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- ROMA
O espírito romano: representado aqui com duas tochas, Vesta, equivalente à Héstia
helênica, era uma deusa virginal associada ao lar e ao fogo sagrado, simbolizando o
centro da casa, em torno do qual a família estava agrupada. Suas sacerdotisas, as
vestais, eram virgens que, dentro de seu templo circular, vigiavam o fogo sagrado
que nunca se apagava. Havia uma lei segundo a qual, se um prisioneiro do corredor
da morte visse na rua com uma vestal, ele seria absolvido. Quando alguma delas
falhava em seus deveres, ela era açoitada e, se alguma violasse o voto de
virgindade, era enterrada viva. Este é apenas um exemplo da imensa seriedade
religiosa que reinou nas origens de Roma, muito distante do famoso "declínio do
Império".
JUDEIA
O LEGADO HELENÍSTICO
O caso é que, naquele ano de 168 AEC, Antíoco sacrifica nada mais
e nada menos que um porco no altar do templo de Jerusalém, em
homenagem a Zeus. Este ato foi considerado uma dupla
profanação, por um lado porque era um porco (animal profano dos
credos semitas como no judaísmo e islamismo), e por outro lado
porque isso supunha o primeiro passo de consagrar todo o templo
ao Zeus olímpico e converter Jerusalém em uma cidade grega.
O ANTISSEMITISMO GREGO
Posidônio (135-51 AEC) diz que os judeus são “um povo ímpio,
odiado pelos deuses”.
A CONQUISTA DE POMPEU
Crasso, que cometeu um erro crasso (daí o termo) durante a batalha, foi
responsável pelo massacre de vinte mil soldados pelas mãos dos partos. Outros dez
mil soldados romanos foram feitos prisioneiros e enviados para fazer trabalho
forçado para o que é agora o Afeganistão. Muitos acabaram lutando, sob o mando
parto, contra os hunos, e se perdendo no caminho. A análise genética parece indicar
que este destacamento, a famosa "legião perdida de Crasso", terminou na atual
província chinesa de Liqian (cujo nome é uma corruptela de "legião"), onde a
população contém uma maior frequência de características étnicas europeias. Mas
essa história vimos no artigo sobre a invasão ariana.
Rivais, mas não inimigos: os generais Pompeu, o Grande (à esquerda) e Júlio César
(à direita). A honra entre eles se tornou aparente quando o próprio César,
lamentando a maneira suja e traiçoeira com que Pompeu foi assassinado no Egito,
executou seus assassinos, depois erguendo um templo para homenagear seu
respeitado adversário.
HERODES, O GRANDE
Pois assim o Senhor nos ordenou: “Eu fiz de você luz para os
gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra”. —
(Bíblia, Novo Testamento, Atos 13:47).
Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que
conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. — (Bíblia, Novo
Testamento, Evangelho de João, 4:22).
Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor
entre as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como
pastor, conduzirá Israel, o meu povo. — (Bíblia, Novo Testamento,
Evangelho de Mateus, 2:6).
O autor dessa seita era Chrestus, que no reinado de Tibério sofreu
pena de morte, como criminoso, pelo procurador Pôncio Pilatos.
Reprimida por pouco tempo, essa abominável superstição surgiu
novamente, não apenas na Judeia, o seu lugar de origem, mas
também em Roma. — (Tácito, “Anais”, sobre a perseguição anti-
judaico-cristã decretada pelo Imperador Nero).
Jesus, que nunca pretendeu fundar uma nova religião, mas sim
preservar o judaísmo ortodoxo, deixou claro que "Não pensem que
vim abolir a Lei (de Moisés, a Torá) ou os Profetas; não vim abolir,
mas cumprir" (Mateus 5:17), e enfurecido ao ver que o templo de
Jerusalém estava sendo profanado por mercadores, expulsou-os.
Esse agitador judeu não hesitou em confrontar — com a autoridade
que lhe foi dada — o resto das facções judaicas de seu tempo,
especialmente os fariseus, dizendo que “Aquele que não está
comigo, está contra mim” (Mateus 12:30). Jesus se cercou de um
círculo de discípulos, entre os quais podemos destacar o
mencionado São Simão, São Bartolomeu (do qual o próprio Jesus
diz no Evangelho de João, 1:47, “Aí está um verdadeiro israelita”),
o mencionado Mateus [um judeu do Mar da Galileia], Judas
Iscariotes (que o traiu aos fariseus por dinheiro), e embora dos
demais não há tantas referências, é precisar lembrar que, até a
viagem de São Paulo (também um judeu) um tempo após a morte
de Jesus, para ser cristão era imprescindível ser um judeu
circuncidado e ortodoxo. Evidentemente, a doutrina de Jesus estava
dirigida aos judeus e isso é manifestado no Evangelho de Mateus,
10:6, quando ele diz aos doze apóstolos: “Não se dirijam aos
gentios mas às ovelhas perdidas de Israel”. A frase implica retornar
ao seio ortodoxo aqueles judeus que se desviaram da Lei de Moisés
— pois “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim” (João
5:46).
CALÍGULA
- Cláudio e Nero
Ano 50. A Judeia já faz parte do Império Romano, mas sua romanização nunca se
estabelecerá, pelo contrário, a própria judaização de Roma será estabelecida antes.
Queda de Massada
Este mapa mostra as fronteiras do Império Romano por volta de 115, quando a
Revolta da Diáspora eclodiu. As províncias problemáticas por sua população judaica
são indicadas no mapa com as cidades importantes da zona. As áreas verdes
correspondem às províncias da Arábia Pétrea, Mesopotâmia, Assíria e Armênia
(todas com importantes populações judaicas), que foram anexadas a Roma após a
derrota dos partos, bem como novos territórios para as províncias da Judeia e da
Síria
Rufo: “!Mas olhe para o céu e para a terra! ¿O homem pode fazer
algo assim?
Aquiva: “Não use como argumento algo que está além do alcance
das criaturas humanas; algo que eles não podem controlar,
argumente só com o que está ao alcance do homem”.
ALGUMAS CONCLUSÕES
Começamos no ano 33, data em que foi crucificado pelas mãos dos
romanos um judeu rebelde chamado Yeshua ou Jesus, que se
proclamava o Messias dos judeus e rei de Israel. Nesta primeira
fase expansiva do cristianismo é particularmente importante citar
Paulo de Tarso (comumente conhecido como São Paulo), um judeu
com cidadania romana e educação helenística, embora criado pelo
fundamentalismo judaico mais recalcitrante. A princípio, este
personagem se dedicou a perseguir os cristãos (que, não se
esqueçam, eram todos judeus) em nome das autoridades do
judaísmo “oficial”. Em um ponto de sua vida ele “cai do
cavalo” (literalmente, como é dito) e diz que uma doutrina que teve
tamanho efeito entre os próprios judeus, invariavelmente, causaria
uma devastação terrível em Roma, odiada a morte tanto por ele
como por quase todos os judeus de seu tempo, ressentidos pela
ocupação das legiões, das graves guerras contra Roma e das
deportações.
Por volta do ano 150, o grego Marcião de Sinope procura fazer uma
espécie de purificação “desjudaizante” no cristianismo, rejeitando o
Antigo Testamento, dando importância preeminente ao Evangelho
de São Lucas e adotando uma cosmovisão gnóstica com ar órficos e
maniqueístas. Esta é a primeira tentativa de “reforma”, de
europeização, do cristianismo, intentando desprovi-lo de sua
origem judaica. Seus seguidores, os marcionitas, professadores de
um credo gnóstico, são classificados como hereges pelo
cristianismo mainstream.
- E m 3 4 6 h á o u t ra g ra n d e p e r s e g u i ç ã o a n t i - p a g ã e m
Constantinopla. O famoso autor e orador anti-cristão Libânio é
acusado de ser “mago” e é exilado. Neste ponto, o Império
Romano, que outrora foi grande, ficou caótico e irreconhecível. Os
romanos pagãos patriotas devem ter colocar suas mãos sobre sua
cabeça ao ver como multidões de ignorantes arrebatam de seus
herdeiros toda a colheita de culturas pagãs, não só da própria
Roma, mas também do Egito, Pérsia e Grécia.
- Até o ano 400, foi estabelecida uma hierarquia cristã que incluía
sacerdotes, bispos, metropolitanos (ou arcebispos de cidades
maiores) e patriarcas (arcebispos responsáveis por grandes
cidades, nomeadamente Roma, Jerusalém, Alexandria e
Constantinopla).
Esta é a estátua de uma sacerdotisa de Ceres (Deméter romana, deusa da
agricultura e do cereal), esculpida pacientemente sobre o marfim por volta do ano
400 (!) e de uma beleza sem precedentes, e em que seu rosto foi mutilado e tacado
em um poço em Montier-en-Der [uma posterior abadia no noroeste da França]. É
possível que não tivessem a lançado ao poço por ódio (os cristãos eram mais
propensos a destruição direta), mas que os seus proprietários se desfizeram dela por
medo de que as autoridades religiosas encontrassem-a. É impossível saber a
quantidade de representações artísticas, mesmo superiores a esta em beleza, que
foram destruídas, e das quais nada permaneceu.
A trágica agonia do mundo antigo, clássico, pagão, belo, atlético, artístico e próximo
dos deuses, às mãos da Serpente Oriental.
CONCLUSÃO
Mas você não entende? Você não tem olhos para ver algo que levou
dois milênios para alcançar a vitória?
*****
NOTAS
- ROMA
JUDEIA
O caso é que, naquele ano de 168 AEC, Antíoco sacrifica nada mais
e nada menos que um porco no altar do templo de Jerusalém, em
homenagem a Zeus. Este ato foi considerado uma dupla
profanação, por um lado porque era um porco (animal profano dos
credos semitas como no judaísmo e islamismo), e por outro lado
porque isso supunha o primeiro passo de consagrar todo o templo
ao Zeus olímpico e converter Jerusalém em uma cidade grega.
Moeda de Antíoco IV Epifânio, rei selêucida e descendente de Seleuco I Nicátor,
talvez o mais brilhante dos generais de Alexandre. De acordo com a tradição
judaica, este rei macedônio, ao profanar o altar do templo de Jerusalém derramando
sangue de porco, foi possuído por um demônio, o mesmo que possuirá o Anti-
messias (Anticristo) ou o “príncipe que há de vir” falado no Antigo Testamento
(Daniel, 9:26).
Esse ato sacrílego trouxe uma forte reação dos setores judaicos
mais fundamentalistas. Os rabinos mais fanáticos começaram a
pregar uma espécie de guerra santa contra a ocupação grega,
instando os judeus a se rebelarem, e quando o primeiro judeu
timidamente decidiu fazer uma oferenda ao Zeus grego, um rabino,
Matatias ben Johanan, o matou. Os tumultos étnicos subsequentes
levaram ao período conhecido como "Guerras Macabéias" (anos
167-141 AEC), muito do qual é falado no Antigo Testamento
(Macabeus). Realizando, com os hassidim (os "judeus piedosos",
também chamados chassídicos), uma guerra de guerrilha contra as
tropas macedônicas cercadas por todos os lados, os “macabeus”
foram finalmente salvos de serem esmagados quando uma rebelião
anti-grega estourou em Antioquia, e esmagou a influência dos
judeus helenizados. Judas Macabeu, que sucedeu a Matatias,
renovando o ciclo de traição, também iria negociar com os romanos
para garantir seu apoio. De fato, o Senado romano reconheceria
formalmente a dinastia asmoneu em 139 AEC, sem suspeitar das
dores de cabeça que esta remota terra daria em um futuro
próximo.
Judá, sob a dinastia asmoneu. Posteriormente, sob Herodes, a Torre de Straton seria
reconstruída como Cesareia. Não é o propósito deste artigo tratar do período
asmoneu, mas basta dizer que as guerras macabéias, que coincidiram com o declínio
dos selêucidas, levaram a um período de autonomia e expansão judaica sob o
reinado dos asmoneus, que teve inúmeras campanhas internas, guerras fratricidas e
combates entre facções religiosas, e durou até a invasão romana em 63 AEC.
O ANTISSEMITISMO GREGO
Posidônio (135-51 AEC) diz que os judeus são “um povo ímpio,
odiado pelos deuses”.
A CONQUISTA DE POMPEU
Crasso, que cometeu um erro crasso (daí o termo) durante a batalha, foi
responsável pelo massacre de vinte mil soldados pelas mãos dos partos. Outros dez
mil soldados romanos foram feitos prisioneiros e enviados para fazer trabalho
forçado para o que é agora o Afeganistão. Muitos acabaram lutando, sob o mando
parto, contra os hunos, e se perdendo no caminho. A análise genética parece indicar
que este destacamento, a famosa "legião perdida de Crasso", terminou na atual
província chinesa de Liqian (cujo nome é uma corruptela de "legião"), onde a
população contém uma maior frequência de características étnicas europeias. Mas
essa história vimos no artigo sobre a invasão ariana.
Rivais, mas não inimigos: os generais Pompeu, o Grande (à esquerda) e Júlio César
(à direita). A honra entre eles se tornou aparente quando o próprio César,
lamentando a maneira suja e traiçoeira com que Pompeu foi assassinado no Egito,
executou seus assassinos, depois erguendo um templo para homenagear seu
respeitado adversário.
HERODES, O GRANDE
Pois assim o Senhor nos ordenou: “Eu fiz de você luz para os
gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra”. —
(Bíblia, Novo Testamento, Atos 13:47).
Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que
conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. — (Bíblia, Novo
Testamento, Evangelho de João, 4:22).
Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor
entre as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como
pastor, conduzirá Israel, o meu povo. — (Bíblia, Novo Testamento,
Evangelho de Mateus, 2:6).
O autor dessa seita era Chrestus, que no reinado de Tibério sofreu
pena de morte, como criminoso, pelo procurador Pôncio Pilatos.
Reprimida por pouco tempo, essa abominável superstição surgiu
novamente, não apenas na Judeia, o seu lugar de origem, mas
também em Roma. — (Tácito, “Anais”, sobre a perseguição anti-
judaico-cristã decretada pelo Imperador Nero).
Jesus, que nunca pretendeu fundar uma nova religião, mas sim
preservar o judaísmo ortodoxo, deixou claro que "Não pensem que
vim abolir a Lei (de Moisés, a Torá) ou os Profetas; não vim abolir,
mas cumprir" (Mateus 5:17), e enfurecido ao ver que o templo de
Jerusalém estava sendo profanado por mercadores, expulsou-os.
Esse agitador judeu não hesitou em confrontar — com a autoridade
que lhe foi dada — o resto das facções judaicas de seu tempo,
especialmente os fariseus, dizendo que “Aquele que não está
comigo, está contra mim” (Mateus 12:30). Jesus se cercou de um
círculo de discípulos, entre os quais podemos destacar o
mencionado São Simão, São Bartolomeu (do qual o próprio Jesus
diz no Evangelho de João, 1:47, “Aí está um verdadeiro israelita”),
o mencionado Mateus [um judeu do Mar da Galileia], Judas
Iscariotes (que o traiu aos fariseus por dinheiro), e embora dos
demais não há tantas referências, é precisar lembrar que, até a
viagem de São Paulo (também um judeu) um tempo após a morte
de Jesus, para ser cristão era imprescindível ser um judeu
circuncidado e ortodoxo. Evidentemente, a doutrina de Jesus estava
dirigida aos judeus e isso é manifestado no Evangelho de Mateus,
10:6, quando ele diz aos doze apóstolos: “Não se dirijam aos
gentios mas às ovelhas perdidas de Israel”. A frase implica retornar
ao seio ortodoxo aqueles judeus que se desviaram da Lei de Moisés
— pois “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim” (João
5:46).
CALÍGULA
- Cláudio e Nero
Ano 50. A Judeia já faz parte do Império Romano, mas sua romanização nunca se
estabelecerá, pelo contrário, a própria judaização de Roma será estabelecida antes.
Queda de Massada
Este mapa mostra as fronteiras do Império Romano por volta de 115, quando a
Revolta da Diáspora eclodiu. As províncias problemáticas por sua população judaica
são indicadas no mapa com as cidades importantes da zona. As áreas verdes
correspondem às províncias da Arábia Pétrea, Mesopotâmia, Assíria e Armênia
(todas com importantes populações judaicas), que foram anexadas a Roma após a
derrota dos partos, bem como novos territórios para as províncias da Judeia e da
Síria
Rufo: “!Mas olhe para o céu e para a terra! ¿O homem pode fazer
algo assim?
Aquiva: “Não use como argumento algo que está além do alcance
das criaturas humanas; algo que eles não podem controlar,
argumente só com o que está ao alcance do homem”.
ALGUMAS CONCLUSÕES
Começamos no ano 33, data em que foi crucificado pelas mãos dos
romanos um judeu rebelde chamado Yeshua ou Jesus, que se
proclamava o Messias dos judeus e rei de Israel. Nesta primeira
fase expansiva do cristianismo é particularmente importante citar
Paulo de Tarso (comumente conhecido como São Paulo), um judeu
com cidadania romana e educação helenística, embora criado pelo
fundamentalismo judaico mais recalcitrante. A princípio, este
personagem se dedicou a perseguir os cristãos (que, não se
esqueçam, eram todos judeus) em nome das autoridades do
judaísmo “oficial”. Em um ponto de sua vida ele “cai do
cavalo” (literalmente, como é dito) e diz que uma doutrina que teve
tamanho efeito entre os próprios judeus, invariavelmente, causaria
uma devastação terrível em Roma, odiada a morte tanto por ele
como por quase todos os judeus de seu tempo, ressentidos pela
ocupação das legiões, das graves guerras contra Roma e das
deportações.
Por volta do ano 150, o grego Marcião de Sinope procura fazer uma
espécie de purificação “desjudaizante” no cristianismo, rejeitando o
Antigo Testamento, dando importância preeminente ao Evangelho
de São Lucas e adotando uma cosmovisão gnóstica com ar órficos e
maniqueístas. Esta é a primeira tentativa de “reforma”, de
europeização, do cristianismo, intentando desprovi-lo de sua
origem judaica. Seus seguidores, os marcionitas, professadores de
um credo gnóstico, são classificados como hereges pelo
cristianismo mainstream.
- E m 3 4 6 h á o u t ra g ra n d e p e r s e g u i ç ã o a n t i - p a g ã e m
Constantinopla. O famoso autor e orador anti-cristão Libânio é
acusado de ser “mago” e é exilado. Neste ponto, o Império
Romano, que outrora foi grande, ficou caótico e irreconhecível. Os
romanos pagãos patriotas devem ter colocar suas mãos sobre sua
cabeça ao ver como multidões de ignorantes arrebatam de seus
herdeiros toda a colheita de culturas pagãs, não só da própria
Roma, mas também do Egito, Pérsia e Grécia.
- Até o ano 400, foi estabelecida uma hierarquia cristã que incluía
sacerdotes, bispos, metropolitanos (ou arcebispos de cidades
maiores) e patriarcas (arcebispos responsáveis por grandes
cidades, nomeadamente Roma, Jerusalém, Alexandria e
Constantinopla).
Esta é a estátua de uma sacerdotisa de Ceres (Deméter romana, deusa da
agricultura e do cereal), esculpida pacientemente sobre o marfim por volta do ano
400 (!) e de uma beleza sem precedentes, e em que seu rosto foi mutilado e tacado
em um poço em Montier-en-Der [uma posterior abadia no noroeste da França]. É
possível que não tivessem a lançado ao poço por ódio (os cristãos eram mais
propensos a destruição direta), mas que os seus proprietários se desfizeram dela por
medo de que as autoridades religiosas encontrassem-a. É impossível saber a
quantidade de representações artísticas, mesmo superiores a esta em beleza, que
foram destruídas, e das quais nada permaneceu.
A trágica agonia do mundo antigo, clássico, pagão, belo, atlético, artístico e próximo
dos deuses, às mãos da Serpente Oriental.
CONCLUSÃO
Mas você não entende? Você não tem olhos para ver algo que levou
dois milênios para alcançar a vitória?
*****
NOTAS