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Yom Teruá e o retorno do Mashiach

YOM TERUÁ E O RETORNO DO MASHIACH

Por Tsadok Ben Derech

Aqueles que são casados sabem que é “pecado


mortal” esquecer-se do dia do aniversário da
esposa, ou do dia do aniversário de casamento. Se
o marido ama sua mulher, não poderia deixar de
honrá-la em dias especiais. Da mesma forma, os
profetas falaram de um casamento entre o
ETERNO e seu povo, e isto gera o dever de
fidelidade para com YHWH nos tempos apontados
para celebrações festivas. Tal como nos
relacionamentos humanos, não podemos esquecer
as datas especiais fixadas por YHWH, sob pena de
o nosso casamento espiritual entrar em crise.

As festas bíblicas são momentos em que paramos


as atividades seculares e entregamo-nos
totalmente Àquele que nos ama. É por tal motivo
que o feriado bíblico é chamado de “Iom Tov” (Dia
Bom). De fato, é bom entrar na presença do
ETERNO para celebrar sua graça e sua fidelidade.
Iom Tov é tempo de reflexão, de balanço da nossa
jornada espiritual.

Aproxima-se a festa bíblica denominada “Yom


Teruá”, conhecida por muitos como o dia do
toque do shofar (ou “festa das trombetas”, nas
traduções para a Língua Portuguesa). No
Judaísmo, Yom Teruá é o Rosh HaShaná
(“cabeça do ano”), isto é, o Dia do Ano Novo.
A primeira dúvida que vem à mente de muitos é:
se Yom Teruá é comemorado no primeiro dia do
sétimo mês (Vayikrá/Levítico 23:24), como poderá
ser considerado o Ano Novo (= Rosh HaShaná)?
Que história é esta de Ano Novo no sétimo mês?
Não deveria o Ano Novo ser no primeiro mês?

Por mais que isto possa parecer estranho às


mentalidades ocidentais, as Escrituras apontam
dois períodos distintos que marcam a virada do
ano dentro do mesmo ano (“dois anos novos”).

Em primeiro lugar e por razões óbvias, o primeiro


dia do primeiro mês marca um novo ano, que
inicia o calendário religioso com vistas à
celebração da festa de pesach (páscoa):

“E falou YHWH a Moshé [Moisés] e a


Aharon [Arão] na terra do Egito,
dizendo:

Este mesmo mês vos será o princípio


dos meses; este vos será o primeiro
dos meses do ano” (Shemot/Êxodo
12:1-2).

Todavia, há outra virada do ano no sétimo mês:

“Também guardarás a festa de


shavuot [das semanas], que é a festa
das primícias da sega do trigo, e a
festa da colheita na virada do ano”
(Shemot/Êxodo 34:22, mediante
tradução direta do hebraico).
No texto acima, há a menção de duas festas: 1)
festa de shavuot (festa das semanas); 2) festa da
colheita na virada do ano = festa de sukot
(cabanas/versões em português: “tabernáculos”).

Ou seja, à luz do texto bíblico citado, a festa de


sukot (cabanas) ocorre no período da virada do
ano, donde se conclui que existe um “ano
novo” no sétimo mês, mês de comemoração de
sukot (Vayikrá/Levítico 23:33). Então, este ano
novo deve recair necessariamente no primeiro dia
do sétimo mês, já que, logicamente, em qualquer
calendário o ano novo se inicia no dia primeiro do
mês. E qual é a festa que recai no primeiro dia do
sétimo mês?

É Yom Teruá (Vayikrá/Levítico 23:24). Logo, Yom


Teruá é Rosh HaShaná (Ano Novo).

A festa assim está disposta na Torá:

‫וידבר יהוה אל מׂשה לאמר‬

‫דבר אל בני ישראל לאמר בחדש הׂשביעי באחד לחדש יהיה לכם שבתון‬

‫זכרון תרועה מקרא קדש‬

‫כל מלאכת עבדה לא תעׁשו והקרבתם אׂשה ליהוה‬

Nossa tradução:

“E falou YHWH a Moshé [Moisés],


dizendo:

Fala aos filhos de Yisra’el, dizendo: No


sétimo mês, ao primeiro do mês,
tereis descanso, memorial com teruá
[‫]תרועה‬, santa convocação.

Nenhum trabalho servil fareis, mas


oferecereis oferta queimada a YHWH”
(Vayikrá/Levítico 23:23-25).

E o que significa teruá?

Compulsando as Escrituras em hebraico, verifica-


se que teruá possui as seguintes acepções:

1) Grito, como por exemplo: a) o grito do povo


quando ouviu o toque dos shofarot (“trombetas”),
e as muralhas de Yericho (Jericó) desmoronaram
(Yehoshua/Josué 6:5,20); b) grito de alarme
(Yirmeyahu/Jeremias 20:16; Yechezk’el/Ezequiel
21:27; versões cristãs: Ez 21:22);

2) Alarme para a guerra, que se emite pelo


som do shofar (“trombeta”)
(Yirmeyahu/Jeremias 4:19; 49:2);

3) O toque do shofar no dia de YHWH,


reputado como o dia do Juízo
(Tz’fanyah/Sofonias 1:14-16);

4) Grito de louvor ao ETERNO ao som do


shofar (Tehilim/Salmos 47:6-7; versões cristãs:
Sl 47:5-6);

5) Grito de regozijo, em um momento de


aclamação ao ETERNO (Sh’mu’el Álef/1º Samuel
4:5-6; Iyov/Jó 8:21);

6) Grito em meio aos cânticos, louvores e


ações de graça ao ETERNO (Ezra/Esdras 3:11);
Então, apesar de a palavra “teruá” não se referir,
exclusivamente, ao toque do shofar, este é parte
integrante das acepções do referido vocábulo
hebraico.

Ante todos os dados bíblicos expostos, conclui-se


que Yom Teruá (Rosh HaShaná) é uma festa
que tem por finalidade levar o povo a
literalmente bradar a YHWH:

1) por meio de cânticos e louvores (trata-se


de uma festa tipicamente musical);

2) enchendo-se de júbilo e regozijo;

3) dando graças, porque YHWH é bom, e a


sua graça dura para sempre;

4) tocando o shofar, para declarar a vitória


do povo de Elohim;

5) tocando o shofar, para anunciar o dia de


YHWH, que é o dia do Juízo sobre toda a
humanidade.

Estes são ingredientes fundamentais da festa, e


todos eles apontam irremediavelmente para a
aliança com Yeshua HaMashiach. Senão vejamos.

Yom Teruá é uma festa de muitos cânticos alegres


e louvores a YHWH. Ora, existe uma antiga
música israelita extraída de Tehilim/Salmos
118:26, que diz: “Bendito é o que vem em nome
de YHWH”. Esta música foi usada para aclamar a
entrada de Yeshua HaMashiach em Yerushalayim
(Jerusalém), conforme retrata Matityahu/Mateus
21:9. E é esta mesma canção que será entoada
quando Yeshua retornar:

“Pois eu [Yeshua] lhes digo que não


me verão mais, até que digam:
Bendito é o que vem em nome de
YHWH” (Matityahu/Mateus 23:39).

No contexto da citada passagem, Yeshua lamenta


a incredulidade de seu povo, porém, o Mashiach
afirma que os habitantes de Yerushalayim
(Jerusalém) iriam revê-lo quando reconhecessem
que Ele vem em nome de YHWH. Ou seja, a
condição para o retorno de Yeshua é o
arrependimento do povo de Yisra’el,
reconhecendo-o como Mashiach. E este
arrependimento coletivo irá ocorrer com toda a
certeza, a fim de se cumprir a profecia do rabino
Sha’ul (Paulo): “todo o Yisra’el será salvo”
(Ruhomayah/Romanos 11:26).

O arrependimento de Yisra’el, como pressuposto


para a vinda do Mashiach, também é descrito no
Talmud. Lecionam os rabinos que para trazer o
Mashiach o povo de Yisra’el precisa se arrepender
(Sanhedrin 96b).

No mesmo sentido, Rambam giza:

“O povo judeu será redimido somente


pelo arrependimento, e a Torá já
prometeu que [os judeus] se
arrependerão ao final da galut [exílio]
e serão redimidos imediatamente”
(Hilchot Teshuvá 7:5).
Mesmo que o Talmud não seja a palavra inspirada
do ETERNO, vale citar a constante ideia de
arrependimento como pré-requisito para a vinda
do Mashiach:

“Todas as datas predestinadas para a


Redenção já passaram, e o assunto
agora depende apenas do
arrependimento” (Sanhedrin 97b).

Quando os filhos de Yisra’el se arrependerem e


retornarem aos braços do ETERNO de forma
espiritual e verdadeira, o Mashiach lhes será
revelado:

“Além disso, a mente deles [filhos de


Yisra’el] era semelhante à pedra, pois
até o dia de hoje o mesmo véu
permanece sobre eles enquanto leem
a Aliança; não lhes foi esclarecido,
pois apenas pelo Messias o véu é
removido. Até hoje, sempre que
Moshé [Moisés] é lido, o véu
permanece sobre o coração deles. ‘No
entanto’, diz a Torá, ‘sempre que
alguém se volta para YHWH, o véu é
removido’” (Curintayah Beit/2ª
Coríntios 3:14-16).

No texto acima, Sha’ul (Paulo) afirma que existe


um véu cobrindo a cabeça dos israelitas, o que
lhes impede de enxergar a verdade quando leem
as Escrituras do Tanach (“Antigo Testamento”).
Somente Yeshua HaMashiach pode remover este
véu, quando a pessoa se volta para o ETERNO. Em
outras palavras, quando Yisra’el se arrepender de
seus pecados e passar a cumprir a Torá com
pureza no coração, o véu será removido pelo
Mashiach e Yisra’el enxergará a verdade: “Yeshua
é YHWH”! (Fp 2:11, conforme tradução do
aramaico).

Destarte, devemos aproveitar a festa de Yom


Teruá para clamarmos ao ETERNO para que o
nosso povo reconheça Yeshua como Mashiach e
YHWH sobre todos.

Dissemos acima que, de acordo com o Tanach


(Primeiras Escrituras), o vocábulo “teruá” significa
altos gritos de louvor e regozijo. Interessante
observar que o casamento de Yeshua com sua
noiva é marcado com um altíssimo som de uma
grande multidão, como o estrondo de muitas
águas e fortes trovões, em meio a expressões de
louvor (Guilyana/Apocalipse 19:6-8). Ou seja,
existe “teruá” nas bodas do Cordeiro, o
maravilhoso dia do casamento de Yeshua com sua
noiva, que é o povo de Yisra’el (sobre Yisra’el, a
noiva de YHWH, leia todo o contexto de Is 49:18,
62:5 e Jr 2:2,32 e 33:11; Jr 31:30-33, nas
versões cristãs: Jr 31:31-34).

Foi dissertado que Yom Teruá é o dia do toque do


shofar e da vitória do povo de Elohim sobre seus
inimigos. Tal vitória relaciona-se ainda com o Dia
de YHWH, ou seja, o Dia do Julgamento, ocasião
em que soará o som do shofar:

“O grande dia de YHWH está perto,


sim, está perto, e se apressa muito;
amarga é a voz do dia de YHWH;
clamará ali o poderoso.

Aquele dia será um dia de indignação,


dia de tribulação e de angústia, dia de
alvoroço e de assolação, dia de trevas
e de escuridão, dia de nuvens e de
densas trevas,

Dia do toque do shofar [‘Dia de


trombeta’] e de alarido contra as
cidades fortificadas e contra as torres
altas.” (Ts’faniyah/Sofonias 1:14-16).

Ora, se o toque do shofar anuncia o dia da vinda


de YHWH, para os netsarim (nazarenos) tal festa é
de extrema relevância, porquanto Yeshua
HaMashiach voltará ao som do shofar, isto é,
o dia de YHWH é o dia do retorno de Yeshua:

“Porque, se cremos que Yeshua


morreu e ressuscitou, assim também
aos que dormem em Yeshua, Elohim
os tornará a trazer com ele.

Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do


Senhor: que nós, os que ficarmos
vivos para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá


do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com o shofar [‘a
trombeta’] de Elohim; e os que
morreram no Mashiach [Messias]
ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros


com estas palavras” (Tessalonissayah
Álef/1ª Tessalonicenses 4:14-18).

Percebam: Yeshua HaMashiach voltará ao som do


shofar. Ou seja, Yom Teruá, dia de toque do
shofar, é muito provavelmente o dia do retorno de
Yeshua. Então, celebrar Yom Teruá (Rosh
HaShaná) significa festejar o retorno do
Mashiach!!!

De acordo com o Talmud Bavli, m.Rosh


HaShaná 16b, o Dia do Juízo será em Rosh
HaShaná, ocasião em que serão abertos livros,
inclusive o Livro da Vida e o Livro da Morte. A
passagem talmúdica em apreço também registra
que haverá a ressurreição dos mortos ao som do
shofar, que é justamente o que diz o texto
transcrito de Tessalonissayah Álef/1ª
Tessalonicenses 4:14-18.

Se esta tradição for verdadeira, a volta de Yeshua


realmente coincidirá com Rosh HaShaná (Yom
Teruá), ocasião em que se tocará o shofar.

Confira o pensamento do Judaísmo Normativo:

“Quando o Messias estiver para


chegar e a história da humanidade for
transformada por novos tempos de
paz universal, o toque do shofar será
ouvido no mundo inteiro” (O Mais
Completo Guia sobre o Judaísmo,
Rabino Benjamin Blech, ed.Sêfer,
página 162).

“A Tekiá Guedolá – o último toque


longo do shofar – soa como uma nota
mais alegre e lembra o grande dia,
quando o grande shofar será
tocado para reunir do exílio todo o
povo de Israel, com a chegada de
Mashiach” (Chabad, disponível no
sítio:
http://www.chabad.org.br/datas/rosh/
indexEd.html)

Mister perquirir a simbologia do shofar. Eis alguns


apontamentos da tradição judaica, aplicando-a ao
Mashiach:

1) quando o povo de Yisra’el vagou pelo deserto,


tocava-se o shofar para que todos marchassem,
seguindo na direção correta. Em Rosh HaShaná
(Ano Novo), o som do shofar deve renovar nossa
jornada espiritual, na prática da Torá e no
testemunho de Yeshua HaMashiach, que é a
própria Torá Viva;

2) o shofar era usado para convocação à guerra.


Atualmente, ao tocarmos o shofar em Yom Teruá,
devemos nos recordar de nossa luta contra as
inclinações para o mal, bem como da guerra
espiritual que travamos contra HaSatan (Satanás)
e seus shedim (demônios) (Efessayah/Efésios 6);
3) nos períodos da monarquia, usava-se o shofar
para anunciar a proclamação de um novo rei. Em
Rosh HaShaná, o Judaísmo Tradicional rememora
seu relacionamento com o reinado de Deus.
Quando se entoa o shofar, nós nestsarim
(nazarenos) reconhecemos Yeshua como Rei dos
reis (Ap 19:16), pois o Mashiach é YHWH (Fl 2:11,
em aramaico);

4) Outra ponto interessante do shofar refere-se ao


episódio de Bereshit/Gênesis 22, em que Avraham
(Abraão) leva seu filho Yits’chak (Isaque) para ser
sacrificado. Quando Avraham estava prestes a
imolar seu primogênito, YHWH impediu o
homicídio, e proveu um carneiro para ser
sacrificado no lugar de Yits’chak (Isaque). É do
chifre do carneiro que se faz o shofar, e o
Judaísmo Tradicional recorda-se da citada história
envolvendo os patriarcas, quando o shofar é
tocado. Para os netsarim (nazarenos), o shofar
não nos remete ao carneiro de Bereshit/Gênesis
22, mas sim a Yeshua HaMashiach, o Cordeiro de
Elohim, que tira o pecado do mundo
(Yochanan/João 1:29). Tal como o carneiro foi
imolado no lugar do patriarca Yits’chak/Isaque, o
Mashiach morreu em nosso lugar (Yochanan/João
3:16 e Ivrim/Hebreus 9:12-14).

No retorno de Yeshua como Rei e Juiz, haverá um


dia de julgamento para a humanidade
(Matityahu/Mateus 25:31-46 e
Guilyana/Apocalipse 20:11-15). De acordo com a
tradição judaica, Rosh HaShaná, que recai em
Yom Teruá, é o Dia do Julgamento:

“Rosh HaShaná comemora o dia em


que Deus criou Adão e Eva – ou o
aniversário do mundo desde que os
seres humanos se conhecem por
gente. Dia perfeito para, todos os
anos, Deus julgar o mundo e todas as
pessoas que moram nele. Por isso,
Rosh HaShaná tem também um outro
nome – Iom Hadín, o ‘Dia do
Julgamento’.

No zodíaco, o signo que


invariavelmente corresponde a Rosh
Hashaná é a Libra, a balança. Pode-se
dizer que este signo simboliza o
significado desse período no calendário
judaico. Os rabinos do Talmud
afirmam que Deus usa Sua balança
com o objetivo de pesar as ações de
cada indivíduo. Em um prato, Ele
coloca as boas ações de uma pessoa,
suas mitsvót; no outro, coloca os
pecados. O lado para o qual a balança
pende determina o nosso destino para
o ano que se inicia (...).

A tradição dá ainda um passo além


nesta metáfora: algumas pessoas
terão uma tal abundância de boas
ações que serão inscritas
imediatamente no Livro Divino da Vida
e das Bênçãos. São os justos, que não
têm com o que se preocupar. Por
outro lado, há aqueles
irremediavelmente perversos, para os
quais a balança não somente pende,
mas despenca para o lado do mal.
Estes também têm o destino selado no
dia de Rosh Hashaná: são inscritos no
Livro da Morte e da Maldição” (Ob.Cit.,
páginas 158 e 159).

Discordamos dos seguintes pontos do texto


supra: 1) tentativa de explicação das Escrituras
por meio de signos do Zodíaco; 2) atribuição de
um destino irreversível, porquanto a Bíblia prevê o
livre arbítrio humano, cujo corolário é a
capacidade de mudança de vida, obtendo-se o
perdão do ETERNO. Excetuando-se estes erros, a
transcrição acima possui pontos de contato com os
Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos/“Novo
Testamento”), a saber:

1) Rosh HaShaná (Yom Teruá) se caracteriza


como o Dia do Julgamento, e é bastante provável
que este dia seja o do retorno de Yeshua, que se
manifestará ao som do shofar, habitualmente
tocado na citada festa (Tessalonissayah Álef/1ª
Tessalonicenses 4:14-18);

2) os seres humanos serão julgados por suas


ações. Yeshua também pesará as obras das
pessoas (Matityahu/Mateus 25:31-46;
Ya’akov/Tiago 2:17);

3) a tradição judaica fala do Livro da Vida e da


condenação daqueles que nele não estão inscritos.
Semelhante narrativa se encontra em
Guilyana/Apocalipse 20:11-15.

Constata-se que o pano de fundo da tradição


judaica é exatamente igual ao dos Ketuvim
Netsarim (Escritos Nazarenos/“Novo
Testamento”). Isto é, Rosh HaShaná é o Dia do
Julgamento da humanidade, ocasião em que será
tocado o shofar e os Livros da Vida e da Morte
serão abertos, havendo a ressurreição dos mortos
(Talmud Bavli, m.Rosh HaShaná 16b).

Não obstante, existe uma diferença


fundamental: os netsarim (nazarenos)
destacaram que Yeshua HaMashiach é o único
caminho para a vida eterna (Jo 3:16-21 e 36,
10:27-28, 11:25-26, 14:6-7, 15:5-6, 23-25,
18:37; Mt 10:32-33; Lc 12:8-9; II Co 3:14-16; I
Jo 2:23). Assim, se alguém segue
verdadeiramente Yeshua, terá uma existência
marcada pela abstenção de violações à Torá (1ª Jo
3:3-10), recebendo a salvação pela graça do
ETERNO (Ef 2:8-10). Por outro lado, aqueles que
rejeitam Yeshua estarão sujeitos à ira de Elohim
(Yochanan/João 3:36).

CONCLUSÃO

À luz de todos os argumentos bosquejados, infere-


se que há grandes chances de que Yeshua
HaMashiach retorne em Yom Teruá, iniciando um
Ano Novo (Rosh HaShaná) inesquecível na vida de
seus discípulos.

Não se tendo certeza de quando isto irá acontecer,


cabe-nos celebrar com intensa alegria a festa,
ansiando por sua vinda com ardente expectativa.
Toquemos o shofar com júbilo e regozijo,
deleitando-nos nas promessas de YHWH.

Como noiva, aprontemo-nos, pois o nosso amado


vem.
Que esta canção embale os nossos corações:

‫אֲ נִי מַאֲ מִין בֶּאֱ מּונָה ׁשְׁ ֵלמָה ְׁבבִיַאת ַהמָׁשִ י ַח‬

‫אֲ נִי מַאֲ מִין‬

‫וְַׁאף עַל פִי ׁשֶּ יִתְׁ ַמ ְׁה ֵמ ַה‬

‫ׁשֶּ יָבֹוא עִם כָל זֶּה אֲ ַחכֶּה ּלֹו ְׁבכָל יֹום‬

Ani ma’amin

be’emuná sh’lemá

b’viat haMashiach!

ani ma’amin!

veaf al pi she’itmah’meha im kol-ze


achake-lo

b’chol yom sheyavô

Eu creio com perfeita fé na vinda


do Messias

E embora ele possa tardar,


esperarei por Ele,

por sua vinda a cada dia.

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