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A IGREJA E A EDUCAÇÃO CÍVICA


João 17.14-18

Quando Jesus se achava perante Pilatos, em julgamento, sob a ameaça de


condenação, respondeu Jesus ao governador: "O meu reino não é deste mundo" (Jo
18.36). No entanto, é neste mundo que estão vivendo os cidadãos do Reino de Cristo.

E é o próprio Jesus quem diz: "... eles continuam no mundo..." (Jo 17.11). Portanto,
sendo cidadãos do Reino de Cristo, são também cidadãos deste mundo, no qual têm
deveres cívicos.

Cívico é tudo que diz respeito à cidadania na pátria em que a pessoa vive. O caráter, o
comportamento, os direitos, as obrigações do cidadão, em relação a sua pátria.

Mais ou menos a cada dois segundos, nasce uma criança, que se torna cidadão de
uma pátria. A sua cidadania lhe dá direitos e lhe impõe deveres. Para exercer bem os
seus direitos e deveres, ela deverá receber educação cívica.

1 - A BÍBLIA ENSINA OS DEVERES CÍVICOS DOS CRENTES


Embora os discípulos de Cristo não sejam do mundo (Jo 17.14), mas, como continuam
no mundo (Jo 17.11), devem ser bons cidadãos neste mundo. O próprio Jesus assim
se comportou (Mt 17,24-27).

Consoante ao exemplo do Senhor e Mestre, os apóstolos ensinaram o acatamento às


autoridades, o respeito a elas e até a oração em favor delas. Notemos o que Paulo diz,
em Rm 13.1-10:

• Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores;


• Nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus
• Quem se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus;
• Os magistrados não são para temor quando se faz o bem;
• Não é sem motivo que ela traz a espada;
• Sujeitos, não somente por causa do temor da punição;
• Pagai a todos o que lhes é devido: tributo, imposto, respeito, honra;
• O amor não pratica o mal contra o próximo.

Reflita um pouco sobre cada uma dessas afirmações da Escritura.

Nota site Semeando Vida: quando a autoridade vem de Deus ela é bênção, mas
quando ela existe para ir contra as leis de Deus ela é comparada à besta do inferno
(confira Apocalipse 13). Isso pressupõe que se existe um governo estabelecido e ele
não se opõe às leis de Deus, nós devemos ser submissos a ele.

O Velho Testamento também inclui muitas advertências quanto aos deveres cívicos.
Leia 1 Samuel 8. O Serviço militar é dever de todo cidadão, em condições para tal. (v.
11, 12a).

Se a Bíblia é a regra da fé e prática para a nossa vida, esta regra estabelece deveres
cívicos para os cidadãos do Reino de Cristo, que "continuam no mundo". Fugir deles é
tornar-se desobediente aos preceitos do Rei.

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Nota do site Semeando Vida: Não há vergonha nenhuma em prestar serviços à


nação do ponto de vista bíblico. É bom frisar, no entanto, que no Brasil, se alguém
pedir dispensa do serviço militar por convicção religiosa, a pessoa perde seus direitos
políticos – não pode votar, tirar passaporte, não pode participar de concursos
públicos... Ou seja, perder os direitos políticos tem um enorme potencial de lançar a
pessoa no subemprego ou alienação social.

2 - A IGREJA RECONHECE E ENSINA OS DEVERES CÍVICOS


DE SEUS MEMBROS
Sendo que a Igreja aceita os preceitos bíblicos como regra, ela tanto reconhece os
deveres cívicos de seus membros como também lhes ensina esses deveres,
incentivando-os a cumpri-los bem. Entre esses deveres está a sujeição às autoridades
constituídas.

Entretanto, acima dos deveres cívicos estão os deveres espirituais. A Bíblia registra a
palavra de Pedro e demais apóstolos: "Antes importa obedecer a Deus do que aos
homens." (At 5.29b).

Portanto, nosso dever de sujeição às autoridades constituídas neste mundo não pode
nos levar à desobediência a preceitos maiores, sendo preceitos de Deus. Uma lei
municipal não pode desrespeitar a lei nacional.

Assim também não podemos desobedecer um preceito de Deus por causa de


preceitos do homem. Mas, enquanto os preceitos das autoridades constituídas neste
mundo não contrariam os preceitos de Deus, é dever do crente respeitar e obedecer
os regulamentos estabelecidos por tais autoridades.

A Igreja ensina que todos têm de cumprir seu dever de respeitar as autoridades e uns
aos outros, trabalhar visando ao bem coletivo, pagar os impostos devidos, prestar
serviço militar, honrar o seu país, etc.

Ninguém pode (e principalmente o crente) procurar gozar seus direitos, sem cumprir
seus deveres. Aliás, quem não cumpre seus deveres não tem direitos. Mas muita
gente quer direitos, sem deveres. Isto é má educação cívica, ou melhor, falta de
educação cívica.

Parece que não há melhor educação cívica do que o ensino dos preceitos bíblicos,
evangélicos. E, então, ninguém dá melhor educação cívica do que a Igreja. Pois todo o
ensino que a Igreja dá é aquilo que a Bíblia apresenta - sujeição a Deus, que é Senhor
soberano sobre a nossa vida e sobre todas as coisas, Rei dos reis, de cujo Reino
somos súditos; e sujeição às autoridades deste mundo, onde continuamos vivendo e
do qual ainda somos cidadãos.

3 - COMO CIDADAOS DO REINO DE CRISTO OS CRENTES


DEVEM CUMPRIR SEUS DEVERES CÍVICOS
Será que alguém pode dizer que obedece a Deus, se não respeita as autoridades de
seu país? Será que o cidadão do Reino de Cristo, que ainda continua no mundo para
servir o seu Rei, pode desonrar o seu país? Desrespeitar os seus governantes?
Violentar o seu próximo? Desobedecer as leis (de trânsito, por exemplo)?

Ora, todos os cidadãos deste mundo deveriam ser bem educados, civicamente. Mas o
crente, como cidadão do Reino de Cristo, precisa ser bem educado em sua vida
cívica.

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O crente precisa, pelo menos, se esforçar para ser cidadão honrado, honesto,
fidedigno, trabalhador, que ame e honre a pátria em que nasceu, onde Deus o colocou
como testemunha de Jesus Cristo, cujo testemunho não pode contradizer o
testemunho do prórpio Jesus (Mt 17.24-27; Jo 19.10,11).

É triste notar como a gente critica o governo e diz que os que estão no poder não
fazem o que deveriam fazer, ao passo que a gente também não faz o que deveria
fazer.

Entre os deveres cívicos do crente está o de orar em favor dos que se acham
investidos de autoridade (I Tm 2.1,2). Será que cada crente faz isso, com frequência?
Será que os crentes oram em favor dos que governam, na mesma proporção em que
os criticam e reclamam da sua administração?

O texto acrescenta à recomendação: "para que vivamos vida tranquila". Quem sabe a
situação em que vivemos é causada pela nossa negligência em orar em favor dos que
governam? E olhe que orar não é tão difícil assim.

Se muitos crentes não estão cumprindo seu dever cívico de orar pelos que se acham
investidos de autoridade, será que estão cumprindo os demais deveres cívicos que
têm?

Nós somos muito tendentes a ver a falha dos outros, ignorando as nossas próprias.
Sendo que, muitas vezes, as nossas são muito maiores que as dos outros. Veja a
advertência de Jesus, quanto a isso, em Mt 7.1-5, na qual, a nossa falha é uma trave e
a do nosso próximo é um argueiro, um cisco.

Se todos precisam ser cidadãos com educação cívica, muito mais o crente. Pois o
crente possui outra cidadania, na qual não pode faltar esta educação. A sua cidadania
celestial se manifesta em sua cidadania terrena.

CONCLUSÃO
Jesus disse que, se alguém ouve a sua palavra e não a pratica, é como quem edifica a
casa sobre areia (Mt 7.26,27); e, em Jo 13.17, diz: "Ora, se sabeis estas cousas, bem-
aventurados sois se as praticardes."

E Tiago ensina: "Tomai- vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes,
enganando- vos a vós mesmos." (1.22). "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o
bem e não o faz, nisso está pecando." (4.17).

Assim, pois, o crente precisa receber educação cívica e viver de acordo com essa
educação. Não basta recebê-la, é preciso praticá-la.

Se o crente precisa receber educação cívica, a Igreja deve dar essa educação,
ministrando os ensinamentos que a Escritura tem a esse respeito. E esta é a melhor
educação cívica que o cidadão pode receber.

AUTORA: LILIAN NELY MARTINS G. DE CAMPOS

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