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Lição 3 – Resgatando o diálogo na família

Texto Bíblico: Tiago 1.19

A comunicação entre seus membros é a coisa mais importante numa família.


Muitos males, conflitos e até algumas tragédias seriam evitadas se houvesse boa
comunicação nos lares.
Segundo John Drescher (pastor e escritor americano, com mais de 50 livros
publicados sobre família), todo colapso familiar tem como causa principal a dificuldade
de diálogo entre seus membros. “O colapso na família começa, invariavelmente, com
alguma forma de falha na comunicação”, diz ele. Infelizmente não são poucos os lares
onde este valor se perdeu ou está sob grande risco.
Toda família enfrenta desafios. São várias as áreas em que uma família
enfrenta “tempestades”, porém, não são as lutas que derrubam esses lares, mas sim,
a falta de habilidade de enfrentá-las e, dentre essas habilidades, está a mais
importante que é o diálogo.
Este é, sem dúvidas, um valor importantíssimo que precisa ser resgatado e
preservado nas famílias.

O que fazer?
1. Treine seus ouvidos para ouvir corretamente
A Bíblia diz que cada um deve estar pronto para ouvir. Talvez você pense: Mas
se tenho ouvidos então sempre ouvirei. Mas não é assim que funciona o ouvido. Se
bastasse a função mecânica e espontânea do aparelho auditivo, Deus não precisaria
mandar quem tem ouvidos ouvir: “Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então
ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas” (Ap 2.7 – NTLH).
Isso significa que temos que aprender a ouvir de forma esclarecedora, a fim de
ouvir a verdade e não apenas o que desejamos ouvir; o sentimento e não apenas o
ruído; o discurso e não apenas as palavras. Para tanto, é preciso treinar o ouvido.
Um pequeno mal entendido numa conversa em família pode gerar um grande
conflito. O pior é que depois o mal entendido se transforma numa discussão mais
acalorada pelas emoções, então aí é que ninguém ouve ninguém mesmo.
Normalmente, as desculpas que ouvimos de pessoas que não se esforçam
para ter um bom diálogo em família são:
Maridos: Não dá para conversar com minha mulher. Ela fala muito, o tempo
todo, quase não me deixa falar e ainda por cima entende tudo errado!
Esposas: Não dá para conversar com meu marido. Ele fica calado, me deixa
falando sozinha e, quando eu termino de falar, ele volta a fazer o que estava fazendo,
sem se importar com o que falei.
Pais: Meu/Minha filho(a) não me ouve, não tem paciência para ouvir meus
conselhos. Está sempre ansioso(a) e irritado(a) para que eu termine logo de falar. E,
ao invés de abrir o coração e colocar para fora o que precisa, responde com palavras
monossilábicas.
Filhos: Meus pais não me entendem, não prestam atenção no que eu falo.
Nem termino de falar e eles já começam a criticar o que falei.
Em geral, é assim que se comportam as famílias quando o assunto é diálogo.
O que cada um precisa fazer é treinar o ouvido para conseguir captar a mensagem
que o outro deseja passar. Quando isso acontece, muita coisa se revela e o vínculo
entre as pessoas se fortalece.
Há um ditado que diz: “Falar é prata, escutar é ouro”.
“Lembrem-se disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir”
(Tg 1.19a – NTLH)

2. Aprenda a usar o silêncio a favor da harmonia familiar


O silêncio também é uma ferramenta poderosa na comunicação. Ele tanto
pode ser utilizado para o bem, quanto para o mal. Por exemplo: quem faz silêncio
recusando expressar seus sentimentos somente para frustrar o outro, usa o silêncio
para o mal, é um tolo na prática da comunicação. Mas quem sabe se calar na hora
certa é sábio: “Até um tolo pode passar por sábio e inteligente se ficar calado” (Pv
17.28).
A hora certa de se calar é aquela em que, o que você vai dizer fará piorar a
situação; ou quando você não tiver certeza do que vai falar; ou quando você estiver
emocionalmente desequilibrado, a ponto de não conseguir articular bem as palavras;
ou ainda quando a outra pessoa estiver emocionalmente abalada, a ponto de não
conseguir estabelecer uma conexão no diálogo. Nessas horas, o silêncio revela
sabedoria e domínio sobre a raiva. “O tolo mostra toda a sua raiva, mas quem é
sensato se cala e a domina” (Pv 29.11 – NTLH).
Nosso Senhor Jesus Cristo, em muitas ocasiões, retirava-se da multidão,
procurava um lugar deserto e lá permanecia em silêncio diante do Pai. “Porém Jesus
ia para lugares desertos e orava” (Lc 5.16 – NTLH). Após esses retiros, Ele sempre
voltava operando algum milagre. O retiro em silêncio para orar nos confere poder.
Cônjuges, pais e filhos ficam mais poderosos para resolver as questões do dia a dia
da família quando aprendem a fazer períodos de silêncio para orar. Nem tudo se
resolve falando. Muitas vezes é a oração que principia o resultado que precisamos
num embate entre membros da família.
O segredo dos casamentos longevos e prazerosos, dos relacionamentos bem
ajustados entre pais e filhos é exatamente o esforço que eles fazem para se
comunicar melhor. E isso passa pelo entendimento dessas pessoas de que há um
tempo determinado para tudo, inclusive tempo de fazer silêncio. “Tempo de rasgar e
tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar” (Ec 3.7 – NTLH).

3. Aprenda a falar de modo que comunique


Finalmente chegamos à fala. Isso mostra que comunicar não é prioritariamente
falar. Falar é fundamental na comunicação, mas há fala que não comunica, então é
importante lembrar que comunicação não é o que falamos, mas sim o que o outro
entende. Isso significa que até a maneira de falar é importante.
Quantas vezes ouvimos um pai ou uma mãe fazendo a seguinte reclamação:
“Já cansei de falar com meu filho(a), mas não está adiantando!”?. Não podemos
simplesmente sair falando, temos que falar com sabedoria, pensando bem no que
falamos e, principalmente, em como falamos. “Há mais esperança para um tolo do
que para uma pessoa que fala sem pensar” (Pv 29.20 – NTLH).
Muitas vezes é mais fácil se comunicar com uma pessoa estranha do que com
os da própria família, e isso tem uma explicação. É que, ao dialogarmos com um
membro da família, somos tentados a pensar que ele já sabe tudo o que vamos falar.
Então não somos claros como deveríamos, às vezes não falamos com amor e outras
vezes faltamos com o respeito ao outro.
Para que a comunicação seja eficaz e produza os resultados que esperamos
temos que passar nossa fala por três crivos: Clareza, respeito e amor.
• Clareza: Quando nos dirigirmos a uma pessoa da família para tratar de
qualquer assunto precisamos ser claros, ainda que tal assunto seja comum entre nós.
O princípio mais importante da comunicação é se estamos sendo claros. Se tiver que
pecar, peque pelo excesso de clareza e não por deixar o tema confuso. Isso não
significa ficar repetindo a mesma coisa sempre, pois este hábito irrita mais do que
esclarece. Tenha a certeza de que não se esqueceu de nenhum detalhe do que
precisava comunicar, se falou numa velocidade que o outro entendeu e se usou o tom
de voz adequado ao assunto.
• Respeito: Tão importante quanto ser claro é falar de forma respeitosa. O
respeito tem a ver com: Tonalidade de voz – Quanto mais alta a voz menor é a
comunicação, pois falar alto é uma agressão verbal. Gente que tenta resolver os
problemas no grito só piora a situação. Momento adequado – Nem sempre o membro
da família com quem você vai falar está num bom momento, há de se respeitar o
momento do outro. Não podemos, por se tratar do cônjuge, do filho, da filha, do pai ou
da mãe, achar que podemos sair falando na hora que bem entendermos. Por mais
importante que seja o assunto, é preciso respeitar o outro e saber se ele está
disponível para conversar naquele momento. Há maridos que chegam cansados do
trabalho, com fome, e querendo tomar um banho para dar uma relaxada, mas a
mulher já o recebe na porta despejando um monte de problemas para ele resolver.
Com o tempo, essa falta de respeito cansa e passa a irritar o outro. Da mesma forma,
há maridos que não respeitam o cansaço de suas mulheres ou a dor delas diante de
alguma situação difícil, e começam a falar e tentar resolver coisas que deveriam
esperar o momento adequado. Isso vale para os pais em relação aos filhos e para os
filhos em relação aos pais também.
• Amor: Finalmente, o terceiro crivo pelo qual devemos avaliar nossa fala é
se ela é proferida de forma amorosa. O modo de falar é mais importante do que o que
se tem para falar, pois a fala sem amor não estabelece vínculo para uma
comunicação eficaz.

Para pensar e agir


- Como está a comunicação em sua família?
- Se todos na sua casa se comunicassem como você, a comunicação seria
melhor?
- Você se preocupa com a maneira como tem se comunicado com sua família?
- Será que este não seria um valor a ser resgatado em seu lar?

Leitura Diária:
Segunda-feira: Tiago 1.19
Terça-feira: Apocalipse 2.7
Quarta-feira: Provérbios 17.28
Quinta-feira: Provérbios 29.11
Sexta-feira: Lucas 5.16
Sábado: Eclesiastes 3.7
Domingo: Provérbios 29.20

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