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O agente principal do Êxodo é IAHWEH! É ele quem ouve os gemidos do povo oprimido (2,24).
De IAHWEH procede toda iniciativa de libertação. Ele não só ouve, mas vê a opressão e injustiça
que o povo está vivendo (3,7).
IAHWEH não se esquece de sua aliança com o povo (2,24) e por isso, se dá a conhecer nas
necessidades do mesmo (2,25).
IAHWEH é, então, o agente principal do êxodo do povo. Ele se utiliza de instrumentos para
realizar sua obra libertadora. Moisés é um instrumento nas mãos de IAHWEH, que cumpre a
promessa de libertar o povo através dele. É IAHWEH quem envia Moisés ao Faraó (3,10). Por isso,
Moisés é instrumento de Deus para libertar o povo (3,12).
“Eu vi”: IAHWEH vê, e pela força da expressão do autor, parece ver com indignação os fatos.
Ele vê as injustiças cometidas contra o povo; seus sofrimentos, a perda dos direitos, etc. IAHWEH
não é um Deus passivo como os outros “deuses” cultuados na época, ele vê e não fica indiferente a
isso.
“Eu ouvi”: IAHWEH ouve o clamor do povo, clamor este que não pode ser entendido apenas
como uma prece, como uma oração, já que o povo era politeísta e consequentemente cultuavam
muitos deuses diferentes. Percebemos, então, que seus clamores eram expressados das mais
diversas formas, porém IAHWEH os ouve e diferente dos outros deuses: cegos, surdos, mudos,
insensíveis, ele está atento ao clamor que se ergue.
“Eu conheço”: A palavra “conhecer” no A.T. revela uma experiência íntima com o ser
conhecido. Quando IAHWEH revela conhecer as angústias do povo, ele não está falando de um
conhecimento teórico, mas de uma estreita intimidade, como se dissesse que está envolvido junto a
eles em tudo o que eles estão vivendo, que não está à quem deles. IAHWEH conhece as angústias
do povo e por isso se compadece deles.
“Eu desci”: Este verbo é o que mais me chama a atenção. Deus não só vê, ouve e conhece,
mas ele mesmo quer libertar o povo, ele desce! Assim como em vários momentos do caminho do
povo para a terra prometida IAHWEH diz como disse a Moisés: “eu estarei contigo... (Ex 3,11)”, e
como depois disse a Josué: “IAHWEH está contigo...” (Js 1,9). Dessa forma IAHWEH “desce” para
caminhar com o povo.
b. Leia Ex 20, 1-17; Dt 5,6-22 e distribua nesses versículos os Dez Mandamentos do Catecismo, depois
explique porquê sete deles são negativos, começam com um “não” e só três são positivos?
* O fato mais importante sobre as Leis de Deus é que o rompimento de uma delas sempre
desencadeia o rompimento de outras. Ou seja, nunca se transgride apenas um mandamento, eles
estão interligados intimamente entre si e formam um todo para o aperfeiçoamento da vida religiosa e
moral.
Jeremias, o profeta da alma sensível está situado no período pré-exílio, exílio. Datado entre 650-
580 a.C. Vivencia seu ministério num período trágico para o povo de Deus, e ele próprio
experimenta das próprias profecias proclamadas. Pois às vê se realizando. Vê a reforma de Josias e
também sua queda e morte (609 a.C.). Assiste a conquista de Nabucodonosor sobre Jerusalém, que
deporta uma parte de seus habitantes.
Jeremias se torna uma testemunha de muitos dos momentos mais trágicos e difíceis da história
do povo de Deus, e anuncia o Exílio Babilônico e seus momentos de obscuridade.
De uma dedicação a IAHWEH inquestionável, faz sua opção pelo povo pobre e sofrido,
apresentando-nos uma teologia social profundamente apoiada na justiça, no direito e na
fidelidade a IAHWEH. Anunciando uma Nova Aliança (31,31-34) e denunciando a ação dos
poderosos sobre o povo que é dominado; porém, denunciando o povo que é infiel e abandona a
IAHWEH (1,16).
Jeremias anuncia o amor de Deus e seu desejo de que o povo retorne para o caminho da
justiça, do direito e da fidelidade a IAHWEH, ao mesmo tempo é bem direto na denúncia a quatro
grupos que tiram proveito da situação difícil do povo; são eles: reis; chefes (altos servos da
corte); sacerdotes e proprietários de terras (1,17-19).
Jeremias denuncia, também, fortemente o modo de vida de seus compatriotas que perderam a
memória do passado e buscaram o “vazio” (Jr 2,4-5) esquecendo-se de IAHWEH e adorando a
Baal. Mas Jeremias vai gritar forte contra a infidelidade do povo para com IAHWEH (2,10-13),
anunciando a vontade de Deus e denunciando os seus maus procedimentos.
Como profeta do amor que é, anuncia e convida o povo a conversão dos corações,
apresentando ao povo a misericórdia de Deus que os acolhe se quiserem voltar (3,4-23), porém
deixa claro que terão que assumir as conseqüências de seus atos caso reneguem o Senhor para
permanecerem com seus deuses.
Através do profeta Jeremias, IAHWEH declara seu amor eterno pelo povo (31,3), e refaz a
promessa da reconstrução de Israel (31,4). Anuncia tempos de alegria, de conversão, após um
tempo obscuro de dor e sofrimento, de dispersão e morte (Exílio), conseqüência das escolhas do
próprio povo (31,7-12).
Poderíamos dizer que Jeremias é um profeta muito atual. Que a injustiça denunciada naquele
tempo e naquela época se igualam em muitos aspectos as de hoje, como por exemplo: um governo
que pouco ou nada faz pelo povo, chefes que exploram ao máximo aqueles que necessitam de
trabalho; religiões exploradoras da fé, que se enriquecem as custas do dinheiro daqueles que já não
tem muito para si. Mas por outro lado, temos um povo cujo coração cada vez mais se distância de
Deus, buscando para si o “vazio”, encontrando o “vazio” e tornando-se vazio.
Da mesma forma que naquele tempo, Deus permanece à espera dos seus filhos dizendo
através de muitos profetas: “eu te amei com amor eterno, por isso conservei para ti o amor”
(Jr 31,3).
Grande é a necessidade da justiça, do direito, da fidelidade e do amor a Deus e ao próximo,
pois é isso que essa profecia expressa. Dessa forma, as relações humanas, sejam em que âmbito
for, serão sempre harmoniosas e fecundas, promotoras da paz e construtoras do bem comum.
a. Separe os dois relatos da criação e diga como eles falam da criação do ser humano e do
universo?