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Sejam Bem-Vindos!

ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO
CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

PROFESSORA:
MS. GABRIELA DOS SANTOS
Mestre em Psicologia Clínica pela Coordenadora e professora do
Universidade de São Paulo (USP) curso de Aprimoramento de AT

Especialista em Clínica Analítico- Supervisora clínica na


Comportamental– Centro Paradigma Equipe AT

Aprimoramento em Terapia de Acompanhamento Terapêutico


Casal - InPaSex Centro Paradigma
OBJETIVOS

REVISAR CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE


DO COMPORTAMENTO

RELACIONAR CONCEITOS BÁSICOS COM A


Agenda da
PRÁTICA DO AT

EXERCITAR INVESTIGAÇÃO DE
CONTINGÊNCIAS
Aula
ANALISAR CASO CLÍNICO DE AT
BASES FILOSÓFICAS
BASES FILOSÓFICAS

▪ BEHAVIORISMO:
▪ Comportamento como objeto de estudo
▪ Oposição ao dualismo
INFLUÊNCIA
▪ Behaviorismo Metodológico
▪ John B. Watson (1878 – 1958)

NÃO É ESSE BEHAVIORISMO EM QUE SE


▪ Estudo do comportamento publicamente observável
BASEIA A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
▪ Ignora eventos privados como objeto de estudo
▪ A mente não é estudada pela falta de acessibilidade, não
pela sua inexistência
▪ Ainda uma visão dualista
S–O–R
BEHAVIORISMO RADICAL

▪ “... Ele é radical em dois sentidos: por negar radicalmente (negar absolutamente) a
existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência
identificável no espaço e no tempo (como a mente, a consciência e a cognição); e por
radicalmente aceitar (aceitar integralmente) todos os fenômenos comportamentais”.

Matos (1997)
BEHAVIORISMO RADICAL
▪ B. F. Skinner (1904 – 1990)

▪ Monista: não há duas dimensões (mente e corpo) – apena uma: FÍSICA E MATERIAL
▪ Selecionista: Teoria da seleção natural das espécies de Charles Darwin (1859)

▪ VARIAÇÃO: variação genética em relação a outros indivíduos da mesma espécie


▪ SELEÇÃO: seleção ambiental das características que variaram e favoreceram a
sobrevivência da espécie
SELEÇÃO PELAS CONSEQUÊNCIAS
▪ Skinner aplicou o mesmo paradigma ao comportamento e criou um modelo análogo
ao de seleção das espécies, chamado seleção pelas consequências

▪ 3 Níveis de seleção:
▪ Filogenético (Variação e seleção genética)
▪ Ontogenético (Variação de comportamentos e seleção pelas consequências na
história de vida)
▪ Cultural (Variação de práticas culturais e seleção pelo grupo)
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
▪ Comportamento é a relação entre organismo e ambiente

▪ “(...) o termo comportamento descreve sempre uma relação – o intercâmbio entre o


organismo e o ambiente; mais especificamente, comportamento descreve uma relação
ou interação entre atividades do organismo, que são chamadas genericamente de
respostas, e eventos ambientais, que são chamados genericamente de estímulos.
Concluindo, definimos comportamento como a relação entre estímulo e resposta.” (p. 5)

Sério, Micheletto, Andery (2009)


BASES FILOSÓFICAS
CONCEITO DE COMPORTAMENTO
OPERANTE E RESPONDENTE
ESTÍMULO
▪ Estímulo: todo e qualquer elemento do ambiente que exerce algum controle sobre o
responder: objetos do mundo, outras pessoas ou a própria pessoa.

▪ Eventos que afetam o responder.


Universo

▪ Podem ser:
Estímulo
▪ Antecedentes (ocorrem antes da resposta)
ou subsequentes (ocorrem depois)
▪ Públicos (acessíveis a dois ou mais observadores) ou
privados (acessíveis apenas ao organismo)
Tourinho, 1997
EXERCÍCIO - ESTÍMULOS
▪ Luz
▪ Público
▪ Dor de barriga
▪ Privado
▪ Coceira
▪ Privado
▪ Barulho
▪ Público
▪ Imagem de um quadro
▪ Público
RESPOSTA

▪ Respostas: são ações do organismo/o que ele faz


▪ A descrição da resposta será (preferencialmente) feita como VERBO

▪ Podem ser:
▪ Manifestas: podem ser observadas de forma independente por mais de um
observador
▪ Encobertas: podem ser observadas apenas pelo organismo que se comporta
EXERCÍCIO - RESPOSTA
▪ Dançar
▪ Manifesta
▪ Pensar
▪ Encoberta
▪ Chutar uma bola
▪ Manifesta
▪ Gritar
▪ Manifesta
▪ Sonhar
▪ Encoberta
COMPORTAMENTO

▪ Sabemos que:
▪ É uma relação!
▪ Envolve estímulos e respostas!

▪ 2 tipos de comportamentos:
▪ Aqueles que envolvem apenas estímulos antecedentes e a resposta
COMPORTAMENTO
Estímulo (S) – Resposta (R) RESPONDENTE/ REFLEXO

▪ Aqueles que envolvem estímulos antecedentes, respostas e estímulos subsequentes


COMPORTAMENTO
Estímulo (S) – Resposta (R) – Estímulos (S) OPERANTE
COMPORTAMENTO RESPONDENTE
▪ Respondente/Reflexo: o aparecimento do estímulo (alteração no ambiente) produz o
aparecimento da resposta (alteração no organismo).

S R
Estímulo eliciador Resposta eliciada

▪ Nível de seleção: Filogenético


▪ Relação fidedigna: se... então...
COMPORTAMENTO RESPONDENTE
▪ Retirada da mão no contato com superfície quente
R S
▪ Reação de sobressalto a um som alto
R S
▪ Batida no tendão patelar e extensão do joelho por
S R
▪ Salivação produzida por alimento na boca
R S
▪ Sumo de cebola e lacrimejar ao
S R
▪ Suor ao aumento de temperatura
R St
COMPORTAMENTO RESPONDENTE

▪ Comportamento respondente aprendido:

▪ Condicionamento respondente
▪ Condicionamento pavloviano
▪ Condicionamento clássico Sinônimos
▪ Condicionamento reflexo
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE
US – estímulos incondicionado
S Neutro Não elicia resposta
UR – resposta incondicionada
CS – estímulo condicionado
CR – resposta condicionada

Elicia

S Neutro
Emparelhamento sistemático
EXTINÇÃO RESPONDENTE
▪ Apresentação repetida do estímulo condicional sem o estímulo incondicional.
▪ Quebra da relação CS – US (não existe mais a condição na qual o US ocorre).

▪ DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
▪ Procedimento de dessensibilizar através do processo de extinção realizado em
pequenos passos.
▪ Hierarquia de estímulos: do que elicia resposta de menor magnitude para o que elicia
resposta de maior magnitude.
COMO ESSE CONCEITO APARECE NO CASO DE AT
▪ Eu estava tão bem, mas aí meu pai chegou em casa e comecei a sentir um aperto no
peito.
▪ Eu estava tranquila e “do nada” comecei a ficar com o coração acelerado.
▪ [ mãe entra na casa] não estou me sentindo bem, será que podemos encerrar por
aqui.
▪ [no dia de fazer exposição e sair de casa] acordei com muito mal estar, podemos
remarcar?
▪ [ao ir à padaria cliente com ansiedade social] começa a enxugar o suor das mãos.
▪ [ao ser perguntado sobre a escola] cliente começa a lacrimejar.
▪ [cliente após ser assaltado em um banco] desde então evito ruas com bancos quando
vejo propaganda de banco já começo a suar frio, a tremer e meu coração acelera.
COMPORTAMENTO OPERANTE

▪ Relembrando...
Comportamento é a relação entre organismo (respostas do indivíduo) e ambiente
(estímulos do ambiente)

▪ Dependendo do tipo de relação entre estímulo e resposta falaremos em tipos


diferentes de comportamento: Operante ou Reflexo

▪ Comportamento operante é um tipo de comportamento

▪ Comportamento que opera (atua, age) sobre o mundo, modificando-o.


COMPORTAMENTO OPERANTE

▪ Entra o terceiro termo da contingência tríplice: a consequência.

S–R–S
Estímulos antecedentes – Respostas – Estímulos consequentes (“consequência”)

▪ A resposta opera sobre o meio, produzindo mudanças nele, as chamadas


consequências.
COMPORTAMENTO OPERANTE

S–R–S
Estímulos antecedentes – Respostas – Estímulos consequentes (“consequência”)

▪ Olhando para a relação das respostas com os eventos futuros, o que acontece depois
delas.
▪ Respostas produzem consequências, e as consequências, por sua vez, retroagem sobre
o organismo, modificando a probabilidade das respostas futuras ocorrerem.
COMPORTAMENTO OPERANTE

▪ As consequências podem aumentar ou diminuir a probabilidade de emissão futura das


respostas da classe.

▪ Se ocorrer, no futuro, o aumento da ocorrência de respostas da classe, dizemos que as


respostas foram reforçadas – podemos nomear a consequência como reforçadora e o
estímulo de reforçador.
COMPORTAMENTO OPERANTE
Skinner (1953/2000)

“A única maneira de saber se um dado evento é ou não reforçador para um dado


organismo sob dadas condições é fazer um teste direto. Observamos a frequência de
uma resposta selecionada, tornamos um evento contingente a ela e observamos
qualquer mudança na frequência. Se houver mudança [no sentido de aumentar a
probabilidade da resposta] classificamos aquele evento como reforçador para aquele
organismo sob aquelas condições existentes. (p. 73, colchetes acrescentado)
EXEMPLOS
Rato pressiona a barra → ganha água
Bebe chora → ganha comida Acréscimo Reforço
Falar “pa-pa” diante do pai → sorriso do pai de = positivo
estímulo
Contar histórias engraçadas→ risadas
Entregar dever de casa → elogio do professor S – R – Sr+

Dor produzida por pedra no sapado → retirar a pedra → término da dor


Barulho → pedir silêncio → término do barulho Remoção
Reforço
Choque → pressionar a barra → fim do choque de = negativo
estímulo
Trânsito → mudar de rua → passagem livre
Ansiedade → Tomar ansiolítico → redução da ansiedade S r- – R – S r-
REFORÇAMENTO POSITIVO

▪ Não envolve, necessariamente, algo “bom”

▪ O acréscimo de um estímulo reforçador positivo (que não estava


presente antes da resposta) segue uma dada resposta e aumenta a
probabilidade de ocorrência futura da classe de R.
REFORÇAMENTO NEGATIVO (SR-)

▪ A retirada de um estímulo reforçador negativo (que estava presente antes da


resposta) segue uma dada resposta e aumenta a probabilidade de ocorrência futura
da classe de R.
RESUMINDO SR+ E SR-

REFORÇAMENTO = AUMENTO NA PROBABILIDADE DE RESPOSTAS FUTURAS

POSITIVO = ACRÉSCIMO, ADIÇÃO, APRESENTAÇÃO

NEGATIVO = REMOÇÃO, RETIRADA, ATENUAÇÃO


REFORÇADORES À PRIORI?
COMPORTAMENTO OPERANTE

▪ A mesma R pode ser mantida por reforçador positivo e negativo:

Ir ao bar → encontrar amigos (Sr+)/


sai de casa (Sr-)

Mexer no WhastApp→ acesso a amigos (Sr+)/


remoção de estudo para prova (Sr-)
COMO ESSE CONCEITO APARECE NO CASO DE AT
▪ [mãe do cliente] “eu já falei mais de mil vezes para ele parar e ele não para”.
▪ [cliente com comportamentos de adicção] “Eu não sei porque eu continuo fazendo
isso, não ganho nada com isso”.
▪ [cliente em relacionamento abusivo] “ele é péssima pessoa, mas não consigo viver
sem ele.”
▪ [mãe de cliente com alucinações] “não faz sentido nenhum as alucinações que ele
tem.”
▪ Mãe fala para o filho fazer lição e ele chora e grita, a mãe manda ele ir dormir.
▪ [clientes no geral] “Não sei porque eu faço isso.”
NO AT...

▪ Não existe comportamento desadaptado ou “desfuncional”

▪ Temos que procurar pelos reforçadores, negativos ou positivos

▪ Se olharmos para um comportamento e não encontrarmos consequências


reforçadoras, possivelmente estamos diante de reforçamento negativo
CONCEITO DE COMPORTAMENTO
OPERANTE E RESPONDENTE
EXTINÇÃO OPERANTE
EXTINÇÃO OPERANTE

▪ Até aqui falamos o que acontece quando o reforçador segue a resposta...

▪ O que acontece quando o reforçador deixa de seguir a resposta?


EXTINÇÃO OPERANTE

“Quando a conexão entre uma resposta operante e seu reforçador é abruptamente


interrompida, um processo comportamental característico é produzido. As
características deste processo, que é chamado extinção, desempenham uma parte
importante na construção e manutenção de padrões complexos de comportamento.”
(Millenson, 1970, p. 89).

▪ Três aspectos importantes envolvidos na definição de extinção


EXTINÇÃO OPERANTE – 3 ASPECTOS

▪ Relação entre resposta e reforço já estabelecida

▪ Quebra desta relação

▪ Alterações no responder produzidas por essa ruptura

✓ Exemplos: Controle remoto; Botão do elevador; Ligar para o namorado; Luto


✓1. aumento inicial da
frequência de respostas

Curva ✓2. um aumento na


irregular variabilidade da forma
devido a (topografia) e da
magnitude da resposta.
episódios
emocionais
✓3. uma ruptura gradual
dos elos ordenados que
constituem o
Taxa de R mais alta no início comportamento
fortalecido

✓4. Frequência de
respostas se aproxima do
Exemplos: Controle remoto; Ligar para o namorado; Luto, nível operante.
Birra,
EXTINÇÃO NO CASO DE AT
• É um procedimento (não só processo) bastante utilizado tanto na orientação de pais e
familiares quanto na interação entre o AT e o cliente.
• Sempre explicar para os pais os efeitos da extinção e prepará-los.
• Evitar ao máximo usar extinção sem que haja outras respostas a serem reforçadas
(DRI, DRO, DRA).
• Estar presente ou disponível para os familiares quando for realizar esse tipo de
intervenção.
• Na intervenção com o AT, avisar os pais, caso haja a necessidade de ignorar alguma
variação de comportamento (birra).
• Explicar os males de reforçar quando estiver no auge.
• Validar a sensação e não a ação.
EXTINÇÃO OPERANTE
ESTÍMULOS ANTECEDENTES
ESTÍMULOS ANTECEDENTES
Relação das respostas com os eventos anteriores à elas.

S–R–S
O reforçamento de certas respostas ocorre com maior “sucesso” na presença
(diante de, na ocasião) de certos estímulos.

Sd – R - Sr
ESTÍMULO DISCRIMINATIVO
Os estímulos diante dos quais as respostas tiveram mais sucesso irão adquirir função
evocativa.

Quando a apresentação de um estímulo aumenta a probabilidade de ocorrência de um


operante, nomeamos o estímulo como estímulo discriminativo.

Sd – R – Sr
Esse estímulo passará a evocar o operante (respostas da classe) que o sucedeu.
ESTÍMULO DISCRIMINATIVO
Exemplos: bebedouros, torneiras, elevadores, expressão facial de pais, pedir para pai ou
mãe.
Sd – R – Sr
-
– “apertar a barra com a mão” – Porta aberta
SΔ e “descer a mão diagonalmente”

– “segurar a circunferência com a mão” – Porta aberta


“ e “girar a mão para a direita”
OPERAÇÃO MOTIVADORA (OM)

Variável ambiental que afeta o organismo.


OM
Operações Estabelecedoras (OE) e Abolidoras (OA)
Condicionadas e incondicionadas S–R–S
Efeitos: sobre a consequência (estabelecendo ou abolindo o valor reforçador); sobre os
estímulos antecedentes (alguns adquirem função evocativa – de Sd – e outros não – de
Sdeltas); e sobre o operante (efeito evocativo ou abativo - aumentando ou diminuindo
momentaneamente a probabilidade de emissão de respostas).

▪ Exemplos: pneu furado, parafuso preso, chave perdida, festa.


OPERAÇÃO ESTABELECEDORA (OE) - EXEMPLO
Pneu furado (OE)
Efeito na consequência: consequência reforçadora estabelecida - pneu sem furo.
Efeito nos Santecedentes: estabelecimento de Sds (macaco, chave de roda, triângulo) e
Sdeltas (todos os Ss restantes).
Efeito nas respostas: evocativo – aumentando a probabilidade de respostas.
COMO ESSE CONCEITO APARECE NO CASO DE AT
SD
▪ Quando se fala “vamos estudar Matemática”, evoca-se comportamentos de pegar
lição de matemática, falar de matemática, abrir livro de Matemática, e etc, não de
Português, Geografia ou outra matéria.
▪ Usar caneta para prova e lápis para lição.
OM
▪ Criança durante o AT de estudo está concentrada estudando. Quando a mãe chega ele
começa a se negar a fazer.
▪ AT de estudos chega na casa do cliente e cliente estuda; quando AT não está, cliente
não estuda.
▪ Cliente fala para AT: com você por perto eu consigo fazer o que preciso.
ESTÍMULOS ANTECEDENTES
PUNIÇÃO
PUNIÇÃO
✓Punição positiva: apresentação de reforçador negativo
✓ Punição negativa: remoção de reforçador positivo

Devemos supor o efeito da punição? Ela deve ser definida pela operação ou pelo efeito?

▪ Definição simétrica: definição pelo efeito. Reforçadores aumentam probabilidade;


punição diminui.

▪ Definição assimétrica: definição pela operação – não especifica diminuição da


probabilidade de ocorrência de respostas.
FUGA E ESQUIVA
Respostas operantes controladas por contingências aversivas.

▪ Fuga = resposta sob controle da presença do Sr-, retirando-o.

Exemplos: correr de uma barata; interromper a sessão de estudos enquanto está


estudando.

▪ Esquiva = resposta sob controle da presença do estímulo que precede o Sr- aversivo,
evitando ou adiando o Sr- aversivo.

Exemplos: correr ao ver algo que “poderia ser” uma barata; não ir na sessão seguinte.
PUNIÇÃO
TOPOGRAFIA E FUNÇÃO
TOPOGRAFIA X FUNÇÃO
▪ Topografia: forma da resposta – envolve a maneira como a resposta se apresenta no
mundo.
✓ Pode ser observada, gravada em vídeo e descrita.

▪ Função: o “porquê” ela ocorre – “o motivo/causa/razão”. Envolve a relação entre as


respostas e os estímulos antecedentes e consequentes.
✓Pode ser observada e relatada por uma pessoa treinada. Gravações registrarão
apenas as topografias.
FUGA E ESQUIVA NO AT: COMO APARECE?

• Como estamos no ambiente natural as possibilidades de fuga/esquiva se multiplicam


além de mudar de assunto, faltar na sessão ou ficar em silêncio.

• Se trancar no quarto ou no banheiro.


• Gritar ou chamar os pais.
• Ameaça quebrar objetos seus ou do ambiente.
• Agressão física
• Não desligar o jogo, usar o celular ou outros eletrônicos.
• Não estar em casa ou no lugar combinado.
• Inicia um conflito com um familiar na hora do atendimento.
TOPOGRAFIA X FUNÇÃO
▪ Qual a função?

▪ Pessoa joga água em alguém.


▪ Adolescente vai mexer no computador durante a sessão.
▪ Criança come somente alguns alimentos.
▪ Cliente se nega a fazer uma atividade proposta pelo AT.
▪ Etc.

▪ Reforçamento positivo, reforçamento negativo, punição positiva, negativa...dependem


das relações das respostas com os antecedentes e consequências...
TOPOGRAFIA E FUNÇÃO
COMPORTAMENTO VERBAL
COMPORTAMENTO VERBAL

▪ O termo “comportamento verbal" foi introduzido por Skinner (1957) no livro


intitulado Verbal Behavior.
▪ Termo cunhado para substituir a palavra "linguagem”.
▪ Objetivo de enfatizar que "linguagem” é um comportamento operante.
COMPORTAMENTO VERBAL
▪ “Comportamento verbal é um comportamento operante que é reforçado por meio da
mediação de outras pessoa, mas apenas quando a outra pessoa está se
comportamento de maneiras que foram modeladas e mantidas por um ambiente
verbal que evoluiu ou linguagem.” (p.90)

▪ Comportamento operante
▪ Reforçado por meio da mediação de outra pessoa
▪ [outra pessoa] comportamentos modelados e mantidos por um ambiente verbal
▪ LINGUAGEM!

Skinner, 1957
OPERANTES VERBAIS
▪ Mando: a resposta verbal é obtida sob controle de condições motivacionais específicas,
privação ou a presença de um estímulos aversivo (OM) a resposta especifica o
reforçador. Exemplos: ordens, pedidos, avisos.

▪ Por favor, me dê um copo d’água.


▪ Pare!
▪ Não faça isso!
OPERANTES VERBAIS
▪ Tato: a resposta é emitida sob controle de um estímulo antecedente específico não
verbal (objeto, evento ou propriedade destes) e produz como consequência reforço
social. Exemplo: descrições.

▪ Olha a chuva.
▪ Estou vendo um gato.
▪ A caneta é azul.
▪ O gato é pequeno.
OPERANTES VERBAIS
▪ Intraverbal: a resposta verbal fica sob controle de um estímulo antecedente verbal. Não
obedece uma relação formal.

▪ Ouviram do Ipiranga...
▪ Pam pam ram ram ram...
▪ Atirei o pau no...
▪ Quem descobriu o Brasil?
MANIPULAÇÃO DO COMPORTAMENTO VERBAL
▪ Mandos disfarçados: Os mandos disfarçados são respostas verbais que possuem
topografia de tato, mas que estão sob o controle de reforçadores específicos a serem
oferecidos pelo ouvinte

▪ Nossa que relógio bonito!


▪ Ai...que dor nas costas...
▪ Poxa, estou precisando tanto de um sapato preto... (na semana do seu aniversário)
▪ Estou tão cansada... (carregando sacolas pesadas)
COMPORTAMENTO GOVERNADO POR REGRAS
▪ Regras: Estímulo antecedente verbal que especifica contingências.
Frequentemente recebe-se no AT pessoas com
▪ dificuldades
Quando chegar na Paulista, eme encontrará
vire á direita seguir regras
o metrô.
▪ Os filhos devem respeitar os seus pais.
▪ Não brinque com fogo.
▪ Viva o hoje.
Há problemas comportamentais relacionados
a não seguir regras e a seguir muitas regras
AVANÇOS EM COMPORTAMENTO VERBAL

▪ Equivalência de estímulos
Tema para:
Intervenções verbais no AT
▪ RFT: Teoria das Molduras Relacionais
EXERCÍCIOS
▪ A sala está cheia
▪ Tato
▪ Pega meu celular
▪ Mando
▪ Queria tanto um chocolate
▪ Mando disfarçado
▪ Está frio hoje
▪ Pode ser um tato ou um mando disfarçado para alguém dar a blusa ou diminuir o ar
▪ Que bolsa bonita!
▪ Pode ser um tato ou um mando disfarçado para ganhar a bolsa
COMO ESSE CONCEITO APARECE NO CASO DE AT
▪ [cliente com ansiedade social]: Eu fiquei pensando se não seria melhor ficarmos aqui
em casa hoje ao invés de sair, eu estou meio gripada.
▪ [cliente com pagamento atrasado]: Nossa, eu estou muito enrolada de grana esse
mês, está tão difícil.
▪ No final de semana eu já consegui sair com a minha irmã e com uma amiga. [cliente
com dificuldade de sair de casa em um dia combinado de sair com a AT]
▪ Sinto que se eu não fizer isso [lavar as mãos] algo ruim pode acontecer, sei que pode
ser que não, mas por via das dúvidas... [cliente com TOC]
▪ Você gosta de biscoitos? [cliente com dificuldades sociais antes de te oferecer um
biscoito que ela fez]
COMPORTAMENTO VERBAL
EMOÇÃO NA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
EMOÇÃO
▪ Onde eu coloco a emoção na contingência???

▪ “É comum a concepção de que o comportamento é causado por aquilo que ocorre


dentro da pele da pessoa (Skinner, 1953).”

▪ Quantas vezes ouvimos: emoção não é causa de comportamento! Você não faz as
coisas porque está com raiva! Isso é ser mentalista! ????
EMOÇÃO

Raiva:
Jogo de futebol
Dica: Faça análise da
emoção

Thomaz, 2012
EMOÇÃO

Dica: Use as
emoções como dicas
para investigar
contingências

Banaco, 1999
COMO ESSE CONCEITO APARECE NO CASO DE AT
▪ Eu sei que eu fui agressivo, mas fiz isso porque estava com muita raiva.
(Extinção/Punição)
▪ Estou me sentindo meio frustrado. (Extinção)
▪ Nossa, fiquei p. da vida com ele. (Extinção/Punição)
▪ Hoje estou tão feliz. (Reforçamento positivo)
▪ Não posso fazer isso, tenho muito medo. (Sinalização de punição – SR-)
▪ Nossa, quando minha mãe saiu de casa me deu um alívio. (Reforçamento negativo)
▪ Estou muito apreensivo com essa prova. (Sinalização de punição – SR-)
▪ Sou uma pessoa muito ansiosa. (História de punição/ SR- presentes)
EMOÇÃO NA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
AVALIAÇÃO FUNCIONAL E
ANÁLISE DE CASO
AVALIAÇÃO FUNCIONAL

▪ Com todos os elementos que compõem a análise de contingências discutidos...

▪ Avaliação funcional: é a identificação das relações de dependência entre as respostas


de um organismo, o contexto em que ocorrem (condições antecedentes), seus efeitos
no mundo (eventos consequentes) e as operações motivadoras em vigor.
▪ Ferramenta pela qual o analista do comportamento interpreta a dinâmica do
comportamento do cliente.
▪ Ferramenta pela qual o analista do comportamento planeja a intervenção.
CONTINGÊNCIA DE 3 TERMOS

NOME DA CONTINGÊNCIA

ESTÍMULOS
CLASSE DE CONSEQUÊNCIAS
ANTECEDENTES
RESPOSTAS (R) (SR+/SR-/P+/P-)
(SA)
OPERAÇÕES
MOTIVADORAS
(OM)
ANÁLISE DE CASOS CLÍNICO

▪ Objetivo: Exercitar o raciocínio funcional para análise de casos clínicos


▪ Importante: há alguns jeitos que podemos considerar incorretos, mas não há somente
um jeito correto .

▪ Vamos começar com exercícios de investigação.


▪ Depois, vamos analisar casos reais!
▪ Dividam-se em grupos de até 6 pessoas!
AVALIAÇÃO FUNCIONAL E
ANÁLISE DE CASO
IDENTIFICANDO CONTINGÊNCIAS
EXEMPLOS DE PERGUNTAS/OBSERVAÇÕES
▪ Para identificar estímulos antecedentes:

▪ Quando ocorreu?
▪ Ocorre com mais frequência em alguma ocasião?
▪ O que você estava fazendo antes?
▪ O que aconteceu antes?
EXEMPLOS DE PERGUNTAS/OBSERVAÇÕES
▪ Para entender a resposta:

▪ O que você fez?


▪ Como você reagiu?
▪ Me descreva exatamente a cena.
▪ Fale para mim como você falou.
▪ Me mostre como você fez.
▪ Observar as interações com as pessoas da casa, familiares, funcionários de lugares,
etc.
▪ Observar expressões faciais, tom de voz, direção do olhar, etc.
EXEMPLOS DE PERGUNTAS/OBSERVAÇÕES
▪ Para identificar as consequências:

▪ O que aconteceu depois?


▪ Como ele reagiu?
▪ E como ela(e) em geral reage?
▪ O que foi diferente dessa vez?
▪ Você conseguiu o que queria?
▪ Como você se sentiu depois?
CASO CLÍNICO
▪ Raul, 14 anos
▪ Diagnóstico de autismo.
▪ Queixa: intervenção escolar porque ele apresenta muitos comportamentos
inadequados na escola e não fica muito tempo na sala de aula.
▪ Grita na sala de aula.
▪ Se joga no chão “de forma inesperada”.
▪ Derruba colegas no chão e se joga em cima deles.
▪ Descrevem que leva broncas da coordenadora e isso não resolve.
POSSÍVEIS PERGUNTAS
▪ O que acontece quando ele grita em sala de aula?
▪ Ele é retirado da sala.
▪ Para onde ele é levado?
▪ Para o parque.
▪ Por que ele é levado para o parque?
▪ Porque é o único lugar que ele fica tranquilo.
▪ O que os professores fazem quando ele grita?
▪ Eles brigam com ele.
▪ O que os colegas fazem?
▪ Falam para ele falar baixo.
POSSÍVEIS PERGUNTAS
▪ Você disse que ele se joga no chão de forma inesperada, onde acontece?
▪ No pátio.
▪ O que acontece quando ele se joga?
▪ Damos bronca nele, dizemos que ele é grande para fazer isso.
▪ E ele para de se jogar?
▪ Que nada, às vezes se joga até mais.
▪ Como os colegas reagem?
▪ Em geral dão risada.
▪ Vocês já deram algum tipo de instrução aos alunos?
▪ Sim, para rir mesmo para ele ver como é bobo o que ele faz.
OBSERVAÇÕES
▪ Colega menina levanta o braço e mostra uma parte da barriga.
▪ Raul derruba a menina e se joga em cima dela.
▪ Colega menina vai com blusinha com decote.
▪ Raul derruba a menina e se joga em cima dela.
▪ At mulher tira blusa num dia de calor e mostra uma parte da barriga.
▪ Raul derruba a At e se joga em cima dela.
POSSÍVEIS PERGUNTAS
▪ Você disse que ele leva bronca da coordenadora. Quando vocês a chamam?
▪ Quando ele passa do limite e apronta demais na sala de aula.
▪ Você disse que ele leva bronca da coordenadora. Como é essa coordenadora?
▪ Muito brava, todos os alunos respeitam muito ela.
▪ Qual a relação do Raul com ela?
▪ Eles se dão muito bem, ele adora ela. Mas agora ela cuida do maternal e eles não se
veem mais.
▪ Então eles ficam muito tempo sem se ver?
▪ Sim.
▪ E aí quando ele bagunça vocês chamam ela?
▪ Sim, para ele ver que a coisa ficou feia para o lado dele.
POSSIBILIDADE DE ANÁLISE
Atenção dos R+
Profºs
SA R
Atenção dos R+
Sala de aula Grita colegas

Sala de aula R-

Parque R+

COMPORTAMENTO DE GRITAR NA SALA


POSSIBILIDADE DE ANÁLISE

COMPORTAMENTO DE SE JOGAR NO CHÃO

Atenção dos R+
profºs
SA R
Pátio Se joga no chão

Atenção dos R+
colegas
POSSIBILIDADE DE ANÁLISE

COMPORTAMENTO DE DERRUBAR E SE JOGAR EM CIMA DAS PESSOAS

Atenção das R+
colegas
Partes do corpo SA R
Derruba-a se
feminino à
joga em cima
mostra
Contato R+
OE
físico
Privação
sexual
ANÁLISE IMPORTANTE PARA INTERVENÇÃO
COMPORTAMENTO DE EMITIR MUITOS INADEQUADOS EM SALA

SA R R+ R+
Emite muitos Atenção da
Sala de aula
inadequados coordenadora

Privação de
contato com a OE
orientadora
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO
Desenvolver
repertório de Atenção dos
pedir atenção? Profºs
Orientação de
Mando para ir extinção
ao parque? Atenção dos
Sala de aula Grita colegas

Privação de Sala de aula Orientação: não


atenção? sair após grito
Quando dão
Parque
atenção? Orientação: não
levar ao parque
Atenção contingente a outros após gritar
comportamentos
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO

Atenção dos R+
profºs
SA R
Orientação de
Pátio Se joga no chão extinção

Atenção dos R+
Observar colegas
antecedentes
Atenção contingente a outros
comportamentos
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO
Orientação de
extinção
Atenção das R+
colegas
Partes do corpo SA R
Derruba-a se
feminino à
joga em cima
mostra
Contato R+
OE
físico
Privação
Ensino de
sexual
comportamento
sexual adequado
ou intervenção
medicamentosa
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO
Ensinar
repertório de
mando
SA R R+ R+
Emite muitos Atenção da
Sala de aula
inadequados coordenadora

Privação de Orientação:
contato com a OE
coordenadora só
orientadora
aparecerá em
momentos em que
ele estiver bem.
IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS BÁSICOS DA AC
▪ É a base para a compreensão dos fenômenos humanos
▪ Norteia a avaliação do caso
▪ É a base para o planejamento de intervenções
IDENTIFICANDO CONTINGÊNCIAS
Obrigada!
GABRIELADOSSANTOS.PSICO@GMAIL.COM

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