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simbolismos.html

Hod, a esfera mental e


dos simbolismos -
Kabbalah Hermética

Título: Hod, Glória. (Em hebraico: Heh, Vav, Daleth)

Imagem Mágica: Um hermafrodita

Localização na Árvore: Na base do Pilar da Severidade

Planeta: Mercúrio

Texto Yetzirático: O oitavo Caminho chama-se Inteligência Absoluta ou Perfeita, pois


é o instrumento do Primordial, e não possui raízes, com as quais possa penetrar a
implantar-se, salvo nos lugares ocultos de Gedulah, da qual emana sua essência
característica.
Nome Divino: Elohim Tzebaoth, o Deus das Hostes.

Arcanjo: Miguel.

Coro Angélico: Beni Elohim, Filhos de Deus.

Qlippoth: Samael.

Chakra Cósmico: Kokab, Mercúrio.

Chakra: Manipura.

Experiência Espiritual: Visão do esplendor.

Virtude: Veracidade.

Vício: Falsidade. Desonestidade.

Correspondência no Microcosmo: Os quadris a as pernas.

Símbolos: Nomes, versículos, avental.

Arcanos do Tarot: Os quatro 8

Oito de Paus: Rapidez

Oito de copas: Sucesso abandonado

Oito de Espadas: Força diminuída

Oito de Ouros: Prudência

Cor em Atziluth: Violeta-púrpura.

Cor em Briah: Laranja.

Cor em Yetzirah: Vermelho-roxo.

Cor em Assiah: Preto-amarelado, salpicado de branco.

No Reino Animal: O veado, serpente gêmeas, íbis, macaco, chacal, andorinha.

No Reino Mineral: Mercúrio (Metal) e o Topázio (gema)

No Reino Vegetal: O Estoraque, Alfazema, Zimbro, Murta, Cravo, Lavanda,


Madressilva e os Cítricos.
Corpos: Corpo Mental Inferior

Correspondência no microcosmo: Quadris e as pernas

Número: 8

Associação com deuses: Hermes, Mercúrio, Toth, Papa Legba, Exú, Oghma, Loki,
HuehueCoyotl

Hod é a esfera da razão, do intelecto, das formas, do pensamento, símbolos,


códigos e da magia, principalmente a cerimonial. É essa esfera a responsável por sermos
capazes de entender a realidade de forma “visível”, de forma concreta. As ideias
abstratas podem tomar formas por meio de Hod, por exemplo, o amor. O amor é um
sentimento, é uma forma abstrata, não se pode pegar e nem ver o amor, mas a ideia do
amor é representada pelo símbolo do coração. Esta é a função de Hod: dar forma às
energias e ideias. Nessa esfera elas são revestidas em símbolos e se manifestam no
astral (Yesod).

O interessante é que Hod é exclusivo e único de cada um. Cada pessoa irá
entender determinado tipo de energia de forma pessoal. E isso acontece porque Hod
depende de elementos da imaginação da pessoa, ou seja, quanto mais rica for uma
mente em questão de simbolismo, pessoais ou não, e arquétipos, maior é a capacidade
das energias serem revestidas para serem compreendidas.

Lembrando que um mesmo símbolo pode ser interpretado de maneira diferente


por diferentes culturas, pois a forma como ele é apresentado e entendido é particular de
cada uma delas. Então aquela história de que se a pessoa sonha com tal coisa é sinal
daquilo ou disso é muito errônea, uma vez que determinado símbolo pode significar
uma coisa para mim e outra para você.

Logo uma energia será simbolizada de acordo com o que a mente da pessoa
consegue a associar, mas apesar dessa diferença entre diferentes mentes a energia em si
será a mesma para todos. Por isso que em uma viagem astral duas pessoas podem ver
coisas diferentes ao enxergar uma mesma energia. Não teria sido viagens astrais
diferentes, mas sim o que o Hod de cada um interpretou de seu jeito. Vemos isso
também nos seres mitológicos de cada cultura onde temos os deuses Hermes, Mercúrio,
Toth e outros deuses e seres que representam a razão, comunicação, intelecto, temos os
arquétipos que simbolizam a energia de Hod representada de forma diferente em cada
cultura.

Hermes, Mercúrio e Toth representam a mesma energia de Hod

Para falar de Hod é necessário falar de Netzach também, pois nenhuma esfera
pode atuar sozinha. Como Dion Fortune diz “uma sephirah isolada não é funcional; a
função sempre supõe um par de opostos em equilíbrio, que resulta numa terceira esfera
equilibrada que é funcional”.
Netzach é a esfera da força e Hod a esfera da forma. Hod sem a força de Netzach
é apenas uma forma vazia e sem significado, e Netzach sem a forma dada por Hod é
apenas energia sem ter um meio de se expressar e manifestar de maneira entendível.
Quando as duas esferas estão em equilíbrio resultam a sua criação em Yesod que irá se
manifestar em Malkuth. A relação de Netzach e Hod pode ser representada pela Musa
inspiradora e o Poeta. A Musa com sua força e energia abstrata inspira o Poeta, e ele dá
a forma a essa energia.

“Da mesma maneira como o ser humano, para explorar as profundidades dos mares ou
o ar rarefeito das montanhas, precisa vestir roupas protetoras que o envolvem e o
tornem adequado ao ambiente, assim ocorre com as energias sutis, como os deuses,
orixás e outras energias cósmicas que, para entrar contato com nosso subconsciente,
precisam vestir-se de arquétipos compreensíveis à mente humana.” – Kabbalah
Hermética, Marcelo Del Debbio

Vamos aos seus simbolismos:

O texto Yetzirático diz que Hod é a Inteligência Perfeita porque é instrumento


do Primordial. Em outras palavras é o poder em equilíbrio, pois a palavra instrumento
implica uma posição intermediária entre dois extremos. Quando chegamos a um certo
nível de consciência percebemos que nós somos apenas ferramentas pela qual os
poderes das forças de luz podem se manifestar. Somos apenas um canal, e devemos ser
gratos por isso, pois chegar a um nível onde podemos servir como ferramenta do divino
é uma grande conquista em nossa caminhada.

Hod em hebraico significa Glória ou Esplendor, sugerindo que é nessa esfera na


qual as formas estão devidamente organizadas, fazendo com que assim o Esplendor do
Primordial se revele à consciência humana. Os físicos dizem que a luz só pode ser
percebida como azul no céu devido à refração das partículas de pó na atmosfera. Uma
atmosfera perfeitamente livre de pó seria completamente negra. Ocorre o mesmo na
Árvore da Vida. A Glória de Deus só pode brilhar na manifestação se existirem
partículas na qual ela possa refletir. Com isso conseguimos entender a visão espiritual
atribuída a Hod que é a visão do esplendor.
O Nome Divino de Hod é Elohim Tzabaoth, Deus das Hostes. Tzabaoth
significa hoste ou armada. Já Elohim é um substantivo feminino com plural masculino,
trazendo assim a ideia de hermafrodita, ou seja, duas energias opostas e
complementares, segundo aos cabalistas, ela representa um tipo duplo de atividade ou
de força que funciona por meio de uma organização. Inclusive a imagem mágica de Hod
é um hermafrodita, e é interessante notar que o simbolismo do hermafrodita traz a ideia
do ser em que se combinam os elementos e o princípio do masculino e feminino.

Caduceu de Hermes. As duas serpentes representam duas energias opostas e complementares

Tem como correspondência o Planeta e o chakra cósmico Mercúrio, e desse


planeta atribui-se também as suas correspondências no microcosmo representado pelos
quadris e pernas, segundo à sua regência astrológica. Como virtude possui a veracidade
e como defeito a falsidade e desonestidade. Atribuindo ainda a Virtude e Defeito
Capital relacionado a Mercúrio tem-se a Paciência e a Inveja. Hod corresponde também
ao chakra Manipura.
Chakra Manipura

Tem como símbolos os nomes, versículos e aventais. Os nomes são as Palavras


ou Nomes de Poder, que carregam obviamente poder, cujo mago profere. Os versículos
são mantras e eles operam sobre a mente como uma forma de autossugestão. O avental é
um traje característico de um iniciado nos Mistérios Menores, que é sempre qualificado
figurativamente como um pedreiro, isto é, um construtor de formas[¹] e como a sephirah
Hod é a esfera das operações dos construtores de formas mágicas, o símbolo que lhe
corresponde é bastante pertinente.

Os arquétipos mais famosos dessa esfera incluem Hermes, Mercúrio e Toth, que
ao logo do tempo sofreram sincretismo nascendo assim Hermes Trismegistos. E não só
eles como também outros arquétipos semelhantes que trabalham com a energia dessa
esfera dos deuses mensageiros, das ciências, da magia, dos viajantes, da eloquência, da
escrita, do comércio, dos ladrões, trapaceiros e protetores, funcionam dentro de Hod.
Como foi dito anteriormente, a virtude de Hod é a veracidade e seu defeito é justamente
os aspectos negativos desses deuses, que revelam a desonestidade e falsidade.
Loki, um deus Trickster, possui uma enorme astúcia e capacidade mental para seus planos.
Conhecido por ser um grande trapaceiro

A título de curiosidade, Hermes na mitologia grega também era considerado


deus da fertilidade e também um deus guardião e protetor. “[...]e, de maneira bastante
interessante, grosseiras imagens fálicas dele, chamadas hermae, eram colocadas em
encruzilhadas e em frente de casas” [²]. Outro arquétipo de Hod é Exú, orixá em
algumas religiões e entidade em outras. É ele o orixá da comunicação, mensageiro e
guardião, tal como Hermes. E as oferendas de Exú são feitas especialmente onde? Isso
aí, encruzilhada.
Escultura Hermae, conhecida como Herma

Hod está localizado na base do Pilar da Severidade. Este Pilar tem uma
característica um pouco restritiva, mas é através dessas restrições feitas nos planos
inferiores que a energia dinâmica dos planos superiores pode ser utilizada. É em Hod
que a mente racional consegue restringir nossas energias primitivas, limitando-as e
direcionando para algo melhor, evitando assim o domínio e uma maior propagação dos
impulsos animalescos que possuímos.

Os quatro Arcanos Menores do número 8 no tarot possui essa ideia de restrição.


Uma restrição em aspectos de nossas vidas que irão levar a algo melhor que somente o
Plano Superior pode fornecer. O 8 de copas representa o sucesso abandonado, a
desistência de algo que havia sido construído. O 8 de espadas é a força diminuída, é a
restrição, quando não há nada que possamos fazer. O 8 de ouros é conhecido como
Senhor da Prudência, é a cautela e dedicação que o tempo constrói. O 8 de Paus é a ação
após um período de restrição, envolve a rapidez para agir após ela.
8 de copas e 8 de paus são do tarot da Golden Dawn. 8 de ouros e 8 de espadas do tarot de Rider
Waite

Estudando Hod percebe-se que as energias universais podem se apresentar


revestidas de diferentes formas dependendo dos fatores regionais, culturais e sociais.
Mas no fim será a mesma energia universal, apenas revestida de forma diferente.

Referências bibliográficas:

[¹]Kabbalah Hermética – Marcelo Del Debbio

[²]O Poder da Magia – Israel Regarddie

A Cabala Mística – Dion Fortune

Kabbalah Hermética, curso EADeptus - Marcelo Del Debbio

O Tarot Mitológico – Juliet Sharman-Burke e Liz Greene

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