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Universidade Lusófona de Humanidades e de Tecnologia

Curso: Ciências Da Educação – Educação Social

2º Ano / 1º Semestre

UC: Psicologia Da Aprendizagem

Docente:

Lília Marcelino

Trabalho realizado por:

Bianca Mcmillan

A22209655

2023/2024

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Trabalho Prático: Educação Social – definição, campo de ação e público-alvo
 Síntese a partir dos documentos
 Realização do Mapa Mental
 Respostas às três questões 1) O que é o Educador Social?
2) Qual o seu público-alvo?
3) Em que campo de ação é que intervêm?

A Sociedade Contemporânea é alvo de várias mudanças e progressos repentinos, que geram


sentimentos globais de incerteza e ansiedade em relação ao futuro. Esta nova era é caracterizada
por uma dualidade complicada. De uma forma sofremos inovações a níveis tecnológicos,
sociais, culturais e económicos que transformam o nosso mundo positivamente.
Por outro lado, estamos diante de diversos desafios e problemas que requerem a nossa atenção e
intervenção. Entre esses desafios, destacam-se a exclusão social, a marginalização e as
desigualdades profundas que existem entre indivíduos.
De modo a enfrentarmos estes desafios, devemos procurar consolidar e reforçar o trabalho nas
áreas da Pedagogia e da Educação Social, estas desempenham um papel fundamental na
promoção do desenvolvimento pessoal e social do individuo, face aos desafios que este enfrenta
perante uma sociedade em constante evolução, para que consiga viver em comunidade e possua
objetivos bem delineados para o futuro.
No intuito de compreendermos o papel do Educador Social na sociedade, há que estabelecer
uma relação com a Pedagogia Social, e como estas se complementam mutuamente. Embora,
estas duas áreas atuem em campos de ação distintos, ambas utilizam a educação como o fio
condutor da sua intervenção e ação social. A Pedagogia Social, apresenta-se como uma
abordagem meramente educacional, ou seja, numa dimensão predominantemente teórica.
Neste contexto, utilizando a educação como uma ferramenta essencial de mudança social,
permite-se servir de alicerce à prática educacional do Profissional de Educação Social, que atua
num aspecto mais prático, envolvendo-se intimamente com as necessidades individuais de cada
ser humano, e colocando as suas capacidades socio emocionais em ação, ao saber ouvir, orientar
e respeitar o outro, que em situação de vulnerabilidade pretende desvendar um caminho seguro
para a sua vida, e assim enfrentar os desafios educativos e sociais como membro da sociedade.
A Pedagogia Social orienta assim o trabalho do Educador Social, e apesar deste intervir em
vários contextos sociais, intervém especialmente em situações de risco familiar ou social, mas
também na educação escolar, em espaços socioeducativos formais e não formais, ou com outros
grupos marginalizados, por exemplo; vítimas de violência doméstica; minorias éticas; ou
indivíduos de classes económicas mais baixas, e é através de uma perspetiva humanista,
fundada nos valores básicos de dignidade, direitos e valores, e evidentemente marcada por uma
grande sensibilidade, solidariedade, empatia, paciência e respeito, que o Educador Social é
capaz de criar relações de proximidade humana, o que lhe permite transmitir novos valores
educativos, estimular a autonomia e a individualidade e consequentemente, cultivar habilidades
sociais e emocionais que capacitam o individuo que vive em situação de risco a conseguir
enfrentar os desafios constantes de forma eficaz, e ser assim reinserido na sociedade.
Para conseguir cumprir com os seus objetivos, o Educador Social utiliza uma variedade de
estratégias de reintegração social, completamente centradas no individuo, sendo que estas

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diferem consoante as necessidades individuais de cada ser humano. Por isso é que saber ouvir
atentamente, mostrar empatia e respeito e conseguir colocar-se no lugar do outro sem fazer
julgamentos, desempenha um papel fundamental em lidar com este tipo de situações. A relação
que o educador estabelece com o indivíduo é o que mais tarde define o sucesso do seu trabalho,
esta preocupação em humanizar o outro, compreendendo e respeitando os seus contextos de
vivência problemáticos e precários, é crucial para criar uma ambiente de apoio e esperança que
conduza à reintegração em sociedade.
Diante disso, e se considerarmos o mundo em que vivemos hoje, completamente intransigente, a
necessidade de uma intervenção social e educativa é mais do que necessária, é urgente.
Estas estratégias são o fruto do desenvolvimento de um plano de ação, cujo objetivo recai em
melhorar as condições de vida e promover um equilíbrio a nível económico, cultural e social, de
modo que nenhum individuo seja excluído, injustiçado ou marginalizado. Estas abordagens
educacionais e sociais, utilizam a educação como um meio para promover a cidadania e a
inserção e reinserção do Educador Social em sociedade/comunidade.
Portanto, são capazes de incluir uma variedade de atividades como workshops, palestras, cursos
educacionais, apoio psicológico, programas de conscientização, desenvolvimento de habilidades
de pensamento critico e de resolução de problemas, apostar na educação e formação
profissional, no apoio à procura de emprego, na mediação de conflitos, e outros projetos sociais
que visam a integração comunitária.
Embora nos encontremos perante uma série de avanços, a identidade profissional dos Educador
Sociais ainda está sujeita a falhas no seu reconhecimento, o que gera obstáculos substanciais
para os profissionais nesta área ou mesmo aqueles que desejam segui-la futuramente. Como
exemplos, alguns dos maiores problemas e desafios a enfrentar pelo Educador Social; em
primeiro a sua capacidade de saber gerir o tempo da melhor forma é uma tarefa que nem sempre
é fácil; a formação é precária, argumento reforçado numa das entrevistas aos educadores sociais,
que tinham começado a exercer a sua licenciatura e que sentiram grande dificuldade em ajudar
as pessoas por não possuírem os conhecimentos suficientes, que lhes permitiam intervir com
sucesso. Outro grave problema é a nível financeiro, existe pouca ou nenhuma estabilidade
salarial, o que claramente é um fator desmotivante para aqueles que exercem ou querem exercer,
além do financiamento dos projetos ser praticamente inexistente.
O maior desafio está em conseguirmos divulgar e explicar qual é o papel dos Educadores
Sociais, como é que estes intervém em sociedade e com quem trabalham. Só assim seremos
capazes de criar um ambiente seguro e de reconhecimento da profissão, profissão esta que é
fundamental para um mundo em constante transição, onde as necessidades que exigem a ajuda
dos Educadores Sociais são contínuas. A Educação Social surge como uma dimensão de carácter
multifacetado, que opera a vários níveis sociais e educativos e se realiza dentro do universo que
é a Pedagogia Social.
Em conclusão, os Educadores Sociais possuem um papel valioso e essencial na transformação e
adaptação dos indivíduos ao novo cenário contemporâneo a que estão sujeitos, promovendo o
bem-estar e qualidade de vida ao mesmo tempo que transmitem novos conhecimentos que os
permitem elaborar um objetivo de vida, que os inclua na sociedade, ao invés de os excluir.
É imperativo reconhecer esta profissão aos olhos da população, para por um lado facilitar o seu
trabalho como por outro levar a que mais indivíduos procurem ajuda e se retirem de situações
de risco.

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Fig 1: Mapa Mental: Papel do Educador Social em Sociedade

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