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BS"D

‫ע ֹזֽבוּ׃‬
ֲ ַ‫וֹרתִ֗ י אַֽל־תּ‬
ָ ‫תּ‬֝ ֽ ‫כ ֑ם‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭טוֹב נ ָתַ ֣תִּ י‬
ֶ ‫כּ ֤י‬
ִ
“Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah
(Ensino).” – Mishlei (Provérbios) 4:2 Ano-17 N-849
Shabat Shalom! 1º Dia de Rosh Hashaná – 1 de Tishrei de 5784 (16/09/2023)
Tizkú leshanim rabot, naymot vetobot! Tikatebú vetehhatemú beSêfer Hhaim Tobim ul'Shalom! Tahhel Shaná Ubirchoteiha!
‫אַפּוֹ‬
֔ ֙‫לעַד‬
ָ ‫ב ֣ר עַל־ ֶ֔פּשַׁ ע לִשְׁ אֵ ִ֖רית נַֽחֲ לָת֑ וֹ לֹֽא־הֶ חֱ זִ ֤יק‬ ֵ ‫ע‬
ֹ ‫וֹך נֹשֵׂ ֤א עָוֹן֙ ְו‬ ָ ‫ִי־קל כּ ָ֗מ‬
ֵ֣ ‫מ‬
‫ֹאותם׃‬
ָֽ ‫צל ֥וֹת יָ֖ם כָּל־חַ טּ‬ ֻ ‫מ‬ְ ‫בּ‬ ְ ‫ל‬
ִ ‫֛יך‬ ִ ְ‫ֹתינוּ וְתַ שׁ‬֑ ֵ ‫ע ֹוֽנ‬
ֲ ‫בּ֖שׁ‬
ֹ ‫כ‬ְ ִ ‫חסֶד הֽוּא׃ י ָשׁ ֣וּב י ַ ְֽרחֲ ֵ֔מנוּ י‬ ֶ֖ ‫פ ֥ץ‬
ֵ ָ‫כּֽי־ח‬ ִ
‫מ ֥ימֵי ֽ ֶק ֶדם׃‬
ִ ‫ֹתינוּ‬ֵ ֖ ‫לֽאֲ ב‬
ַ ָ‫בּ֥עְתּ‬ ַ ְ‫חסֶד לְאַב ְָרהָ ֑ם אֲ שֶׁ ר־נ ִשׁ‬ ֶ֖ ‫ע ֹ֔קב‬
ֲ ַ ֽ ‫לי‬
ְ ֙‫תִּ תֵּ ֤ן אֱ מֶת‬
“Quem é D-us semelhante a Ti, Que perdoas a iniqüidade, e Que Te esqueces da transgressão do resto da Tua herança?
O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque Ele Se deleita na benignidade. Tornará a apiedar-Se de nós; pisará
aos pés as nossas iniqüidades. Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrarás a Yaakob a
fidelidade, e a Abraham a benignidade, conforme juraste a nossos pais, desde os dias antigos.” (Michá 7:18-20)
Em Rosh Hashaná, sexto dia da Criação, Hashem criou o homem. Adam, reconhecendo ter sido criado, e deduzindo,
então, a necessidade de haver um Criador, coroou a D-us como Rei do universo, motivo pelo qual, nesta data, coroamos a D-us
como Rei e nos subjugamos ao Seu juízo. O Midrash Rabá relata a criação do homem da seguinte maneira: “na primeira hora
(diurna do sexto dia da criação), D-us decidiu criar o homem; na segunda hora, Se aconselhou com os anjos; na terceira hora,
juntou o pó da terra com a qual criaria o homem; na quarta, misturou o pó; na quinta, converteu o pó em massa uniforme; na
sexta, lhe deu forma; na sétima, lhe insuflou a alma; na oitava, o pôs no Jardim do Éden; na nona, o proibiu de comer do fruto
do bem e do mal; na décima, o homem pecou; na décima primeira, foi julgado, e, na décima segunda, D-us Se apiedou dele no
juízo”. Vemos que, aqui, segundo o Midrash, nasce o conceito de Teshubah – retorno – significando que D-us nos permite
remediar nossos atos falhos e voltar ao caminho correto, retificando nossos erros do passado. D-us disse: “este é um sinal para
os teus filhos; assim como te apresentaste perante Mim em juízo e Me apiedei de ti, assim também teus filhos estarão diante de
Mim em juízo e Me apiedarei deles”. Rosh Hashaná é, então, um dia de juízo para todas as criaturas do mundo. E quando isso
ocorre? No primeiro dia do sétimo mês. Isto está ligado a um costume bem antigo que fazemos em Rosh Hashaná. Segundo o
Ben Ish Hhai (Rabi Yossef Hhaim ben Eliyahu 1835-1909), a cerimônia de Tashlich, quando vamos, simbolicamente, lançar
nossos pecados às profundezas das águas, deve ser efetuada após a oração de Min'hhá do primeiro dia de Rosh Hashaná. Ele
explica que este é o momento ideal para essa cerimônia, uma vez que Adam teria sido perdoado por seu pecado neste horário
(décima segunda hora) no seu primeiro dia, horas após sua criação. Por isso, o Tashlich, que é um Tikun (retificação / conserto),
acontece no mesmo dia e horário em que o primeiro homem fora perdoado, pois a Teshubah das gerações futuras se apóia na
Teshubah de Adam, que ocorrera nesta décima segunda hora. Neste momento, o acusador é impossibilitado de fazer o seu
“trabalho” e ele é subjugado. E essa força e vontade Divinas se renovam, anualmente, neste dia e hora para que possamos ter
sucesso no Tashlich, como Adam teve no seu juízo, e possamos jogar nossos pecados nas profundezas das águas. Também
sabemos que devemos ter muita fé na oração de Min'hhá, pois Eliyahu HaNabi só foi respondido no horário da oração da
Min'ha (perto do fim da tarde). Por este motivo, fazemos o Tashlich neste dia (o primeiro de Rosh Hashaná) e horário, pois esta
hora tem uma ‘predisposição Divina’ para a piedade e, mais ainda, no caso de Adam, pois era véspera de Shabat, e sua
santidade desperta a Bondade Divina. E assim deve-se fazer mesmo que o primeiro dia de Rosh Hashaná ocorra num Shabat
(Ben Ish Hhai Ano 1, Parashá Nitsabim parágrafo 12). Neste caso, muitos costumam postergar o Tashlich para o dia seguinte
(fazendo-o após a Mussaf do segundo dia), para evitar que as pessoas carreguem no Shabat se não houver Erub na localidade.
Pois, se viessem a carregar, perderiam o objetivo desejado! Como retificar um pecado através de outro? É obvio que não se
deve carregar em Shabat, pois até o toque do Shofar foi postergado para que não se carregasse o mesmo! Contudo, há um jeito
de se atender a ambas as opiniões. O Rabi Yaakob Menashe, do Midrash Ben Ish Hhai (NY, EUA), diz que, no caso de o
primeiro dia de Rosh Hashaná coincidir com Shabat, faz-se o Tashlich no horário indicado – após a Min'hhá e antes do pôr-do-
sol – apenas pronunciando, de cor e sem levar livros, o trecho (3 versículos acima indicados) ‘Mi E-l camôcha...’ (Michá 7:19)
perto de uma fonte de água natural. Os trechos anteriores e posteriores são falados na sinagoga. Assim, faz-se o Tashlich no seu
horário mais adequado e sem profanar a santidade do Shabat. Em caso de dúvidas, consulte seu rabino antes! (Adaptado do livro
“Torah Lishmá – questão 159” do Hhacham Yossef Hhaim A"H [Ben Ish Hhai] e dos sites Daily Halacha, Shabuatov.com e Midrash.org)
Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Curiosidades da Semana: O Calendário da Vida
Existe uma história adorável sobre o tempo. Dois judeus idosos, que não se viam havia cinqüenta anos, se encontram,
aos poucos reconhecem um ao outro, e se abraçam. Dirigem-se ao apartamento de um deles para falar sobre os dias do passado;
a conversa leva horas; anoitece; um pergunta ao outro: “Olhe para seu relógio. Que horas são?”. “Não tenho relógio de pulso”,
diz o segundo. “Então, olhe para o relógio de parede.” “Não tenho relógio de parede.” “Então, como sabe as horas?” “Você vê
aquela trombeta no canto? É por ela que vejo as horas.” “Está louco” – diz o primeiro – “Como pode saber as horas com uma
trombeta?” “Vou mostrar-lhe.” Ele apanha o instrumento, abre a janela e toca a trombeta, produzindo um som ensurdecedor.
Trinta segundos depois, um vizinho furioso grita. “São duas e meia da madrugada, e você está tocando trombeta?” O homem
volta-se para o amigo e diz: “Viu? É assim que se sabe a hora com uma trombeta!” Grosseiramente falando, é como o mais
notável Rabi da Idade Média, Moshê Maimônides, explicava por que tocamos o Shofar em Rosh Hashaná, o Ano Novo
Judaico. Segundo ele, é o toque de despertar soado por D-us, Sua maneira de nos perguntar: “Você sabe que horas são? A vida
que Eu lhe dei, como você a tem usado? Para si mesmo, ou para o próximo? Para ferir ou para curar? O que fez com o ano que
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Me pediu doze meses atrás? Qual será sua anotação no Livro da Vida?”. Passamos pela vida, diz Maimônides, meio
adormecidos durante a maior parte do tempo; dia após dia num entorpecimento. Fazemos os movimentos de acordar, trabalhar,
comer, relaxar, mais conscientes dos minutos que dos anos. Sentimos a tirania do relógio, mas esquecemos o calendário da
vida. À medida que os anos passam, muitas vezes, renunciamos aos sonhos de nossa juventude e nos acomodamos numa rotina
que oscila entre a fuga do tédio denominada trabalho e a fuga ao trabalho chamada lazer. Às vezes, é preciso uma sacudidela –
um acidente de carro, uma doença, uma crise [D-us nos livre!] – para nos fazer perguntar: ‘Quem sou eu e por que estou aqui?
O que estou fazendo com minha vida?’. É parte da beleza do Judaísmo que, em Rosh Hashaná, sejamos ordenados a fazer
exatamente esta pergunta. O tempo é o maior presente concedido por D-us, e um dos poucos que Ele nos dá em termos iguais.
Sejamos ricos ou pobres, poderosos ou indefesos, existem apenas vinte e quatro horas num dia, e um total de anos curto demais.
Para cada um de nós (como para Moshê) haverá um futuro que não veremos, um Rio Jordão que jamais cruzaremos, uma Terra
Prometida na qual jamais pisaremos. Portanto, temos de fazer escolhas, e a que têm mais conseqüências é como usamos o nosso
tempo. Uma vez feita, a pergunta quase que responde a si mesma. Ninguém jamais morreu desejando ter passado mais tempo
no escritório ou lamentando não ter possuído um celular mais moderno. Muitos dos desejos atrás dos quais corremos são
artificialmente arquitetados, e muitas das coisas para as quais não temos tempo – refeições em família, longas caminhadas com
nossos filhos, ajudar a estranhos, dizer obrigado a nosso cônjuge e a D-us – são a essência da vida bem vivida. Uma vez ao ano,
precisamos do toque daquela trombeta para lembrar do tempo e usá-lo para fazer uma diferença, para ser uma bênção, para
amar. (Adaptado de artigo “O Calendário da Vida”, do Rabino Jonathan Sacks z"l, link: https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/618881/jewish/O-Calendrio-da-
Vida.htm) Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
O Yom Tob da Emuná
Existe uma tradição de que os Dez Dias de Arrependimento – o período de Rosh Hashaná até Yom Kipur –
correspondem aos Dez Mandamentos. Cada dia deste período está, de alguma forma, associado a um Mandamento. De acordo
com este sistema, Rosh Hashaná – os primeiros dois dias dos Asseret Yemeh Teshubah – corresponde aos comandos: “Eu sou
Hashem, teu D-us” e “Não terás outro D-us além de Mim”. Em outras palavras, Rosh Hashaná está associado à crença
fundamental em Hashem como o único Ser Que controla o mundo. Este conceito dissipa um equívoco comum sobre Rosh
Hashaná... Muitas pessoas, infelizmente, vêem Rosh Hashaná como uma espécie de “maratona de pedidos”. Elas trazem para a
sinagoga uma lista mental do que precisam para o próximo ano e apresentam essa lista a D-us. Talvez, elas também pensem um
pouco sobre como podem melhorar a si mesmas, mas seu foco principal é o que estão pedindo a D-us para o próximo ano. É
fácil provar que não é disso que se trata Rosh Hashaná. Não precisamos ir além do texto do Mahhzor... Se Rosh Hashaná é um
momento para pedir pelas nossas necessidades, então deveríamos recitar a oração Amidá padrão dos dias de semana, na qual
pedimos inteligência, perdão, saúde, sustento e assim por diante. Mas nada disso aparece na Amidá de Rosh Hashaná. Em vez
disso, as nossas orações de Rosh Hashaná concentram-se no tema de Malchut – a Realeza Divina. Este é o dia em que
reafirmamos a nossa subserviência a D-us e o nosso reconhecimento do Seu Governo. Os monarcas realizariam uma cerimônia
de coroação todos os anos para reafirmar seu governo. Isto é o que fazemos em Rosh Hashaná: proclamamos mais uma vez a
nossa lealdade a D-us e reconhecemos que, como somos Seus súditos, Ele nos julgará com base na nossa fidelidade. Rosh
Hashaná é sobre D-us, não sobre nós. É um momento para renovarmos a nossa aceitação do Seu Governo ilimitado. É claro
que temos o direito de também implorar pelo que necessitamos. Mas esta não é a essência de Rosh Hashaná. Esta renovação da
nossa aceitação da Realeza de D-us inclui o reforço da nossa crença na Providência, de que Ele exerce controle absoluto sobre
as nossas vidas e o mundo em geral. Nada acontece a menos que D-us queira que aconteça. O Baal Shem Tob, o fundador do
movimento hhassídico, ensinou que há um propósito para cada folha que cai de uma árvore e por que ela caiu naquele momento
e local precisos. Em Rosh Hashaná, o Yom Tob da Emuná, reforçamos nossa fé de que D-us controla tudo o que acontece, e
mesmo eventos que parecem prejudiciais são, na verdade, para nosso benefício. Assim, Rosh Hashaná não é um momento para
fazermos pedidos; é um momento para reafirmarmos a nossa crença de que, mesmo quando os nossos pedidos não são
atendidos, tudo é para o melhor, porque Hashem sabe muito melhor do que nós o que precisamos. Isto talvez responda a uma
pergunta que se poderia fazer sobre a leitura da Torah em Rosh Hashaná. No segundo dia de Rosh Hashaná, lemos a seção de
Akedat Itshhak, a história de como Abraham Abinu estava preparado para oferecer seu filho amado como sacrifício em
cumprimento à ordem de D-us. Contudo, concluímos a leitura com uma série de versículos que contam o nascimento dos filhos
e netos de Nahor, irmão de Abraham. Poderíamos, à primeira vista, perguntar-nos como estes psukim são relevantes para Rosh
Hashaná. Por que é importante lermos sobre os filhos e netos de Nahor neste dia? A resposta, talvez, é que esta seção completa
essencialmente o teste da Akedá. Abraham e Sarah, finalmente, tiveram um filho depois de décadas de oração e espera, e,
então, Abraham quase teve que matá-lo com as próprias mãos. Enquanto isso, seu irmão gerou vários filhos e netos sem
qualquer demora ou problema. Abraham dedicou sua vida à bondade e ao serviço de D-us, enquanto seu irmão era um idólatra.
Que teste mais difícil poderia haver para Abraham do que ver seu irmão ter sucesso e prosperar enquanto ele lutava? A Akedá
foi, certamente, um teste muito difícil, mas não menos difícil foi o teste que veio depois, quando, imediatamente após
demonstrar sua devoção ilimitada a D-us, Abraham ouviu falar do sucesso de seu irmão idólatra. E, assim, esta seção também é
de vital importância para a nossa observância de Rosh Hashaná. Isso nos lembra da necessidade de permanecermos fielmente
devotados a D-us, mesmo que não vejamos como isso nos traz bênçãos e sucesso. Independentemente do tipo de dificuldade
que enfrentamos, devemos continuar observando a Torah, confiando que Hashem é gentil e gracioso, e que cumprir Sua
Vontade é sempre benéfico. Claro, esperamos ser abençoados com um ano bom e doce. Mas, em Rosh Hashaná, proclamamos
que, mesmo quando as nossas vidas não são “doces” e enfrentamos desafios difíceis, continuaremos, no entanto, firmemente
comprometidos com D-us, sabendo que tudo o que Ele faz é para o melhor. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Hhana Ribka, Sh'muel ben Nehhama Dinah.
Em memória e elevação das almas de Henrique Zeitune ben Faride, Rebeca Salomão Nigri bat Amar, Aslan Hadid ben Simhá, Rosa Balassiano bat Nazira,
Olinda Balaciano Zeitune bat Leila, Vilma Setton Tenembaum bat Sarita, Marie Khalili Levy bat Rachel, Toufic Menache Nigri ben Gulson, José Moysés Boukai
ben Fortuné.
Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson Z"L e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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