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Ciências dos Materiais

- Polímeros -
Agenda de Hoje

2. Aspectos mercadológicos dos materiais poliméricos


2.1. Polímeros de uso geral (Commodities)
2.2. Polímeros de uso específico (Quasi commodities)
2.3. Polímeros de alto desempenho – Plásticos de
engenharia
2.4. A indústria brasileira de polímeros
Introdução
• Os polímeros distinguem-se entre si pelo grau de
diferenciação,escala de produção e nível de consumo e,
consequentemente, valor agregado. Assim, de uma
forma geral, os materiais poliméricos podem ser
classificados em três grandes grupos: polímeros para
usos gerais (commodities), polímeros para usos
específicos (quasi-commodities) e polímeros de alto
desempenho (especialidades).
Introdução
• Polímeros tipo commodities são aqueles produzidos em
grande escala, têm baixo valor agregado, não apresentam
diferenciação, são utilizados para finalidades gerais e são
consumidos em grandes quantidades.
• Polímeros quasi-commodities são, também, produzidos
em grande escala, porém em nível mais baixo do que as
commodities.Entretanto, apresentam desempenhos
diferenciados e propriedades que os fazem ser ideais para
determinadas aplicações.
• Polímeros de especialidades são aqueles que
apresentam alto desempenho, são produtos específicos,
com propriedades bem definidas e incomuns, tem alto
valor agregado e são produzidos em escalas de pequeno
porte.
Introdução
A matéria prima também é um commodities

• A indústria petroquímica é uma subdivisão da indústria


química. Ela utiliza a nafta (derivado do petróleo, obtido
através do refino) ou gás natural, como matéria-prima
básica.
Projeção de Mercado para Nafta

Pereira, Roberta Alves. Análise dos Principais Processos Críticos do Comperj e


sua Evolução Tecnológica. Rio de Janeiro: UFRJ/EQ, 2010. (Dissertação de
Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, 2010.
Matéria prima para monômeros
Competitividade Nafta X Etano

Fonte: 2º Seminário sobre competitividade no setor de transformação, Plástico e Pré Sal.


Carlos Alberto Lopes, 2012.
Setor Petroquímico no Brasil
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração

Petrobrás e Braskem Braskem + de 11 mil


importações empresas

Petroquímica Resinas Indústria de


Petróleo Refinaria básica transformação
Termoplásticas

•Nafta •Eteno •Polietilenos Produtos e artigos


•Gás natural •Propeno •Polipropileno plásticos
•Gasóleo •Butadieno •PVC
•Benzeno • Poliestireno + de 80% obtidos
•Paraxileno • PET por Injeção e
• EVA Extrusão
Industria dos Termoplásticos no Brasil
O setor de termoplásticos (2ª Geração) é considerado o
mais dinâmico da indústria de polímeros e também o
mais produtivo (commodities).

O sub setor de termoplásticos (polietileno, polipropileno,


PVC, PS e seus respectivos copolímeros) constitui o
segmento de mercado mais importante da indústria
petroquímica.

“Indústria altamente competitiva”


Industria dos Termoplásticos no Brasil
Principais Indústrias da 2ª geração –final dos 1990’s até 2005
Industria dos Termoplásticos no Brasil
2ª Geração: Atualmente ... Livre concorrência ???
100% da produção Em 2014 com a compra da
nacional de PE e PP SOLVAY Indupa é a maior
Desde 2010. produtora de PVC da América L.

Junto com a Quattor eram as Em 2010 comprou a


únicas consumidoras interna de Quattor. Torna-se a
Nafta petroquímica da Petrobrás. maior petroquímica
das Américas.
Industria dos Termoplásticos no Brasil
2ª Geração – DEMANDA INTERNA DE PE, PP e PVC

2014 – 5,3 milhões de TON


3,6 milhões de
TON/ano

lucro líquido de R$ 726 milhões.


Exemplos de plásticos commodities no Brasil

Polietilenos (PEAD, PEBD, PEDBL)

Balanço comercial 2014:


Exportação – 724 mil TON
Importação - 871 mil TON
Exemplos de plásticos commodities no Brasil

Polipropileno (PP)

Balanço comercial 2014:


Exportação – 404 mil TON
Importação - 306 mil TON
Exemplos de plásticos commodities no Brasil

Policloreto de vinila (PVC)

Balanço comercial 2014:


Exportação – 14 mil TON
Importação - 432 mil TON
Aspectos de Mercado da 3ª Geração
Plásticos Transformados
Industria de Plásticos Transformados no Mundo

China em 2012 – 69 milhões de


toneladas de artigos plásticos
Relação Brasil com outros Países/ Plásticos Transf.
Relação Brasil com outros Países/ Plásticos Transf.
Polímeros de uso específico
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Um polímero tipicamente quasi-commodity é o


PET (C10H8O4)n, que tem características específicas de
plásticos de engenharia e mercado bem direcionado, porém
é produzido em grande escala.

O poli(tereftalato de etileno)tem sido, nos últimos anos,


largamente utilizado como material de embalagem para
alimentos.

O PET é utilizado tanto na forma de garrafas para bebidas


carbonatadas, bebidas alcoólicas e óleos vegetais, como na
forma de filme simples ou laminado com outros materiais
para os mais variados tipos de produtos alimentícios.
Também usado na industria farmacêutica.
Mercado do PET

O sucesso da aplicação do PET deve-se às suas propriedades


físico-mecânicas, como rigidez, brilho, estabilidade térmica,
estabilidade à luz, assim como propriedades de barreira a gases.

Bandejas de cartão (papel) revestido com filme PET tem sido a


principal opção de embalagem de alimentos para microondas.

Excelente estabilidade térmica do PET entre -40 a 220 ºC.


Mercado do PET no Brasil

O PET chegou ao Brasil em 1988 e seguiu uma trajetória


semelhante ao resto do mundo, sendo utilizado
primeiramente na indústria têxtil. Apenas a partir de 1993
passou a ter forte expressão no mercado de
embalagens, notadamente para os refrigerantes.
Atualmente o PET está presente nos mais diversos
produtos.
Mercado do PET no Brasil

PQS é um Complexo
Industrial Químico-Têxtil que
tem o objetivo de produzir os
principais insumos do
poliéster em suas várias
formas.
O Complexo PQS começou a produzir resina PET em agosto
2014. A nova unidade chegará a produzir 450 mil toneladas/ano
de resina PET voltadas para o segmento de embalagem.

A unidade de ácido tereftálico purificado (PTA), vinculada à


PetroquímicaSuape, tem uma capacidade de produção de 700
mil toneladas por ano e alimenta toda a cadeia do poliéster.
Mercado do PET no Brasil

A M&G POLIÉSTER S.A. é uma


empresa pertencente à M&G
Chemicals que, através de sua
controlada M&G Polímeros Brasil S.A.,
é líder no mercado sul-americano de
resinas PET para o setor de
embalagens.

M&G Polímeros em Ipojuca (PE), a maior


fábrica mundial de resina PET
Mercado do PET no Brasil
Principais Transformadoras de PET
Mercado do PET no Brasil

Evolução do consumo de PET em kTON.


Mercado do PET no Brasil

Capacidade produtiva de PET em kTON.


Mercado do PET no Brasil

Segmentação do mercado de PET


Mercado do PET no Brasil

A produção das Preformas de PET é normalizada pela


Associação Brasileira de Normas Técnicas através da
ABNT NBR 15588:2008.
Mercado do PET no Brasil

Onde estão as embalagens PET?


Mercado do PET no Brasil
O PET é um dos materiais que mais se recicla no Brasil
Mercado do PET no Brasil
Evolução da reciclagem do PET no Brasil
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Poliamidas
Diferentemente das Poliolefinas (PP, PE, PB) as Poliamidas
não são sintetizadas a partir do mesmo monômero, porém,
todas apresentam o grupo funcional amida (CONH).
As poliamidas apresentam elevada resistência mecânica,
elevada resistência à abrasão, elevada tenacidade e baixo
coeficiente de fricção.
Mercado das Poliamidas: Nylon substitui a seda

O nylon (náilon) foi criado em 28 de


fevereiro de 1935 pelo químico
Wallace Hume Carothers, igualmente
responsável pela invenção do
neoprene. Foi a primeira fibra têxtil
sintética produzida pelo homem,
sendo o representante mais famoso
do grupo das poliamidas. A invenção
foi fruto das pesquisas em ciência e
tecnologia desenvolvidas pela
Dupont, empresa química criada por
um discípulo de Lavoisier (Eleuthère
Irénée du Pont) e produtora de uma
grande variedade de produtos.
Mercado das Poliamidas: Nylon substitui a seda
Mercado das Poliamidas: poliamidas tradicionais

Poliamidas especiais são usadas em aplicações específicas. Apresentam


maior resistência química, mecânica e baixa absorção de umidade.
Representam apenas 3% das PA’s produzidas no mundo.
Mercado das Poliamidas: Segmentos

Filamentos têxteis e carpetes

Filamentos industriais
Mercado das Poliamidas: Segmentos

Filmes (embalagens) Plásticos de engenharia (40%


automotivo, 25% dispositivos eletro
eletrônicos, entre outros)

Tampa de virabrequim fabricada em


poliamida 4.10 da DSM para motores
Volkswagen de próxima geração
Mercado das Poliamidas: consumo mundial
Mercado das Poliamidas: consumo mundial

Consumo global teve um crescimento anual médio de 0,9% entre 2000 e 2012.
A China é a que mais contribui para este crescimento ~13%
Mercado das Poliamida no Brasil

Até 2012 o Brasil tinha um papel secundário na demanda


mundial de PA. Consumindo 92 kton de PA6 e PA 6,6 e até
380 kton de PA e seus intermediários (10 kg de PA por
veículo em média).

Recentemente, a Basf anunciou que deixará


de fazer poliamidas no Brasil. O insumo, feito
hoje na planta da empresa na Anchieta, em
São Bernardo do Campo (SP), é essencial
para a produção de plásticos de engenharia
para a indústria automotiva. A empresa
confirmou que a linha de produção no ABC
paulista seguirá apenas até o fim do ano.
Mercado das Poliamida no Brasil

A fabricante de nylon Nilit anunciou em jun/2015 que planeja


investir R$ 150 milhões em sua operação brasileira. Com os
aportes, a empresa busca a liderança na produção de nylon
na América Latina, exportando os produtos fabricados no
Brasil para os países vizinhos. A meta da empresa
israelense, que também atua no segmento de plástico, é
ampliar gradativamente a capacidade produtiva da unidade
de Americana, no interior de São Paulo. A fábrica, adquirida
pela Nilit no final do ano passado, pertencia à concorrente
Invista, dona da marca Lycra.
Mercado das Poliamida no Brasil

a Nilit comprou uma


unidade de manufatura da
Invista em Americana, SP

“Em torno de 190


colaboradores foram
demitidos.”
Mercado das Poliamida no Brasil - Especialidades
Poliamida 11

A única empresa do mundo a


fabricar a PA11 é a francesa
Arkema.

A PA11, assim como a


PA6,10, é produzido a base
do óleo de mamona
(importado pela França) e
possui alto valor agregado
(plástico de engenharia).
Mercado das Poliamida no Brasil - Especialidades
Poliamida 11

Aplicações PA11 típicas:


Embalagens, Tubos e Películas: tubos pneumáticos e
hidráulicos, películas alimentares, mangueiras de cerveja.

Médico: cateteres, sacos de sangue, seringas.

revestimento de cabos de telefone, revestimento para fios


de telefone, braçadeiras.

Tubos flexíveis para a indústria offshore, acessórios


mecânicos para tubos de gás, equipamentos de medidores
de gás e de água, camada superior dos esquis,sola
exterior de calçado para ciclismo, etc.
Mercado das Poliamida no Brasil - Especialidades
Poliamida 11 no Brasil

O Brasil já foi líder de produção de óleo de mamona nos


anos 80. Porém a falta de investimentos em tecnologia nos
anos 90 o fez perder essa posição para Índia e China.
Mercado das Poliamida no Brasil - Especialidades
2014/2015
Rhodia desenvolve fio (Amni®
Soul Eco) que se decompõe em
três anos
O fio de poliamida mais comum no
mercado também é biodegradável, mas
demora até 50 anos para se decompor
após o descarte. Para desenvolver esse
produto foram necessários quatro anos de
pesquisa feitas a partir da filial brasileira.
Nenhum outro concorrente tem um tempo
tão escasso de biodegradação.

A meta da companhia é produzir somente esse novo fio em até 5 anos.


O custo de produção é cerca de 10% acima do que era comercializado
anteriormente.
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Terpolímero de ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno)


As resinas de ABS são formados por um componente elastomérico
e dois componentes termoplásticos amorfos. A rigidez molecular do
poliestireno proveniente do anel benzênico pendente a cadeia é
responsável pelo módulo de flexão do ABS. O butadieno
incorporado a acrilonitrila e ao estireno exerce forte influência na
resistência ao impacto pois reduz a ligação entre as mesmas.
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Terpolímero de ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno)


Foram introduzidas comercialmente na década de 40. Desde então,
as suas excelentes propriedades (brilho, resistência ao impacto,
estabilidade térmica e química) bem como uma boa processabilidade,
fazem com que esta resina esteja numa fase intermediária entre as
resinas ‘‘commodities’’ e os plásticos de engenharia.

Em blenda com o Policarbonato, o ABS dá origem a materiais com


alta resistência ao impacto, excelente acabamento superficial e
temperaturas de trabalho mais elevadas.
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Terpolímero de ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno)


ABS (Quasi Commodities): Mercado competitivo

As resinas ABS enfrentam competição de preços de outros


termoplásticos substitutos como polipropileno, poliestireno e
polietileno de alta densidade. Se for levado em conta o fator
preço/densidade, o ABS é um dos materiais mais onerosos. O
polipropileno já deslocou as resinas ABS na produção de
alguns componentes automobilísticos devido à pressão de
custos. Outro grande concorrente do ABS na produção de
eletrodomésticos é o poliestireno (PS) de alto impacto.
ABS (Quasi Commodities): Consumo mundial

As resinas ABS enfrentam competição de preços de outros


termoplásticos substitutos como polipropileno e poliestireno.
ABS (Quasi Commodities): Cenário Brasil
O mercado brasileiro da resina termoplástica ABS (terpolímero
acrilonitrila-butadieno-estireno) sofreu transformações radicais. Há 18
anos, o transformador dispunha de dois produtores locais – a Cia. de
Polímeros da Bahia (CPB) e a fluminense Nitriflex – capazes de suprir
a quase totalidade da demanda doméstica. Hoje, os fabricantes de
peças moldadas com ABS dependem de importações
ABS (Quasi Commodities): Cenário Brasil
Forte concorrência asiática levou a Lanxess em 2006, fechar a fábrica
de ABS em Camaçari, considerada de alto custo.

Atualmente mais de 50 empresas, entre distribuidoras e importadoras,


comercializam o ABS no Brasil.
Polímeros de uso específico (Quasi Commodities)

Atividade Extraclasse

Pesquisar a situação do mercado Brasileiro em relação aos


polímeros de:

(1) SAN e Policarbonato.


(2) Poliuretanos

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