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Mas qual seria a controvérsia que Deus tem com eles? Seria o contraste entre os atos de
justiça de Deus verso 5, contra a conduta imoral de Israel, verso 8. E é preciso estar cheio
do Espírito (Mq 3.8) para se fazer tal denúncia. São elas: falso culto (v.6-7) uma
religiosidade de faixada e baixo padrão moral (v.8), isso tudo estava atraindo a ira de
Deus materializada na queda de Samaria no cativeiro Babilônico, depois a queda de Israel.
A passagem gira em torno daquilo que é governo segundo a perspectiva de Deus.
Repare que os mesmos “ais” de Isaías 5 são repetidos pela boca do profeta Jesus em Mt
23, “ai de vós fariseus hipócritas”.
Outra palavra que ocorre com muita frequência no AT é tsedeq / tsaddiq que recebe a
mesma tradução de justiça, mas, tem implicações com a passagem. Essa raiz tem
basicamente a conotação de conformidade a um padrão ético ou moral e segundo
GLEASON ARCHER JR, no DITAT ela descreve três aspectos de relacionamentos
pessoais: ÉTICO, FORENSE, TEOCRÁTICO. O aspecto forense tem profunda
implicação com a passagem em questão.
O aspecto FORENSE de [justiça] tsedeq aplica-se à igualdade de todos, ricos e pobres
perante a lei. Is 5.23 “os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam
justiça!”. Hoje em dia alguém pode transgredir um estatuto secular, mas ser inocente
diante de Deus. Trago o exemplo de Dn 6.22 onde Daniel é inocentado por Deus diante
da cova dos leões. A Bíblia fala de pessoas como Noé, Daniel, Davi e Jó que eram
exemplos de pessoas justas (Ez 14.14, 20).
Repare que a boa conduta de um indivíduo estabelece a base para suplicar a Deus que
conceda livramento do julgamento calamitoso (uma exigência do atributo santidade).
Emprega-se tsedeq atributivamente quando aplicado ao próprio Deus no que diz
respeito ao seu caráter.
Se existe uma coisa certa, é que todos estamos acostumados a ouvir sobre Deus que
Ele é amor, um Pai amoroso, bondoso, grande e que é o Deus da benção, da cura e
do milagre. Pouco se sabe que esse Deus exige justiça em retribuição dos atos de
injustiça dos homens, como nos versos de Is 5. 8-11; 18-21, pronuncia uma séries de
“ais”. Sl 145. 17.
O que acendeu a ira de Deus foi justamente o modo de vida que os nobres herdaram
de Onri e Acabe, que instituíram o culto a Baal e perseguição dos profetas, alianças
com povos pagãos. Os nobres adquiriram riquezas através da exploração dos pobres
que não podiam usar as terras já cansadas e inférteis. Os pobres viviam em
condições de vassalos, as terras não eram mais suas, o que produziam era pouco e
seus preços injustos. Ou seja, o contexto é de baixa o moralidade.
CONCLUSÃO
A pregação de Amós, Oséias e Isaías é resumida por Miqueias 6.8. Se Amós era o profeta
da justiça (Am 5.24), e Oséias falava da infalível misericórdia de Deus (Os 6.6), ao passo
que Isaías convocava o povo a buscar comunhão com Yahweh (Is 6.5), Miqueias
convocava todo o povo a buscar estes três deveres. Se há algo vívido e gritante no texto
de Miqueias 6 é a justiça retributiva de Deus. É justamente o verso 6 e 8 que faz uma
ponte entre nós e aquele povo. Foi a conduta do povo na desobediência que trouxe o
cativeiro e as destruições sobre os reinos do Norte e do Sul.
APLICAÇÃO
ORAÇÃO
Altíssimo Deus de misericórdia, ajude o seu povo a elevar o padrão diante das pessoas.
Nos conceda a graça de estarmos atentos para as realidades espirituais, que o seu Santo
Espírito retire de nossos olhos e ouvidos os “tampões” para entendermos seus propósitos