Justificativa social

Amós se sente impulsionado por Deus a sair de sua terra natal e

ir em direção ao Reino do Norte de Israel e, em um grande templo,
anunciar a vontade de Deus para seu povo. O livro que carrega seu
nome foi compilado um tempo depois de seus feitos, com todas as suas
sentenças, visões, sermões e poemas feitos durante os anos em que
exerceu a função de profeta de Deus, a fim de que a Palavra de Deus
fosse comunicada em meio a um ambiente de grande injustiça social.

A mensagem política, religiosa e social de Amós ainda é atual

porque lideranças que deveriam zelar pela sã doutrina ainda insistem
em cometer os mesmos erros histórico-sociais dos líderes judeus no
tempo do profeta. Deus não aceita adoração carregada de hipocrisia, de
pessoas cujas vidas estejam desinteressadas da maneira como elas
tratam os outros, especialmente aos menos favorecidos.

O livro do profeta Amós é muito bem estruturado, quase que um

plano bem elaborado e sistematizado de como fazer com que a
mensagem do Senhor chega não só às nações mas também a Israel (os
dois primeiros capítulos); para relembrar aquilo que foi esquecido por
lideranças de Israel e apoiadores de sistemas opressores (capítulos 3 a
6); e de como suas visões estavam alinhadas com aquilo que Deus iria
trazer para Israel.

As acusações de Amós focam em três perspectivas: contra os

ricos de seu país que estavam negligenciando e perpetuando um
sistema de miséria e empobrecimento do povo; uma classe privilegiada
estava permitindo a venda de pessoas para se tornarem escravas por
conta de dívidas que elas adquiriram; e negarem acesso legal ao povo,
que não tinha representatividade jurídica. Deus exige de nós justiça e
honestidade.

Entendemos que um projeto de pesquisa com ênfase no

esclarecimento do conceito de profeta e profecia tem sua importância
justamente porque o Deus de Israel é um Deus que toma partido dos
mais vulneráveis e explorados, desde que libertou seu povo do Egito
quando este clamou ao Senhor o porquê de tanta miséria, abandono e
opressão.
 Além de Deus não tolerar injustiças, Amós estava cumprindo um
chamado divino a fim de relembrar passagens como Gênesis 12 de que
Israel foi escolhida para ser bênção para todas as outras nações, não
por ser melhor que todas as outras, mas apenas porque o Senhor assim
quis que todas as outras famílias da Terra fossem alcançadas pela
mensagem do Criador que se revelou a um povo e quis fazer dele
parceiro da mensagem salvífica.

A desobediência e rebelião de um povo trouxe consequências

desastrosas para Israel e para as outras nações. Somos seres
interdependentes, não somos autossuficientes, dependemos uns dos
outros para construir uma sociedade igualitária e justa.

Além destas afirmações que deram origem a esse projeto, existe

a motivação social de pessoas convertidas ao cristianismo que
entendem que este é muito mais um estilo de vida em constante
dinâmica do que meramente um corpo de doutrinas e religiosidades
vazias de sentido e de relevância para a sociedade. Uma comunidade
de fé que se reúne naquele que é tido pela maioria das religiões
mundiais como sendo um grande profeta não pode jamais se esquecer
da profecia bíblica que não só denuncia irregularidades, mas também
propõe soluções para que as injustiças sociais tenham fim.

Este projeto tem por objetivo, portanto, representar através do

profeta Amós e seus feitos analisados durante a pesquisa uma
exposição e aplicação bíblico-social da importância de se fazer o que é
correto para a transformação positiva de uma sociedade.