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Política é do diabo?

A política é a arte de administrar um reino, país, cidade, etc. Ou seja, a política é uma
necessidade. As pessoas confundem, na verdade, com politicagem, ou seja, agir não em favor
da comunidade de uma forma geral, mas em favor próprio.

Fazer política é agir pensando no coletivo, visando o bem maior daquilo que é administrado.
Todo tipo de negociação fora do contexto da boa política, aí já entra a chamada politicagem.

O problema é que as pessoas também acabam se vendendo no dia a dia. Dizem: “voto em você,
mas preciso que você faça isso por mim”. Estão errados tanto aqueles que esperam essa
vantagem, quanto aqueles que as oferecem. Vemos nisso uma troca de favores para benefício
mútuo, porém particular.

Nessa abordagem, podemos ver que a Bíblia está repleta de política, sendo o próprio Deus o
maior político de todos os tempos, porquanto administrava seu povo por meio de ordens dadas
aos seus juízes, profetas e, posteriormente, reis.

Alguns políticos que vemos na Bíblia: Moisés, José, Daniel, Davi, Salomão, etc. A razão do sucesso
desses políticos reside no fato de terem dependido sempre de Deus. Eram pessoas que não se
omitiam e procuravam elaborar suas leis dentro de princípios dados pelo Senhor.

Os crucificados eram normalmente jogados em valas públicas para ali apodrecer. Pela influência
de um político, José de Arimateia, Jesus pode ser sepultado em um túmulo, de forma digna.

A omissão é uma opção?

Aqueles que se omitem, nunca tem razão. Não podem reclamar. As leis que afetam nossas vidas
foram feitas por pessoas em quem não votamos. Quando uma lei é aprovada ela vale para todos,
aqueles que votaram e aqueles que se omitiram.

Função de um deputado: apresentar projeto de lei que, aprovado, é encaminhado para o


presidente da República para o sancionar ou vetar. Aprovado, vira Lei e vale para todos. Além
disso, fiscaliza o orçamento e distribuição de recursos.

Função do governador: Administra um Estado. Age por meio de decretos e leis e é responsável
pela Segurança Pública, Saúde e Educação.

Função do Senador: Discute, aprova e veta leis. São representantes dos Estados no Congresso
Nacional.

Função do Presidente: Autoridade máxima do país. Edita Medidas provisórias que valem como
Lei.

O político é um representante do povo. Quando alguém é eleito, é como se recebesse do povo


uma procuração com amplos poderes para agir em seu nome. Quem está agindo em seu nome?
O que essa pessoa está fazendo? O que ela faz, está de acordo com seus princípios e valores? O
meu voto é a minha voz.

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” Tg 4.17
Votar no menos pior?

Jz 9 – a eleição do “espinheiro” – parábola de Jotão. Oliveira: não vou deixar de fazer o meu
azeite. Figueira: não vou deixar de produzir meus doces figos. Videira: não vou deixar de fazer
meu vinho. Espinheiro: ok, eu reino sobre vocês. Mas aqueles que não ficarem debaixo da minha
sombra, eu vou destruir.

A história de nosso país é uma história de espinheiros. Pela omissão dos bons, os maus sobem
ao poder.

Oramos por representantes que tenham os mesmos princípios que nós, que não flertarão com
a iniquidade, que protegerão os nossos interesses, etc. Quando encontramos alguém, o que
fazemos? Votamos naquele que defende interesses contrários aos nossos, apenas pelo fato
desse candidato ter prometido algo que seja de seu interesse particular, ou que tenha dado
algum “presente” em troca desse voto.

Outro posicionamento comum em nossos dias, em função da corrupção generalizada que vemos
diariamente, é o chamado “voto de protesto”. Seu voto vai para alguém que parece engraçado,
etc. Ex: macaco Simão – zoológico de São Paulo.

Não se engane, aquilo que semearmos, também colheremos. Gl 6.7

As duas roupagens

Roupa da intelectualidade: rasguei meu voto. Prefiro pagar a multa pela omissão.

Roupa da espiritualidade: devemos cuidar de salvar almas, de pregar o Evangelho.

Devemos nos despir das duas roupagens. Não devemos nos aliar aos pseudo intelectuais, que
dizem não se corromperem, que não votam em mais ninguém. O que não percebem é que isso
não resolve os problemas. Ao contrário, agrava ainda mais, pois dá mais poder ao “espinheiro”.
Este, continua gastando o dinheiro da mesma forma.

Por outro lado, os cristãos tem uma tendência em se agarrar às coisas espirituais e dizem que a
política deve ser feita por pessoas “do mundo”. É claro que devemos priorizar as questões
espirituais, mas não devemos nos abster das coisas deste mundo. Somos colocados aqui como
“despenseiros” de Deus. Devemos orar, sim (I Tm 2.2), mas não devemos nos omitir em tomar
posições.

Eximir-se do processo político nunca foi a solução. Ex: Decreto do prefeito de Mandaguari PR
proíbe celebração de cultos e missas aos domingos de manhã. A Câmara da cidade acabou
vetando o decreto.

A Igreja não precisa de política para fazer a obra do Espírito, obras de cura, libertação, etc. Mas
uma política contrária aos princípios cristãos, pode dificultar o avanço do Evangelho. Veja o
exemplo da Coreia do Norte.
Estado laico

Isso é uma dúvida de muitas pessoas. O que de fato isso significa? Outros tantos confundem um
Estado laico com um Estado ateu.

A laicidade do Estado está relacionada com a não interferência do Estado nas questões das
religiões, ou seja, este toma uma posição de neutralidade diante de assuntos religiosos, além de
facilitar o exercício deste direito. Seu princípio é a imparcialidade. Apesar disso, não se pode
afastar a influência da fé individual nas decisões tomadas pelos governantes.

Não significa que um religioso não pode ocupar um cargo público. É utópico pensar que um
presidente da república, por exemplo, não deixará que suas crenças e princípios influenciem nas
suas decisões. Precisamos ter responsabilidade com a nossa nação e com nossa fé. Dizer que um
governante não pode expor sua fé é um absurdo.

Preâmbulo da nossa Constituição Federal: “nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em


Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático (...) promulgamos, sob
a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”.

“A Igreja Católica, os evangélicos ou judeus não estiveram lá [na Assembleia Constituinte] como
instituições. Foram os cidadãos, de acordo com suas convicções, eleitas pelo povo, que
definiram contra o voto daqueles que não acreditavam em Deus”, afirmou o jurista Ives Gandra.

Nosso país, culturalmente, foi formado em princípios cristãos. Além de símbolos religiosos em
repartições públicas, temos muitos Estados que fazem essa alusão. São Paulo, Espírito Santo,
Santa Catarina.

“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor.” Sl 33.12

Palavra final

Os ativistas jogam a sociedade contra a gente dizendo: “esses são fanáticos, não querem que
façamos aquilo que queremos, querem governar apenas para eles”.

Não somente impor isso, mas silenciar o povo de Deus. Se posicionam contra um direito da
Igreja, como pessoa jurídica, legalmente constituída. Os ativistas usam TV aberta para impor
suas ideologias através de novelas em rede nacional, mas não querem nos dar o mesmo direito
de falar. Não querem nos dar a liberdade de ser contra. Isso, diante de um código de igualdade
e liberdade, não é justo. Devo respeitar e amar a todos, mas jamais trair aquilo em que eu
acredito.

O destino da nação dos próximos anos é decidido nas eleições. Olhe o histórico de seu candidato
e veja se ele é uma oliveira, uma videira ou se é um espinheiro. Não seja tímido ou medroso
para falar sobre esse assunto, da importância que isso tem para nossas vidas.

Política e religião se discute, sim.

“Deverás estabelecer sobre ti um rei que tenha sido escolhido pelo SENHOR, teu Deus; é um dos
teus irmãos que escolherás para governar sobre ti. Não poderás nomear um estrangeiro que
não venha dentre teus próprios irmãos israelitas.” Dt 17.15

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