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Universidade Estadual de Maringá

Ana Carolina Felizardo da Silva

História da Dança

Apucarana
2020

História da dança
A dança é uma manifestação cultural presente em todos os tempos e povos existentes
na terra, manifestação essa que se da por meio da cultura de cada grupo social
(homem-cultura-sociedade). No texto uma citação refere-se que na antiguidade os
homens batiam os pés e as mãos ritmicamente como uma forma de sobreviver e se
comunicar, a dança é e vai sempre ser uma manifestação atemporal. Alguns autores
como Gonçalves (1997): “pelas danças e rituais, o ser humano expressa alegria,
tristeza e sentimentos místicos e guerreiros”; afirmando que a dança é tão dinâmica
que faz parte desde uma guerra até um casamento por exemplo, se encaixa em todas
situações, podendo se manifestar claramente de uma forma diferente, porém, não
deixando de ser a dança.

A dança teve vários momentos na história, transmitida sempre de geração a geração e


de acordo com a cultura local. Nanni (1995a) destaca que “na Índia a dança segue os
conceitos de energia, sabedoria e arte, nasce de uma raiz divina que produz e
coordena a vida”, reforçando essa ideia de que quando o homem dança ele se apropria
e se afirma como membro daquele local, daquela sociedade em que vive.
Na Grécia antiga a dança teve um grande reconhecimento onde os filósofos da época
como Sócrates, Platão e Pitágoras descreveram os seus valores educacionais e
humanísticos. Já o seu declínio foi com a decadência Grega e o domínio Romano. A
dança passou a ser única e excluisivamente parte dos rituais religiosos, eram
movimentos imitados, repetidos que levou a uma fragmentação da dança, uma divisão
do homem, corpo e alma.
Século IV foi marcado pela ascensão do Crisrianismo no Império Romano, a dança foi
vista como algo pagão, sendo banida da sociedade, a religião proposta só tolerava a
dança quando a proibição se mostrava ineficaz, alguns grupos como dos camponeses
nesse período ainda tinham forte laços com a dança em suas festas.
Século XII é reforçado a ideia de separação corpo para atividades físicas e a mente
para os prazeres da inteligência, uma dissociação entre corpo e a mente. Citação de
um autor chamado Garaudy (1980) “O mundo se tornaria lógico e racional e o futuro
pertenceria a ciência, não havia mais espaços para as fantasias, emoções e
sentimentos. Essa ideia se da por meio da influência religiosa que inibiu a liberdade da
dança.
Já no final do século XIV houve grande revolução na Europa com o Renascimento,
onde será retomado os valores artísticos e científicos da antiguidade, chegava um
período de desenvolvimento cultural muito rico que começou especificamente no norte
da Itália com o balé clássico. Adiante no século XV ainda na Itália, o balé espalhou-se
por toda Europa, saindo assim do controle especialmente e unicamente da Igreja.
Dando um salto na história, entre os séculos XVI e XVII houve uma mudança
radicalmente em relação a visão de mundo, os valores passou a se basear no mundo
como uma máquina, Descartes deu ao pensamento científico a concepção de natureza
como uma máquina perfeita, governada por leis matemáticas exatas. Um pensamento
mecanicista advindo se estabelece nesse período, onde o balé foi mecanizado,
sistematizado por Pierre Beauchamp, ele levou o balé ao academicismo, esse
descorporalização do ser humano teve influência em toda humanidade e se
predominou em diversas culturas.
A dança se tornou algo mecanizado, o ser humano não podia se expressar,
simplesmente reproduzia o padrão da época. Entretanto a oposição disso não foi em
todo o mundo que a dança foi padronizada, os povos orientais seguiram sua
manifestações culturais, o grande problema foi que a Europa tinha influência
hegemonicamente pelo mundo especialmente em países não desenvolvidos
considerados de terceiro mundo, inclusive o Brasil.
Século XIX com a Revolução Industrial o balé se torna como arte de evasão da
realidade, isso se dá com o capitalismo em ascensão e a dança seria algo que fugiria
da terra, como o autor cita “negação da terra”. Era uma forma de fugir dessa relação
social capitalista monótona em que o homem é uma máquina. Desta forma novamente
o balé se tornaria algo “sem raízes nacionais” ou seja não era bem visto .
A dança moderna surge pela rejeição do balé clássico e dos atifícios acadêmico. Essa
dança seria a liberdade expressiva do corpo, poder do corpo se mover de dentro,
autônomo de forças e decisão. A inspiração seria de própria natureza como algo
necessário do fazer, criar e expressar muito mais significante do que o copiar e da
mímica. O autor do texto faz uma citação de Garaudy (1980) “a dança é enfocada
como salvadora do mundo, mas na verdade ele não faz mais que advogar o retorno as
origens”; a dança faz parte da vida do ser humano em toda sua evolução como
expressão do pensamento.
Fontanella faz uma pré ponderação importante onde diz que há uma oposição entre a
dança e a educação, pois a educação visa primeiramente a produção e a dança não
visa essa produção, a educação deveria unificar as coisas como também a dança pode
unir elas, ou seja, a educação é uma transmissão cultural e a dança se insere nesse
meio cultural expressando significados representando a existência humana. A dança
por meio da educação era a forma ideal e vice versa, uma complementa a outra.

Concluindo: A dança passou por diversas modificações ao longo do tempo, mas uma
coisa é fato, ela sempre foi e sempre será uma forma de expressão humana, cultural, a
dança é história. A educação tem essa missão de transmissão cultural e a dança faz
parte disso, a relação da dança com a história da humanidade, aprendizagem, cultura e
educação é inseparável. A dança expressa a existência humana e como vimos cada
época a dança estava relacionada com o contexto em que estavam vivendo, essa
dinamicidade que a torna atemporal e irrecusável em todos os momentos e realidades
do mundo.

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