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Reflexão Bíblica

O cristão não vive às margens da sociedade, está inserido nela. De tal modo que, deve
cumprir seus deveres como cidadão. Isso é agradável aos olhos de Deus. Veremos que apartar a
política da Igreja é uma atitude antibíblica.
Toda a fundamentação desse pequeno esboço provém da Bíblia que é farta em passagens
que ensinam os cristãos a cumprirem seus deveres cívicos, pagar seus impostos, obedecer e
respeitar seus governantes. Como o cristão pode querer estar alheio à política? Não seria interesse
de Deus e de Seu povo que se estabeleça um bom governo?
Política e religião são manifestações sociais legítimas; podem referenciar ações humanas
que mantém ou transformam a sociedade – e uma se apoia na outra em seus objetivos.
“Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor: quer ao rei, como
superior, quer aos governadores como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para
louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a
boca à ignorância dos homens loucos”. (I Pedro 2:13-15)
Para usufruir os bens do Éden, Adão e Eva, deveriam obedecer a Lei de Deus: ”da árvore
do bem e do mal, dela não comerás, porque no dia em que dela comeres certamente morrerás”
(Gn 2.17). Aqui, observamos uma relação de poder, autoridade e obediência na instalação da
primeira sociedade entre os homens.
Percorrendo ainda o livro de Gênesis(capítulos 4,5 e 6), constatamos que a ausência de leis
e uma estrutura política frágil produziu uma sociedade perversa. O dilúvio é uma demonstração
do controle de Deus sobre os atos humanos.
Jesus nos deixou exemplos sobre exercício de cidadania e obediência às leis. Ele mesmo
nasceu num momento em que José e Maria cumpriam um dever cívico: “E aconteceu naqueles
dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse(Este
primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria).E todos iam alistar-se, cada um
à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade
de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi),A fim de alistar-se com Maria,
sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que
ela havia de dar à luz.E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o
numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2:1-7).
Jesus ensinou sobre pagamento de impostos: Lucas 20:19 a 26, Mateus 17:24-27.
No momento de seu julgamento por Pilatos, Jesus disse que toda a autoridade procedia de
Deus – “Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” ( João 19:11).
Ao fornecer a Moisés os fundamentos da constituição de Israel (Os dez mandamentos),
Deus estava adotando uma posição política. O próprio Deus, estabeleceu claramente os requisitos
para que Israel escolhesse seus governantes, conforme depreendemos de Deuteronômio 17:15:
“Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos
porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos.”
No livro de Romanos (13:1-7), Paulo ensina que a submissão às autoridades civis constitui
um dever cristão.
Em tempos como os nossos, em que setores da política tem sido cada vez mais
influenciados por uma ideologia contrária ao Cristianismo, cabe-nos, enquanto Igreja, formar bons
indivíduos, os quais, a partir de suas vocações individuais atuarão em nossa sociedade levantando
o estandarte do Evangelho em suas vidas.
O que foram José do Egito, Moises, Josué, Gideão, Samuel, Débora, Ester, Davi, Salomão,
Josias, Neemias, Isaias, Daniel, e tantos outros, senão políticos usados por Deus para dirigir ou
orientar o seu povo, na condição de juízes, reis, profetas, ministros? A diferença é que eles foram
usados por Deus! Mas, Deus mudou? Não, ele é o MESMO!
Assim como Ele usou José do Egito como governador de uma nação estranha para matar a
fome do mundo então conhecido e preservar o povo de Israel, ele pode usar um senador, um
deputado federal, um governador, vereador, um prefeito fiel à Ele e à Sua Palavra para realizar
tarefas importantes.
Mas, para um político evangélico ser usado por Deus é necessário primeiro que os cristãos
votem nele. Ninguém pode ser usado no Senado da República se não for eleito senador; ninguém
pode ser usado numa prefeitura se não for eleito prefeito; ninguém pode ser usado numa câmara
de vereadores se não for eleito vereador.
“Quando os justos governam, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo
geme.” (Provérbios 29:2)
A Igreja tem como tarefa dar um novo significado á política, conduzindo esta ao centro da
vontade de Deus, para que as relações humanas possam ser desenvolvidas de uma maneira mais
justa
Sabemos que como cristãos devemos orar por nossos governantes, conforme a Bíblia nos
ensina: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças
por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma
vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus,
nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da
verdade. (I Timóteo 2:1-4)
Ainda, devemos orar por nossa cidade:” E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que
fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz.” (Jeremias
29:7)
Temos por certo que, não cabe à Igreja a doutrinação ideológica e partidária, mas, tão
somente a conscientização sobre o nosso papel como cristãos, na sociedade em que estamos
inseridos. A Igreja de Cristo necessita de uma reflexão mais profunda e amadurecida sobre essa
situação demoníaca que se instalou no Brasil, e isso é algo que entendemos como imediato.
Pois, “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais
presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se
pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca
debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai,
que está nos céus.” (Mateus 5:13-16)
Certamente são muitas outras passagens bíblicas que apontam no sentido do dever de
cidadão, mas não dispomos de espaço para enumerá-las. Mas propomos, ao final, a seguinte
reflexão:
Cristãos, querem ou não seguir os ensinamentos Bíblicos? Se a Palavra de Deus deve ser
usada como regra de fé e prática, qual a razão de nos omitirmos quanto a esses ensinamentos? A
partir dessa leitura, não poderemos alegar desconhecimento. Então.. obedeçamos às Escrituras e
façamos a nossa parte, pois certamente Deus não se omitirá em fazer a Dele.
“O Senhor te colocará por cabeça e não por cauda; e só estarás acima e não debaixo,
quando obedecerdes os mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar
e fazer.” (Deuteronômio 28:13)

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