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O PAPEL DA IGREJA NA POLÍTICA

Alguns cristãos não gostam de política e, erroneamente, não procuram se informar sobre o tema por
acreditarem que a igreja não deve se envolver nessa seara. Para essas pessoas, fica o alerta: "O maior castigo
para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam" (Arnold
Toynbee, economista e historiador).
Antes mesmo de criar o mundo, Deus criou os anjos e governava sobre eles. No entanto, Lúcifer não quis se
submeter a Deus e à Sua forma de governo; por isso, se rebelou e foi expulso do Reino dos Céus, quando
arregimentou a terça parte dos anjos para segui-lo na formação do reino das trevas (cf. Apocalipse 12.4).
Assim, podemos dizer que a política já existia antes mesmo da criação do mundo.
A política é responsável por garantir a ordem, a disciplina e determinar o futuro de toda uma sociedade.
Durante anos, a omissão de muitos cristãos na política deu oportunidades aos maus para que chegassem ao
poder e implantassem seus projetos contrários aos ensinamentos divinos.
Na conjectura atual, a comunidade cristã tem um papel importante na política. Isso inclui a escolha de
homens e mulheres de Deus para serem colocados em posições de comando. Mas, ao contrário do que
muitos pensam e argumentam, essa participação política mais efetiva não é algo recente.
No Antigo Testamento, Deus instruiu o povo de Israel a colocar sobre si alguém dentre seus irmãos. Isso
porque, alguém que não fosse de seus irmãos seria alguém estranho e não estaria apto para governá-los; e,
portanto, não poderia ser escolhido como rei de Israel (cf. Deuteronômio 17.15).
Assim, o cristão deve dar preferência para votar em candidatos cristãos, pessoas que têm a mesma fé e o
mesmo propósito espiritual. Votar com responsabilidade é um dever. O próprio apóstolo Paulo recomenda
que “enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.” (Gálatas
6.10).
Quando olhamos para a Bíblia, não faltam exemplos de servos de Deus que, mesmo com a corrupção e todas
as dificuldades que havia em seu tempo, ocupavam cargos políticos e foram instrumentos de Deus para
abençoar Seu povo e nação.
O rei Salomão, através da sabedoria dada por Deus, falou sobre a diferença entre o governo dos justos e dos
perversos, e declarou as diferentes consequências para o povo, dependendo de quem o governava: "Quando
os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme" (Provérbios 29.2).
Moisés foi escolhido por Deus para libertar o povo de Israel do Egito. Ele não pediu para ser o líder, e até
mesmo resistiu inicialmente, porque se sentia incapacitado para tamanha missão (cf. Êxodo 3.1 1). No
entanto, Deus informou que a razão daquele chamado era porque Ele via a aflição do Seu povo e também
ouvia o seu clamor por causa do sofrimento e das dores que eles enfrentavam no Egito (cf. Êxodo 3.7).
O caminho para chegar ao topo nem sempre é o mais fácil, mas é o que Deus preparou. Como o exemplo de
José, filho de Jacó, que foi Governador do Egito (cf. Atos 7.10). Deus o colocou naquele cargo para preservar
e dar livramento aos israelitas durante o longo período de fome que veio sobre toda a Terra (cf. Gênesis
45.5). Antes de governar o Egito, José passou por inúmeros desafios, como a conspiração de sua morte (cf.
Gênesis 37.18), ser vendido como escravo pelos irmãos (cf. Gênesis 37.27-28) e até mesmo ser vítima de
calúnias que o levaram à prisão (cf. Gênesis 39.10-20). Mesmo em uma posição de poder, José não foi
vingativo com seus irmãos ou com as demais pessoas que o prejudicaram, pois entendia o plano de Deus em
sua vida. Seus irmãos haviam projetado o mal contra ele, mas Deus transformou em bem (cf. Gênesis 50.20).
Ou seja, até aquilo que era para dar errado vai dar certo, pois é o Senhor quem dá a última palavra em nossa
vida.
Todos devemos estar preparados para exercer, com responsabilidade e consciência, o nosso direito de votar.
A omissão do cristão na seara política também é pecado, além de acarretar diversos males para a família, a
igreja e a nossa fé. A Bíblia nos diz que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado"
(Tiago 4.17).

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