AVALIAÇÃO DO ENSINO DE RELACIONAMENTO ENFERMEIRO-PACIENTE
O tratamento dispensado ao paciente com transtornos mentais requer do
enfermeiro habilidade outras, pois é muito diferente quando se compara cuidar de pacientes com problemas mais clássicos, os quais possuem um caráter de cuidado mais objetivo. Neste tipo de cuidado, o enfermeiro deve usar de sua sensibilidade, a qual lhe servirá de caminho para poder enxergar não só o que está a seus olhos e o que lhe é dito, mas também, o que é percebido através de gestos, aparências entre outras manifestações não-verbais. Com isso, a comunicação e o relacionamento terapêutico aparecem como objetos de imenso valor para o cuidado de pacientes com transtornos mentais. Segundo STEFANELLI (1993), a comunicação terapêutica é uma habilidade a ser desenvolvida com o aprendizado de comunicação humana e recursos terapêuticos ( técnicas e medidas), enquanto o relacionamento terapêutico consiste num processo com etapas e objetivos planejados e definidos, através de interações estruturadas, cujo sustentáculo é a comunicação terapêutica. Sendo assim, a comunicação entre o cuidador e o paciente, a qual propicia o grau de relacionamento entre os dois, é fundamental para que o tratamento seja efetivado com sucesso. No entanto, torna-se necessário antes de usar a comunicação, conhecer suas teorias, definições, técnicas e medidas terapêuticas. A teoria da comunicação é lecionada nos cursos de enfermagem sem uma devida sistematização, as vezes não fazendo parte da grade curricular. Conseqüentemente, esta falta acaba deixando o futuro profissional defazado nesta área de atuação. No entanto existem cursos de enfermagem, como o da F. M. Botucatu- UNESP, que possuem esta disciplina. Um estudo realizado nesta universidade buscou avaliar o conhecimento teórico-prático sobre comunicação e relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente. Neste estudo foram levantadas questões sobre o conceito de comunicação e relacionamento terapêutico, quais técnicas de comunicação terapêutica eram usadas, dificuldades encontradas para utilizar a comunicação, etc. entre os resultados mais expressivos, muitas viram a comunicação como uma forma de ajuda ao paciente, através de interações planejadas. Entre outros resultados, viu-se que a ansiedade e a sistematização do relacionamento dificultam o cuidado. Desta forma fica evidenciado a necessidade da existência de disciplina que enfoquem o relacionamento cuidador-paciente com transtornos mentais. Com isso, o maior conhecimento da comunicação e relacionamento torna o cuidado mais eficaz, tanto para o cliente como para sua família.