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Levítico: 11:44-45; 19:2; 20:7, 26 (cf.

1 Pedro 1:16)

RESUMO COMPLETO DO LIVRO DE GÊNESIS

Bereshit
Bereshit bara Elohim et hashamayim ve'et ha'aretz.
• Capítulos 1-2: A criação do mundo e do homem

• Capítulos 3-5: A queda e o pecado

• Capítulos 6-11: A história de Noé

• Capítulos 12-23: A história de Abraão

• Capítulos 24-26: A história de Isaque

• Capítulos 27-36: A história de Jacó

• Capítulos 37-50: A história de José

RESUMO COMPLETO DO LIVRO DE ÊXODO

• Capítulos 1-2: A origem de Moisés

• Capítulos 3-6: O anúncio da libertação

• Capítulos 7-1: As dez pragas e a saída do Egito

• Capítulos 15-19: A viagem para o monte Sinai

• Capítulos 20-31: Os mandamentos de Deus para Israel

• Capítulos 32-34: A rebelião e a renovação da Aliança

• Capítulos 35-40: A construção e dedicação do tabernáculo

DEUSES EGÍPCIOS

• Havia mais de 2.000 divindades no panteão egípcio, muitas cujos nomes são bem
conhecidos - Ísis, Osíris, Hórus, Amon, Ra, Hathor, Bastet, Thoth, Anúbis e Ptah,
entre outros
• O culto mais conhecido era o de Ísis e Osíris. Os egípcios acreditavam que eles
povoaram todo o Egito e instruíram os camponeses com as técnicas de agricultura.

Rá-Atum
Primeiro deus do panteão, Rá-Atum é o responsável pela criação do mundo.
Representado pelo Sol, ele é descrito de diversas formas, sendo a mais comum com a face
de uma ave de rapina. Os egípcios acreditavam que seu rei (o Faraó) era a encarnação de
Rá.

Anúbis Deus da Mumificação

Anúquis Deusa do Nilo e da água

Apófis Deus do caos e da destruição

Tuéris Deusa da fertilidade e protetora das Mulheres

NO CULTO A DEUS, O QUE IMPORTA É A INTENÇÃO DO CORAÇÃO?

• Deus rejeita a oferta de Caim


• Deus rejeita o sacrifício de Nadabe e Abiu (ofereceram fogo estranho)
• Deus rejeita os animais de Saul (1 Sm 15)
• Deus rejeita a ajuda de Uzá (2 Sm 6.6-7)

Você sabia que a palavra “adoração” não é encontrada na Bíblia (pelo menos, não na
versão Almeida Revista e Atualizada)? Surpreendente, não? Agora, a palavra “adorar”
aparece cerca de 150 vezes.

Por trás desses 150 textos, há seis palavras hebraicas, aramaicas e gregas. A idéia
principal é se prostrar diante de Deus. A verdadeira adoração consiste em prostrar-se diante
de Deus (não necessariamente fisicamente, mas no coração). E a adoração falsa consiste em
prostrar-se diante de qualquer ser ou coisa que não seja Deus.
A palavra hebraica Hitawa significa prostrar-se ou curvar-se. Quando examinamos a
Bíblia, descobrimos muitos exemplos; “E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra,
o adorou” (Êx 34.8)

A Palavra Grega proskuneo significa prostrar-se, curvar-se, beijar os pés (Mt 2.11)

"Deus é tão santo que até mesmo os anjos, que não têm pecado, precisam cobrir os
seus rostos!" Joel Beeke

"Dizer que amamos a Deus enquanto vivemos uma vida sem santidade é a maior das
falsidades." Agostinho

"A santidade é como a luz: quando existe, é percebida. Também se assemelha ao sal
quando existe, seu saber fatalmente será sentido. Também é como um perfume aromático:
quando existe, sua presença não pode ser ocultada." J. C Ryle

"Não há nada que mais insulte o Santo Nome de Deus do que professá-lo com seus
lábios e negá-lo com sua vida." Martyn Lloyd-Jones

"O teste final quanto a se Deus está atuando em nós é ver se desejamos ser cada vez
mais como Cristo, santo e puro, separado do mundo e do pecado, famintos e sedentos de
justiça, para que agrademos a Deus assim começou a agir nós." Martyn Lloyd-Jones

Os nossos amigos mais chegados devem ser aqueles que estão buscando santidade.
Steven Lawson

... Estamos tão atolados no mundanismo que nem percebemos. O Cristianismo


superficial e mundano dos nossos dias produz Cristãos superficiais e mundanos. O
Cristianismo ensinado per Cristo e os apóstolos, contudo, é uma total transformação da vida
em todos os aspectos, acompanhado por um compromisso radical com a santidade. Se a
única diferença entre o mundo e a Igreja é que estes estão do lado de dentro da parede da
Igreja, e aqueles do lado externo, então não conhecemos o verdadeiro
Cristianismo que proclama: Aquele que este em Cristo... Keneth Wieske

"O falso profeta adora falar sobre amor, muito raramente falará sobre santidade,
justiça e ira de Deus. Só isso já faz dele falso”. Martyn Lloyd-Jones

Quanto mais santo um homem se torna, mais ele chora pela impureza que
permanece nele. CS Lewis
PANORAMA DO LIVRO DE LEVÍTICO

1. Introdução

Porque os israelitas haviam sido mantidos em cativeiro no Egito durante 400 anos, o
conceito de Deus tinha sido distorcido pelos egípcios pagãos e politeístas. O objetivo de
Levítico é fornecer instruções e leis para orientar um povo pecador, mas redimido, em seu
relacionamento com um Deus santo.
O livro de Levítico era o manual de adoração de Israel, sua liturgia oficial. Embora
Levítico esteja entre a narrativa histórica mais ampla do Pentateuco, não é, propriamente
falando, uma narrativa, mas um código legal. Por isso, muitos cristãos acham o livro de
Levítico difícil de ler.
Levítico tem muito a nos ensinar sobre o caráter de Deus e a santidade que Ele exige
de Seu povo. O tema principal de Levítico é a santidade de Deus. Isto é, todo o livro é sobre
como a pecaminosidade do homem o torna impuro e incapaz de se aproximar de Deus sem
primeiro receber algum tipo de limpeza.
A advertência “Sede santos, porque eu sou santo” é mencionada cinco vezes no
Antigo Testamento, cada vez no livro de Levítico: 11:44-45; 19:2; 20:7, 26 (cf. 1 Pedro 1:16).
Isto é, de alguma forma o homem deve tornar-se santo para se aproximar de um Deus santo
e poder adorá-lo.

Contexto

Vamos começar com algum contexto. Levítico continua exatamente onde Êxodo
parou. Continua a narrativa do Pentateuco diretamente de Êxodo 40, logo após a elevação
do tabernáculo. A Lei não poderia funcionar sem o tabernáculo, mas o tabernáculo também
não poderia funcionar sem a Lei e, portanto, o código ritual legal de Israel foi revelado
imediatamente após a construção do tabernáculo para que a nação pudesse se aproximar
do Deus Santo. Quando Levítico começa, a glória de Deus acabara de encher o tabernáculo
e Yahweh fala a Moisés desde a nuvem, dando instruções para oferecer sacrifícios.

Estas instruções ocupam os primeiros sete capítulos. Moisés então consagra Arão e
seus filhos no capítulo 8, com o capítulo 9 ocorrendo uma semana após o término dos dias
de consagração. O capítulo 10 aparentemente ocorre logo após o capítulo 9. É difícil
determinar se o resto de Levítico segue uma ordem cronológica estrita, mas se assim for, as
instruções e eventos apresentados no livro eles cobre exatamente o tempo total de um mês
(compare Êxodo 40:17 com Números 1:1). Estas instruções eram necessárias para a vida
nacional de Israel na terra prometida e, portanto, prepararam o povo para a conquista de
Canaã.

2. Autor e Data

O livro de Levítico faz parte de um livro maior originalmente escrito por Moisés em
um único rolo da Torá, que incluía o que hoje é conhecido como os cinco livros do
Pentateuco (do grego Πεντάτευχος; “Pentáteuchos”), literalmente "cinco partes ou seções"
(Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Data: 1450-1410 a.C.

3. Objetivo e Mensagem

O ensinamento central do livro é resumido na ordem: " ... consagrem-se e sejam


santos, porque eu sou santo ... " (Lv 11.44,45). A primeira parte de Levítico esboça os
procedimentos para adoração de Javé (caps. 1-10), e a segunda prescreve como o povo da
aliança deve colocar a ideia de santidade em prática no dia-a-dia (caps. 11-27).
Levítico é basicamente um manual de santidade criado para instruir a comunidade
hebraica a respeito da adoração e da vida santa para desfrutar da presença e da bênção de
Deus (v. Lv 26.1-13). As leis e instruções deviam transformar os antigos escravos hebreus
em "um reino de sacerdotes e uma nação santa' (v. Êx 19.6).
O propósito do livro de Levítico era dar à nação de Israel um código legal de que
necessitavam para viver na terra prometida e adorar o Deus que habitava entre eles. Dentro
desta Lei nacional e temporal, porém, existem verdades atemporais e universais sobre Deus,
o homem, o pecado e Cristo. A mensagem de Levítico é que Deus exige a santidade do Seu
povo, e que eles só podem chegar a Ele santificando-se.

4. O Nome do Livro

Conforme foram originalmente escritos, os livros da Bíblia não tinham títulos, mas
títulos posteriores foram acrescentados por conveniência. O nome português deste livro
vem do título da Septuaginta grega, (Λευιτικόν) Leuitikon, que significa “Levítico”.

Este título reflete o foco do livro nos rituais realizados pelos sacerdotes Aarônicos,
que eram levitas. Embora a palavra “sacerdotes” seja usada com muita frequência neste
livro, a palavra “levitas” na verdade só aparece em 25:32-33, portanto o título é um pouco
impreciso. O título hebraico é simplesmente a primeira palavra do livro (em hebraico),
Vayikra (‫)וַיִּ קְ ָרא‬, que significa “E Ele chamou”. "E chamou o SENHOR a Moisés". (cf. Lv 1:1).

5. A Importância do Livro de Levítico

O livro de Levítico é essencial para que possamos compreender tudo o que envolvia
a adoração dos israelitas do Antigo Testamento. A forma com que o livro descreve os
detalhes dos cerimoniais do culto veterotestamentário auxilia no entendimento de alguns
significados e particularidades de rituais que são estranhos ao leitor moderno.

Além disso, o livro de Levítico revela conceitos e pressupostos que são fundamentais
para o entendimento da teologia desenvolvida no Novo Testamento. Levítico mostra a
realidade da pecaminosidade humana frente à santidade do Senhor e a necessidade da
expiação pelo pecado através da oferta de sacrifícios, ao mesmo tempo em que também
revela a misericórdia e a graça soberana de Deus.

6. Quantas Leis Existiam no Antigo Testamento?

As 613 leis mitzvot é o conjunto de todos os mandamentos que, de acordo com o


judaísmo, constam na Torá (os cinco livros de Moisés). Em Levítico têm 242 leis.

7. Temas Principais

Santidade
O ensinamento central de Levítico é resumido na ordem: "consagrem-se e sejam
santos, porque eu sou santo" (Lv 11.44,45). A primeira parte do livro apresenta os
procedimentos para a entrada na presença do Santo de Israel com adoração (caps. 1-10). A
segunda prescreve como os aliados de Deus colocam em prática a ideia da santidade de Javé
(caps. 11-27). O propósito básico de Levítico, portanto, era instruir a comunidade hebraica
sobre a "adoração santa" e a "vida santa", para que o povo da aliança pudesse desfrutar da
bênção da presença divina (v. 26.1-13).

A palavra santidade no AT transmite a ideia de "separação" do mundo para o serviço


e/ou a adoração a Javé, o Deus completamente separado da criação. A santidade legislativa
de Levítico só poderia ser eficaz se Israel implementasse o ideal do "santo" no dia a dia. É
que, estava em questão o discernimento entre o santo e o comum e entre o puro e o impuro

Com base na lei levítica, tudo na vida era sagrado ou comum para os hebreus. O
comum era subdividido em categorias de puro e impuro. O puro tornava-se sagrado por
meio da santificação ou impuro mediante a contaminação.

Sacrifício

O sacrifício ritual era apenas um dos meios pelos quais os hebreus podiam ter acesso
a Deus, Javé, o Santo de Israel.

Cinco tipos básicos de sacrifícios ou ofertas foram instituídos como parte da adoração
formal em comunidade e da celebração pessoal na expressão religiosa hebraica: 1) oferta de
cereal, 2) oferta de comunhão, 3) holocausto, 4) oferta pelo pecado e 5) oferta pela culpa.

Tais sacrifícios, descritos em Levítico, dividiam-se em duas categorias: 1) Realizados


espontaneamente a Deus em louvor e ação de graça por bênçãos recebidas ou favores
concedidos (e.g., a oferta de cereal e os três tipos de ofertas de comunhão, Lv 2.1-16; 3.1-17)
e 2) Exigidos por Javé em razão do pecado na comunidade (e.g. holocaustos, ofertas pelo
pecado e pela culpa, (Lv 1.3-17;4.1-5.13; 5.14-6.7). Os primeiros eram demonstrações de
gratidão pela bondade de Deus, enquanto os outros eram necessários para purificar o santo
lugar da profanação ocasionada pelo pecado. Estes sacrifícios purificadores levavam à
reconciliação com Javé e restauravam o pecador penitente à comunhão com outras pessoas
e com Deus.
O ensinamento no AT e no NT indica claramente que sacrifícios animais não foram
feitos para salvar pessoas dos pecados nem levá-las ao céu. Em vez disso, eles preservavam
a santidade da presença de Deus e o relacionamento saudável entre o povo e Deus.

Os rituais serviram de ilustração e base para a compreensão da obra redentora de


Jesus de Nazaré como Messias. João Batista reconheceu em Jesus o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo (Jo 1.29-34). O próprio Jesus via seu papel como o bom pastor que
entrega a vida pelas ovelhas (Jo 10.1-21). Em outras passagens do NT, os autores
interpretaram a crucificação de Jesus Cristo como sacrifício "oferecido uma vez por todas"
pelos pecados da humanidade (Rm 5.6-11; Hb 10.10,12).

Por fim, os autores do NT consideraram a nova aliança equivalente ao sacrifício ritual


nos "sacrifícios espirituais" oferecidos pelos cristãos a Deus por intermédio de Cristo Jesus
(1Pe 2.5). Os sacrifícios incluem:

• Ofertas generosas com alegria (Fp 4.18)


• Adoração, especialmente louvor e ação de graças (Hb 13.15,16; Sl 50.13,14)
• Oração (Ap 5.8; 8.3,4)
• Evangelização (Rm 15.16,17; v. Is 66.20)
• Culto Sacrificial a Cristo (Rm 12.1-2; Ap 6.9)

8. Salvação sob a Lei

Uma confusão comum sobre a Lei era que as pessoas que viviam entre Moisés e Cristo
foram salvas guardando os mandamentos da Lei – salvação pelas obras. Esta era
essencialmente a visão do Judaísmo rabínico no tempo de Cristo, que negava o pecado
original e sustentava que o favor de Deus era conquistado através de boas obras. No entanto,
esta perspectiva é direta e frequentemente contradita no Novo Testamento.

As epístolas do Novo Testamento também afirmam muito claramente que a salvação


não é alcançada pelo cumprimento das obras da Lei. Romanos 3:20 diz: Porque pelas obras da
lei nenhum ser humano será justificado diante dele. Romanos 3:28 diz: Pois concluímos que o
homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

Antes da morte de Cristo, os homens eram salvos pela fé em Deus e naquilo que Deus
lhes havia revelado até o período histórico em que se encontravam. A justificação ainda
ocorreu num momento específico, num momento de conversão; e, muito provavelmente,
quando uma pessoa se tornou crente, ela orou a Deus com uma expressão de fé e
arrependimento, pedindo a Deus que lhe perdoasse os seus pecados.

(1) A base da salvação na economia divina sempre foi a obra consumada de Cristo.
(2) O método de receber a salvação sempre foi através da fé e do arrependimento.
(3) O objeto da fé sempre foi o Deus da Bíblia.
(4) Os santos do Antigo Testamento não precisavam de uma compreensão consciente
da crucificação do Filho de Deus encarnado para serem salvos. Eles só precisavam
ter fé em Deus.

9. A Função da Lei

Se manter as obras da Lei não poderia ser salva, então qual era a função da Lei? A Lei
foi um documento de pacto entre Deus e a nação de Israel. A Lei era um documento de
aliança entre Deus e a nação de Israel. Pretendia governar o modo de vida de Israel antes da
cruz, em preparação para a vinda de Cristo. Especificamente, a intenção era manter Israel
separado das nações e práticas pagãs até a chegada do Messias. No Êxodo, Deus redime Seu
povo do Egito, faz uma aliança com eles e passa a viver entre eles. Isto criou um problema
porque todas as pessoas eram pecadoras e se se aproximassem diretamente do Deus santo,
morreriam.

Os israelitas deveriam guardar a Lei como resultado da justificação, não como um


meio para isso. No que diz respeito à santificação, a Lei estabeleceu um padrão do bem e do
mal, mas não proporcionou ao povo os meios para manter este padrão. A Lei só poderia
mostrar-lhes como eles falharam. As regras relativas à dieta, à purificação ritual e à
impureza têm justificativas razoáveis de saúde e higiene por trás delas, mas o objetivo
principal de tais leis cerimoniais não era promover a boa saúde – caso contrário, não haveria
razão para revogar essas leis no Novo Mundo. Essas leis tinham como objetivo separar Israel
de outros povos e ensinar aos israelitas, por meio de ilustrações terrenas, a necessidade de
ter um coração puro para se aproximar de um Deus santo.

Levítico se divide de forma natural em seis unidades:

4. leis sobre sacrifícios (1—7)


5. leis sobre ordenação de sacerdotes (8—10)
6. leis sobre impurezas físicas e morais (11—15)
7. O Dia da Expiação (16)
8. leis sobre santidade física e moral (17—26)
9. leis sobre votos (27)

Como posso aplicar isso?

“A grande lição do livro de Levítico é que o Deus santo deve ter um povo santo, e
que esta santidade deve abranger toda a vida. A declaração deste princípio no Novo
Testamento pode ser encontrada nas palavras: 'Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer
outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus'”

Se você é Seu filho, então Ele quer que você reflita Seu caráter. Ele está santificando
você da mesma forma que fez com a nação de Israel. A sua vida ecoa a Dele? De que forma
você está se tornando mais semelhante a Cristo?

EXPOSIÇÃO DO LIVRO

Descrição dos Sacrifícios


Os primeiros sete capítulos se dedicam a descrição dos sacrifícios ordenados por
Deus, os quais dizem respeito a manutenção do relacionamento entre a humanidade e a
divindade. Adorar sem sacrifício e algo inconcebível. Sempre que o pecado provoca uma
ruptura entre Deus e a humanidade, tanto o sacrifício (um ato exterior) como a penitência
(uma postura interna) são de responsabilidade do pecador. Veremos

O livro de Levítico contém duas divisões principais: as leis relativas à abordagem do


homem a Deus (capítulos 1–16) e os requisitos para a comunhão do homem com Deus,
(capítulos 17–27).

A. Leis sobre aproximar-se de Deus (1:1–16:34)

O livro de Levítico define primeiro nos capítulos 1–16 como os homens pecadores
podem se aproximar de um Deus santo, antes de definir nos capítulos 17–27 como os
homens santificados podem ter comunhão com Deus. Os capítulos 1 a 7 são didáticos e
tratam das leis sacrificiais. Os capítulos 8–10 são narrativos e dão origem a leis sobre
sacerdotes. Os capítulos 11–15 são didáticos e referem-se a questões de pureza cerimonial.
O capítulo 16, que descreve o ritual anual de expiação, é o nexo do livro.
Os cinco sacrifícios são:
(1) A oferta completamente queimada (1): chamada, em hebraico, de ola: “aquela que
sobe”. Na Septuaginta, “holocausto”.
(2) A oferta de manjares (2): nesse caso, a que era composta exclusivamente de
cereais.
(3) A oferta pacífica ou de sacrifício pacífico (3): semelhante a um banquete para selar
uma aliança.
(4) A oferta pelo pecado (4—5.13): um sacrifício de arrependimento por pecados
cometidos.
(5) A oferta pela culpa ou expiação (5.14—6.7): e também um sacrifício pelo pecado
cometido, mas enfatiza a necessidade de reparação; logo, trata-se de um tipo
especial de oferta pelo pecado.

1. Leis Relativas às Ofertas (1:1–7:38)

Os primeiros sete capítulos de Levítico prescrevem os vários tipos de sacrifícios pelos


quais uma pessoa pode obter expiação pelos seus pecados. Estes incluem holocaustos (1:1-
17), ofertas de cereais (2:1-16), ofertas pacíficas (3:1-17), ofertas pelo pecado (4:1-35) e ofertas
pela culpa (5:1–6:7). Por exemplo, as cinco ofertas nos capítulos 1 a 7 ajudam-nos a
compreender por que Israel se comportou daquela maneira ao trazer ofertas a partir de

então. A palavra hebraica ‫“ קרבן‬Korban”, traduzida como “oferta”, vem do verbo que
significa “aproximar”. Literalmente significa “aquilo que aproxima de Deus”.
Deus planejou essas ofertas para ensinar os israelitas, bem como para capacitá-los a
adorá-Lo. Assim, elas tinham um propósito revelador e regulador. Elas ensinaram ao povo
o que era necessário para manter e restaurar a comunhão dos crentes com Deus em vista do
seu pecado e contaminação.
Cada uma destas cinco ofertas israelitas envolvia três objetos:
1. O ofertante (a pessoa que traz a oferta)
2. A oferenda (o animal ou outro objeto oferecido)
3. O mediador (o sacerdote).
"No Antigo Testamento, a palavra hebraica [traduzida como "sacerdote"] nos
ajuda a compreender a natureza do ofício sacerdotal. É o de mediar. A palavra
do Novo Testamento revela o caráter daqueles que devem preencher o ofício.
Eles são santos"
Segue um gráfico das diferenças básicas entre os três primeiros sacrifícios:

Holocaustos (cap. 1) Ofertas de Cereais (cap. 2) Ofertas de Paz (cap. 3)


Gado (vv. 3-9) Cru (vv. 1-3) Gado (vv. 1-5)
Ovelhas ou cabras (vv. Cozido (vv. 4-10) Ovelhas (vv. 6-11)
10-13)
Pássaros (vv. 14-17) Diversos (vv. 11-16) Cabras (vv. 12-17)

1.1 A Oferta de Holocausto cap. 1

Holocausto, ‫עלה‬, olah - do verbo "fazer subir", portanto, "queimar" ou oferta


queimada (Gn 8.20; 22.2-13). A palavra no grego clássico holocaustos (ὁλόκαυστος de ὅλος
"todo" + καυστός "queimado"), Diz respeito ao tipo de sacrifício em que animais puros eram
oferecidos a Deus sobre o fogo, onde eram totalmente queimados (Lv 6.22; Dt 33.10).
O sacrifício do holocausto é definido na Bíblia como “de aroma agradável” (Lv 1.9;
Gn 8.21), que é um sinal da aceitação divina e é usada como metáfora no Novo Testamento
para expressar como um sacrifício cristão (não mais com morte de animais) é aceitável a
Deus (Rm 12.1-2; Ef 5.2; 4.18). Com esta oferta o adorador procurava agradar ao
Senhor e encontrar aceitação em Sua presença como uma pessoa redimida.
Aplicação
“O holocausto tipifica a ‘oferta de Cristo sem mácula a Deus’. Ela prenuncia Cristo na
Cruz, não tanto suportando o pecado, mas cumprindo a vontade de Deus. É-nos mostrada a
perfeição da oferta de Si mesmo por Cristo, como Deus a vê.
Nós, que somos cristãos, também precisamos nos lembrar da nossa necessidade de
perdão diário, de confessar os nossos pecados e de ter o propósito de andar nos caminhos
de Deus (cf. 1 João 1:7-9). “O Senhor aceita com prazer quem chega à sua presença por
expiação substitutiva através do derramamento de sangue.”

2. A Oferta de Cereais cap. 2

Do Hebraico “Minhah” (denota um sacrifício “não-sanguinário”). A voluntária oferta


(ou oblação) de manjares, também chamada de oferta de cereais ou oferta de vegetais, era um ato
voluntário de adoração e reconhecimento da bondade e das provisões de Deus. A segunda
oferta voluntária dos manjares, na qual o fruto do campo era oferecido na forma de um bolo
ou pão assado feito de grãos, farinha fina, azeite e sal.
O propósito dessa oferta era expressar gratidão em reconhecimento da provisão de
Deus e boa vontade imerecida para com a pessoa fazendo o sacrifício. Os sacerdotes
recebiam uma parte dessa oferta, mas ela precisava ser comida dentro da corte do
tabernáculo.
O incenso presente nas ofertas de manjares fala da vida perfeita de Jesus, vida de
santidade diante do Pai, e por isso o Pai podia dizer: “Este é o meu Filho amado, em quem
me comprazo”. Além disso, destacamos que incenso foi um dos presentes que Jesus recebeu
quando era ainda um menino na casa de Maria e José (Mt 2.11).

3. A Oferta de Paz cap. 3

Oferta pacífica: A expressão “oferta pacífica” no hebraico: “shalom” significa: “paz,


bem, feliz, tranquilo,”. Era também chamada de “oferta de paz” ou de “ofertas de
comunhão”.
Esta oferta denotava que o ofertante estava em comunhão com Deus; caso contrário,
não lhe seria permitido comer a carne do animal. Aliás, era a única oferta da qual o ofertante
podia comer. O sacrifício pacífico era efetuado diante de Deus, no sentido de o ofertante ter
comunhão com Ele, expressar gratidão (Lv.7:11-15; 22:29) ou fazer um voto (Lv.7:16). Para
o ofertante, envolvia um compromisso com o concerto e celebrava a paz e a reconciliação
entre Deus e o adorador. Essa oferta também prenunciava a paz e a comunhão que o crente
da Nova Aliança teria com Deus e com os irmãos na fé, tendo por base a morte de Cristo na
cruz (cf. Cl.1:20); 1João 1:3); prenunciava ainda a nossa comunhão plena, quando todos nos
assentarmos com Deus no seu reino eterno (Sl.22:26; Lc.14:15; Ap.19:6-9).
Cristo é a paz dos crentes, por causa do Seu sacrifício na cruz (Efésios 2:14). A
oferta pacífica fala da comunhão restaurada, resultante da perfeita satisfação prestada em
Cristo. Deus é propiciado. O homem é reconciliado. Há paz.

4. A oferta pelo pecado 4:1—5:13

A lei da oferta pelo pecado (hattath no original hebraico). A oferta pelo pecado ou
oferta de purificação era a maneira pela qual uma pessoa que pecou “sem intenção” podia
alcançar o perdão (Lv 4:2). Era uma oferta muito importante, pois deveria ser oferecida antes
de qualquer uma das outras.
Havia dois tipos de ocasiões que exigiam a oferta pelo pecado: pecados involuntários
ou inadvertidos, causados por negligência ou ignorância (cap. 4), e pecados de omissão (5:1-
13).
Convém notar que as ofertas pelo pecado só bastava para pecados cometidos por
ignorância. Lev. 4:2, 13, 22 e 27. Diziam respeito a pecados cometidos por erro, engano, ou atos
precipitados, de que o pecador não estava advertido na ocasião, mas de que mais tarde teve
conhecimento. Não providenciavam quanto a pecados cometidos conscientemente, com
conhecimento e persistência. Quando Israel pecava deliberadamente, como no adorar o
bezerro de ouro, e recusar desafiadoramente a misericórdia de Deus quando Moisés os
chamou ao arrependimento, sobrevinha o castigo. “E caíram do povo naquele dia uns três
mil homens”.
Os sacrifícios pelo pecado representam Cristo feito pecado por nós: "Aquele que não
conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus"
(2 Coríntios 5.21). Sob a Nova Aliança, o sangue de Jesus Cristo purifica o crente de todo
pecado (cf. Hb 9-10; 1 Pedro 1:2; 1 João 1:7; Ap 7:14). Assim, esta oferta é agora obsoleta para
o cristão.

5. A oferta pela culpa 5:14—6:7

A oferta pela culpa (Heb. ‘asham,’ dívida ‘). A oferta pela culpa ou reparação é a
última das cinco ofertas que constituíam o sistema sacrificial do culto público de Israel.

Levítico, Teologia de
Levítico é um dos livros mais intensamente teológicos do Antigo Testamento. Ele
contém o núcleo do material ritual sacerdotal do Pentateuco e, de fato, todo o Antigo
Testamento. Os regulamentos são muitas vezes bastante específicos e detalhados, estando
ligados ao próprio tecido da vida pessoal e comunitária no antigo Israel, mas sempre de um
ponto de vista marcadamente sacerdotal. As leis deste livro têm um profundo impacto
teológico tanto para o Antigo Testamento como para o Novo Testamento (por exemplo,
santidade, pureza, expiação sacrificial, perdão, etc.), mas a questão teológica mais
importante do ponto de vista da situação histórica é a “presença” de Deus no meio de Israel.
No capítulo final do Êxodo, Moisés monta e prepara o tabernáculo para o Senhor
(40:1-33), levando diretamente à sua habitação ali na forma da “nuvem” de sua “glória” que
continha fogo por meio de fogo. noite. Uma segunda descrição, um tanto ampliada, da
nuvem e de sua função em conduzir Israel através do deserto aparece em Números 9:15-
23. Estas duas descrições da nuvem de glória e do fogo formam um envelope em torno da
legislação relacionada ao tabernáculo em Levítico 1:1-Números 9:14.
O significado literário e teológico desta estrutura é triplo. Primeiro, a única menção
do aparecimento da “glória” do Senhor ao povo entre Êxodo 40 e Números 9 é Levítico 9:23
(cf. v. 6). Nesse contexto, “a glória do Senhor apareceu a todo o povo”, e “saiu fogo da
presença do Senhor e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar” ( Lv
9:23-24 ). Segundo, o único lugar onde a “nuvem” da glória do Senhor aparece entre Êxodo
40 e Números 9 é em Levítico 16:2, onde o Senhor explica: “Eu apareço na nuvem sobre a
tampa da expiação”. Terceiro, a morte de Nadabe e Abiú em Levítico 10:1-2 ocorreu em
algum momento durante o mesmo dia em que o Senhor manifestou sua glória a todo o povo,
conforme registrado em Levítico 9 (ver especialmente vv. 1, 23-24), mas antes do esperado
consumo da carne sacrificial da oferta pelo pecado pelos sacerdotes naquele mesmo dia
(cf. 10.16-19 ; com 9.15 ). Assim como o fogo saiu da “presença” do Senhor e consumiu as
ofertas do altar em 9:23-24, alguns versículos depois “saiu fogo da presença do Senhor e os
consumiu, e eles morreram diante do Senhor”. "( 10:2 ). Além disso, 16.1-2 refere-se a 10.1-2
como contexto e base para a regulamentação cuidadosa do Dia da Expiação.
Assim, as mortes de Nadabe e Abiú proporcionaram uma oportunidade para o
Senhor declarar os princípios básicos subjacentes à teologia sacerdotal e, portanto, resumir
as principais preocupações teológicas do Livro de Levítico. Todas essas preocupações
refletem principalmente o fato de que o Senhor habitava no meio de Israel. Ele estava
“presente” ali no tabernáculo, manifestando sua glória em nuvens e fogo.
O Tríplice Núcleo Teológico de Levítico . Em 10:3 Moisés explica a ação do Senhor contra
Nadabe e Abiú: “Foi disto que o Senhor falou quando disse: Entre os que se aproximam de
mim, mostrar-me-ei santo; serei honrado aos olhos de todo o povo”. " Existem duas
categorias de pessoas mencionadas aqui: "aqueles que se aproximam" do Senhor (ou seja, os
sacerdotes) e "todo o povo". De uma forma ou de outra, o Senhor mostrará a sua glória para
que seja honrado como santo entre o povo. Neste caso, ele alcançou esse objetivo atacando
os dois filhos de Arão que não prestaram a devida atenção aos requisitos da santidade
quando se aproximaram e “ofereceram [lit. trouxeram para perto] fogo não autorizado
diante do Senhor” ( 10:1 ). .
O Senhor enfatizou a importante lição a ser aprendida com esse incidente quando
falou diretamente a Arão (não a Moisés) em 10:9-11 e instruiu ele e seus filhos a: (1) evitarem
"bebida forte" ao se aproximarem do Senhor, para que não morrer em sua presença (v. 9; a
questão parece ser que isso poderia turvar suas mentes e causar um desastre
semelhante); (2) “distinguir entre o santo e o comum, entre o impuro e o limpo” (v. 10); e (3)
“ensinar aos israelitas todos os decretos que o Senhor lhes deu por meio de Moisés” (v.
11). Para compreender a teologia do Livro de Levítico é necessária uma compreensão clara
de duas polaridades (isto é, santo versus comum e impuro versus limpo), além do conceito
de expiação, que Moisés destacou quando falou a Aarão: “Por que você não comeu o oferta
pelo pecado na área do santuário? É santíssima; foi-te dado para tirar a culpa da
comunidade, fazendo expiação por eles diante do Senhor" (v. 17).
Primeiro, “santo” versus “comum” (v. 10a) diz respeito ao status de uma pessoa,
lugar ou coisa. Segundo, “limpo” versus “impuro” (v. 10b) é uma questão de sua condição,
qualquer que seja seu status. Terceiro, a “expiação” (v. 17) é o foco principal de muitos dos
procedimentos sacrificiais para lidar com violações de limites ou com transições entre as
categorias de santo e comum ou limpo e impuro. No que diz respeito a “limpo” versus
“impuro”, a expiação era necessária para “limpar” a impureza irregular ou grave (com, por
exemplo, 12:6-8 ; [a mulher após o parto] 14:18-20 ; [o leproso ] e Levítico 15:13-15 Levítico
15:25-30 ; [secreções irregulares da genitália masculina e feminina] ). Com relação a “santo”
versus “comum”, a expiação era exigida nos procedimentos de “consagração” para
santificar pessoas, lugares ou coisas para torná-los “santos” (por exemplo, Levítico
8:15 Levítico 8:34 , o tabernáculo e os sacerdotes ).
A Estrutura Teológica Interna de Levítico . Levítico se divide naturalmente em duas
seções principais, capítulos 1-16 e 17-27. Por um lado, os capítulos 1 a 16 tratam
principalmente da consagração e purificação do próprio tabernáculo. Por outro lado,
embora os capítulos 17-27 continuem a mostrar preocupação com a santidade e pureza do
tabernáculo, o foco se amplia para abranger toda a terra e o povo em geral. Poderíamos
dizer que a mudança é da santidade e pureza do tabernáculo para a santidade e
pureza nacionais .
Esta distinção entre o mundo do tabernáculo e a vida nacional quotidiana dos
israelitas comuns não deveria, contudo, levar alguém a concluir que os dois não estavam
ligados. Pelo contrário, quando os israelitas chegaram pela primeira vez ao Sinai, uma das
principais características da proposta de aliança do Senhor em Êxodo 19:3-6 era que Israel
se tornaria “um reino de sacerdotes” (v. 6). Eles foram consagrados como tais no ritual de
Êxodo 24:3-8. Em relação ao Livro de Levítico, o sacerdócio nacional de todo o povo
corresponde à necessidade de santidade e pureza nacional, conforme enfatizado nos
capítulos 17-27. A família dos sacerdotes Aarônicos, no entanto, era responsável pelo
tabernáculo e, portanto, a responsabilidade de garantir que nem eles nem o povo
(individualmente ou como um todo) violassem a santidade e a pureza do tabernáculo
enfatizadas nos capítulos 1-16.
Uma análise teológica cuidadosa do Livro de Levítico relacionará as categorias de
santidade e pureza (isto é, santo e comum versus impuro e limpo) tanto ao tabernáculo em
si como à nação como um todo. A Expiação se aplica a ambos e, de fato, é especialmente
enfatizada no ponto de transição do livro (ou seja, no capítulo 16, o Dia da Expiação),
focando mais uma vez na preocupação primária com a presença de Deus no tabernáculo. A
estrutura teológica interna do livro, portanto, apresenta estes três tópicos principais:
expiação, santidade e pureza do tabernáculo e santidade e pureza nacionais.
Expiação . Embora estruturalmente o capítulo 16 seja a conclusão da primeira seção
principal do livro, ele também funciona como o centro teológico do livro e une as duas
metades. No Dia da Expiação, a santidade e a pureza tanto do tabernáculo como da nação
estavam em vista. Na verdade, havia cinco ofertas naquele dia: as duas ofertas de expiação
de sangue pelo pecado para os sacerdotes e o povo (vv. 3, 5 e especialmente vv. 11-19), a
única oferta pelo pecado do bode expiatório para toda a congregação (incluindo o sacerdotes
e o povo, vv. 20-22), e os dois holocaustos para os sacerdotes e o povo (vv. 23-24). Diz-se
especificamente que todas essas ofertas “fizeram expiação”.
Os rituais de expiação de sangue de “oferta pelo pecado” para os sacerdotes e para o
povo purificavam e (re)consagravam o tabernáculo de suas impurezas (vv. 11-19). O ritual
do “bode expiatório”, que era um tipo diferente de “oferta pelo pecado” (vv. 5, 7-10, 20-22),
também fazia uma espécie de expiação (v. 10). Mas neste caso a expiação facilitou a remoção
de todas as iniquidades de todo o povo da nação, enviando-os para longe do tabernáculo e
da nação sobre a cabeça do bode para o deserto (vv. 20-22).
Portanto, os rituais de oferta pelo pecado no Dia da Expiação purificavam não apenas
o tabernáculo (vv. 32-33, referindo-se aos rituais de sangue nos vv. 11-19), mas também todo
o povo (vv. 29-31, referindo-se ao ritual do bode expiatório nos vv. 20-22). Os rituais de
expiação de sangue de “holocausto” que se seguiram às ofertas pelo pecado no Dia da
Expiação aparentemente funcionavam em um nível diferente (vv. 23-24). Deve ser lembrado
que, de acordo com o versículo 19, o sangue da oferta pelo pecado tanto “purificou” o altar
como o “consagrou”. Aparentemente, foi o ritual do bode expiatório que “purificou” o
povo, mas foram os holocaustos subsequentes que os “consagrou”. O foco muda do
tabernáculo para o povo. Esta mudança corresponde à distinção entre santidade e
purificação tabernáculo (caps. 1-16) e nacional (caps. 17-27) discutida acima. Os
procedimentos de expiação de sangue pela oferta de pecados purificavam e consagravam
(isto é, santificavam) o altar do tabernáculo. Os procedimentos combinados de bode
expiatório e oferta queimada purificaram e consagraram o povo.
Santidade e Pureza do Tabernáculo . Os regulamentos de santidade e pureza do
tabernáculo em Levítico 1-16 dividem-se em duas subseções principais, capítulos 1-7 e 8-
16. A primeira fornece regulamentos detalhados para os procedimentos básicos de
sacrifício. À luz da referência à “oferta de ordenação” em 7:37, parece que estes textos rituais
descritivos foram colocados no início do livro como pano de fundo para as narrativas de
“ordenação” e “inauguração” do tabernáculo e do sacerdócio em capítulos 8 e 9.
A segunda subseção principal são os capítulos 8-16. Começa em 8:1-2 com a ordem
do Senhor a Moisés para que ele consagrasse o tabernáculo e o sacerdócio. O capítulo 9 é a
inauguração do tabernáculo, que termina com o fogo do Senhor consumindo os sacrifícios
(vv. 22-24), bem como Nadabe e Abiú ( 10.1-2 ). O capítulo 16 retorna ao incidente de
Nadabe e Abiú (vv. 1-2) como base para o Dia da Expiação anual, cujo propósito era
purificar, consagrar e inaugurar o tabernáculo, o sacerdócio e a congregação para o ano
seguinte.
Não podemos tratar dos detalhes aqui, mas os capítulos 11-15 representam um hiato
no progresso da narrativa. É uma unidade coerente de regulamentos focando quase
exclusivamente no problema da pureza (isto é, "impuro e limpo" 10:10b ) e sua importância
para a comunidade, especialmente a presença de Deus no tabernáculo ( 15:31 , "Você deve
guardar o os israelitas se separam das coisas que os tornam impuros, para que não morram
em sua impureza por contaminarem a minha habitação, que está no meio deles").
No antigo mundo do Oriente Próximo, era comum as pessoas lutarem contra o medo
de forças maléficas sobrenaturais invisíveis (por exemplo, bruxaria, demônios, deuses
vitriólicos, etc.) que poderiam irromper contra elas na forma de doenças ou outros
infortúnios na vida. , especialmente se uma pessoa violar algum tipo de tabu. O Antigo
Testamento não dá crédito a tais temores. Em vez disso, o único perigo real é que o povo de
Israel possa profanar o santuário de Deus para que ele próprio possa irromper contra eles
(cf. por exemplo, 10.1-2 ) ou abandonar completamente o santuário. Levítico 15:31 enfatiza
esse ponto.
A ênfase na pureza física e na impureza tem preocupado muitos leitores do Antigo
Testamento. Ajuda reconhecer que, no Antigo Testamento, Deus se fez realmente,
pessoalmente, fisicamente “presente” com Israel ao habitar o tabernáculo. Este lugar de
presença física foi precisamente o foco da cosmovisão sacerdotal e da teologia com a qual o
Livro de Levítico está tão intimamente identificado. As leis da pureza física correspondem
à “presença” física do Senhor no tabernáculo.
Santidade e Pureza Nacional . A estrutura e o desenvolvimento temático dos capítulos
17 a 27 (a segunda seção principal do livro) são mais difíceis de discernir do que os dos
capítulos 1 a 16. A relação entre essas duas seções do livro é igualmente complicada. Em
geral, não se trata tanto de uma mudança de tema, mas de uma mudança de perspectiva. Os
capítulos 17 a 27 oferecem uma outra visão de tudo, a partir de uma perspectiva mais ampla
da comunidade e da nação como um todo. Por exemplo, embora estes capítulos ainda façam
referência às ofertas sagradas, aqui eles são vistos sob a perspectiva de como os sacerdotes,
suas famílias e o resto do povo de Israel deveriam lidar com as ofertas nas festas
comunitárias (cap. 22), ou a relação entre aquilo que foi consagrado como santo e a
comunidade em geral (cap. 27).
Da perspectiva da pureza, as leis sobre animais limpos e impuros que sustentavam o
“muro de divisão” entre judeus e gentios nos dias do Novo Testamento, na verdade,
fornecem um dos principais elos entre estas duas seções principais de Levítico e suas ênfases
teológicas. De acordo com 20:25-26, "Você deve, portanto, fazer uma distinção
entre animais limpos e imundos e entre aves impuras e limpas . Aqueles que eu separei
como impuros para você. Você deve ser santo para mim porque eu, o Senhor, sou santo e
separei vocês das nações para serem meus”. Não há absolutamente nenhuma lei sobre animais
limpos e impuros nos capítulos 17-20. Em vez disso, 20:25-26 assume o capítulo 11 e,
portanto, usa as leis dos animais limpos e impuros para ligar 1-16 e 17-27, apesar da óbvia
separação e diferenças entre eles.
Da perspectiva da santidade, ambos os capítulos 11 e 20 conectam as leis dos animais
limpos e impuros com a “fórmula da santidade” (por exemplo, “seja santo porque eu sou
santo, 11.45 ), mas eles fazem a conexão de duas maneiras diferentes. O capítulo 11
concentra-se simplesmente na questão do contato físico com animais impuros (vv. 44-45),
mas no contexto do capítulo 20 a expressão “Sereis santos para mim porque eu, o Senhor,
sou santo” refere-se ao efeito pretendido que as leis sobre animais limpos e impuros
deveriam ter em colocar Israel "à parte das nações" ao seu redor. Deve ser lembrado que
esta separação de Israel das outras nações foi a intenção de Deus desde o início de sua
existência nacional como "um reino de sacerdotes, uma nação santa."
Há uma conexão linguística óbvia entre a “fórmula de santidade” que acabamos de
mencionar e a fórmula “Eu sou o Senhor (seu Deus)”, que ocorre frequentemente nos
capítulos 18-26. Ambas as fórmulas começam com “Eu sou” e 20:7 mistura as duas:
“Consagrem-se e sejam santos, porque eu sou o Senhor vosso Deus .” Em seus vários contextos
esta fórmula “Eu sou o Senhor (seu Deus)” enfatiza a importância da adoração e obediência
exclusiva a Yahweh porque ele é verdadeiramente o Senhor.
Israel não deveria ter outros deuses: somente o Senhor era o seu Deus. Isto, de facto,
também teria o efeito de distinguir Israel das outras nações, que adoravam e serviam outros
deuses. Uma maneira legítima de olhar para o “Código de Santidade” é, portanto, vê-lo da
perspectiva do resumo em 26:1-2: “Não façam ídolos, nem ergam para si imagens ou pedras
sagradas, e não façam não coloque uma pedra esculpida em sua terra para se curvar diante
dela. Eu sou o Senhor, seu Deus. Observe meus sábados e tenha reverência pelo meu
santuário. Eu sou o Senhor. Existem três categorias de preocupação aqui: (1) fidelidade
nacional ao Senhor (ou seja, sem idolatria e vida comunitária distintamente pura e santa),
(2) santuário nacional e reverência sancta, e (3) observância do sábado nacional. No geral,
portanto, a teologia do Livro de Levítico concentra-se na presença de Deus no tabernáculo,
mas essa presença afetaria tudo e todos no antigo Israel.
Richard E. Averbeck
Nome dos livros da Bíblia hebraica

ABíblia Hebraica completa, chamada de Tanakh, possui ao todo 24 livros. Alguns


livros das Bíblias cristãs que são divididos em 2 (ex.: 1º e 2º Samuel), na Bíblia Hebraica são
um livro só. Por isso nela tem “menos livros”.

Na Bíblia Hebraica, geralmente, o nome dos livros são as primeiras palavras que
aparecem neles, ou seu autor.

Não são nomes por “temas”, como nas Bíblias traduzidas, que seguem a subdivisão
da Septuaginta, a tradução grega das Escrituras hebraicas.

A divisão dos livros na Bíblia hebraica são assim:

Torá – ‫ּתֹורה‬
ָ (significa “ensino” ou “instrução” e, por extensão, “Lei”).

Comumente conhecido por Pentateuco ou “Cinco livros de Moisés“.

1. Bereshit (‫אשית‬
ִּ ‫)ב ֵר‬.
ְ Significa “No inicio/princípio”, vide Gn 1:1. Foi chamado
de Gênesis na primeira tradução grega (Septuaginta, séc 3 AEC), pois
“gênesis” significa “origem”.

2. Shemot (‫)שמֹות‬,
ִּ que quer dizer “Nomes”, veja Êx. 1:1. Recebeu o nome Êxodo porque
fala do êxodo, isto é, a saída do povo hebreu do Egito antigo.

3. Vayikra (‫)וַיִּ קְ ָרא‬. Literalmente “chamou” (cf. Lv 1:1). Recebeu o nome de Levítico em
português por tratar de muitas questões concernentes aos sacerdotes levitas.

4. Bamidbar (‫)ב ִּמ ְדבַ ר‬,


ְ significa “no deserto” (Nm 1:1). Em português, chama-
se Números porque os primeiros capítulos são dedicados ao levantamento do
número dos filhos de Israel.

5. Devarim (‫)דבָ ִּרים‬.


ְ Traduzido literalmente “palavras”. Recebeu o nome
de Deuteronômio na Septuaginta grega porque a palavra grega déuteros significa
“segunda” e “nomos” significa “lei”. Sendo assim, “segunda lei”, pois muitos
ensinamentos do livro do Êxodo são repetidos aqui, inclusive as dez palavras
(mandamentos), cf. Êx. 20:1-17 e Dt. 5:5-22.

Ela ainda está dividia em sessões menores, sendo elas:


Nevi’im Rishonim (profetas anteriores):

1. Yehoshua (‫ = )יְהֹושֻ ע‬Josué.

2. Shoftim (‫ = )שֹׁ פְ ִטים‬Juízes.

3. Shmuel (‫)שמּואֵ ל‬
ְ = Samuel.

4. Melakim (‫)מלָכִ ים‬


ְ = Reis.

Nevi’im Aharonim (profetas posteriores):

1. Yeshayahu (‫ = )יְשעְ יָהּו‬Isaías.

2. Yirmeyahu (‫ = )י ְִר ְמיָהּו‬Jeremias.

3. Yehezqiel (‫ = ) ְיחֶ זְקֵ אל‬Ezequiel.

Shneim-‘Asar (Os Doze):

1. Hoshea (‫ = )הֹושֵ ע‬Oséias.

2. Yoel (‫ = )יֹואֵ ל‬Joel.

3. ‘Amos (‫ = )עָמֹוס‬Amós.

4. Ovadyah ou Obadyah (‫ = )עֹׁ ב ְדיָה‬Obadias.

5. Yonah (‫ = )יֹונָה‬Jonas.

6. Mîkah (‫)מיכָה‬
ִ = Miqueias.

7. Naḥûm (‫ = )נחּום‬Naum.

8. Havakuk ou Habakuk (‫ = )חֲבּקּוק‬Habacuque.

9. Tsefanyah (‫ = )צְ פנְ יָה‬Sofonias.

10. Hagai (‫ = )חגי‬Ageu.

11. Zekaryah (‫ = )זְכ ְריָה‬Zacarias.

12. Malakî (‫ = )מלְ אָ כִ י‬Malaquias.

Ketuvim (‫כְ תּובִ ים‬, “Escritos”):

1. Tehillim (‫)תהִ לִ ים‬


ְ = Salmos.

2. Mishlei (‫)מ ְשלֵי‬


ִ = Provérbios.

3. Iôv ou Iôb (‫)אּיֹוב‬


ִ = Jó.

Hamesh Megillot (Cinco rolos):

1. Shīr Hashīrīm (‫ = ) ִשיר ה ִש ִירים‬Cântico dos Cânticos.

2. Rut (‫ = )רּות‬Rute.

3. Eikah (‫ = )אֵ יכָה‬Lamentações.


4. Koheleth (‫ = )קֹׁ הֶ לֶת‬Eclesiastes.

5. Ester (‫ = )אֶ ְסתֵ ר‬Ester.

6. Daniel (‫ = )דָ נִ ּיֵאל‬Daniel.

7. Ezra-Nehemyah (‫ = )עזרא נחמיה‬Esdras e Neemias (são 1 livro só).

8. Divrei ha-Yamim (‫יםאּיֹו‬


ִ ‫ = ) ִדבְ ֵרי הּי ִָמ‬Crônicas (são 1 livro só).

São estes os nomes em hebraico dos livros da Bíblia.

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