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O Reino de Cristo Não é deste

Mundo no Tocante às suas Leis

Abraham Booth
Traduzido do original em Inglês
An Essay on the Kingdom of Christ
By Abraham Booth
Edited and formatted
By C. Jay Engel and Brandon Adams

A presente publicação consiste em um excerto da obra supracitada

Via: ReformedLibertarian.com

Tradução por Camila Almeida


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Outubro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

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O Reino De Cristo Não É Deste Mundo No Tocante Às Suas Leis
Por Abraham Booth • Editado e formatado por C. Jay Engel e Brandon Adams

[Excerto de Um Ensaio sobre o Reino de Cristo, por Abraham Booth]

O reino de Cristo não é deste mundo, no que diz respeito às leis pelas quais ele é governa-
do. Os reinos seculares estão sob a direção das leis humanas, que são frequentemente
fracas, parciais e injustas, de leis que, quando persuadem imperfeitamente, estendem seu
poder de obrigação a não mais do que ao comportamento exterior; pois seria vão e tolo em
um soberano temporal, pensar em legislar os pensamentos ou desejos de qualquer súdito.
As penalidades civis são a sanção das leis humanas, e força externa que lhes dá o seu
poder. Não são assim as leis deste império santo. Pois, provenientes dAquele, em Quem
estão todos os tesouros do conhecimento, elas devem ser completamente sábias; sendo
autorizadas por Aquele que é inflexivelmente justo e extremamente gentil, elas não podem
deixar de ser perfeitamente boas: sendo dadas por Aquele que sonda o coração e é o
Senhor da consciência, sua obrigação estende-se ao desejo latente, e à concepção emer-
gente. Controlando os pensamentos e ordenando a consciência, a sua sanção é inteira-
mente espiritual. Os motivos que estimulam a obediência a elas, são os sorrisos ou as
carrancas dAquele que tem o nosso eterno tudo à Sua disposição.

Como é o reino, assim é o soberano; e como o soberano, assim as suas leis. Se o reino for
deste mundo, ele deve ter um soberano político; cujas leis devem ser coercitivas, e limitadas
a um comportamento exterior. Mas se o reino for de um tipo espiritual, o soberano deve ser
assim também. Suas leis devem prolongar-se não menos do que à consciência, do que à
conversação, e ser aplicadas por sanções de natureza espiritual. Tal é o Rei Messias, e tais
são as leis de Seu reino.

Os súditos de nosso Divino Soberano podem ser considerados, ou como indivíduos sepa-
radamente, ou como unidos em sociedades distintas, e visivelmente professando a sua
sujeição à Sua autoridade. Daí a execução dessas leis pelas quais eles são regidos, vem
sob uma consideração dupla. Como indivíduos separadamente, a aplicação de Suas leis
para casos particulares, é inteiramente com Ele, e com a consciência de cada um. Como
unidos em sociedades distintas, que são chamadas de igrejas particulares, Suas leis de
admissão, de culto e de exclusão, estas devem ser aplicadas pela comunidade; aplicadas
não sob a influência de motivos carnais, mas no âmbito da operação de Sua autoridade, e
para fins inteiramente espirituais.

Pelas leis deste reino, uma profissão credível de arrependimento e fé é exigida de todos,

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antes do Batismo. Essa profissão sendo considerada como uma evidência de sua comu-
nhão no Evangelho, e de sujeição voluntária à autoridade de Cristo, eles têm direito à
participação em uma igreja particular. Neste fundamento eles são admitidos; e não perdem
a sua membresia, exceto por algum desvio capital deste Evangelho, ou algum delito
flagrante contra essa autoridade. Mas como, pelas leis do nosso Soberano celestial, a sua
admissão à comunhão visível foi inteiramente para fins espirituais, sua exclusão não inclui
desvantagens temporais. A situação deles como homens, e como os súditos de um estado
político, não sendo alteradas pelo seu início de relação com a igreja, eles não devem ser
afetados, nesses aspectos, pela dissolução dessa relação. Porque, como as leis de Cristo
não dizem nada sobre a admissão de um ou de outro, por causa de seus vínculos domés-
ticos ou civis; nem por sua riqueza ou influência, seus dotes ou erudição; assim, elas são
igualmente silenciosas sobre multas pecuniárias e penitências satisfatórias, sobre incapa-
cidades civis e castigos corporais, quanto à exclusão de qualquer agressor. O anterior
sendo bastante estranho às qualificações de um reino espiritual, este último deve ser
totalmente abominável por causa das leis pelas quais ele é governado; sendo manifes-
tamente as invenções do Anticristo e dos partidários de seu trono cruel. As penalidades
civis, neste caso, são projetadas para gerar medo, promover a hipocrisia, suprimir a verda-
de e tornar o próprio Cristianismo suspeito.

Aqui percebemos outra disparidade entre a Igreja Judaica e Igreja Cristã. Pois, sob a antiga
economia, as leis da religião eram santificadas por políticas temporais, e frequentemente
as leis de um tipo mais severo1. Ser lançado fora da congregação, ser proibido o acesso ao
culto do santuário (exceto por contaminação cerimonial) era estar privado, não somente de
privilégios eclesiásticos, mas também dos direitos civis. A igreja e o estado sendo coe-
xistentes e incluindo as mesmas pessoas, uma exclusão da anterior, era uma expulsão
deste último; fosse isso por uma sentença de pena de morte ou por alguma outra forma.
Mas isso, como muitas outras coisas, era peculiar àquela Dispensação. Isso era fundamen-
tado na forma Nacional de sua Igreja-Estado, e em sua Teocracia. Daí que a blasfêmia e a
idolatria eram punidas com a morte, como sendo alta traição contra seu Divino Soberano.
Aquela economia sendo abolida, a Igreja de Deus assumiu uma nova forma. O sacerdócio
sendo mudado, há também necessidade de uma mudança da lei, relativa à constituição,
membros e governo da Igreja. As leis de admissão e de exclusão, devem, portanto, ser
muito diferentes; bem como as [leis] referentes ao culto público. Agora, para entender essas
leis, devemos estudar não o Pentateuco de Moisés; muito menos o Provincial de Lyndwood,
ou o Codex de Gibson, mas o Novo Testamento de Jesus Cristo. Pois, argumentar a partir
da constituição e forma, das leis e governo, dos privilégios e ritos da Igreja Judaica, em

__________
[1] Veja Êxodo 7:53, 19; 30:33, 38; 31:14. Levítico 7:20-27; 27:3-9; 29:8; 23:27- 29. Números 9:13; 15:30-31;
19:13. E muitas outras passagens semelhantes.

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relação àqueles que pertencem à Igreja Cristã, é adotar um princípio capital próprio da
depravação Papal, e grosseiramente corromper a nossa santa religião.

Nosso Divino Soberano também forneceu para a edificação de Seus súditos leais, orde-
nanças e ritos de adoração, não menos do que para o governo do Seu reino. Como o Rei
da Igreja Cristã, isso constitui uma parte distinta de Sua prerrogativa real, prescrever a
totalidade deste serviço espiritual que deve ser realizado. Desta prerrogativa Jeová sempre
foi zeloso; não, sob a antiga economia, Ele sempre mui instantaneamente, ou mui severa-
mente punia quando Suas ordens sobre os assuntos da religião eram desconsideradas,
apesar de que, como no caso de Uzá, o motivo mostrava-se louvável. O que é a religião,
nos seus vários ramos, senão aquela obediência que é devida a Deus? E o que é a obe-
diência, senão a submissão à Sua autoridade? Agora, como a autoridade exerce-se por
meio de comandos, não pode haver obediência, não pode haver adoração santa, onde não
há nenhum mandamento Divino, quer explícito ou implícito. Quem requereu isto de vossas
mãos? Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens — exclui e
condena um grande número de coisas, que milhões estimam como ornamento e útil na
adoração a Deus.

Estranho, que qualquer igreja Protestante declaradamente reivindique um “poder de de-


cretar ritos e cerimônias” no culto solene de nosso Divino Senhor! Como se Ele não fosse
o Legislador em Seu próprio reino! Ou como se, embora dotado de autoridade, Ele não
tivesse sabedoria suficiente para sustentar Sua própria honra; ou fosse deficiente em bon-
dade, em relação aos Seus súditos fiéis! Mas, quaisquer que sejam os pensamentos dos
compiladores e dos signatários de um Credo Nacional, realizar ritos que Cristo não desig-
nou, e alterar os que Ele ordenou, são críticas vis de Seu caráter real e algo que deve
expô-los ao Seu ressentimento. O primeiro usurpa o Seu trono; o último anula as Suas
leis. Estranho, foi o que eu disse? A expressão deve ser renomeada. Pois, não há nenhu-
ma razão para imaginar um estabelecimento religioso Nacional, com um soberano político
por seu chefe, deva fazer a alegação de que acabo de mencionar. Quem pode duvidar
que a mesma autoridade que constitui, governa e apoia uma comunidade para qualquer
propósito particular, não pode prescrever a essa comunidade, tendo em vista o fim
pretendido por ela? Mas as coisas não devem ser chamadas por nomes errados; e
denominar tal estabelecimento de uma igreja de Cristo, é um equívoco grave.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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