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ANÁLISE DE MATEUS 23:1-4

Então falou Yeshua às multidões e aos seus talmidim, dizendo: Na cadeira de Moshe se sentam
os professores da Torá e p'rushim. Portanto, tudo o que ele [Moshe] vos disser, isso fazei e
observai; mas não façam segundo os takanot e ma'assim deles; porque falam e não praticam.
Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles
mesmos nem com o dedo querem movê-los. (Matay 23:1-4 – Shem Tov)
Talmidim
A palavra “discípulo” (talmid) apareçe no Tanach e tem a ideia de um discipulado, como sendo a
relação entre um Mestre e seu discípulo, está bem presente nas Escrituras. Consoante o texto de
Matityahu/Mateus 10:24-25, Yeshua nos ensina que o talmid (discípulo) não é maior que o rabino
(professor, mestre) e que o talmid deve ser como o seu rabino. Daí, extrai-se o entendimento de
que a palavra “talmid” era entendida não só como alguém que recebe ensinamentos, mas também
como aquele que busca ser igual ao ser rabino (professor). Logo, talmid é aquele que deseja ser
igual àquele que o ensina.
Cadeira de Moshe
No dia seguinte, Moisés tomou o assento de juiz. Ficou ali ouvindo e resolvendo os problemas e
queixas do povo, desde cedo até o pôr do sol. (Shemot 18:13)
Cadeira (do grego kathedra) de Mosheh. O Midrash Rabbah diz:
"Eles fizeram para ele [Moisés] uma katedra igual a dos advogados, na qual alguém senta e ainda
assim parece estar de pé" (Êxodo Rabbah 43:4).
Pesikta diRav Kahana 1:7 menciona a cadeira de Moisés, e os editores da edição em inglês
comentam:
O lugar particular na sinagoga onde os líderes costumavam sentar era conhecido metaforicamente
como a cadeira de Moisés ou como o trono da Torá, simbolizando a sucessão de mestres da Torá
ao longo das eras (William G. Braude e Israel J. Kapstein, Pesikta diRav Kahana, Filadélfia:
Jewish Publication Society of America, 1975, p. 17).
Uma "Cadeira de Moisés" do século III E.C. de Korazin (11:21) está em exposição no Museu de
Israel em Jerusalém; uma fotografia e uma descrição podem ser encontradas no Biblical
Archeological Review [Pesquisa bíblica arqueológica] (1987), pp. 32-35. De acordo com a revista
acadêmica da Universidade Hebraica Tarbit I, p. 145, elas também podem ser encontradas em
Hamot, Tiberias e Delos (Grécia).
Os mestres da Torá e os p'rushim se assentam na cadeira de Mosheh
Exercitando o poder de "os sacerdotes levitas, e ao juiz que houver naqueles dias" (Deuteronômio
17:8-13), oficialmente interpretando a Torá. Existem aqueles que compreendem este versículo
como se, de acordo com Yeshua, a Torá Oral, como ocorre no judaísmo ortodoxo, estivesse ligada
aos judeus messiânicos nos dias de hoje. Não acredito nisto, porque creio que Yeshua já tinha
iniciado um processo de transferir a autoridade haláquica dos kohanim, juízes e rabinos para os
emissários e últimos líderes da Comunidade Messiânica.
Compare com as observações do rabino ortodoxo moderno H. Loewe:
O rabino Me'ir costumava dizer: "Se eu governo para outros de forma preguiçosa, para mim eu
decido com estringência". O rabino Huna descreve os fariscus que, liberais para consigo mesmos,
ensinavam para os outros a obedecer as regras mais rígidas. (C. G. Montefiore e Loewe, A
Rabbinic Anthology [Uma antologia rabínica], New York: Shocken Books, 1974, p. Ixxix).
Portanto, tudo o que ele [Moshe] vos disser, isso fazei e observai;

Há manuscritos hebraicos que trazem “ele disser” (‫)יאמר‬, referindo-se a Mosheh, e outros que
trazem “eles disserem” (‫)יאמרו‬, referindo-se aos p’rushim. Como podemos ver, a variação é por
conta de uma única letra. Considerando que Yeshua criticou por várias vezes o ensinamento dos
p’rushim, certamente a leitura original faz alusão a Moshe.
Repare, contudo, que Yeshua não os encorajou a descumprirem a Torá. O que acontecia era que
os mestres da Torá e os fariseus aproveitavam do momento do ensino da Torá para também
ensinar “ a tradição oral”, e com isso Yeshua adverte a separar o ensino de mosheh do fermento
dos fariseus. Os Saduceus compartilhavam da mesma opnião de Yeshua nesse sentido de separar
o ensino de Mosheh do fermento dos fariseus.
“... os Ts'dukim (Saduceus) os rejeitam e dizem que nós devemos considerar apenas as
observâncias que são obrigatórias, as quais estão na Palavra escrita, mas não devemos observar
as que se derivam da tradição [takanot] de nossos pais." (Flavio Josefo - Antiguidades 13:10:6)
Mas não façam segundo os “takanot” e “ma'assim” deles
- Mitsvot d'rabanan: Takanot: também conhecidos como "decretos rabínicos". São literalmente, leis
feitas por rabinos.

- Ma'assei haTorá: Literalmente "obras da lei". Termo que se refere a costumes e hábitos de
grandes rabinos que eram usados para justificar os takanot, isto é, para justificar acréscimos à
Torá.
Do ponto de vista bíblico, a “Lei” dos rabinos apresenta o seguinte problema: Afasta as pessoas
da real observância da Torá, fazendo-a parecer excessivamente difícil.
"O que eu agora explico é isto, que os P'rushim têm conduzido as pessoas a um grande número
de oservâncias pela sucessão de seus pais, que não estão escritas na Torá de Moshe; e por esta
razão os Ts'dukim os rejeitam e dizem que nós devemos considerar apenas as observâncias que
são obrigatórias, as quais estão na Palavra escrita, mas não devemos observar as que se derivam
da tradição [takanot] de nossos pais." (Flavio Josefo - Antiguidades 13:10:6)
“Vós deixais a mitsvá de Elohim (Toráh de Mosheh), e vos apegais à tradição dos homens. Disse-
lhes ainda: Bem sabeis rejeitar a mitsvá de Elohim, para guardardes a vossa tradição.” (Marcus
7:8)
Yeshua não era contra a tradição oral em si. Ele era contra a tradição oral que frequentemente
anula ou viola e constituía acréscimos à Torá de YHWH. Essas tradições iam lentamente se
desviando do propósito original. Em sendo comentário sobre comentário, exemplo sobre
exemplo, a cada dia se distancia mais ainda da Torá de Moshe.
A expressão “Obras da Lei” é mais antiga do que o próprio Yeshua. Ela já foi utilizada pela
comunidade de Qumran quase dois séculos antes de Yeshua, como atestam os pergaminhos do
Mar Morto descobertos no século passado. Em um dos rolos temos o título “Mikssát Maassêi ha
Torá“, ou “As importantes obras da Lei”. Devido a este nome, esse pergaminho é simplesmente
conhecido como “MMT ou 4QMMT”.
No pergaminho MMT do Mar Morto, são ordenados exclusivamente os mandamentos e
interpretações de mandamentos sem nenhuma ênfase à mudança de atitude ou de um coração
correto diante de Deus. Além disso, são declaradas “halachôt” (dogmas) que humilhavam os
gentios e os afastavam do templo (como o tal ‘muro da separação’ que Paulo se refere em Ef
2:14). A essa “falsa obediência” e aos dogmas que afastavam os gentios do Reino de Deus, Paulo
deu o nome de “OBRAS DA LEI” ou simplesmente “LETRA”.
O termo “obras da lei” (no aramaico “abdeh namusa”). O que a maioria não sabe é este é um
termo rabínico. No hebraico, o equivalente é “ma’asei haTorá”, que são adições à Torá por puro
legalismo. “Obras da lei” não significa “cumprir a Torá.
Porque falam e não praticam. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos
ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
O FARDO DOS FARISEUS ERA A LEI DO ETERNO???
A RESPOSTA DO PRÓPRIO YHWH: “Porque este mandamento, que eu hoje te ordeno, não
te é difícil demais, nem tampouco está longe de ti. Não está no céu para dizeres: Quem subirá
por nós ao céu, e no-lo trará, e no-lo fará ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar,
para dizeres: Quem passará por nós além do mar, e no-lo trará, e no-lo fará ouvir, para que o
cumpramos? Mas a palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires.
(Dt 30:11-14)
Porque nisto consiste o amor a Elohim: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus
mandamentos não são pesados. (1Jo 5:3)
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria
aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do
SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;
os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que
ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa. (Sl 19:7-
11)
A “TORÁ DE YHWH” APROXIMA DO ETERNO. AS LEIS RABÍNICAS AFASTAM:
“Mas ai de vós, professores da Torá e p'rushim que são hipócritas! Porque fechais aos homens
o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.“ (Mateus 23:13)
Nos textos originais, fica bem evidente que Yeshua e Paulo fala de dois tipos de Leis. Uma santa,
e que conduz ao Messias, e outra que afasta do Eterno. Pense no contexto que acabamos de ver:
Qual a Lei santa e qual a Lei que afasta do Eterno?
O JUGO (FARDO) DOS RABINOS.
Vamos agora entender um pouco mais sobre os tais JUGOS, para que nós entendendo, não
caiamos em qualquer laço, ou ensinos que nos tragam peso, pois YESHUA nos disse: ‘ O meu
JUGO é SUAVE e o meu FARDO é LEVE’.
O rabino é essencialmente um intérprete da Lei de Moisés, ele é responsável por responder a
seguinte pergunta: “COMO COLOCAR A LEI EM PRÁTICA? É importante saber que a
espiritualidade judaica é de ação, por isso eles interpretam a lei para tentar discernir quais ações
um seguidor da Lei deve realizar, e quais devem evitar.
Quando o rabino interpreta a Lei, ele está preocupado em PERMITIR e PROIBIR, isto é, dizer o
que pode e o que não pode. Eles dedicam suas vidas essencialmente a discutir o horizonte de
possibilidades, de práticas da lei para a vida dos seguidores.
O rabino tem diferentes regras, isto é: cada um tem suas listas de proibições e permissões, que
registra a interpretação que o rabino tem da Lei, sua compreensão de como se deve viver A TORÁ.
Esta lista é chamada de O JUGO DO RABINO.
É neste contexto que entendemos as expressões de YESHUA:
Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei
descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração,
e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.
" (Mt. 11:28-30).
Mt.23;1-4....ELES ATAM FARDOS PESADOS (JUGOS).
Yeshua estava contrapondo a sua interpretação da lei (JULGO) que era segundo a Ruach
Hakodesh (Espírito Santo), da interpretação dos fariseus que era extremamente legalista.
A atitude de Yeshua para com a “Lei de Elohim”
“Mas ele respondeu: Antes benditos os que ouvem a palavra de Elohim, e a observam.” (Lucas
11:28)
A advertência de Yeshua: “Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim,
vós que praticais a violação da Torá.“ (Mateus 7:23)
APESAR DE ALGUMAS TRADUÇÕES TRAZEREM “INIQUIDADE”, TANTO O GREGO
“ANOMIA” QUANTO O ARAMAICO “EOLA” SIGNIFICAM LITERALMENTE
“VIOLAÇÃO DA LEI.
O QUE DIZEM AS ESCRITURAS SOBRE A TORÁ DE ELOHIM?
A Torá é Eterna. Não será abolida, revogada ou deixará de ser vigente
- Deuteronômio 5:29; Deuteronômio 12:28; Josué 1:7-8
Elohim rejeita até as orações de quem rejeita a Sua Torá
– Provérbios 28:9
Ignorar a Torá é desprezar ao Eterno
- Neemias 1:7; Isaias 5:24;
Quem ignora a Torá sai de debaixo da proteção do Eterno
- Isaias 42:24
Devemos não só ouvir, mas também obedecer a Torá do Eterno
- Êxodo 24:7 + Lucas 11:29
2A Torá nos mantém afastados de caminhos enganosos
- Salmos 119:29
O entendimento dado pelo Eterno é para nos levar à obediência da Torá
- Salmos 119:34, 72
A Torá é mais preciosa do que fortunas
- Salmos 119:72
Devemos meditar na Torá dia e noite
- Deuteronômio 6:7; Salmos 119:97
A Torá traz sabedoria
- Salmos 119:98
Aqueles que se distanciam da Torá seguem seus próprios desejos carnais
- Salmos 119:150
Amar a Torá traz paz e nos ajuda a não tropeçarmos
- Salmos 119:165
A Torá é Pura
- Salmos 19:8
A Torá é santa, justa e boa
- Romanos 7:12
A Torá é perfeita
- Salmos 19:7; Romanos 12:2
A Torá é a Verdade
- Salmos 119:142
A Torá não afasta, mas sim leva as pessoas à fé no Messias
- João 5:39 e Gálatas 3:24
A Torá mostra o nosso amor por Elohim
- 1 João 5:3
Benditos os que cumprem a Torá
- Salmos 119:1; Mateus 5:19; 1 João 3:22, 24; Apocalipse 22:14(original)
Devemos lembrar da Torá
- Malaquias 4:4
A Torá é confirmada/estabelecida pela fé
– Romanos 3:31

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