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A imagem de Deus na Moral Cristã.

Vinicius Pimentel Baquer1

Resumo;

O teólogo Marciano Vidal propõe que a origem teologal da moral cristã está
baseada na “Imagem de Deus”. Primeiramente, deve-se compreender que esta não é uma
realidade conhecida imediatamente. Antes, descobre-se no desenvolvimento relacional
entre aquele que crê e aquele que é acreditado. Um segundo passo a ser dado é a
compreensão de que a “imagem de Deus” é um dado equívoco e, por diversas vezes, pode
ser apreendido de forma contraditória. As diversas situações existenciais influem
diretamente na captação da imagem de Deus. Analisar-se-á aquelas expressões que Vidal
creditou maior influência na moral cristã e, por fim, à luz do Novo Testamento, preceder-
se-á com uma tentativa de síntese onde possam confluir das diversas expressões da moral
cristã.

Palavras-chave: Face de Deus, Moral, Ética teológica, Caridade, Novo Mandamento.

1. A “face verdadeira do Deus verdadeiro”


As diversas religiões da humanidade, de forma especial as das antigas
civilizações da região do crescente fértil (Mesopotâmia, Egito, Canaã, por exemplo),
buscaram “encontrar” suas divindades nos diversos fenômenos da natureza. Muitas vezes,
as divindades assumiam nomes de realidades naturais e características do povo. Os cultos
religiosos estavam diretamente ligados à realidade vivencial de determinada população.
Os deuses eram múltiplos, porque múltiplas eram as facetas da realidade. Haviam
divindades para as colheitas, para as guerras, para a organização social, para a fertilidade,
entre outros. As divindades recebiam as características daquilo que significavam. Cada
deus tinha uma face que, uma vez vista, o permitia ser identificado com o favor que
fornecia.
É no meio dessa multiplicidade religiosa que surge a experiência monoteísta do
povo hebreu. O monoteísmo da religião de Israel, contudo, não surge como um dado
imediato. Antes, é um processo que só chegará à forma como o concebemos muito

Acadêmico do 5º período de Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE.


1

Belo Horizonte – MG. Licenciado em Filosofia pela Faculdade SEDAC


posteriormente, na época do exílio da Babilônia, quando Israel fez uma releitura de sua
fé. Assim sendo, para não causar confusão conceitual, num primeiro momento faremos
uso da expressão “monolatria”, isto é, a decisão de Israel de adorar um único Deus,
YHWH.
O pano de fundo experiência religiosa de Israel é a experiência ética de Deus.
Não está ligada à uma terra específica, visto que, quando Israel faz sua experiência
originária da fé em YHWH, era um povo sem terra (escravos no Egito). Também não está
relacionado à um culto específico2. A experiência de fé que funda a religião de Israel é a
experiência exodal. O Deus que os liberta os adquire como povo3.
Contudo, quem é esse Deus? Pergunta justa, tendo em vista o contexto religioso
de então. Na experiência da Sarça Ardente, Moisés questiona YHWH sobre seu nome.
Deus não lhe revela um nome, como os demais deuses possuíam, mas diz-lhe “Eu sou
aquele que sou” (Ex 3,14); alguns tradutores optam por dizer “Eu sou aquele que serei”.
É a experiência de Deus que faz o povo conhece-lo. Não uma doutrina, nem uma imagem,
mas a ação mesma de Deus em favor do povo. O Deus que liberta e mostra seus benefícios
(maná e codornizes), chama o homem à comunhão (Ex 19,3-6). Deus não se impõe.
Mostra-se como Deus libertador e convida àqueles que quiserem para pertencerem a Ele
como uma “nação santa”, “povo sacerdotal”.
Assim sendo, podemos dizer que a experiência de Deus que Israel faz é uma
experiência ético-comportamental. Deus faz e seu fazer é normativo. Isto é, como age,
chama o povo a agir. Assim, após libertá-lo (imagem de um novo nascimento pela
passagem das águas) e alimentá-lo (seja pelo alimento material – Deus providente -, seja
pelo ensinamento), Deus faz uma aliança com o povo, para que o povo permaneça em um
estado de liberdade. Como uma espécie de refrão, Israel é constantemente confrontado
com a afirmação “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da
escravidão” (Ex 20,2). A constante memória da libertação serve de advertência ao povo

2
Poder-se-ia, aqui, argumentar que o pedido de Moisés ao faraó era de que o povo deveria ser
libertado para prestar um culto no deserto, conforme as orientações de YHWH. Entretanto, antes do culto,
está informado o pedido essencial “a libertação”. “Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e
ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos. E desci para livrá-
lo da mão dos egípcios [...] Vai, eu te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo". (Ex 3,7-
10).
3
Ex 15,16: “Caíram sobre eles espanto e pavor. Pela força do teu braço ficaram petrificados,
enquanto passa teu povo, ó SENHOR, enquanto passava o povo que adquiriste.”
para que não retorne à uma situação de escravos. A permanência em liberdade será fruto
da escuta obediente da Palavra do Senhor e do cumprimento do seu preceito4.
O primeiro preceito do Deus de Israel é que ele seja único. “Não terás outros
deuses diante de mim” (Ex 20,3). Ao mandamento da unicidade de Deus, soma-se o
mandamento de não confeccionar nenhuma imagem sua (Ex 20,4). Este mandamento
assume importância capital no judaísmo e é fator diferenciador da fé em YHWH dos
demais deuses5.
Deve-se compreender que a confecção de imagens não é uma “simples
proibição” de representação artística. O Deus de Israel não pode ser representado em
imagens porque é um Deus que não se pode manipular. Diferentemente dos ídolos que
estavam à serviço dos interesses específicos (colheita, chuvas, fertilidade) e, por isso eram
manipuláveis. O culto às divindades consistia em “bajular” os deuses para que
concedessem seus favores. O Deus de Israel é quem provê todas as necessidades do seu
povo. Isso não é por causa do culto que lhe prestam, mas porque ele é Deus-providente6.
A tentação de construir um deus que seja imagem do homem sempre esteve
presente junto ao povo de Israel. Ainda na experiência exodal construíram para si um
bezerro de ouro (Ex 32,1). O culto aos Baals dos vizinhos de Canaã (Jz 2,11-13) sempre
foi uma ameaça constante. Contudo, o real problema da idolatria do povo de Israel estava
centrado na falsa religião, que estava centrado no falso culto de IHWH.
Pior do que adorar ao deus que não existe (ídolos), é adorar falsamente o Deus
verdadeiro e transformar o Deus verdadeiro em ídolo. A denúncia profética é uma voz
que se levanta em Israel para conduzir o povo à volta para com a aliança com IHWH. A
fidelidade ou infidelidade a Aliança não pode ser medida pela expressão cultural, antes,
“os profetas de Israel chamaram a atenção para o papel secundário do culto, na relação
com a ética. Deus não se agrada com os sacrifícios e holocaustos, quando a vida do fiel
está em descompasso com o seu querer. Só a correta relação com o próximo, baseada no
direito e na justiça, dispõe o crente para o culto verdadeiro” (VITÓRIO, 2015).

4
Lv 18,2-5: “Eu sou o SENHOR, vosso Deus. Não imiteis as práticas da terra do Egito, que
habitastes, nem imiteis as práticas da terra de Canaã, para onde vos conduzo, nem pratiqueis os preceitos
deles. Poreis em prática minhas normas e guardareis meus preceitos, e neles andareis. Eu sou o SENHOR,
vosso Deus. Guardareis meus preceitos e minhas normas: quem os puser em prática, viverá por meio deles.
Eu sou o SENHOR.
5
Ex 20,22-23 “O SENHOR disse a Moisés: ‘Fala assim aos israelitas: Vós mesmos vistes o que
eu vos falei lá do céu. Não fareis, ao lado de mim, deuses de prata, nem fareis deuses de ouro para vós.”
6
Ex 23,24-25 “Não adorarás nem servirás os deuses deles. Não farás como eles fazem. Ao
contrário, tu os destruirás e derrubarás as suas colunas sagradas. Servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele
abençoará teu pão e tua água. Eu afastarei do teu meio as enfermidades. Não haverá em tua terra mulher
que sofra aborto ou seja estéril. Eu completarei o número de teus dias”.
Assim, o Deus que age libertando o oprimido, só pode ser verdadeiramente
louvado e adorado quando o oprimido é libertado de seus grilhões. Referindo-nos, ao que
já dissemos, “assim como Deus age, o fiel deve agir”. “A piedade demonstrada no culto
deve ser a mesma que se tem com o irmão ou a irmã” (VITÓRIO, 2016. p.79). O profeta
Miqueias o expressa de forma exemplar: “Ele te deu a conhecer, ó homem, o que é bom
e o que o SENHOR procura de ti: Simplesmente praticar o direito, amar a bondade e
caminhar humildemente com o teu Deus” (Mq 6,8).

2. Jesus, a face de Deus


O Deus que escuta o clamor do povo e desce para libertá-lo, chama-o a
comunhão consigo e com os irmãos, dá-se a ver de forma plena em Jesus Cristo. Com
efeito, é ele a Imagem do Deus invisível (Col 2,15). Agora, entretanto, fala aos homens
como homem e em seu rosto vemos um rosto humano, verdadeiro antítipo do primitivo
Adão. Em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, se revela o verdadeiro rosto
de Deus, que é Amor (cf. 1Jo 4,8.16).
Jesus não funda uma nova ética, antes, mergulhando profundamente nas raízes
de seu povo, traz à luz à experiência primitiva de Israel, que não está fundamentada numa
lei ou num costume, mas antes mesmo, no gesto libertador de Deus. Assim como o povo
no deserto ouvindo a voz de Deus e vendo seus sinais aprendiam como proceder na
relação com Deus e com o próximo, assim também Jesus. Não discutia sobre situações
legais, mas antes, convidava ao seguimento dele para aprender dele como se deve viver
(cf. Mt 5,4). Assim como os profetas, “de forma alguma, sujeitou-se aos caprichos da
liderança religiosa. Sua atitude foi de total liberdade diante das tradições, com suas
exigências obsoletas” (VITÓRIO, 2015).
A vida e ensinamento de Jesus encontram seu ponto gravitacional no
“mandamento novo”, que resume em si toda a práxis de Jesus e, doravante, servirá de
norte para todo o discipulado cristão, a saber, “Este é o meu mandamento: que vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12). A forma como Cristo amou é
entregando a própria vida em favor da humanidade. O amor (caridade) torna-se a marca
distintiva da comunidade cristã. Tanto é que, segundo o testemunho dos Atos dos
Apóstolos, os seguidores de Cristo eram identificados pelo amor que tinham uns para com
os outros (cf. At 4,32). Assim, “a prática da caridade revela a comunhão do discípulo com
Deus, pois Deus se faz presente e torna possível o ato de amor” (VITÓRIO, 2015).
3. A elaboração sistemática da moral cristã.
Percorremos um caminho que nos leva a afirmar que a fé cristã, bebendo das
fontes da revelação veterotestamentária, é indissociável da moral (ética). Isso é assim
porque manifesta uma disposição mesma de Deus. Deus revela-se agindo e o homem é
chamado a agir como ele, isto é, viver em comunhão. Vimos que a comunidade cristã
primitiva experienciou vivencialmente o mandato de Jesus que se resumiu no
“mandamento novo”.
Com a expansão da fé cristã e com as novas perguntas que lhe eram colocadas,
seja por seus adversários, seja pelas novas situações vivenciais, os pastores da igreja
desenvolveram uma reflexão sistemática sobre os diversos aspectos da fé e vida cristãs
que se estendem até nossos dias. Vidal propõe que, por vezes, a discussão teológica
conduziu a falsas imagens de Deus. Essas, por sua vez, ocasionam um “mal-estar moral”
que tem suas consequências no descrédito público da fé e na perda da real razão do crer.
Uma primeira percepção é possível na dissociação absoluta entre a fé e a moral,
reduzindo aquela à uma simples disposição interior que não se compromete com a
realidade histórica e nada incide sobre ela. Tal percepção leva à uma imagem de um Deus
descomprometido com a história humana. É evidente que a fé não se reduz,
absolutamente, a um compromisso moral, entretanto, não faz sentido uma fé que não
comprometa uma série de decisões empenhativas.
Em sentido absolutamente contrário, mas ainda assim falso, a imagem de um
Deus “heterônomo” que usurpa a liberdade humana e mantém o homem num infantilismo
da consciência moral, por medo do castigo, é totalmente dissonante da Revelação bíblica.
Tal visão é, deveras, alimentada por tendências fundamentalistas e legalistas que
procuram ver Deus como um supremo legislador que ditando uma “lei eterna” usurpa a
autonomia da criatura humana. A Revelação salvaguarda a justa relação entre teonomia
(abertura à transcendência e fundamentação em Deus) e autonomia (capacidade do
homem de decidir-se livremente).
Convém notar, ainda, uma terceira concepção equivocada da imagem de Deus
que marcou profundamente a reflexão moral católica: a do “Deus Juiz”. A imagem do
juiz provocou um rigorismo e endurecimento moral, bem como, um pessimismo
antropológico. Santo Afonso de Ligório, valente combatente do jansenismo, é modelo
exemplar de prudência contra os “rigores não conformes à ciência”. Jesus Cristo revela-
se compassivo e paciente com o pecador ao chamar a todos para tomar parte no “seu julgo
que é leve”.
A moral cristã entende que Deus é o fundamento e meta do agir histórico do
homem, que, iluminado pela fé, reproduz em sua própria face a Face de Deus. Entretanto,
“é impossível reunir numa determinada apresentação da moral cristã a totalidade do
Mistério de Deus” (VIDAL, p.33), surgem, assim, as diversas “interpretações” da imagem
de Deus no âmbito teológico-moral. Três interpretações delineiam os rumos da teologia
moral. Apesar de cada uma das interpretações destacar um traço básico do mistério de
Deus, elas não eliminam, nem se contradizem umas às outras, pelo contrário, há uma
assunção implícita das demais em cada uma.
Uma primeira interpretação a ser destacada é a última na ordem cronológica
(enquanto sistematização). A interpretação da imagem de Deus como “Justiça”,
amplamente difundida no contexto da teologia política e na teologia da libertação latino-
americana é, entretanto, um reflexo da teologia profética veterotestamentária. Com efeito,
Deus orienta e julga a história humana. Não é um espectador passivo, mas está
comprometido com a causa dos pequenos e sofredores. O direito e a justiça revelam a
vontade do Deus Justo, enquanto que a injustiça revela a face da idolatria. Deus age na
história tomando o partido dos pobres e sofredores e exigindo de seu povo uma conduta
ética que esteja baseada no direito e na justiça.
Santo Agostinho não tem uma única definição para a moral cristã. Seu
pensamento é de uma vastidão incomparável e em muitas de suas obras ele reflete sua
concepção moral, pois, no edifício do pensamento agostiniano, Deus constitui a meta do
desejo humano. Entretanto, uma característica fundamental é a ética fundada no amor.
Agostinho entende ver a imagem de Deus como Beleza, sendo esta, não um atributo de
Deus (como o pensamento tomista proporá), mas antes, como o próprio ser de Deus.
Assim, Agostinho entende que a busca de Deus é um caminho para a formosura e que,
por consequência, o agir moral do homem é uma participação na Beleza de Deus.
Em São Tomás de Aquino temos a plena articulação da moral ao edifício
teológico, conferindo à essa um estatuto próprio dentro do único saber teológico. São
Tomás assim o faz pois entende que todo o agir humano está direcionado a Deus pois é
ele o fim da criatura racional7. Aqui é postulado o teocentrismo da moral. A moral,
portanto, é uma forma de se chegar até Deus, sendo o Cristo, o caminho a percorrer. São
Tomás articula uma dupla realidade dentro da moral: o teocentrismo cristológico e o
antropocentrismo axiológico. Com efeito, é o homem quem realiza a ação por ter arbítrio

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Suma Teológica Ia II. Q.1 a.8
e domínio de seus atos, entretanto, esse mesmo homem é imagem de Deus. Deus é
absolutamente necessário para a realização da pessoa humana pois constitui seu fim
ultimo que São Tomás chama de Bem absoluto e supremo.
São Boaventura dá uma nova percepção ao pensamento de Tomás. Com efeito,
também ele crê que o Bem, a Bondade de Deus são a meta do agir humano, entretanto,
diferente de Tomás que pensa a Bondade de Deus em categoria transcendental
aristotélica, Boaventura crê que a Bondade não é um atributo de Deus, mas Deus mesmo.
Além disso, Boaventura crê que é da estrutura ontológica do ser bom o ser difusivo.
Assim, se Deus é bom, é próprio de Deus ser difuso. Seguindo a linha do Pseudo-Dionísio
crê que a difusão do bem se dá através da expansão de si (no mistério da Trindade) e
através do compartilhamento com os outros (a criação como difusão da bondade de Deus).
Assim, em Boaventura, o Bem não é um transcendental, mas um transcendente. A
implicação resultante desse pensamento é que “a moralidade não é outra coisa que a
realização do Bem e este verifica-se através do amor de doação” (VIDAL, p.41). Assim,
uma pessoa moral é uma pessoa que é capaz de compartilhar-se, de “ex-sistir”, de ser-
para-os-outros.
As três imagens de Deus – Justiça, Beleza e Bondade – “estão unidas entre si e
confluem na única realidade do Mistério de Deus” (VIDAL, p.42), entretanto não dizem
a totalidade desse mistério. João Paulo II, na encíclica Veritatis Splendor, também
assinala outras duas imagens que desempenham papel significativo, Deus como realidade
fontal e como Verdade. “Não se pode separar a Verdade do Bem, nem o bem verdadeiro
da Beleza, nem a beleza verdadeira e bondosa do Amor, nem este da Justiça” (VIDAL
p.42), é um só e mesmo Deus quem origina, fundamenta, une e orienta toda a vida moral
cristã.
Por fim, o Novo Testamento desvela-nos uma imagem de Deus que assume em
si todas as categorias anteriores: “Deus é amor” (1Jo 4,8.16) e, portanto, seu ser e seu agir
consistem em Amar (cf. VIDAL, p.43). Deus é amor em si mesmo, no mistério da
comunhão trinitária. Deus é amor em relação a nós quando se nos comunica em Jesus
Cristo que revela-nos a face amorosa do Pai que consiste no núcleo de sua missão. Deus
é amor porque responde ao anseio último do homem amando-o primeiro e possibilitando-
o amar. Assim sendo, tendo como meta o Deus do Amor, a moral cristã não pode ser nada
diferente do que uma moral do amor (cf. VIDAL, p.44).
Assim sendo, a moral cristã é cristocênctrica porque em Cristo descobre a face
amorosa de Deus. É, justamente por isso, teocêntrica, pois encontra em Deus seu princípio
e orientação. É uma moral do amor pois entende, desde o primeiro mandamento, que o
amor a Deus conduz o homem à realização da vida religiosa e moral.

Bibliografia:

JOÃO PAULO II, O Esplendor da verdade sobre algumas questões fundamentais do


ensinamento moral da Igreja. Petrópolis: Vozes, 1993.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica. Disponível em:


https://permanencia.org.br/drupal/node/919. Acesso: 16/04/20

VIDAL, Marciano. Nova moral fundamental: o lar teológico da Ética. Aparecida:


Santuário; São Paulo: Paulinas, 2003. p. 7-46.

VITÓRIO, J. Ética e Teologia no Antigo Testamento. In: Enciclopédia Theologica


Digital Latinoamericana. Disponível em: http://theologicalatinoamericana.com/?p=160.
Acesso: 16/04/20

___________. Ética e Teologia no Novo Testamento. In: Enciclopédia Theológica


Digital Latinoamericana. Disponível em: http://theologicalatinoamericana.com/?p=206.
Acesso: 16/04/20

___________. Culto desagradável a Deus: A denúncia profética da falsa religião em Is


1,10-20. Estudos Bíblicos, vol.33, p.71-84, jan/mar 2016.

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