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Isso não significa que o Juízo escatológico tenha acabado 10 dias após a
visão dada a João. Nada disso! Ali, na Ilha de Patmos, no Dia das Trombetas
daquele ano, foi inaugurado o início do período do Juízo escatológico. Por esse
motivo, o Apocalipse nos mostra a existência de SETE TROMBETAS que anunciam
a aproximação inexorável do DIA DO JUÍZO FINAL.
"Yom kipur, o Dia das Expiações, dez dias depois [do yom Teruá],
constitui o grande sabá do ano - um jejum austero que prefigura o Juízo de
Deus." (in Os Homens da Bíblia, Editora Schwarcz Ltda., RJ, 1990, p. 128).
Ora, todos cremos que Zacarias foi inspirado por Deus ao escrever seu
livro. Portanto, Zacarias está expressando a Vontade de Deus no sentido de que
nós gentios façamos como Israel e também celebremos a Festa dos Taberná-
culos em nossas congregações. A interpretação teológica, acima, está plena-
mente afinada com o fato de que antes do 2º Advento é essencial ocorrer a res-
tauração de todas as coisas (Atos 3:20-21). Paulo explica isso melhor em Rom. 11:
11-29. Esse plano está sendo sabotado pelo inimigo de Cristo, que leva os crentes a
imaginar que "tudo foi abolido na cruz", para contradizer a afirmação do próprio Je-
sus quando declarou:
"Não penseis que Eu vim abolir a Torá, não vim para abolir, mas para
cumprir. Em verdade vos digo que não passará um "i" ou um "til" da Torá até que
tudo se cumpra" . - Mat. 5:17-19.
"Os sete dias dessa festa eram chamados a Festa dos Tabernáculos.
Nesse período, os filhos de Israel habitavam em tendas e se regozijavam com
folhas de palmeiras nas mãos. A isso alude a grande multidão (...) com palmas
nas mãos (Apo. 7:9) e que aparece depois de selados os 144 mil..." (op. cit., pág.
218).
E ainda:
E mais:
a vitória final de Cristo e dos salvos, ao mesmo tempo que celebram a realeza de
YHWH.
“Nunca foi pretendido que a relação de Israel com Deus fosse uma
questão privada entre eles e Deus. Israel foi chamado para morar naquele mundo
maior de tal modo que as pessoas fora da comunidade da fé pudessem ver como a
comunidade [de Deus] vivia sua vida transformada, e ver naquele estilo de vida o
caráter do Deus para o qual Israel estava respondendo. A Torá vivida como uma
resposta à Graça Divina era o testemunho de Israel para o mundo de um Deus que
estava disposto a entrar em relacionamento pessoal com os seres humanos.
“Então, o legislar de Israel era de um tipo diferente do que simplesmente
fazer leis. O fazer leis de Israel era uma aplicação dinâmica da Torá numa comuni-
dade de fé viva que responde a um Deus Vivo... A Torá de YHWH era o fundamento
do fazer lei, uma manifestação de Sua Graça; a Torá era a resposta de Israel
àquela Graça.
...
“A comunidade tinha que ensinar a Torá; quer dizer tinha que ensinar às
pessoas, especialmente às crianças, a história da formação da comunidade
por um Deus amoroso, para prover princípios e valores...
...
“Um coração voltado para Deus vai procurar aprender Torá como a
influência orientadora de Deus, a Luz de Deus brilhará no caminho da vida, e a voz
de Deus será ouvida...” (Dennis Bratcher, in Torá como Santificação: A “Lei” do
Velho Testamento como Resposta à Graça Divina, Um Estudo Apresentado à
Trigésima Reunião Anual da Sociedade Teológica Wesleyana, Dayton, Ohio, 5 de
novembro de 1994).
Com essas duas citações, nos foi possível perceber a relação direta que
existe entre a Aliança e a Torá (Rom. 1:5 e 16:26). Precisamos, agora, encontrar na
Bíblia o fundamento para crer que a Aliança não seria revogada ou abolida:
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“As obras das Suas mãos são verdade e juízo; fiéis todos os seus precei-
tos. Permanecem firmes para todo o sempre; instituídos em verdade e retidão. En-
viou ao Seu povo a Redenção; estabeleceu para sempre a Sua Aliança; santo e
tremendo é o Seu Nome. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom enten-
dimento têm todos os que lhe obedecem...” – Sal. 111:7-10.
Neste texto bíblico Deus faz uma ligação teológica entre a Redenção, a
Aliança, os mandamentos (preceitos) e a obediência. Quais são os mandamentos a
que se refere o Salmo 111? Com certeza não são apenas os Dez Mandamentos,
porque a Aliança produziu um contrato, a Torá, e a Torá não contém apenas Dez
Mandamentos. Certamente estão incluídos aí os mandamentos de Deus para serem
observadas as Festas Anuais, porque a Redenção passada ocorreu pela libertação
de Israel do cativeiro do Egito na Páscoa. A Redenção presente, que é a libertação
do cativeiro sob o pecado foi trazida a nós por Cristo na Páscoa. Porém, a
Redenção futura, conforme o Apocalipse, ocorrerá em cumprimento dos tipos
proféticos das Festas do Outono porque são elas que apontam para o 2ª ADVENTO.
Se a Redenção passada foi a libertação do cativeiro físico e a Redenção presente é
a libertação do cativeiro espiritual ao pecado, então o que é a Redenção futura? A
Redenção futura é a libertação do cativeiro da morte, quando, então, todos
receberemos a Vida Eterna por ocasião do 2º Avento do Messias Jesus (1ª Cor.
15:26 e 50-54).
“Porque Eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.” – Mal. 3:6.
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudança.” - Tia.1:17.
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Aos poucos, alguns teólogos corajosos estão afirmando que Jesus não
extinguiu a Aliança de Deus com Seu povo, para fazer algo novo ou diferente. Não!
Jesus não veio abolir, porque Ele veio para cumprir e para dar maior luz sobre a
Aliança para que Seu povo não pereça por falta de conhecimento.
Nosso Sumo Sacerdote e Mediador Jesus Cristo não pode mentir. Então,
Ele não dará uma sentença favorável de participantes da Aliança para aqueles
que odeiam a Torá e não querem obedecer a todos os preceitos que Jesus não
aboliu na Cruz do Calvário. Isso porque a obediência é requerida por Deus como
sendo nossa resposta a Ele por Se haver revelado a nós e por nos haver concedido
Sua Graça e tão Grandiosa Redenção (Rom. 1:5 e 16:26).
“Quando o Senhor organizou a Israel como nação, no Sinai, Ele não so-
mente lhes entregou o Sábado, mas proveu também vários dias religiosos no siste-
ma cerimonial para manter bem vívidos na memória deles os Seus atos salvífi-
cos na história passada desse povo. Ao mesmo tempo, esses ritos prefigurariam a
salvação definitiva por meio do Messias vindouro.” – Levítico e Vida, 1989, pág. 82.
“No Dia da Expiação, o povo devia afligir sua alma. Na Festa dos
Tabernáculos, devia regozijar-se. Era a ocasião mais feliz do ano... Neste sentido,
representava profeticamente o momento quando se realizará a grande colheita
do Povo de Deus...” – Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, Tomo I, pág.
820.
“Bom seria que o Povo de Deus na atualidade tivesse uma Festa dos
Tabernáculos – uma jubilosa comemoração das bênçãos de Deus a eles. Assim
como os filhos de Israel celebravam o livramento que Deus operara a seus pais, e
sua miraculosa preservação por parte dEle durante suas jornadas depois de saírem
do Egito, devemos nós com gratidão recordar-nos dos vários meios que Ele
ideou para nos tirar do mundo, e das trevas do erro, para a preciosa Luz de Sua
Graça e Verdade.” – Patriarcas e Profetas, págs. 540 e 541.
O que está faltando, agora? Agora está faltando coragem para ensinar ao
Povo de Deus que não basta guardar os Dez Mandamentos e o Sábado. Também é
preciso guardar os outros itens da Aliança que não foram abolidos. E esses itens
estão todos registrados na Torá de Deus. Inclusive a necessidade de guardar a
Festas do Senhor de Lev. 23, excetuando-se os sacrifícios de animais, que na
Epístola aos Hebreus é demonstrado terem sido substituídos por um sacrifício mais
perfeito cujo efeito é eterno e suficiente, não necessitando ser repetido diariamente,
como eram os sacrifícios de animais. Aqueles sacrifícios não tinham poder para
purificar do pecado as nossas consciências, enquanto que o perfeito e eficaz Sacri-
fício oferecido por Cristo, sim, tem poder para purificar nossas consciências de todo
o pecado. Amém!
Por quê a TORÁ foi dada a Israel? Para ensinar o Povo de Deus a como
fazer para manter um relacionamento com Ele. Deus havia libertado Seu Povo da
escravidão no Egito unicamente por Sua Graça. O povo não havia feito absoluta-
mente nada para merecer isso. A TORÁ, então, tem a finalidade de ensinar ao povo
como responder de forma jovial e voluntária a essa Graça Maravilhosa. E a obediên-
cia aos preceitos e a fidelidade à Aliança eram as formas de como o povo devia
retribuir em amor ao seu Libertador, e de como manter e sustentar esse relaciona-
mento. E deviam fazer tudo isso sem esculpir nenhuma imagem desse Deus Único.
Quem fez, então, a distinção entre lei e lei? Certamente foram os teólogos
que fizeram essa distinção, unicamente para fins didáticos, porque na Bíblia não
existe essa distinção. Por quê a Bíblia não faz essa distinção? Porque o Novo Testa-
mento não tem a finalidade de abolir a Torá, nem os livros sapienciais (Salmos, Pro-
vérbios, Eclesiastes), nem veio para abolir os livros dos profetas. Na verdade, os
Apóstolos de Cristo são totalmente dependentes do Antigo Testamento para trans-
mitir para nós o ensino de como praticar corretamente a Torá. O próprio Jesus
nunca deixou de usar a Torá e os Salmos e os Profetas em Seus ensinos.
O que havia sido predito por Jeremias (Jer. 31:31-33) era a necessidade
de uma Aliança Renovada. Não era, portanto, uma “outra” Aliança, mas a mesma,
apenas que Renovada em Jesus, o Messias de Israel. Por que renová-la? Porque o
Povo de Deus falhou em cumprir sua parte nos quesitos da Aliança. O povo se
desviou de Deus para a idolatria, a misericórdia foi removida da prática religiosa e
esta tornou-se mera formalidade com rituais que perderam seu verdadeiro signifi-
cado. Ora, quando o povo falhou em cumprir os termos da Aliança foi o mesmo que
rejeitarem a Deus, porque a Aliança é o casamento entre Deus e Seu Povo e a Torá
é contrato desse casamento. Esse casamento desgastou-se devido à infidelidade do
povo, e o relacionamento entre o povo e Deus simplesmente deixou de ser aquilo
para o qual Deus os havia chamado. Contudo, Deus sempre permaneceu, permane-
ce e permanecerá fiel a Sua Aliança. Deus, mesmo prevendo tudo isso, prometeu
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através de Jeremias que Ele traria uma Aliança Renovada para resgatar o relaciona-
mento que se havia deteriorado e perdido. Deus sempre toma a iniciativa, porque o
ser humano nunca compreende os profundos propósitos de Deus, a ponto de im-
pedir que os demais povos e nações conhecessem esse Deus Vivo e Sua intenção
de abençoar e salvar todos os povos.
Essa intenção foi dada por meio dos profetas, mas os sacerdotes e o povo
não conseguiam mais perceber esse santo propósito. Portanto, era necessário um-
dar a forma de relacionamento. Assim como a lua nova é a mesma lua e não outra,
a Aliança Renovada não é outra, mas a mesma, porém, renovada. Então, a mesma
TORÁ permanece e as leis ainda são as mesmas. O que seria novo nessa Aliança
Renovada? A novidade seria a mudança na forma de relacionamento.
Para fins didáticos, diremos que as festas têm várias funções importantes:
a função sacrifical, a função profética, a função memorial, a função espiritual
(relacionamento com o Criador e Mantenedor da vida), a função social (congraça-
mento fraterno entre os membros da Aliança, para fortalecimento mútuo dos laços
de camaradagem), etc. Por ocasião do 1º ADVENTO, a função sacrifical foi cumpri-
da por Cristo de forma perfeita e única, não havendo mais a necessidade de ofe-
rendas infindáveis de animais em holocausto. Essa função foi cumprida definiti-
vamente de uma vez por todas, para todas as festas, para o Sábado e para o sacri-
fício contínuo. O sacrifício de Jesus foi perfeito e suficiente para todos. Leiamos o
seguinte comentário:
E, ainda:
“A lei ritual, com seus sacrifícios e ordenanças, devia ser cumprida pelos
hebreus até que o tipo encontrasse o antítipo, na morte de Cristo, o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo. Então cessariam todas as ofertas sacrificais.
Foi esta a lei que Cristo ‘tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.’ Colossenses
2:14.” (Patriarcas e Profetas, pág. 379).
“Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice anun-
ciais a morte do Senhor, até que Ele venha.” (1ª Cor. 11:26).
“e) Outro nome da festa da Expiação, único dia de jejum prescrito pela
Lei [Torá] (Lev. 16:29-31). Celebrava-se em setembro, perto do equinócio do outono
europeu.” - A Bíblia de Jerusalém. Nova edição, revista, Ed. Paulinas, SP, 1985.
“Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como sois de
fato sem fermento. Pois, também Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado. Por
isso celebremos a festa…”
“Ali deviam eles encontrar-se com delegados das diversas igrejas e com
os que viessem para assistir às festas anuais.” (História da Redenção, pág. 305).
Cego é quem não quer ver. Este comentário reconhece que os crentes da
Igreja Primitiva celebravam as festas anuais de Levíticos 23. A novidade da Aliança
Renovada é que não mais necessitamos sacrificar animais, porque Jesus ofereceu
um sacrifício perfeito e suficiente, nem precisamos ir até Jerusalém para celebrar as
festas, porque não há mais um templo terrestre e, sim, um Santuário Celestial.