


que realmente se refere, mas de forma ampla. Para eliminar qualquer equívoco ao longo
do desenvolvimento deste artigo. Nesta perspectiva, o artigo cientifico que se apresenta,
centra-se no estudo da avaliação educacional e, especificamente, no ensino superior.

III. Problematização

A avaliação institucional sempre esteve presente no ambiente escolar e é um assunto


polêmico, pois é vista como desagradável, autoritária, inflexível e ameaçadora.
Tratando-se do ensino superior está visão enganosa e tendenciosa é muito comum pelo
facto de alguns agentes integrantes quererem defender os seus interesses, tornando
assim avaliação muito retardada. Por parte de docentes e estudantes, a avaliação tem
sido utilizada muitas vezes de forma reducionista, pois é comum ouvir-se "Vou fazer
uma avaliação", quando se vai aplicar uma prova ou um teste. Avaliar exige, antes que
se defina aonde se quer chegar, que se estabeleçam os critérios, para, em seguida,
escolherem-se os procedimentos, inclusive aqueles referentes á coleta de dados.
Portanto, a avaliação não se limita na aplicação de provas, nesta perspectiva, a pergunta

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que se coloca é: será que a avaliação institucional é um processo exigível e subsidia no
processo de tomada de decisão?

IV. Justificativa

A avaliação institucional é muito importante em todo seu âmbito, embora haja fraca
implementação constante nas instituições de ensino superior, pois é neste nível em que a
camada juvenil se concentra, os quais são a base do desenvolvimento económico, social
e politico, mas o que se pretende com este estudo é levar à conscientização de que a
avaliação é uma prática contínua que faz parte do processo de ensino e aprendizagem e
deve ser considerada como um recurso para repensar o ensino e criar situações que
realmente garantam a aprendizagem dos alunos, bem como relatar as experiências. Ao
ser entendida como parte integrante da aprendizagem, a avaliação permite aos
envolvidos no processo um exercício de reflexão, que favorece a tomada de decisões e a
superação de desafios com o objetivo final que é uma formação crítica tanto dos
docentes quanto dos estudantes, visando o alcance da qualidade de ensino desejada.

V. Objectivos

O objectivo geral deste estudo é fornecer diretrizes para a concretização de avaliação


institucional em todos âmbitos, de modo a demostrar a sociedade a académica que
avaliação é uma prática crucial e não é um processo complicado o quanto parece. Sim
os objectivos específicos do mesmo, são:

Apresentar os conceitos e fundamentos da avaliação institucional/ensino


superior;
Demostrar a importância da avaliação institucional/ensino superior;
Descrever e caracterizar os níveis da avaliação institucional;
Descrever os tipos de avaliação institucional.
VI. Metodologia

Para a íntegra elaboração deste artigo científico, como uma estratégia de análise, optou-
se pela abordagem predominantemente qualitativa, onde recorreu-se às consultas de
referências bibliográficas e manuais que abordam sobre o mesmo tema, tendo auxiliado
no desenvolvimento do mesmo, não obstante, recorreu-se análise documental e
observações para a credibilização e a consistência das informações apresentadas ao
longo do desenvolvimento deste trabalho.

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1. Revisão de Literatura
1.1. Conceito de Avaliação Institucional

De acordo com Azevedo (2002), citado por Sousa (2007), avaliar as instituições
escolares não é meramente avaliar os professores ou os alunos, embora possa
proporcionar a uns e a outros e inclusive também aos pais e aos poderes locais,
instrumentos para a execução de melhoria das práticas educativas. No entanto, nesta
alusão percebe-se que no processo de avaliação institucional os professores, bem como
os alunos são simplesmente agentes envolventes no processo de avaliação, não podendo
serem considerados agentes que incidem sobre a avaliação, por isso o avaliador deve ser
capaz de isolar os agentes para que efetivamente a sua avaliação seja eficaz e realmente
possa melhor o que deve ser melhorado.

“A Avaliação Institucional, então, se equilibra entre dois


pesos: o processo burocratizado que envolve as
instituições de educação superior em seus processos
avaliativos e a necessária e imprescindível articulação dos
processos de avaliação institucional com os projectos
pedagógicos de cursos” (Saches, 2009, p.8).

Sabe-se que atualmente, a avaliação institucional das Instituições de Ensino Superior


(IES) é posta como um instrumento de responsabilização das instituições perante a
sociedade, com o intento de avaliar a qualidade de seus serviços, mas francamente a
verdadeira essência de avaliação não pode ser simplesmente assim vista, visto que a
sociedade contemporânea enfrenta sérios problemas sociais, políticos e económicos que
precisam de uma intervenção para a sua solução ou atenuação. Portanto, a avaliação
institucional das Instituições de Ensino Superior (IES), deve cingir-se se os agentes
passivos (estudantes) estão sendo proporcionado ferramentas úteis para a participação
na solução dos problemas sociais, políticos e económicos e por outro lado, o
apuramento da qualidade será feito pela sociedade ao longo da atuação dos estudantes
graduados, sem exclusão dos factores internos (programas, recursos e competências)
que também determinam a qualidade das instituições de ensino superior.

No ambiente escolar, Meurer (2016), diz que a avaliação é um dos recursos que auxilia
o professor na sua prática pedagógica, principalmente no que diz respeito à avaliação do

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ensino e da aprendizagem, Vasconcelos (1994, p. 43), citado por Meurer (2016), se
refere ao processo avaliativo em sentido amplo:

Avaliação é um processo abrangente da existência humana que


implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada
de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.

A avaliação institucional conceitua-se em vários âmbitos e todas elas se circunscrevem


no ambientem universitário, por está razão tornam-se imprescindível que o a comissão
avaliadora leve em contas as seguintes extensões que Sanches (2009) frisa para melhor
orientação no processo de avaliação:

 Avaliação Institucional com base a necessidade: é feita se apoiando em


alicerces de discussões, acções e reflexões gerados pela própria comunidade
académica, para que as instituições de ensino superior possam formar cidadãos
críticos, reflexivos e profissionais competentes. Não só, mas também é
necessário que as instituições superiores sem romper as normas legislativas,
repensem constantemente, sua missão, suas práticas, seus princípios, suas
politicas e seus valores no processo de avaliação.
 Avaliação institucional com base no histórico: é feita com base no resultado
de um processo histórico construído ao longo dos tempos passados em estreita
relação com outros movimentos sociais, baseando-se em verificações prévias,
em relatórios parciais, em relacionamento do avaliador com o avaliado,
utilizando-se apenas dos resultados mais convenientes.
 Avaliação institucional como processo: todos os actores académicos devem
participar dessa etapa, com criticas e sugestões que são decisivas para as
melhorias almejadas. Portanto, esse momento culmina com o fluxo de
informações obtidas, o diagnostico do processo por meio de colecta de dados
qualitativos bem como os dados quantitativos e de seguida se trabalhar com
indicadores.

Antes de mais nada, elabora-se os instrumentos de colecta de dados sobre a realidade a


ser avaliada, observando-se cuidadosamente os marcos metodológicos que subsidiarão o
processo avaliativo. Os dados terão, inicialmente, um carácter descritivo da realidade,
de maneira a enriquecer as informações:

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Vide o apêndice 1: Ficha de avaliação do desempenho do docente pelo estudante.

Depois de adopção de critérios para o tratamento dos dados, os passos seguintes


apontam para o processo de tomada de decisão, com base nas informações da
autoavaliação institucional e elabora-se planos de acções a serem desencadeadas no seio
da realidade institucional. Contudo, sabe-se que em qualquer país existem leis, estatutos
e normativos que regem o funcionamento de uma certa entidade, portanto para a
avaliação institucional, em Moçambique existem também entidades responsáveis na
avaliação institucional legitimados pelo governo, sem prejuízo do sistema da avaliação
interna adoptada pela própria instituição de ensino, como veremos a seguir.

1.2. Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade


do Ensino Superior

De acordo com Decreto nº 63/2007 de 31 de dezembro que cria “o Sistema Nacional de


Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior”, com a crescente
expansão de instituições de ensino superior aliada à necessidade de harmonização do
ensino superior a nível nacional, regional e internacional urge o estabelecimento de
mecanismos que assegurem a melhoria da qualidade e relevância dos serviços
prestados. Para tal foi criado o Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e
Garantia de Qualidade do Ensino Superior, abreviadamente designado por
SINAQES, o mesmo aplica-se a todas as instituições públicas e privadas que exerçam
actividades de ensino superior em Moçambique.

De acordo com a colectânea de legislação do ensino superior (2012), no artigo 1, da


línea a), do Decreto Nº 63/2007 de 31 de dezembro, SINAQES– é um sistema que
integra normas, mecanismos e procedimentos coerentes e articulados que visam
concretizar os objectivos da qualidade no ensino superior e que são operados pelos
actores que nele participam.

1.2.1. Indicadores de qualidade para a avaliação institucional

De acordo com o Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior


(CNAQ), as instituições de ensino superior, bem como os órgãos reguladores do, desse
subsistema de ensino, no âmbito da avaliação, devem ter em conta os indicadores
propostos pelo SINAQES, através do Decreto-lei nº 63/2007, de 31 de dezembro, no
contexto das avaliações do CNAQ. Os quais são apresentados no quadro abaixo:

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Quadro 1: Indicadores de qualidade para a avaliação institucional

Indicadores Designação
Indicador 1 Missão e objectivos
Indicador 2 organização e gestão dos mecanismos de garantia da qualidade
Indicador 3 Currículo
Indicador 4 Corpo docente
Indicador 5 Corpo discente e ambientes de aprendizagem
Indicador 6 Pesquisa e extensão
Indicador 7 Infraestruturas: laboratórios, salas de aulas, bibliotecas e
equipamentos
Indicador 8 Corpo técnico-administrativo
Indicador 9 Nível de internacionalização das actividades da instituição
Fonte: Elaboração própria, com base no Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade
do Ensino Superior (2016)

1.3. Etapas de Avaliação institucional

O processo de avaliação institucional, segue procedimentos previamente traçados pelos


responsáveis de avaliação, o mesmo obedece três etapas de aprimoramento antes da sua
execução, como se pode ver no quadro abaixo:

Quadro 2 - Etapas de Avaliação institucional

Etapas Operacionalização
1ª) Etapa de Preparação: Constituição da equipe de trabalho da escola;
Compreende as acções que Sensibilização para o projecto;
antecedem a implementação Elaboração de uma proposta de avaliação
do processo avaliativo. preliminar para a escola;
Discussão da proposta com a comunidade
escolar (Feedback);
Definição do projecto de autoavaliação
contendo os seguintes elementos:
Justificativa, referencial teórico, objectivos,
dimensões a serem avaliadas (objectos de
avaliação), procedimentos metodológicos,
cronograma e recursos.
2ª) Etapa de Implementação: Sensibilização para a operacionalização;
Compreende as acções de Elaboração, discussão, testagem e aplicação
elaboração e aplicação de dos instrumentos de coleta de informações;

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instrumentos de colecta de Apuração e organização dos dados coletados;
dados, organização e por Discussão coletiva dos dados coletados com a
fim análise dessas comunidade escolar. (Feedback).
informações.
3ª) Etapa de Síntese: Elaboração de relatórios conclusivos;
Compreende as Discussão sobre o uso dos resultados, com
informações já organizadas, encaminhamento do Plano de Acção;
que deverão servir de Revisão e ajustes no processo avaliativo
orientação para acções que (Meta avaliação);
a escola desenvolverá a Publicação e divulgação do relatório final.
partir da análise dos (Feedback).
resultados pela comunidade
escola.
Fonte: elaboração própria com base em Brandalise (2010), citado por Moura (2017)

Para tanto, mediante aos critérios de colecta de dados com base nos indicadores da
SINAQES, que consequentemente colocadas para sistematização e análise dos dados,
poder-se-á resumir numa escala de 1 a 4 pontos para a tomada de decisão, como se
ilustra, no quadro abaixo:

Escala Desempenho Pontuação em %


1 Não satisfatório 0 – 59%
2 Satisfatório com muitas reservas 60 – 79%
3 Bom 80 – 89%
4 Excelente 90 – 100%
Fonte: Manual de Avaliação Externa de Instituições (2016)

Segundo o Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior (2016),


uma instituição enquadra-se:

1. no nível C da acreditação quando a percentagem dos critérios alcançados se situa


entre os 60 e 79%, necessitando de monitorização rigorosa dos seus processos;
2. no nível B quando a sua pontuação se situa entre os 80 e 89%, necessitando de
monotorização;
3. no nível A, quando a maioria dos requisitos são alcançados, pontuando entre os
90 e os 100%.

As instituições, que atinjam uma percentagem de critérios alcançados entre 0 e 49%,


não podem ser acreditadas, necessitando de uma intervenção urgente.

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1.4. Importância da avaliação institucional

Segundo Nono (2019), a avaliação institucional tem importância em diferentes âmbitos,


dessa forma, é importante porque avalia os conhecimentos prévios dos estudantes
considerados a avaliação de entrada, avaliação de input; uma função diagnóstica, do dia-
a-dia, a fim de verificar quem absorveu todos os conhecimentos e adquiriu as
habilidades previstas nos objetivos estabelecidos. Por outro lado, a sua principal função
é subsidiar o professor, a equipe escolar e o próprio sistema no aperfeiçoamento do
ensino. Desde que, a avaliação seja utilizada com as cautelas previstas, fornece
informações que possibilitam tomar decisões sobre quais recursos educacionais devem
ser organizados quando se quer tomar o ensino mais efetivo.

Para o Inep (2009), citado por Moura (2017), as funções mais importantes da
autoavaliação são a de produzir conhecimentos, pôr em questão a realização das
finalidades essenciais, identificar as causalidades dos problemas e deficiências,
aumentar a consciência pedagógica e a capacidade profissional dos professores, tornar
mais efetiva a vinculação da instituição com o entorno social e a comunidade mais
ampla, julgar acerca da relevância científica e social de suas atividades e seus produtos,
prestar contas à sociedade, justificar publicamente sua existência e fornecer todas as
informações que sejam necessárias ao conhecimento do Estado e da população.

Segundo Saches (2009), a avaliação Institucional contribui para o autoconhecimento


institucional; fornecendo informações para os processos decisórios por meio de análise
dos processos académicos, do funcionamento e estrutura organizacional e
administrativa, dos cursos, dos projectos e programas.

1.5. Tipos de avaliação institucional


1.5.1. Avaliação diagnóstica

Na perspectiva de Meurer (2016), a avaliação diagnóstica identifica dificuldades e


avanços no processo de aquisição de conhecimento e pode ser usada para classificar ou
subsidiar a aprendizagem. Mas para Leitão (2013), este tipo de avaliação pode muito
bem servir para organizar toda a aprendizagem do estudante, descobrir os seus pontos
fortes e fracos. No entanto, as avaliações diagnósticas são conduzidas com o propósito
de identificar as fraquezas e as potencialidades dos estudantes, com o intuito de
informar futuras estratégias aos docentes e aos estudantes.

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1.5.2. Avaliação formativa

De acordo com Meurer (2016), a avaliação formativa pressupõe desenvolver


competências, ou seja, é um processo que ocorre de forma contínua, participativa,
diagnóstica e investigativa. Através da avaliação formativa é possível verificar os
avanços e dificuldades do aluno e dessa forma intervir agindo e redefinindo os rumos
que devem ser percorridos fazendo considerações relevantes para reconstrução e
aprimoramento do saber. Portanto, pode se entender que a avaliação formativa é
também emancipatória, pelo facto de oferecer aos alunos a oportunidade de refletirem
sobre seus avanços, levando em consideração as avaliações realizadas em diferentes
momentos e de diferentes maneiras.

“Uma avaliação formativa ajuda o aluno a compreender e a se


desenvolver. Colabora para a regulação de suas aprendizagens, para o
desenvolvimento de suas competências e o aprimoramento de suas
habilidades em favor de um projecto” (MACEDO, 2007, p. 118).

Mas para Leitão (2013), A avaliação formativa tem sempre presente a relação
pedagógica com o aluno, isto é, acompanha o seu percurso e adequa constantemente os
métodos que o aluno precisa para melhorar e progredir. É uma avaliação
contínua, pois acontece em todos os passos de educação do aluno. No fundo, a avaliação
formativa é o próprio ensino, isto é, ao ensinar, o professor aplica nos seus
métodos pedagógicos uma relação pedagógica que permite ao aluno ter sempre plena
consciência do seu ponto de aprendizagem e de como deve modificar‐se para atingir os
objectivos pretendidos. A avaliação formativa foca-se principalmente nas actividades,
isto é, tem por finalidade facilitar a aprendizagem e, com tal, adequar as estratégias para
os alunos. A avaliação formativa é reguladora, reforça e corrige o percurso do aluno.

1.5.3. Avaliação Sumativa

A avaliação sumativa com função classificatória realiza-se ao final do curso, período


letivo ou unidade de ensino, e consiste em classificar os alunos de acordo com os níveis
de aproveitamento previamente estabelecidos, geralmente tendo em vista sua promoção
de uma série para outra, ou de um grau para outro.

Na avaliação sumativa é possível proporcionar aos estudantes os chamados feedback,


através deste os alunos podem perceber o nível de aprendizagem alcançado e tentar

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atingir um nível maior de conhecimento, esse tipo de avaliação também compara os
resultados obtidos, visando a atribuição de nota.

Mas para Leitão (2013), A avaliação sumativa é uma avaliação retrospetiva e terminal.
A sua função é claramente a de certificar, isto é, verificar e qualificar aquilo que os
alunos retiveram. Tal como a avaliação diagnóstica, centra‐se naquilo que os alunos são
capazes de produzir, mas situa‐se no momento final do processo educativo. A avaliação
sumativa é a que tem uma função social predominante, isto é, ao certificar, reconhece os
alunos a partir de um referente criado pelas instituições como necessário para qualquer
membro da sociedade.

1.6. Níveis da avaliação institucional

Quanto ao nível de avaliação institucional, existe uma estreita divergência nos autores
em termos de linguagem, mas na sua essência existe apenas avaliação institucional
interna e externa embora alguns autores versam sobre a autoavaliação referindo-se à
avaliação interna, mas os ambos níveis (Autoavaliação e avaliação interna) têm a
mesma abordagem. Ora vejamos, as normas reguladoras de ensino superior de angola,
no artigo 100º do número 1, diz que o nível de avaliação estrutura-se em avaliação
interna e externa, enquanto que a SINAQES de moçambique diz que o nível de
avaliação estrutura-se em subsistemas de autoavaliação e avaliação externa.

1.6.1. Avaliação interna ou autoavaliação

De acordo com SINAQES, na línea c), do artigo 1, avaliação interna é um conjunto de


normas, mecanismos e procedimentos que são operados pelas próprias instituições do
ensino superior para avaliarem o seu desempenho. Porém, A avaliação interna é
obrigatória e permanentemente realizada pelos órgãos da instituição e assenta na
verificação do seguinte:

a) avaliação dos graus de implementação do plano de desenvolvimento da


instituição, dos planos e programas curriculares dos cursos criados;
b) nível de execução das actividades constantes do plano anual;
c) desempenho dos órgãos de administração e gestão da instituição, do
funcionamento das suas unidades orgânicas, gestão dos recursos humanos,
materiais e financeiros;

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d) avaliação da promoção da frequência escolar, dos resultados, da aprendizagem e
da qualidade do ensino ministrado em função dos meios disponíveis.

Vide o apêndice 2: Modelo de avaliação Interna

Moura (2017), a avaliação institucional interna deve ser prevista no projeto pedagógico
e detalhada no plano de gestão, realizada anualmente, levando em consideração as
orientações contidas na regulamentação vigente, para rever o conjunto de objetivos e
metas a serem concretizados, mediante acção dos diversos segmentos da comunidade
educativa, o que pressupõe delimitação de indicadores compatíveis com a missão da
escola.

A autoavaliação tem por objectivos:

a) Aferir a qualidade da instituição, cursos ou programas tendo por regência a sua


missão e os padrões de qualidade legalmente estabelecidos;
b) Criar e desenvolver uma cultura de qualidade e da sua autoaferição no seio das
instituições do ensino superior;
c) Contribuir para a identificação de problemas concretos da instituição de ensino
superior, como primeiro passo para a resolução dos mesmos e para a melhoria da
qualidade;
d) Fornecer informação e dados necessários ao processo de avaliação externa.
1.6.2. Avaliação externa

De acordo com SINAQES, na línea d), do artigo 1, avaliação Externa– é um conjunto de


normas, mecanismos e procedimentos que são operados por entidades externas às
instituições do ensino superior para avaliarem o seu desempenho.

A avaliação externa pode ser realizada por especialistas do órgão de tutela ou por uma
entidade por si contratada para o efeito e assenta na aferição da conformidade das
actuações pedagógicas e de administração e gestão, bem corno da eficiência e eficácia
dos mesmos, na sua conformidade com o legalmente estabelecido e com as normas
orientadoras da tutela.

A avaliação externa tem por objectivos:

a) Contribuir para a identificação de problemas concretos da instituição visada, em


particular, e do ensino superior, em geral, em Moçambique, com vista a

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contribuir para a resolução dos mesmos e na melhoria da qualidade do ensino
superior;
b) Avaliação a qualidade da instituição, dos cursos e/ou programas, tendo por
referência a sua missão, os padrões preestabelecidos e os objectivos estratégicos
do ensino superior em Moçambique;
c) Aferir a qualidade da autoavaliação realizada pela instituição visada;
d) Fornecer os elementos para o processo de acreditação, pelo órgão
implementador e supervisor do SINAQES, da instituição de ensino superior
visada.

Rangel e Sousa (2012), afirmam que a avaliação no contexto educacional, quanto a sua
aplicação observa-se diferentes níveis, os que se realizam no plano externo, por órgãos
do sistema ensino, para o caso de Moçambique é feita pelo Sistema Nacional de
Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior, abreviadamente
designado por SINAQES e no nível interno, pelas próprias instituições. No entanto, a
avaliação institucional o seu foco é a verificação da qualidade social e pedagógica do
funcionamento das Instituições, de acordo com diretrizes normativas que orientam esse
funcionamento.

Contudo, Rangel e Sousa (2012), frisam que quanto ao nível de avaliação da


aprendizagem, observa-se também o plano externo, referido às práticas de avaliação do
sistema, e o plano interno, referido às práticas de avaliação definidas pelas Instituições.

“De referir que estes dois tipos de avaliação podem ser considerados opositores, uma
vez que um pode ser demasiado subjectivo (avaliação interna) e o outro pode causar
graves problemas ao ensino (avaliação externa) na vertente de sanções. É importante
que estas duas ferramentas tão necessárias sejam tratadas de forma a superar as
dificuldades e a contribuírem em conjunto para o melhor desempenho da organização
educativa.” Este carácter necessário e complementar é apontado por Marchesi (2002),
citado por (Sousa, 2007, p. 79).

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VII. Conclusão

As instituições de ensino superior para atender a demando da sociedade cada vez mais
exigente, terão que se redesenhar constantemente para oferecer qualidade de ensino
desejada, podendo fazer avaliação planejada para as mudanças necessárias na educação
superior, na medida em busca a melhoria da qualidade e uma maior aproximação com a
sociedade contemporânea. Utilizar a avaliação institucional, com base na colecta de
dados, enquanto processo de conhecimento e reflexão sobre a realidade institucional, e
os resultados obtidos tanto das autoavaliações como das avaliações externas, como
indutores de melhorias nos projectos pedagógicos e nos processos de ensino e
aprendizagem, é um ganho muito importante, pois parte de reflexões que se originam
nos dados colectados na realidade que deve ser seguida como um foco. A avaliação
Institucional é muito importante porque contribui para o autoconhecimento
institucional; fornecendo informações para os processos decisórios por meio de análise
dos processos académicos, do funcionamento e estrutura organizacional e
administrativa, dos cursos, dos projectos e programas.

Os tipos de avaliação dividem-se em três grupos, avaliação diagnóstica, avaliação


formativa e avaliação sumativa. As três diferentes funções, divergem no momento de
realização, nos objectivos, finalidades, no seu objecto e, tendencialmente, nos seus
métodos e instrumentos. Estes três níveis de avaliação informam todo o percurso escolar
do estudante, marcando a sua entrada no processo, a sua evolução na aprendizagem e a
sua conclusão. Para avaliação a nível interno, tanto na rede pública, como na rede
privada, observam-se, no ensino superior, princípios e procedimentos de Autoavaliação
Institucional, de acordo com critérios definidos pelo Sistema Nacional de Avaliação,
Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior (SINAQES). Nesse sentido,
cada Instituição tem uma Comissão Própria de Avaliação que implementa o processo,
divulga os resultados e recomenda medidas de aperfeiçoamento institucional, nos
aspectos em que essas medidas se fizerem necessárias, seja em termos de formulação e
práticas de currículo, seja no processo de ensino-aprendizagem, na pesquisa, na
extensão ou, ainda, nos ambientes, recursos e condições de infraestrutura. Nesta
vertente, enquadram-se os processos de avaliação interna e externa de instituições de
ensino, os quais, de acordo com normativo internos e governamentais, procuram
promover o desenvolvimento organizacional das mesmas.

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VIII. Referências Bibliográficas

Colectânea de Legislação do Ensino Superior (2012): Sistema Nacional de Avaliação,


Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior. Edição Revista: Maputo.

Conselho de Ministros (2009). Normas gerais reguladoras do subsistema de ensino


superior. República de Angola.

Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior (2016). Manual de


Avaliação Externa de Instituições (2ª ed.). Maputo.

Leitão, I. M. (2013). Os diferentes tipos de avaliação: Avaliação sumativa e avaliação


formativa. (Relatório de estádio do mestrado em ensino secundário). Faculdades de
Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa.

Macedo, L. (2007). Avaliação na educação. Marcos Muniz Melo (organizador).

Meurer, M. (2016). A avaliação e sua importância para o processo de ensino e


aprendizagem.

Moura, M. P. C (2017). A Avaliação Institucional Como Instrumento De Gestão


Estratégica: Estudo de caso em uma escola estadual de Itabira: mg. (Dissertação para
obtenção do título de Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública). Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora.

Nono, B. M. (2019) A importância da avaliação escolar. Publicado em 06/2019.


Disponível em: www.jus.com.br/artigos/importância da avaliação escolar.com,
consultado em 12 de Agosto de 2020.

Rangel, M. & Sousa, M. (2012). Avaliação institucional e de aprendizagem: níveis e


fundamentos. Portugal: Campus.

Saches, R. C. F. (2009). Avaliação Institucional. São Paulo: Brasil.

Sousa, M. da C. S. (2007). A Autoavaliação institucional – um processo de


responsabilidade e autonomia. (Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em
Administração e Planificação da Educação) Universidade Portucalense Infante D.
Henrique.

Decreto nº 63/2007 de 31 de Dezembro.

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Apêndices

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