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Deuteronômio
7:9.
Infidelidade é uma das características que se sobressai nestes dias maus. Quem
nunca sofreu nas mãos de homens infiéis? E, onde está o homem que de uma
maneira ou outra, não seja culpado deste pecado? No mundo econômico quase
todas as falhas são resultado de devedores ou empregados infiéis. No setor
social, a infidelidade conjugal tem se tornado um terrível mal. Os sagrados laços
do matrimônio são rompidos com a facilidade de quem joga fora roupas velhas.
No mundo político, as promessas antes das eleições são quebradas com a
mesma facilidade com que foram feitas. Nas negociações internacionais, os
acordos são considerados como simples folhas de papel. E no setor religioso, a
infidelidade é tão notável quanto em qualquer outro setor. Multidões que
professam crer na Bíblia ignoram grandes porções dela, pronunciando outras
partes como antiquadas, e com explicações tentam desfazer o que está escrito.
Conta-se que em Sião quem fosse pego contando mentira teria a boca costurada
por três dias. O Irmão R. G. Lee diz, que se esta fosse a lei aqui em nosso país,
muitos homens de negócios não poderiam atender ao telefone, e que muitas
senhoras andariam com lindos bordados na boca.
A respeito de Deus lemos que “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode
negar-se a si mesmo”. 2 Timóteo 2:13. Isto significa que Ele efetuará tudo o que
propôs. Romanos 8:28 diz que tudo opera para o bem dos que amam a Deus e
são chamados segundo seu propósito. Lá na eternidade anterior, havia um povo
que dantes conheceu e predestinou a quem Deus propôs chamar e justificar e
glorificar. Esta era uma proposta secreta, conhecida somente por Deus. Não
havia promessa dada ao homem, pois este nem sequer existia ainda. Portanto,
se Deus não chamasse, justificasse e glorificasse os dantes conhecidos e
predestinados, Ele não seria fiel nem verdadeiro a Si mesmo. Seria como o
homem que se propôs a fazer uma coisa, e depois falhou por inconsistência ou
por incapacidade. Deus é fiel ao Seu próprio propósito, e tem amplo poder para
a execução de Seus planos. “E segundo a sua vontade ele opera com o exército
do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe
diga: Que fazes”? Daniel 4:35.
DEUS É FIEL A SEU FILHO
A morte de Cristo não foi uma experiência, incerta nos resultados. A obra do
Espírito Santo não é mera tentativa para ver o quanto Ele pode efetuar. Jamais
poderíamos aprovar a doutrina dum Pai infiel, um Espírito Santo derrotado e um
Filho decepcionado. Cremos num Deus fiel, num Espírito Santo invencível e num
Cristo vitorioso. Spurgeon diz: “Creio firmemente que toda alma pela qual Cristo
verteu Seu sangue como substituto, Ele reivindicará como Sua, e terá como Sua
por direito. Amo esta verdade e deleito-me em proclamá-la. Nem todos os
poderes da terra ou inferno, nem a obstinação da vontade humana, nem a
profunda depravação da mente humana, podem impedir Cristo de ver o labor de
Sua alma e de ficar satisfeito. João 6:13-40.
Mas, melhor ainda são as palavras proferidas pelos lábios da Verdade em
carne… ouçam-na: “Todo que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que
me enviou é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que
o ressuscite no último dia”. João 6:37-40.
“Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nos meus juízos, se
profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então
visitarei com vara, e a sua iniquidade com açoites. Mas não retirarei totalmente
dele a minha benignidade, nem faltarei à minha fidelidade. Não quebrarei a
minha aliança, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha
santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e
o seu trono será como o sol diante de mim”. Salmo 89:30-36.
Que firme fundamento para nossa fé! Nossa segurança não jaz em nossa
fidelidade a Deus, mas na fidelidade de Deus ao Seu Filho. ALELUIA!
Deus fez promessas aos crentes pobres, fracos e entristecidos que creram no
Senhor Jesus Cristo e Ele, fielmente, cumprirá cada promessa que fez. “Porque
os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”. Romanos 11:29. Isto
significa que Deus é fiel às Suas promessas do concerto, e não falhará na
glorificação dos que chamou. Todas as promessas de Deus em Cristo são “sim”
(certas) para que cada crente possa dizer “amém” à glória de Deus. 2 Coríntios
1:20.
PRESERVAÇÃO
Deus é fiel na preservação de Seu povo. “Porque o Senhor ama o juízo e não
desampara os seus santos, eles são preservados para sempre”. Salmo 37:28.
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e
dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da
minha mão. Meu Pai, que, mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode
arrebatá-las da mão de meu Pai”. João 10:27-29. Aquele que é preservado não
tem o poder para guardar-se a si mesmo. Os santos são fracos, mas são
guardados pelo poder de Deus. 1 Pedro 1:5. A promessa de Deus ao crente é a
vida eterna. E isto não significa existência eterna, mas favor ou justificação
eterno para que ele nunca mais fique debaixo da condenação. João 5:24.
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, e alma,
e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”. 1
Tessalonicenses 5:23-24. Aqui jaz a completa santificação e livramento do
pecado e isto pela dependência do crente na fidelidade de Deus. Os chamados
não são apenas justificados, mas também glorificados, pois Deus é fiel. Deus
nunca chamaria os pecadores com o chamado eficaz de vida eterna para depois
deixá-los pelo meio do caminho que leva à glória. A obra de Deus para com Seus
santos é perfeita. Aqueles que fugiram da tempestade da ira divina, têm a
Palavra de Deus, e Seu juramento como base de esperança, estas duas coisas
sendo imutáveis, nas quais Deus não pode mentir.
DISCIPLINA
Deus é fiel ao disciplinar Seus filhos. “Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos
são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste”. Salmo 119:75. Aqui Davi
submete-se à disciplina de Deus e a aceita como justa e boa. Na teologia de
Davi não havia lugar para sorte nem chance. Ele cria que tudo o que acontecia,
era ordenado por Deus. Suas aflições foram grandes, mas ele via a mão de Deus
em todas elas, e acreditava serem para o seu próprio bem. Ele ainda acrescenta
que Deus era fiel em mandá-las. Deus estava operando para o bem de Davi, e
sabia o que ele necessitava. Deus é tão fiel aos Seus em discipliná-los quanto
em preservá-las. Deus não é um Eli indulgente e infiel. Ele não permitirá que
Seus filhos pequem sem serem disciplinados. “O que não faz uso da vara odeia
seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”. Provérbios 13:24.
Devemos louvar a Deus por Sua fidelidade em nos açoitar, a fim de levar-nos de
volta a Si mesmo e às veredas da obediência. Os santos têm certas tendências
das ovelhas e são propensos a se desviarem. Deus é o fiel pastor que sabe usar
a vara para levar-nos de volta ao rebanho. Ouça a Davi, novamente: “Antes de
ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra”. Salmo
119:67. E a doutrina permanece a mesma, seja no Velho ou no Novo
Testamento. Em Hebreus 12:11, lemos: “E, na verdade, toda correção, ao
presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto
pacífico de justiça nos exercitados por ela”. Temos esta gloriosa verdade escrita
por um dos puritanos, Thomas Washburn (1606-1687):
Ó, quanto nós, Seus filhos comprados com sangue, devemos ser fiéis Àquele
que jamais faltará em fidelidade para conosco! Isto é o que Ele requer de nós
como mordomos de Seus bens. Pouco importará quando morrermos, se tivemos
riquezas e honras neste mundo, mas importará grandemente se fomos fiéis ao
nosso Redentor. Que a fidelidade de Deus produza em nós, fontes donde corram
águas de fidelidade em Seu serviço glorioso.