Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sempre que for previsível que a conclusão de um procedimento tributário possa ser
desfavorável a um Sujeito Passivo, este, ou o seu representante legal, deve ser
notificado de imediato pela AGT para o exercício deste seu meio de defesa, que é a
Audição Prévia. Através deste meio de defesa o Sujeito Passivo irá ter a oportunidade
de juntar ao processo todos os meios de prova que jugue importantes e necessários
para o esclarecimento das questões levantadas pela AGT e deste modo contribuir para
o mérito da decisão da AGT.
Este é o direito que a lei confere aos Sujeitos Passivos de intervirem no início de um
procedimento tributário que lhes possa ser desfavorável. Ou seja, sempre que a AGT
pretenda efectuar correções nas declarações tributárias dos Sujeitos Passivos, ou
aplicar alguma multa aos Sujeitos Passivos, em função de alguma irregularidade que
tenha verificado nas declarações dos Sujeitos Passivos, ou em função de alguma
irregularidade que possa ter sido verificada em uma acção inspectiva, é obrigada, sob
pena de ilegalidade do processo, a permitir que os Sujeitos Passivos, como partes
interessadas, exerçam o seu Direito de Audição Prévia.
É este direito tributário dos Sujeitos Passivos que a AGT pretende alterar com a revisão
do Código Geral Tributário (CGT), para tornar mais célere o procedimento tributário
para a angariação de receitas para o Estado.
O Direito de Audição Prévia pode actualmente ser exercido pelos Sujeitos Passivos por
via oral, ou por via escrita, antes da liquidação do imposto, antes do indeferimento
pela AGT de qualquer pedido, reclamação, ou recurso, antes da conclusão do relatório
da inspecção tributária e antes da reversão, ou seja, como já foi aqui referido, sempre
que se preveja que o procedimento tributário possa ser prejudicial para os Sujeitos
Passivos deve a AGT notificar os Sujeitos Passivos para o exercício do Direito de
Audição Prévia.
As alterações propostas pela AGT, no art. 85, do CGT (Direito de Audição Prévia),
determina que os Sujeitos Passivos deixem de exercer o Direito de Audição Prévia, pois
apenas passarão a ser notificados pela AGT na fase final do procedimento de
liquidação, ou do relatório com o resultado de uma acção inspectiva realizada pela
AGT.
Parece pois que, os Sujeitos Passivos terão o primeiro contacto com estas questões
patrimoniais de cariz tributário somente quando forem confrontados com as propostas
de decisão da AGT, ou com os relatórios das acções inspectivas, para a partir de
qualquer um destes documentos, já finalizados pela AGT sem a sua participação,
reunirem apressadamente todos os meios de prova que possam naquele momento ter
ao seu dispor para se defender das acusações efectuadas pela AGT.
O Princípio da Participação efectiva-se via o Direito de Audição Prévia, ou seja, é via o
direito que os Sujeitos Passivos tem de intervir na tomada de decisões da AGT de que
sejam destinatários e não ser meramente informados dos projectos de decisão, ou dos
relatórios de inspecções efectuadas. É pois fundamental que as alterações do CGT
propostas pela AGT, salvaguardem que os Sujeitos Passivos possam exercer o Direito
de Audição Prévia para a protecção dos seus direitos ou interesses legalmente
tutelados.
Tel.: 922782573