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TRABALHO 1

O conceito de Política Moderna está ligado ao poder de garantir seus interesses

pessoais. A política é o processo de formação, distribuição e exercício do poder, o qual

é monopolizado por aquele que tem maior capacidade de manipular, convencer e

cooptar.

Nicolau Maquiavel, o pai da política moderna, viveu durante o fim do século XV e

início do século XVI, em Florença, na Itália. Nessa época, a Península Itálica era

composta por diversas cidades fragmentadas, situação diferente da de outros Estados

nacionais da Europa. Esse contexto não só causou diversas mudanças na organização

política e econômica da sociedade, mas também no âmbito das artes, da arquitetura e

das letras. Após ser exilado de Florença, Maquiavel escreveu sua obra mais famosa: O

Príncipe. O livro contava das experiências políticas do filósofo; certo manual de como o

governante deveria exercer a boa política e, como consequência, unificar a Península

Itálica.

Alguns dos pensamentos maquiavélicos mais importantes são:

Os fins justificam os meios. O que move a política, em seu ponto de vista, é a

manutenção do poder e o uso da força para mantê-la. Portanto, romper com valores

morais, impostos pela Igreja e pela sociedade, não deveria ser um empecilho para que

um líder exercesse, de maneira correta, sua função.

Virtude e Fortuna. Um dos pontos mais importantes de seu pensamento é a questão da

virtude e da fortuna, sendo esta conhecida popularmente como sorte. Um governante

que é virtuoso sabe manter seu poder e expandir seu domínio político com

planejamento. Ser virtuoso é saber o momento de agir, sem deixar margem para a sorte,

fortuna.
Crueldade. O governante deveria saber as horas para “ser mau” em prol do bem maior

do povo. Nesses casos a violência seria justificável.

Maquiavel também escreveu em seu texto Discursos sobre a Primeira Década de Tito

Lívio,  I, 4, a seguinte frase: “Os bons exemplos vêm da boa educação; a boa educação

das boas leis, e as boas leis dos tumultos que tantos inconsideradamente censuram",

exemplificando o que Maquiavel considerava a boa educação. Dessa forma, podemos

fazer algumas considerações:

1- Uma sociedade estável é composta por cidadãos que possuem boa educação

cívica, espelhados nos homens da antiga Roma para conduzir suas ações.

2- A educação tem papel fundamental para conter as atitudes dos homens, pois só

através dela o indivíduo é capaz de conhecer a verdade das coisas.

3- Na frase, o tumulto é considerado algo bom, pois ele culmina em leis justas,

sempre visando o coletivo.

4- Maquiavel também enxerga a importância de valores como simplicidade,

honestidade e patriotismo dentro de uma sociedade. Apesar disso, as leis não

têm capacidade de conter as ações humanas, por isso a necessidade da educação

como porta para a criação de uma sociedade de valores cívicos.

Esse tumulto, ao qual Maquiavel se refere como necessário para formações de leis

justas, pode vir do próprio povo ou da aristocracia. Ele pode gerar, consequentemente,

um principado civil, mencionado no capítulo IX de O Príncipe.

Nos principados civis, o cidadão se torna governante com a ajuda de seus concidadãos

instaurando o governo civil. Chega-se a ele através do apoio da aristocracia ou do apoio

popular. Essa forma de poder surge do desejo do povo de evitar a opressão e o desejo da

aristocracia de oprimir o povo.


O governo é construído pelos grandes quando eles, percebendo que não podem resistir

ao povo, exaltam um dos seus como príncipe afim de perseguir seus propósitos. Quem

chega ao poder com a ajuda dos ricos tem mais dificuldade de se manter nele.

O governo é construído pelos pobres quando estes não aguentam mais as opressões

feitas pelos aristocratas e procuram criar um príncipe que os proteja com autoridade.

Quem chega ao poder pelos pobres, tem mais apoio e, portanto, mais facilidade de se

manter no poder

De todos os jeitos, ter o apoio do povo é essencial para a permanência do governante ao

poder.

Esse principado é completamente diferente do hereditário, em que o poder é mantido em

uma mesma família, passado de geração em geração; nele existem condições

preexistentes que o príncipe precisa se adequar para fazer sua política. No civil, ele cria

suas próprias regras, e age conforme suas próprias vontades.

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