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‫ע ֽ ֹזבּו׃‬
ֲ ַ‫ֹור ִ תי ַ ֽאל־ּת‬
ָ ‫ִּכ !י ֶל קַ ח טֹוב נ ַָת ִּתי לָ ֶכ ם ֽ ּת‬
Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis a minha Torah! Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Parashá Ékeb – 20 de Ab de 5770 (31/07/2010) Ano-4 N-164
‫[׃‬...] ‫ָא ֶרץ‬$ ‫ת־ה‬
ָ ֶ‫ֽיר ְׁש ֶּתם א‬
ִ ִ‫ּובאתֶ ם ) ו‬
ָ ‫ הַ ּיֹום ְל ַמעַ ן ֶ ּֽתחֶ זְ קּו‬-. ְ‫י ְמצַ ּו‬0‫ר ָ ֽאנֹ ִכ‬1‫ָוה א ֲֶׁש‬$ ‫ּוׁשמַ ְרּתֶ ם ) אֶ ת־ּכָ ל־הַ ִּמ ְצ‬
ְ
“Guardai todo o mandamento que Eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes, e entreis, e herdeis a terra...” (Debarim 11:8)
Consta no Talmud (San’hedrin 44b): “Reish Lakish disse: Todo o que se reforça na sua oração aqui em baixo, não há
para ele acusadores em cima (no céu)”. E sobre isso consta no Shulchan Aruch (o código de leis judaico – Orahh Hhaim
92:10): “é bom dar Tsedaká antes da oração”. E a fonte desta lei se baseia no que está escrito no Tehilim (17:15): “Ani betsedek
ehhezê panecha – Eu, com justiça, contemplarei sua face”. Devemos, então, esclarecer a grandeza de se dar Tsedaká antes das
orações bem como sua ligação com a oração. Como se sabe, a oração é feita com a boca (e não lendo com os olhos como
fazem muitos), e esta é um órgão que se encontra em cima (na parte superior do corpo). Já a Tsedaká (justiça e não caridade
como muitos traduzem) é feita com as mãos, que se encontram mais abaixo. Através do fato de a pessoa acrescer a Mitsvá da
Tsedaká junto com sua oração, ele está se reforçando (adquirindo mérito da Mitsvá) e reforçando sua oração, que é feita com a
boca. Ao reforçar sua “boca” aqui em baixo, ele cala a boca dos acusadores em cima (no tribunal celestial), que fazem seu
trabalho com a boca e isto tudo com o feitio da Tsedaká, que reforça e encoraja a pessoa e sua oração. E esta é a intenção do
dito de Reish Lakish acima: ‘Todo o que se reforça na sua oração aqui em baixo’, ao abrir suas mãos para dar Tsedaká, ‘não
há para ele acusadores em cima’, pois suas bocas são caladas e eles são repelidos lá em cima.
Adaptado dos livros “Benayehu – San’hedrin 44b” do Hhacham Yossef Hhaim A”H (Ben Ish Hhai) e Peninei Haben Ish Hhai Por Jaime Boukai

Resumo da Parashá – Ékeb / Livro Debarim (Deuteronômio) 7:12 – 11:25


Moshê continua seu discurso final ao povo, prometendo-lhes que, se cumprirem os mandamentos da Torah, eles
prosperarão na Terra que estão prestes a conquistar de acordo com a promessa Divina a seus antepassados. Moshê os censura
pelas falhas em sua primeira geração como um povo, relembrando a adoração ao Bezerro de Ouro, a rebelião de Korahh, o
pecado dos Espiões, como irritaram a D-us em Taberah, Massah e Kibrot Hataavah (“Os Túmulos da Cobiça”); “Vocês foram
rebeldes contra Hashem desde o dia em que eu os conheci”. Mas ele também fala do perdão divino aos seus pecados e das
Segundas Tábuas do pacto depois de seu arrependimento. Moshê diz que os quarenta anos no deserto, durante os quais D-us os
sustentou diariamente com o Mán dos céus, foram para ensiná-los “que o homem não vive somente pelo pão, mas pelas
palavras da boca de Hashem o homem vive”. Moshê descreve a Terra de Israel como “fluindo com leite e mel”, abençoada
com as “Sete Espécies” (trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeite e tâmaras), e o local que é o foco da Providência Divina no
mundo. Ele os ordena a destruir os ídolos da terra de seus antigos senhores e de se comportarem para que não se tornem
arrogantes e comecem a pensar que “meu poder e a força de minha mão que me concederam esta riqueza”. É dito o segundo
capítulo do Shemá, que repete as Mitsvot fundamentais enumeradas no primeiro capítulo e descreve as recompensas pelo
cumprimento das Mitsvot e os resultados adversos (fome e exílio) por sua negligência. (‘PAR. NUMA CASCA DE NOZ’) Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana:
Os Dois Primeiros Parágrafos do Shemá
Esta Parashá contém a seção que corresponde ao segundo parágrafo do Shemá (ve’haiá im shamo’a..., Debarim 11:13-
21); o primeiro parágrafo do Shemá nós lemos na Parashá da semana passada, Vaethhanan (ibid. 6:4-9). Ao compararmos
estes parágrafos, encontramos algumas similaridades e algumas diferenças. As diferenças mais básicas são: i) o trecho de
“ve’haiá” menciona as punições que D-us trará sobre os B’nei Israel caso eles O traiam, o que não aparece no primeiro
parágrafo; ii) o trecho de “ve’haiá” é escrito no plural, enquanto que o primeiro parágrafo encontra-se no singular, dirigindo-se
às pessoas individualmente; iii) embora ambos os trechos enfatizem a importância de se amar D-us “com todo teu coração” e
“com toda tua alma”, o primeiro parágrafo também menciona a necessidade de se amar D-us “com todo o teu poder (bens) –
bechol me’odecha”, condição que não aparece no trecho de “ve’haiá”. Estas diferenças podem indicar que estes dois trechos
do Shemá são endereçados a audiências diferentes. A Guemará (Massechet Berachot 35b) registra um famoso debate entre
Hhachamim sobre como uma pessoa deve dedicar sua vida. Rabbi Yishmael diz que uma pessoa deve “arar na estação da
aradura, semear na estação da semeadura e colher na estação da colheita”, ou seja, ele sustenta que uma pessoa deve trabalhar
para viver, embora obviamente destinando um período diário para o estudo da Torah. Rabbi Yishmael chegou a esta conclusão
com base na seção de “ve’haiá im shamo’a”, que diz “...e colherás o teu grão, e o teu mosto e o teu azeite” (ibid. 11:14), de
onde se infere que a Torah incentiva o trabalho. Rabbi Shimon Bar Yohhai, por outro lado, rebate o ponto de vista de Rabbi
Yishmael com a exclamação “O que será da Torah?”, fazendo entender que, se a pessoa dedica tempo e energia na busca pelo
sustento, ela não será capaz de estudar Torah adequadamente. Segundo ele, a pessoa deve deixar as atividades mundanas
totalmente de lado e dedicar-se exclusivamente ao estudo da Torah... A Guemará conclui esta discussão observando que
“Muitos agiram de acordo com Rabbi Yishmael e tiveram êxito; mas muitos agiram segundo Rabbi Shimon e falharam”. O que
a Guemará vem estabelecer é que para a maioria das pessoas é realmente preferível ganhar a vida com um trabalho normal,
mas dedicando algum tempo diário para o estudo, apotando que muitos não tiveram êxito ao tentar seguir o estilo de vida
apregoado por Rabbi Shimon. Por outro lado, a implicação clara desta nota é que um pequeno número de pessoas, sim, teve
sucesso! Ou seja, para um pequeno número de indivíduos especialmente aptos, é preferível a abstenção do trabalho mundano,
com dedicação exclusiva ao estudo de Torah. Assim, o primeiro parágrafo do Shemá é escrito no singular por ser endereçado
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aos estudiosos, que passam seus dias e suas noites estudando; nesta passagem, a Torah os instrui a amar D-us com todos seus
bens, i.e. abdicando do ganho material em favor do estudo de Torah. O trecho de “ve’haiá im shamo’a”, por sua vez, é
direcionado à maioria dos Judeus, que não é obrigada a amar D-us com todos os seus bens, pois deve esforçar-se para ganhar
seu sustento. Não obstante, logo após incentivar o trabalho por parte do povo, a Torah também traz um alerta, que não é
endereçado aos estudiosos em tempo integral, sobre as repercussões de se abandonar a Torah. Assim, os que não se dedicam
integralmente ao estudo da Torah, e portanto não estão protegidos contra as influências espirituais externas, devem resguardar-
se e resistir às várias tentações com que se deparam em seus negócios e profissões, mantendo seu firme comprometimento com
a Torah e suas Mitsvot. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
O Shemá Israel
Uma das narrativas mais comoventes do Talmud relata os últimos dias do Rabbi Akiba. Ele viveu no século que se
seguiu à destruição do Segundo Templo, uma época em que a crueldade romana dificultou muito a vida judaica. Os romanos
tentaram erradicar o judaísmo e a educação pela Torah. Ordenar rabinos e educar publicamente a Torah eram crimes passíveis
de morte. Mas Rabbi Akiba não se submeteu e foi mestre de milhares, o maior sábio da nação e um de seus líderes. Ele sabia
que era um dos principais alvos dos romanos, mas, vendo que a fé de Israel estava sendo atacada, concluiu que a sua
segurança pessoal não poderia ter prioridade sobre a existência eterna da Torah. Ele reuniu alunos publicamente e ensinou-lhes
Torah. Seu amigo, Papus ben Yehuda, ficou atônito: “Akiba, não tens medo do governo?” Rabbi Akiba respondeu: “Se estamos
em perigo ao estudarmos Torah, sobre a qual consta: ‘pois ela é a tua vida e a extensão dos teus dias’ (Debarim 30:20), mais
ainda se renunciarmos a ela!” Soldados romanos capturaram Rabbi Akiba e o atiraram num calabouço. Não demorou e Papus
ben Yehuda também foi detido e preso na mesma cela. Ao ver seu amigo, Papus exclamou: “Akiba, como você é afortunado!
Foste preso em prol da Torah! Já eu fui capturado por mera trivialidade”. Era hora da leitura matinal do Shemá quando Rabbi
Akiba foi trazido para ser publicamente torturado até a morte. Os romanos dilaceraram sua carne com ‘pentes’ de ferro e,
mesmo durante tanto sofrimento, ele aceitou a soberania de D-us sobre si, recitando o Shemá. Estava jubiloso, ignorando a dor.
Turnus Rufus, o comandante romano que dirigia a barbárie, ficou perplexo: “Você é insensível à dor, para poder rir de tão
intensa tortura?” – exclamou. Até seus discípulos se admiraram. O sábio agonizante explicou: “toda a minha vida preocupei-
me com uma frase da Torah. Somos ensinados no Shemá a aceitar a soberania e os decretos de D-us sobre nós ‘bechol
nafshechá’ (‘com toda a tua alma’) – i.e., mesmo com a própria vida. Eu me perguntava se chegaria a ter o privilégio de servir
a D-us em tão alto grau. Agora que chegou a oportunidade, não deveria agarrá-la regozijando-me?” Ele repetiu o primeiro
versiculo do Shemá: “Ouve Israel, o Senhor é nosso D-us, o Senhor é Um”. Ele sustentou a palavra Ehhad (‘Um’) até que sua
alma o deixou. Uma voz celestial foi ouvida dizendo: ‘És digno de louvor, Rabbi Akiba, pois tua alma te deixou enquanto
proclamavas a Unicidade de D-us! És digno de elogio, pois estás pronto para entrar no mundo vindouro’ (Talmud Berachot
61b; Talmud Yerushalmi Berachot 9:5). Rabbi Akiba é uma das figuras mais inspiradoras dos últimos dois mil anos. Aos 40
anos, era ainda um pastor ignorante, que detestava os eruditos, quando, graças a sua esposa, começou a aprender a ler. Anos
depois, quando retornou à casa rodeado por 24 mil alunos, sendo aclamado como o principal sábio de seu povo, ele prestou
honra e homenagem à sua esposa, dizendo aos seus alunos: ‘Tudo o que alcancei, e tudo o que consegui, é dela o mérito’. Ele
foi da resistência contra Roma e tornou-se figura proeminente da Torah em sua era turbulenta e atormentada e nas gerações
seguintes. No fim, coroou sua vida com um ato de heroísmo e ensinou uma de suas maiores lições. É a meta de uma vida digna
terminar num caráter de total dedicação a D-us. Durante toda a sua vida, ele declarava sua prontidão para santificar o nome de
D-us, mas homem algum pode saber se será capaz de enfrentar o terrível desafio quando chegar a hora. O júbilo de Akiba
eclipsou sua dor, porque provara estar à altura dos ideais que ensinava. Turnus Rufus, seu carrasco, pensou que ele estava
louco, mas quem se lembra de Turnus Rufus hoje? Ele pensou estar apagando Rabbi Akiba da história, porém seu nome só é
lembrado devido ao ato heróico de Akiba. (http://www.torah-channel.com/brasil/) Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Pérolas da Parashá:
Em Ékeb, Moshê relata as virtudes da Terra de Israel e ensina a segunda parte do Shemá, explicando a Unidade de
D-us. Quando meditamos sobre a descrição da terra, descobrimos que a manifestação física de sua beleza é uma alusão à sua
majestade espiritual oculta. Sua beleza reflete o objetivo de D-us na criação. A missão do Povo Judeu é o de se unir com a
Terra e refletir a luz essencial e infinita de D-us oculta dentro da Terra para todas as criaturas. O primeiro versículo da criação
termina com a palavra aretz – terra. O objetivo da luz criada no primeiro dia não é o de permanecer no céu, mas atingir a terra.
Quando o Povo Judeu habita em Israel de acordo com as leis da Torah, todos são tsadikim. Eles se unem à luz Divina inerente
à terra e a refletem a todos, cumprindo o objetivo divino. O primeiro dia é mencionado como “dia um” e não como o “primeiro
dia”. Isto alude à unicidade de D-us. Quando o Povo entrar em Israel, teremos a capacidade de manifestar que todas as
pluralidades aparentes na criação são, na verdade, o D-us Único de Israel. Nossa missão é a de trazer a consciência de que tudo
é D-us e D-us é tudo. O relato da Torah sobre o primeiro dia é o prefácio para os versículos que descrevem a bênção e a beleza
de Israel nesta Parashá. Na Kabbalah, aprendemos que a “luz da coroa”, ór haketer, tem valor numérico igual ao de Eretz
Israel (832). A união do primeiro dia com a Terra de Israel é a união completa da luz infinita da coroa celestial manifestada na
criação, na sagrada Terra de Israel. (Do site www.inner.org). Por Hazan Mair Simantob Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David Cagy ben Messodi. Em memória e elevação das almas de Jamile Lea Balassiano, Josefina
Kaiat Bat Nazle, Salim Moises Balassiano Ben Lea, David Nuriel Mizrahi Ben Lulu, Moche Haime Balassiano, Elias Salim Nigri Ben Marieta, Carlos
Balassiano Ben Esther, Sara Zebulum, Lulu Mizrahi Bat Rachel, Isaac Felix Balassiano Ben Esther, Rachel Barzelay Israel Bat Nazle, Salim Moussa
Balassiano Ben Nahime, Yvonne Nigri Grossman Bat Olga, Jorgete Benarroch Bat Nazle e Meyer Isaac Nigri Ben Miriam.

Agradecemos ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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