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O mundo, aos olhos de um romano, era um lugar mágico e sagrado, onde osantigos
deuses, osnúmenes, osmanes,os lares, ospenates, osgênios e inúmerosespíritos
folclóricos, vagavam livremente influenciando a vida dos mortais, mesmo
11em seus altos e baixos mais cotidianos (a "Civitas Dei" de Santo Agostinho,
apesarde atacar a religião romana, fornece informações valiosas sobre sua
complexidade).Quando a criança nascia, havia uma frase para invocar umnume. Quando
acriança chorava no berço, outra era invocada. E rezou o mesmo para quando a cri-
ança aprendesse a andar, para quando viesse correndo, para quando fugisse,
paraquando, sendo homem, recebesse seu batismo de armas, para seu casamento, an-tes
de entrar em combate, quando caiu ferido, triunfando sobre o inimigo, voltandopara
casa vitorioso, adoecendo, gerando seu primeiro filho, antes de comer, antesde
beber e semear os campos... de Júpiter) precipitou a chuva do céu, outro se en-
carregou de fazer a grama balançar com o vento, outro, em tempos imemoriais, tor-
nou ruiva a barba de uma linhagem familiar masculina...
12denado à morte cruzasse com uma vestal, ele era absolvido. Quando algum
delesfalhava em seus deveres, eles eram açoitados, e se algum deles transgredisse
ovoto de virgindade, eles eram enterrados vivos. Esse é apenas um exemplo daimensa
seriedade religiosa que reinava nas origens de Roma, muito distante do fa-moso
"declínio do império".Apesar da influência posterior que a Grécia teve sobre eles,
a seriedade comque os romanos encaravam o ritualismo e o folclore era tão extrema,
e seu patrio-tismo tão incrível, que se pode pensar seriamente que a fidelidade (o
que eles cha-mavam depietas, o cumprimento do dever para com os deuses na vida
cotidiana)que professavam aos costumes e tradições ancestrais foi o segredo de seu
imensosucesso como povo. Eles desenvolveram tecnologia avançada e, devido à
disciplinade seus soldados, à capacidade de seus comandantes e a uma maneira
superior de"fazer as coisas", conquistaram todo o Mediterrâneo, blindando o sul da
Europa
Os judeus, em muitos aspectos, eram a antítese exata dos romanos, mas ti-nham algo
em comum com eles: a rigidez ritual e a fidelidade aos costumes. No ca-so judaico,
o personagem era tingido de certo fanatismo, dogmatismo e intransigên-cia. Os
romanos consideravam essa religiosidade sinistra: o pano de fundo religiosobíblico,
que é a matriz do judaísmo (também do cristianismo e do islamismo), vem deuma
antiga tradição sírio-fenícia-canaanita-semita, que entre outras coisas sancio-nou
o sacrifício humano, incluindo o de filhos primogênitos.Os judeus, que tinham uma
longa história de nomadismo, escravidão, perse-guição e expulsão do Egito e das
civilizações mesopotâmicas, apesar de suas gran-des peregrinações por mil desertos
e mil cidades estrangeiras, mantiveram sua idi-ossincrasia essencialmente
imperturbável. Desde a mais remota antiguidade, os ju-deus têm se mostrado um povo
inassimilável e altamente conflituoso, dotado de umacapacidade sem precedentes de
escalar as posições sociais de civilizações alheias,minar suas instituições e
destruir suas tradições e costumes de uma posição parasi-tária e vantajosa,
enriquecem com o processo, pegando o que lhes foi útil, tornando-se cada vez mais
sofisticados, e eventualmente sobrevivendo à queda da civilizaçãoque devoraram,
levando uma bagagem de experiência e símbolos roubados para apróxima civilização
destinada a sofrer a repetição do ciclo. Em todos os países queos acolheram, os
judeus foram acusados de se apropriar da riqueza alheia sem tra-balhar (usura), de
exercer vampirismo sobre a economia, de ser bajuladores da no-breza e abertamente
hostis ao povo, de endividar os Estados e odiar mortalmente,em segredo, toda a
humanidade não-judaica.Aqueles que detinham o poder entre os judeus eram os
rabinos, sacerdotesque passaram a vida aprendendo a Torá e que exerciam firme
controle psicológicosobre seu povo, ameaçando com a ira de Yahweh (Jeová) e
manipulando medos esentimentos individuais como culpa ou pecado. O historiador
grego Strabo continua-ria descrevendo os sacerdotes judeus como "supersticiosos e
com temperamento detiranos".
"Os judeus há muito estão em rebelião,não apenas contra Roma mas contra toda a
humanidade" Eufrates
"Os judeus pertencem a uma força obscura e repulsiva.Eu sei quão numerosa é essa
cabaça,como eles permanecem unidos e que poder eles exercem através de seus
sindicatos.Eles são uma nação de
mentrosos e enganadores" Cícero
O que aconteceu após a irrupção das tropas romanas na Judeia foi um con-fronto
espiritual sem precedentes na história da humanidade. Quatro milhões de ju-deus
deveriam agora compartilhar fronteiras com os outros 65 milhões de súditos
doImpério Romano.É impossível escrever um livro sobre este assunto sem mencionar as
citaçõesprofundamente antijudaicas escritas por grandes autores romanos da época.
Nelespercebe-se um conflito real entre dois sistemas de valores exatamente opostos
umao outro. O choque entre a rigidez romana e o dogmatismo do deserto provocou
emRoma um movimento genuíno de rejeição do judaísmo. Embora o antissemitismoremonte
às próprias origens do judaísmo, os romanos, herdeiros dos gregos e deuma
disciplina militar superior, foram sem dúvida, até então, os que mais manifesta-ram
hostilidade para com os judeus.Cícero (106-43 a.C.), como veremos mais adiante,
condena hostilmente o ju-daísmo, considerando que sua mentalidade de covardia, e a
covardia é incompatívelcom a mentalidade altruísta dos melhores de Roma.Horácio
(65-8 AEC), no Livro I de suas "Sátiras", zomba do Shabat ou des-canso sabático,
enquanto Petronius (morre em 66 EC), em seu "Satyricon", ridicula-riza a
circuncisão.Plínio, o Velho (23-79 EC) em sua "História Natural", falasobre
“impiedade judaica" e se refereaos “ judeus, conhecidos por seu desprezo pelos
deuses”. Sêneca (4-65 EC) chamou os judeus de "a nação mais maligna, cujo desper-
dício de um sétimo da vida [referindo-se ao Shabat] vai contra sua utilidade...
Essaspessoas mais perversas vieram para espalhar seus costumes em todo o mundo;
osvencidos deram leis aos vencedores".Quintiliano (30-100 EC) diz em sua
"Institutio oratoria" que os judeus são umescárnio para o resto dos homens, e que
sua religião é a personificação da supersti-ção.Marcial (40-105), em seus
"Epigramas", acredita que os judeus são seguido-res de um culto cuja verdadeira
natureza é secreta para escondê-la dos olhos doresto do mundo, e ataca a
circuncisão, Shabat (ou sábado , isto é, não fazer nada no sétimo dia da semana, o
que lhes deu a pressão das preguiças) e sua abstinên-cia de carne de porco.Tácito
(56-120), o famoso historiador que elogiou os alemães, também falousobre os judeus,
mas em termos muito diferentes. Ele diz que eles são descenden-tes de leprosos
expulsos do Egito e que sob os assírios, medos e persas eram o po-vo mais
desprezado e humilhado. Entre os termos com os quais qualifica o judaís-mo, temos
“perverso, abominável, cruel, supersticioso, alheio a qualquer lei de reli-gião,
maligno e criminoso” entre muitos outros: Os costumes judaicos são tristes, sujos,
vis e abomináveis, e se sobreviveramé graças à sua perversidade. De todos os povos
escravizados, os judeus sãoos mais desprezíveis e repugnantes...Para os judeus tudo
o que é sagrado para nós é desprezível, e para eles oque é repugnante para nós é
lícito.Os judeus revelam um vínculo teimoso entre si, que contrasta com seu
ódiopelo resto da humanidade... Entre eles, nada é lícito. Aqueles que abraçam sua
religião praticam a mesma coisa, e a primeira coisaque aprendem é desprezar os
deuses, esquecer o patriotismo e negar seuspais, filhos e irmãos.Os judeus são uma
raça que odeia os deuses e a humanidade. Suas leis es-tão em oposição às dos
mortais. Eles desprezam o que é sagrado para nós.Suas leis os incitam a cometer
atos que nos horrorizam.” (Tácito, História, ca-pítulos 4 e 5.)Juvenal (55-130),
nas "Sátiras", critica os judeus pelo Shabat, por não adora-rem imagens, por se
circuncidarem, por não comerem carne de porco, por seremescrupulosos com suas leis
desprezando as de Roma, e isso apenas para os "inicia-dos" revelam a verdadeira
natureza do judaísmo. Além disso, ele culpa os orientaisem geral e os judeus em
particular pela atmosfera degenerada na própria Roma.
Marco Aurélio (121-180) passou pela Judeia a caminho do Egito, sendo sur-preendido
pelos costumes da população judaica local. Ele dirá que "acho este povopior que os
Marcomanos, os Quadi e os Sármatas" ("Histórias", Amiano Marcelino).Essas citações
resumem como os romanos, um povo indo-europeu marcial,viril e disciplinado, viam os
judeus. Pode-se dizer que, até o triunfo dos romanos,nenhum povo estava tão
consciente do desafio que o judaísmo representava.Todas essas citações apontam para
um confronto ideológico e militar teimoso,no qual Roma e Judeia iriam lutar entre
si. Um conflito que teria uma enorme in-fluência na história e que, portanto, não
pode ser ignorado sob nenhum pretexto.Este livro visa dar uma ideia do que
significava o antigo embate do Oriente contra oOcidente.