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ORGULHO

ANNE DUTTON
Traduzido do original em Inglês
Anne Dutton's Letters on Spiritual Subjects • This monster, pride — this hellish sin
By Anne Dutton

Via: GraceGems.org

Tradução por Camila Almeida


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Julho de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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Orgulho
Por Anne Dutton

[Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • This monster, pride — this hellish sin]

Caro Senhor,

Como o orgulho é um pecado que habita e opera em todos os Cristãos neste mundo, que
todos nós, então, como servos de Cristo, confiando nEle — nosso Mestre vitorioso, perdoa-
dor do pecado, subjugador do pecado, e doador de graça — vigiemos e nos oponhamos
sempre que o inimigo atacar ferozmente.

1. O pecado do orgulho é o filho da incredulidade. O orgulho brota de uma descrença em


Deus ser o que Ele é, em Sua imensa e essencial glória, em Sua infinita, não-derivada,
toda-abrangente, incompreensível autossuficiência; e de um vão conceito da criatura ser o
que de fato não é — que a criatura é algo independente de Deus. Considerando que, sem
a Sua mão que a tudo auxilia e supre, em breve a criatura afundaria diante de seu primeiro
nada, e seria, como é em si, um mero vazio, menos do que nada, e vaidade.

2. Este pecado do orgulho transformou miríades de anjos de luz em legiões de demônios


sombrios, e, por isso, eles foram lançados para baixo do Céu ao abismo do Inferno.

3. O orgulho foi o pecado que derrubou Adão, e nele toda a sua posteridade, até o último,
a partir da altura da excelência criada, natural e principesca, em uma profundidade inson-
dável de escravidão espiritual, e mero deserto de miséria eterna.

4. O orgulho é um pecado pelo qual toda a lei de Deus, em cada um dos seus Dez Manda-
mentos, é quebrada.

5. Este pecado do orgulho, enquanto brota da incredulidade no Evangelho, é diretamente


oposto ao Evangelho de Cristo. O orgulho rejeita o Salvador, no todo ou em parte, e gostaria
de rivalizar com Ele, em condições de extrema vaidade, contra o Senhor da glória. O
orgulho gostaria de roubar o Salvador de Sua coroa de valor inestimável, o Qual morreu no
lugar do pecador, para erguê-lo da morte para a vida eterna, e gostaria de assentar-se com
Ele em Seu elevado e eteno trono. Sim, o orgulho é diretamente contrário ao grandioso
propósito de Deus, o Pai, no Evangelho, que é, fazer para Si um nome eterno, desvelar as

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riquezas da Sua livre graça, no todo e em todas as partes da salvação e bem-aventurança
de um pecador, para o louvor eterno de Sua própria glória.

Mas o orgulho — orgulho horrível — não suportará que o Senhor receba toda a glória da
Sua graça salvadora, de Sua livre, rica, graça sem limites, mas estabelece o miserável eu
no lugar de Jeová, para anular, tanto quanto pudesse, o propósito da eternidade de salva-
ção de pecadores, e da glorificação de Deus! O orgulho estabelece a criatura como um
cooperador com o Criador; uma criatura temporal, um mero nada, a igualar-se ao nível do
eterno EU SOU! Sim, o orgulho exclui a Deus — o Deus eterno — e dá a um homem, o
eterno trono essencial de Jeová, e da altura da insolência, diz: “EU SOU! E não há ninguém
além de mim”.

6. O orgulho faz da criatura — o homem, apesar de novamente criado em Cristo, segundo


a imagem de Sua pureza, e, como tal, tendo consigo uma nova impressão de glória Divina
— algo mui contrário ao Santo Jesus, o Qual em eminência e excelência a tudo excede,
era manso e humilde!

7. O orgulho faz com que um membro de Cristo leve sobre si a horrível imagem do Diabo!
Nada dá um tal semblante infernal a um espírito de inclinação celestial quanto o pecado do
orgulho, a semente da antiga serpente, a abominação infernal.

8. Este pecado do orgulho, o primogênito da incredulidade, como brota a partir dela, e viver
nela como um ramo seu e na vida da raiz, é um monstro grávido que contém em si mesmo
e é fértil para dar à luz a uma plenitude de todo o pecado.

9. Nada como o pecado do orgulho nos incapacita para o serviço Divino. Ele nos torna inca-
pazes, na medida em que prevalece, de qualquer serviço aceitável a Deus ou ao homem.

10. Esse pecado de orgulho, semelhante a um dragão, está pronto, com a boca aberta, pa-
ra devorar cada nascimento celeste, logo após o parto. E ele destruiria eficazmente todos
os frutos dos santos, os quais, pela fé, eles trazem para Deus por meio de Cristo, tão logo
eles surgem, se eles não fossem apanhados instantaneamente com a mão como a do Deus
todo-poderoso sobre o trono da graça, para garantia da alegria e glória Sua e de Seu povo.

11. O orgulho é aquela abominação vil que o Senhor odeia, e o que Ele não permitirá na-
queles a quem Ele ama. Este pecado do orgulho, se o coração não é profundamente hu-
milhado por causa dele, e se não se arrepender sinceramente, irá trazer abaixo, sobre os
filhos de Deus, os Seus castigos paternais, severamente.

12. Este pecado do orgulho é um ladrão, pois rouba de Deus a honra que deveria ser dada

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a Ele por Seu povo se humilde, e daquela alegria que Ele tem na humildade deles. O
orgulho também rouba os crentes de sua alegria e consolo presentes.

13. O orgulho é um pecado que milita diretamente contra toda a glória Divina, ao ser exibido
e consentido. O orgulho afasta o seu olho altivo daquela exibição ilustre da glória de Deus
o Pai na eleição, do Filho de Deus na redenção, e de Deus, o Espírito Santo, no chamado
eficaz, e assim frustra, tanto quanto pode, o grande propósito do Deus da glória, que em e
por meio desta demonstração resplandecente deve fazer-nos mansos e humildes para que
possamos ser felizes aqui e no futuro, ao sermos santos. O orgulho não nos permitirá dar
ao Senhor, em qualquer um desses aspectos, a glória devida ao Seu nome. Ele rouba a
Deus, bem como o Seu povo, e, roubando-lhes, destina a roubar-Lhe.

Este horrível pecado do orgulho fará os amigos do Senhor comportarem-se como Seus
inimigos, sim, lutarem contra Ele com Suas próprias misericórdias, e até mesmo com as
Suas mais livres, mais ricas misericórdias, atuando com as maiores hostilidades. Este
monstro, o orgulho — esse pecado infernal — excitará um homem a odiar a Deus por Seu
grande amor, ferir a Sua honra, perfurar o Seu coração, esfaquear até a morte a Sua vida
infinita, por meio desses favores preciosos que ele transforma nos mais agudos punhais,
os quais, em Sua imensa generosidade, Ele concede ao mais indigno, e com o que Ele
coroa, para a vida e glória imortal, os súditos mais rebeldes, que, por atos renovados de
inimizade, merecem morrer contínua e eternamente.

14. O orgulho é um pecado tão abominável que nenhuma língua ou pena pode expressar
uma milésima parte de sua culpa agravada. Ninguém, senão o Senhor Deus, em Seu enten-
dimento infinito, pode sondar a imensa profundidade desta grande iniquidade.

Então, se o orgulho é tão grande pecado, e tem em si uma tal plenitude de malignidade
contra Deus e o homem, não admira que o povo de Deus seja tentado a ele por Satanás,
que odeia a Deus, que nos odeia. Daí podemos aprender a admirar a infinita sabedoria e
amor de Deus, que concebeu e forneceu um caminho, por meio da e através da morte de
Seu Filho unigênito, para salvar o Seu povo deste abominável pecado — para salvá-los do
seu domínio aqui, pela graça — e de sua própria existência futuramente, na glória.

Admiremos, portanto, o poder invencível do favor de Jeová, em que Ele não lança fora os
Seus servos escolhidos de seus serviços designados, embora o orgulho que provoca a
Deus apareça nas melhores realizações deles. Nós somos sempre maravilhados com a-
quela graça incomensurável que perdoa esta grande iniquidade, e que continua a nos amar
livremente, não obstante, pela mais preciosa misericórdia do Senhor, nós retribuímos em
inimizade!

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A partir disso, aprendemos o infinito mérito do sangue do Redentor que expiou esse pecado
de uma culpa infinita, e reconciliou tais “filhos do orgulho”, com um Deus infinitamente santo,
e que nos purifica continuamente das sujas máculas desta iniquidade profundamente man-
chada. E que as maravilhas sem fim golpeiem os nossos corações para a elevação dos lou-
vores, e por eras eternas, em e pela graça onipotente do Espírito Santo — Quem começou
a destruição do orgulho em nós, e irá consumá-lo para a perfeição da nossa alma, e plena,
eterna alegria e glória.

Se o orgulho é uma tão grande iniquidade,


Choremos por causa dele amargamente;
Humilhemo-nos diante de Deus, por causa dele, profundamente;
Lavemo-nos na estabelecida fonte aberta, instantaneamente;
E supliquemos perdão e graça subjugadora constantemente.

Novamente, se o orgulho é um pecado tão abominável, que tomemos posição com toda a
nossa força contra ele, ou antes, que nos oponhamos a ele e o destruamos; sejamos fortes
no Senhor e na força do Seu poder. E já que não conseguimos servir a Deus como gostaría-
mos e deveríamos, neste mundo, enquanto este sutil pecado poderoso opera dentro de
nós, anelemos por aquelas alegrias mais nobres dos santos na glória; onde nem por or-
gulho, nem por qualquer outro pecado, desonraremos, feriremos, nem entristeceremos o
nosso grande e bom Deus, o Deus da graça e amor, nunca mais, para sempre.

A benevolência dAquele que habitava na sarça esteja com você, e que você prospere ex-
cessivamente, até que o tempo se desvaneça em glória eterna.

Amém!

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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