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10º Ano

PREPARAÇÃO
TEMA II
PARA O EXAME
NACIONAL DE
ASPETOS FUNDAMENTAIS
ECONOMIA DA ATIVIDADE
ECONÓMICA
10º Ano

Tema II – Aspetos Fundamentais da Atividade Económica


2. Necessidades de Consumo
3. A Produção de Bens e Serviços
4. Comércio e Moeda
5. Preços e Mercados
6. Rendimentos e Repartição dos Rendimentos
7. Poupança e Investimento
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2. Necessidades de Consumo
2.1. Necessidades – noção e classificação
2.2. Consumo – noção e classificação
2.3. Padrões de Consumo – diferenças e fatores explicativos
2.4. Evolução da Estrutura de Consumo
2.5. A Sociedade de Consumo
2.6. Consumerismo e Responsabilidade Social dos Consumidores
2.7. A Defesa dos Consumidores em Portugal e na União Europeia
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2.1. Necessidades de Consumo – noção
e classificação

Define-se por atividade económica todo o esforço desenvolvido pelo


Homem, com vista à obtenção os bens que necessita para satisfazer as
suas necessidades e aumentar o seu bem-estar. Para tal é importante
compreender:

▪ Necessidade: estado de carência ou desejo, que ocorre quando somos


privados de um determinado bem ou serviço de que precisamos.

▪ Bens – todos os meios (bens materiais ou serviços) suscetíveis de


satisfazerem as necessidades humanas.
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2.1. Necessidades de Consumo – noção
e classificação

Assim, as necessidades caracterizam-se por:

Saciabilidade Substituibilidade

• As necessidades existem em • As necessidades são


grande número e são infinitas. ordenadas de acordo com a
• A intensidade sentida, • Esta característica prevê a
Sendo que, muitas das vezes, sua intensidade, com que são
relativamente a uma possibilidade de existir um bem
após algum tempo de serem sentidas.
necessidade, vai diminuindo à capaz de satisfazer a mesma
satisfeitas, voltam a aparecer.
medida que esta se vai necessidade, substituído um
satisfazendo. pelo outro.

Multiplicidade Hierarquização
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2.1. Necessidades de Consumo – noção
e classificação

Relativamente à classificação das necessidades elas podem ser divididas


em três grandes grupos:

▪ Quando à sua importância;

▪ Quanto ao seu custo;

▪ Quanto à sua abrangência.


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2.1. Necessidades de Consumo – noção
e classificação
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2.2. Consumo – noção e classificação

O ato de consumir é parte integrante do nosso quotidiano, pois tudo


aquilo que fazemos é consumir bens ou serviços durante o nosso dia!
Desta forma, é através do consumo que satisfazemos as nossas
necessidades.

 Consumo – significa a utilização de bens e serviços, cujo principal objetivo é


o de satisfazer as necessidades.
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2.2. Consumo – noção e classificação

Igualmente às necessidades, o consumo também pode ser classificado


em vários critérios:

 Quanto à sua abrangência;

 Quanto à sua função;

 Quanto à natureza do agente;

 Quanto à natureza da necessidade.


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2.2. Consumo – noção e classificação
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

Os atos de consumo apresentam alguns padrões, de acordo com o tipo


de consumidores, estatuto social dos indivíduos ou até da sua categoria
profissional. São estes elementos que podem dar origem a consumos
padronizados.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

Ora, o consumo é influenciado por muitos fatores, isto é, tem influencia


em fatores de caráter económico e em fatores de caráter social ou
cultural.

Fatores
Fatores Económicos
Extraeconómicos

•Rendimento •Moda

•Nível dos preços •Tradição

•Inovação tecnológica. •Publicidade

•Modos de vida

•Estrutura etária
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Um dos principais fatores que influencia o consumo é o rendimento dos


consumidores, pois, geralmente, uma mudança no seu nível de rendimento
traduz-se numa variação no seu consumo.

Ou seja, se os agregados familiares passarem a consumir mais após o seu


rendimento ter aumentado. Atenção que o contrário também acontece!
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Todavia, o nível de rendimento de uma família não afeta de igual forma os


seus diferentes tipos de consumo, isto é, o rendimento assume formas
diferentes quando falamos de bens de primeira necessidade ou bens
supérfluos.

Qual será o primeiro bem (essenciais ou supérfluos) que o agregado familiar vai sacrificar?
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Neste sentido, importa compreender o que é a Estrutura de Consumo de


cada família, ou seja, a forma como os agregados familiares distribuem, em
cada momento, os seus rendimentos pelas diversas classes de despesas.

Resumindo, a estrutura de consumo reflete o nível de vida.


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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Assim, a forma como cada família utiliza o seu rendimento nunca é igual, mas
existem alguns fenómenos que ocorrem com uma certa regularidade (por
exemplo as despesas com a renda de casa).
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Neste sentido, Ernet Engel dedicou-se ao estudo dos padrões de consumo das
famílias e a conclusão que chegou foi:

À medida que o rendimento aumenta, diminui a percentagem do rendimento total


gasto com bens de primeira necessidade.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Neste sentido, Ernet Engel dedicou-se ao estudo dos padrões de consumo das
famílias e a conclusão que chegou foi:

À medida que o rendimento aumenta, diminui a percentagem do rendimento total


gasto com bens de primeira necessidade.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

É importante notar que, normalmente, numa situação de acréscimo de rendimento,


apesarem de diminuírem as despesas com bens essenciais, em termos relativos, é
provável que o valor absoluto aumente. Em princípio, este agregado familiar deverá
gastar mais em produtos de natureza básica, pois, passará a consumir bem de
qualidade superior – a isto chamamos efeito-qualidade.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Rendimento

Assim, importa analisar o conceito de Coeficiente Orçamento. Este traduz a


importância relativa (percentual) de uma rubrica de despesa quando comparada com
o valor total das despesas.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎


𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = × 100
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Nível dos preços

O nível dos preços dos bens influencia o consumo, uma vez que quando os
mesmos aumentam e o nível de rendimento não o acompanha, as famílias
perdem poder de compra, sendo assim obrigadas a reduzir o seu consumo.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos
 Fatores Económicos
 Nível dos preços

Muitas das vezes, os consumidores são obrigados a recorrer aos designados bens
sucedâneos ou substituíveis (produtos/ serviços que cumprem a mesma função,
mas são mais baratos).

Outro exemplo, são os bens complementares, que se caracterizam por funcionar


em conjunto, necessitando uns dos outros para cumprirem as suas funções. Nestes
casos, um aumento de preço, pode provocar uma diminuição do consumo de
ambos.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Nível dos preços

Assim, nas situações de aumento do preço de um bem, este leva à sua


substituição por outros mais baratos – a este facto chamamos efeito-
substituição.

Quando se observa o efeito-rendimento é quando o aumento do preço de


um bem provoca uma redução da sua capacidade de consumo.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Económicos

 Inovação tecnológica

A inovação tecnológica é outro fator que influencia o consumo, pois cria e


desenvolve constantemente bens e serviços que geram novas necessidades
nos consumidores.

Atenção que este progresso pode reduzir o consumo de alguns bens, ou seja,
estes podem tornar-se obsoletos ao serem substituídos por novos.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Moda

O vestuário, o calçado e a maioria dos objetos de uso pessoal são os


principais alvos da moda. Muitos destes objetos são intencionalmente criados
com um design acentuado, de modo a marcar uma época, caindo em
desuso ao fim de algum tempo.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Tradição

É em determinadas épocas do ano, como Natal ou a Páscoa, que se verifica


um acréscimo do consumo, pois os indivíduos têm por hábito celebrar estas
festas oferecendo presentes ou confecionando gastronomia típica.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Publicidade

As técnicas de venda e publicidade são utilizadas de forma bastante intensa


para aumentar a propensão ao consumo. Para tal, existem diferentes
técnicas para levar os consumidores a comprar mais, por exemplo os
anúncios publicitários, a embalagem, a disposição dos produtos no local,
entre muitos outros.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Modos de vida

Ora, o consumo também é influenciado pelo estatuto profissional da família e


pelo meio social em que esta se insere. Os códigos comportamentais
associados ao meio sociocultural de cada agregado familiar, influencia os
seus hábitos de consumo.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Modos de vida

Assim, indivíduos que têm modos de vida semelhantes, apresentam estruturas


de consumo semelhantes. Todavia, existem fatores como o desejo de
reproduzir os padrões de consumo de indivíduos pertencente a grupos sociais
de quem se admira e dos quais nos queremos aproximar – este é chamado
de efeito-demonstração.
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2.3. Padrões de Consumo – diferenças e
fatores explicativos

 Fatores Extraeconómicos

 Estrutura etária

A composição do agregado familiar também pode determinar o consumo,


pois é muito diferente o consumo composto por um jovem casal com filhos
pequenos e o de outra cujos membros são um casal de reformados.

Desta forma, quer seja o número do agregado familiar, quer seja a sua faixa
etária são fatores relevantes para a sua tipologia de consumo.
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2.4. Evolução da estrutura de consumo

A estrutura de consumo mostra como é distribuído o rendimento de um


agregado familiar pelas diferentes categorias de despesas de consumo.
Assim, a análise da evolução da estrutura de consumo dos agregados
familiares de um país, permite uma melhor compreensão do nível de
desenvolvimento em que este se encontra.
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2.5. A Sociedade de Consumo

É após a Revolução Industrial e com o desenvolvimento das técnicas de


produção (que originaram a produção em massa) que surge o conceito
de Sociedade de Consumo. Esta caracteriza-se pela abundância de bens
e serviços colocados à disposição de todos os consumidores.
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2.5. A Sociedade de Consumo

O Consumo passa a ocupar um papel muito importante na vida dos


indivíduos, sendo, hoje em dia, a posse de bem sobrevalorizada, isto é, as
pessoas são, muitas das vezes, avaliadas em função dos bens que
possuem.

Estamos na era do “usa e deita fora”, que leva constantemente os


consumidores a substituírem bens em perfeitas condições por outros mais
recentes.
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2.6. Consumerismo e a Responsabilidade
Social dos Consumidores

Consumismo Consumerismo
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2.6. Consumerismo e a Responsabilidade
Social dos Consumidores

O Consumismo e o Consumerismo são dois conceitos distintos. Assim


temos:

 Consumismo – conjunto de comportamentos e atitudes característicos da


sociedade de consumo, que levam os indivíduos a consumirem de modo
irracional e imprevisto.

 Consumerismo – movimento de cariz social composto por indivíduos e


instituições, que procura promover práticas de consumo equilibradas e a
consequente proteção e defesa dos interesses dos consumidores.
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2.6. Consumerismo e a Responsabilidade
Social dos Consumidores

São as ações consumeristas que reconhecem a responsabilidade social


dos consumidores e exigem uma utilização criteriosa de recursos naturais,
baseada num consumo ético e responsável, por forma a promover o
desenvolvimento de sustentável do planeta.
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2.6. Consumerismo e a Responsabilidade
Social dos Consumidores

O consumidor, enquanto agente social, deve assumir um conjunto de


deveres:

 Ter uma consciência critica;

 Ser capaz de agir;

 Ter uma preocupação social;

 Ter consciência ambiental;

 O dever de solidariedade.
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2.7. A Defesa dos Consumidores em
Portugal e na União Europeia

A Lei de Defesa do Consumidor define:

 Consumidor – é o individuo destinatário de bens, da prestação de serviços


ou da transmissão de direitos destinados a uso não profissional, por pessoa
que exerça a titulo profissional uma atividade económica que vise a
obtenção de benefícios.
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2.7. A Defesa dos Consumidores em
Portugal e na União Europeia
A Lei portuguesa prevê os seguintes direitos do consumidor:
 O direito à qualidade dos bens e serviços;

 O direito à proteção da saúde e segurança física,

 O direito à formação e educação para o consumo;

 O direito à proteção dos interesses económicos;

 O direito à prevenção e reparação de danos;

 O direito à proteção jurídica e a uma justiça acessível e pronta;

 O direito à participação, por via administrativa, na definição legal ou


administrativa aos seus direitos e interesses.
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2.7. A Defesa dos Consumidores em
Portugal e na União Europeia
A União Europeia também representa um papel preponderante na defesa
dos direitos do consumidor, independentemente do estado-membro que se
encontre. Para tal, definiu dez princípios básicos:

 Compre o que quiser, onde quiser;

 Se não funciona, devolva;

 Elevadas normas de segurança para géneros alimentícios e outros bens de


consumo;

 Saiba o que come;

 Os contratos devem ser justos para os consumidores;


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2.7. A Defesa dos Consumidores em
Portugal e na União Europeia
 Por vezes, os consumidores podem mudar de opinião.

 Facilitar a comparação de preços;

 Os consumidores não devem ser induzidos em erro;

 Proteção durante as férias;

 Vias de reparação eficazes em casos de litigio transfronteiriços.


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3. A Produção de Bens e Serviços


3.1. Bens – noção e classificação
3.2. A produção e o processo produtivo
3.3. Fatores de produção
3.3.1. Os recursos naturais
3.3.2. O trabalho
3.3.3. O Capital
3.4. A combinação dos fatores de produção
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3.1. Bens – noção e classificação

Os bens são todos meios suscetíveis de satisfazer as necessidades, ou seja,


tudo aquilo que pode ser utilizado para pôr fim a certos estados de
carência.

Para tal, existem dois tipos de bens:

▪ Bens livres: são aqueles que existem em abundância e que não exigem qualquer
dispêndio de dinheiro ou trabalho para a sua obtenção.

▪ Bens económicos: são os que existem em quantidades inferiores para satisfazer


todas as necessidades.
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3.1. Bens – noção e classificação

Os bens podem ser classificados em:

Quanto à sua natureza Bens materiais

Bens imateriais

Quanto à sua função Bens de produção

Bens de consumo

Quanto à sua duração Bens duradouros

Bens não duradouros

Quanto às relações que estabelecem entre si Bens sucedâneos

Bens complementares
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3.2. A produção e o processo produtivo

Para a produção dos bens, é necessário transformá-los de modos a que


possam satisfazer as nossas necessidades. Para tal, temos de
compreender a definição de:

▪ Produção: atividade pela qual um agente económica cria riqueza sob


a forma de B&S, com vista à satisfação das necessidades.
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3.2. A produção e o processo produtivo

Ora, os bens estão sujeitos a um conjunto de transformações. Desta forma


estamos perante um processo produtivo, a forma de como se organiza a
produção (conjunto de procedimentos) dentro de uma unidade
produtiva, ou seja, é o percurso que as matérias-primas têm a fazer até se
tornarem produtos acabados e aptos à satisfação das necessidades.
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3.2. A produção e o processo produtivo

Consumo de
Atividade Satisfação de
bens e
Produtiva Necessidades
serviços
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3.2. A produção e o processo produtivo

Importa ainda compreender quais os setores da atividade


económica:

 Setor primário: incluem-se as atividades relacionadas com a recolha de


bens que a Natureza disponibiliza (ex. pesca, agricultura, entre outros).

 Setor secundário: estão englobadas as indústrias transformadoras de


matérias-primas fornecidas pelo setor primário.

 Setor terciário: estão compreendidos os serviços e todas as atividades não


abrangidas pelos outros setores.
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3.3. Fatores de produção

Os fatores de produção são todos os elementos necessários para o fabrico


de bens.

FATORES DE
Recursos Trabalho Capital
PRODUÇÃO
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3.3. Fatores de produção
3.3.1. Os recursos naturais

Os recursos naturais são todos os elementos que a Natureza fornece ao


Homem para a satisfação das suas necessidades. Estes podem ser:

Recursos renováveis

•São aqueles que não se esgotam num curto espaço de tempo e que vão sendo
substituídos periodicamente (ex. recursos hídricos ou florestais). )

Recursos não renováveis

•São os que não podem ser repostos pela Natureza em tempo útil, isto é, a sua
reposição só é possível num período de tempo muito longo que não acompanha o
ritmo das necessidades humanas (ex. petróleo, gás natural).
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

O trabalho é toda a atividade física ou intelectual desempenhada pelo


Homem de forma remunerada e que tem como objetivo a produção de
bens e serviços de modo a satisfazer as necessidades.
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

Assim, o trabalho é simples quando não é necessária a existência de uma


qualificação específica e é complexo quando exige um conjunto de
qualificações próprias, seja ao nível da formação ou ao nível da
experiência.

O trabalho também pode ser classificado como manual (sempre que


existe um esforço físico) ou intelectual (quando existe um esforço mental).
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

O objetivo da tarefa desempenhada pode ser classificada como:

 Trabalho de execução (corresponde à realização de tarefas


preestabelecidas)

 Trabalho de organização (respeita à orientação do trabalho com máquinas


e equipamentos)

 Trabalho de direção (planeamento e controlo da atividade produtiva)

 Trabalho de invenção (permite descobrir novos produtos e processos


produtivos através da investigação)
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

A população ativa e inativa:

A população total de um país é composta pela população ativa e


inativa. Assim temos:
 População ativa: representa todos os indivíduos que desempenham atividades
remuneradas ou que, embora não estejam empregados nesse determinado
momento, se encontram à procura de emprego.

 População inativa: é composta por todas as pessoas que não desempenham


atividades remuneradas, onde se incluem os indivíduos, com idade inferior a 15
anos ou superior a 64 anos (estudantes, as donas de casa, deficientes ou
inválidos, as crianças, reformados ou pensionistas).
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

Associada a estes conceitos surge a taxa de atividade, representa a


percentagem, da população total que é ativa, que trabalha ou que
deseja trabalhar de forma remunerada.

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = × 100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

O Desemprego

Os desempregados constituem a parte da população ativa que não está


empregada. Assim, para a taxa de desemprego indica a percentagem
de população ativa que está desempregada, ou seja, os indivíduos que
têm condições e vontade de trabalhar, mas não conseguem encontrar
emprego.

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 = × 100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

O Desemprego

As causas do desemprego podem ser:

 Estruturais: o desemprego aparece em resultado de alterações estruturais da


economia e que afeta durante muito tempo os trabalhadores.

 Conjunturais: o desemprego surge em consequência de variações mais ou


menos longas, mas passageiras, das condições do mercado e que afetam a
curto prazo os trabalhadores.
10º Ano
3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho
O Desemprego

Para tal, existem vários tipos de desemprego:

 Estrutural (resulta de um desfasamento entre as necessidades da empresa e as capacidades


dos trabalhadores).

 Tecnológico (dificuldade de acompanhamento da evolução tecnológica por parte dos


trabalhadores).

 Temporário (traduz-se numa situação passageira das pessoas que se encontram entre dois
empregos, quando saíram de um para o outro).

 De longa duração (situação de quem procura emprego há mais de um ano).

 Repetitivo (pessoas que estão sistematicamente a mudar de emprego).

 Sazonal (é representado por atividades que apresentam ritmos de produção variados).


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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

Formação ao longo da vida

Hoje em dia deparamo-nos com uma avanço tecnológico de tal forma


significativo, que exige uma permanente atualização de conhecimentos.

Assim podemos dizer que a formação ao longo da vida está associada á


empregabilidade.

A formação ao longo da vida, contribui de forma decisiva para o aumento do


grau de empregabilidade de um individuo.
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3.3. Fatores de produção
3.3.2. O trabalho

Terciarização

Devido à expansão dos serviços às atividades dos setores primário e


secundário, o setor terciário tem vindo a mudar a estrutura da atividade
económica.

Hoje em dia podemos entender que vários serviços que eram feitos em casa
se fazem por terceiros, por vezes estes serviços associados à evolução
tecnológica disponibilizam estes serviços mais facilmente, provando assim a
transversalidade entre os três setores de atividade.
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3.3. Fatores de produção
3.3.3. O Capital

Capital entende-se pela posse de bens ou serviços geradores de riqueza.


No sentido económico, representa o conjunto dos bens utilizados na
atividade produtiva.

O capital em si, não é um fator originário, este resulta de transformações


que incorporam os fatores produtivos: os recursos naturais e o trabalho.
3.3. Fatores de produção 10º Ano

3.3.3. O Capital
Classificação do tipos de capital
São os meios de produção incorporados no processo produtivo de outros bens
Capital circulante que desaparecem por completo após a sua utilização, (matérias-primas,
Capital técnico combustíveis, etc).

São os meios de produção que podem ser utilizados várias vezes, embora sofram
Capital fixo
algum desgaste com o passar do tempo e o uso, (edifícios, equipamentos, etc).

São os meios financeiros que pertencem aos proprietários da unidade produtiva,


Capital próprio
Capital (autofinanciamento).
financeiro
São os meios financeiros que, embora não pertençam à unidade produtiva, se
Capital alheio
encontram à sua disposição, (crédito bancário)

Conjunto de aptidões humanas para trabalhar que inclui a experiência e os


Capital humano conhecimentos dos indivíduos. O capital humano é valorizado sempre que há
investimentos na formação ou na saúde dos recursos humanos.

Conjunto de recursos naturais que se encontram disponíveis. O capital natural


Capital natural deve ser utilizado de forma racional, não colocando em risco o desenvolvimento
sustentável do planeta.
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

Para se produzir bens e serviços é necessário utilizar fatores de produção,


mas o modo como estes são conjugados condiciona os resultados de
uma unidade produtiva.

ATENÇÃO: para otimizar a produção devemos analisar e combinar


diferentes fatores de produção.
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

A função de produção é uma relação técnica que indica qual o montante máximo de
produção que se pode obter com cada conjunto determinado de fatores produtivos.

Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus, Economia


10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Os fatores produtivos têm um conjunto de características que os


influenciam, tais como:

 Substituibilidade: ocorre sempre que é possível trocar um fator por outro,


desde que este cumpra a sua função.

 Divisibilidade: consiste na possibilidade de decomposição de um fator em


vários, podendo-se utilizar em doses maiores ou menores.

 Complementaridade: acontece quando um fator necessita de outro para


exercer a sua função.
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

As características dos fatores de produção podem alterar-se ao longo do


tempo, pois o progresso tecnológico oferece novos produtos e novos
processos produtivos.

Quando se estudam possíveis combinações de fatores produtivos, o seu


horizonte temporal é muito importante, uma vez que este se define pelo
tempo que é necessário para se proceder à alteração de um fator.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Horizonte Temporal

Curto prazo Longo prazo


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3.4. A combinação dos fatores de
produção

A Produtividade

A produtividade traduz-se na eficiência da combinação dos fatores


produtivos, ou seja, é um fator económico que permite calcular o valor
da produção gerada por cada unidade de fator.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

A Produtividade

Quando se pretende apurar o valor da produção obtida por um fator,


utiliza-se a seguinte fórmula:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

A Produtividade

Se se pretende determinar a quantidade de um produto obtido por um


fator, é necessário calcular:

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

A Produtividade

Outro conceito importante é o de produtividade marginal, esta permite


medir o acréscimo obtido de cada vez que se adiciona uma unidade de
fator produtivo, ou seja, o impacto de uma unidade suplementar de fator
no resultado final.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

A Produtividade

Racionalidade CRIAÇÃO DE
Eficiência Produtividade
Económica VALOR

A produtividade gerada pelas unidades produtivas de um país, através da utilização racional e eficiente dos recursos,
permite criar valor e desta forma aumentar a riqueza nacional.
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3.4. A combinação dos fatores de
produção

Lei dos Rendimentos Decrescentes

Aumentando regularmente a quantidade de um fator produtivo e


mantendo o outro constante, a produtividade marginal aumenta a um
ritmo crescente até um determinado nível, a partir do qual os aumentos
são cada vez menores.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Lei dos Rendimentos Decrescentes


10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Lei dos Rendimentos Decrescentes

A quantidade produzida mensalmente aumentou sempre, mas o ritmo


desse aumento, representado pela evolução do produto marginal,
começou a diminuir após ter atingido o seu valor máximo (140). Assim, a
quantidade de fator trabalho que permite obter a combinação ótima dos
fatores é 9 trabalhadores, pois é quando regista o maior acréscimo de
produção.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Lei dos Rendimentos Decrescentes

Produz
acréscimos Ocorre a
No ponto
Cada unidade que, a partir de combinação
máximo da
adicional de certa ótima de
produção
fator variável quantidade, se fatores
marginal
tornam produtivos
decrescentes
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Custos de Produção

Os encargos com a produção de bens e serviços denominam-se por


custos de produção e representam o custo total que uma unidade
produtiva tem de desembolsar para o desenvolvimento da sua atividade.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠


10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Custos de Produção

Os custos de produção dividem-se em:

 Custos Fixos (CF) – correspondem às despesas suportadas pela empresa,


independentemente da quantidade de bens que produziu.

 Custos Variáveis (CV) – são os encargos que variam em função das


quantidades produzidas, isto é, quando as despesas aumentam à medida
que aumenta o volume de produção.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Custos de Produção

É importante também saber calcular o custo unitário ou custo médio


(CM):

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (𝐶𝑀) =
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑠
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Custos de Produção

Torna-se também importante compreender o conceito de custo marginal,


que corresponde ao total de encargos acrescidos que é necessário
suportar por cada unidade adicional produzida.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Economias de Escala

As empresas procuram constantemente reduzir os custos de produção


para melhorarem a sua performance. Uma das formas é aumentar a
escala de produção, pois assim podem vender mais produtos e reduzir os
seus custos.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Economias de Escala

Uma economia de escala é a poupança que ocorre quanto o aumento


da dimensão de uma unidade produtiva provoca uma diminuição dos
seus custos unitários. Atenção, as economias de escala podem ser
internas ou externas.
10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Economias de Escala

Como obter economias de escala?

 Especialização da força de trabalho;

 Planeamento das atividades;

 Aumento do poder negocial com fornecedores;

 Parcerias e subcontratações;

 Utilização de tecnologias mais eficientes.


10º Ano
3.4. A combinação dos fatores de
produção

Economias de Escala

As deseconomias de escala ocorrem a partir do momento em que o


aumento da dimensão da empresa se torna excessivo – a escala de
produção aumenta tanto que os seus custos unitários começam a subir.
10º Ano

4. Comércio e Moeda
4.1. Comércio – noção e tipos
4.2. A Evolução da Moeda – formas de moeda
4.3. A Nova Moeda Portuguesa – o euro
4.4. O preço de um bem – noção e componentes
4.5. A inflação
4.6. A inflação em Portugal e na União Europeia
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

Depois de serem produzidos, os bens percorrem ainda um longo caminho


até serem consumidos.

A distribuição é a atividade que estabelece uma ponte de ligação entre


a produção e o consumo, abrangendo o conjunto de operações que
fazem deslocar os produtos desde a fase inicial da sua produção até às
mãos do comprador.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

A distribuição engloba o transporte e o comércio, duas atividades


complementares que aumentam a utilidade dos bens, na medida em que
os disponibilizam de forma prática aos seus compradores.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

O Comércio é a atividade intermediária de troca que ajuda os produtores


a escoarem os seus produtos, permitindo que os consumidores tenham
acesso aos bens que desejam.

Mas o caminho pode ser mais ou menos extenso, de acordo com o


número de intermediários que intervêm no processo.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

Os intermediários dos circuitos de distribuição podem ser:

 Grossistas ou armazenistas são comerciantes que compram grandes


quantidades de bens, que são armazenados para posteriormente serem
revendidos em quantidades menores.

 Retalhistas são os comerciantes que adquirem aos grossistas produtos que


se destinam a ser vendidos aos consumidores em quantidades fracionáveis.
São três os canais habituais de distribuição.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

O circuito ultracurto estabelece uma ligação direta entre o produtor e o


consumidor final, eliminando-se, assim, qualquer intermediário no processo
de distribuição.

Produtor Consumidor
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

O circuito curto caracteriza-se por ser o produtor a assumir o papel de


grossista , vendendo os seus produtos ao retalhista, que, por sua vez, os
comercializa ao consumidor final.

Produtor Retalhista Consumidor


10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

O circuito longo é onde o produtor vende os seus bens ao grossita, que,


seguidamente, os revende ao retalhista que é quem finalmente
comercializa os bens ao consumidor final.

Produtor Grossista Retalhista Consumidor


10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

Existem vantagens e desvantagens nestes circuitos, se por um lado a


existência de mais intermediários permite alargar a divulgação dos
produtos, aumentado as vendas, por outro também gera custos de
intermediação que levam ao aumento do custo dos bens.

Assim, cada unidade produtiva deve então pesar os prós e os contras e decidir qual a
estratégia de distribuição mais adequada.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

Existem vários tipos de mercado, recentemente as que mais têm surgido


são as grandes superfícies e os centros comerciais, que obrigaram formar
tradicionais de comercio a reformular a sua maneira de estar no
mercado. Assim, passaram a desenvolver negócios em parceria, como é
o caso dos franchising.
10º Ano
4.1. Comércio – noção e tipos

Os métodos de venda também têm evoluído bastante ao longo dos tempos.


Tendo a evolução tecnológica desempenhado um papel fundamental no
que respeita à venda indireta, isto é, a comercialização de produtos sem a
existência de um encontro físico entre comprador e vendedor.

• Venda à distancia – vendas por catálogo ou as televendas;

• Vendas automáticas – equipamentos dispensadores de produtos mediante


um pagamento

• Comércio eletrónico – disponibiliza bens e serviços encomendados via


Internet.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda
Os primeiros povos eram nómadas e colhiam os bens da Natureza, a partir do
momento em que se sedentarizaram, os homens dedicaram-se a atividades como
a agricultura, que gerava mais bens do que os que eram necessários.

O excedente da produção podia então, ser trocado por outros bens de que se
necessitasse, dando assim inicio a um sistema de trocas. No inicio existia a troca
direta, no qual os produtos eram trocados diretamente por outros que fizessem
falta.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda
Este tipo de troca apresentava algumas falhas, por um lado era necessário
encontrar outro individuo que tivesse interesses compatíveis, e simultaneamente,
desejasse ter os bens que esse individuo podia dar em troca.

Por outro lado em determinados casos era difícil atribuir um valor aos bens que
iam ser trocados, pois as valorizações eram feitas em unidades diferentes e nem
sempre se chegava a um acordo. Como forma de ultrapassar estas falhas surge a
troca indireta, que inclui um novo intermediário, a moeda.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

Assim, esta troca passou a ser efetuada em duas fases diferentes: primeiro
troca-se um produto por moeda e depois, troca-se uma moeda por um
novo produto

Produto Moeda Moeda Produto

A moeda aparece como um bem intermediário nas trocas, aceite por todos os
indivíduos, sendo utilizado parra medir o valor dos outros bens e serviços.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

A EVOLUÇÃO DA MOEDA

 Moeda-mercadoria – cada comunidade usava como moeda de troca um


bem valorizado pela generalidade dos seus membros.

 Moeda metálica – no inicio usava-se metais não cunhados, ou seja, como não
tinham inscrição de um determinado valor gravado. Posteriormente, os metais
começaram a ser gravados e o seu valor era referente ao peso da moeda.
Hoje em dia, ainda se usa a moeda metálica como moeda divisionária ou de
trocos, embora o seu valor facial não corresponda ao seu valor real.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

A EVOLUÇÃO DA MOEDA

 Moeda papel – substituiu os metais preciosos por um documento escrito. Numa


primeira fase a moeda papel era a moeda representativa (correspondia,
através de um certificado representativo, uma determinada quantia em ouro
ou prata previamente depositada). Num segundo momento, passou a ser
moeda fiduciária (colocar em circulação notas num valor superior àquele que
tinha sido efetivamente depositado).
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

A EVOLUÇÃO DA MOEDA

 Moeda papel

O excesso de emissão de moeda conduziu a um descrédito dos bancos, os


Estados passaram a obrigar a aceitação das notas como meio de pagamento
definitivo e que, por outro lado deixaram de ser convertidas em moeda metálica.
Desta forma, surgiu o papel-moeda que existe até aos dias de hoje e que tem
como principais vantagens a facilidade de transporte, manuseamento e guarda.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

A EVOLUÇÃO DA MOEDA

 Moeda escritural – é constituída pelos diferentes depósitos bancários. Os


valores depositados podem ser movimentados através de cheques,
transferências, ordens de pagamento ou cartões de multibanco (moeda
eletrónica).
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

A DESMATERIALIZAÇÃO DA MOEDA

A moeda mais utilizada é a moeda escritural. Os cartões bancários, os cheques e


as instruções informáticas aos bancos têm sido substituídos dos pagamentos em
dinheiro “vivo”. Os movimentos de escrita vêm assim, sobrepor-se às trocas físicas
de moeda, que tem vindo gradualmente a perder o seu conteúdo material.
Estamos perante uma desmaterialização da moeda, em que os seus proprietários
deixam cada vez mais de possuir um bem córporeo para passar a ter apenas
documentos comprovativos na sua posse.
10º Ano
4.2. A Evolução da Moeda – formas de
moeda

FUNÇÕES DA MOEDA

 Meio de pagamento geral e definitivo – é um bem de aceitação


generalizada das trocas.

 Medida de valor – o valor dos bens e serviços é expresso através de


moeda.

 Instrumento de reserva de valor – pode guardar-se moeda por um


determinado período de tempo.
10º Ano
4.3. A Nova Moeda Portuguesa – o euro

O escudo deixou oficialmente de ser a moeda portuguesa no dia 1 de


janeiro de 1999, data em que o euro deu entrada em circulação. Durante
um período de transição, que terminou no dia 31 de dezembro de 2001, o
euro e o escudo coexistiram em paralelo, funcionando o euro como
moeda escritural e o escudo como moeda papel e moeda divisória. As
notas e moedas em euros só entraram em circulação no inicio de 2002.
4.3. A Nova Moeda Portuguesa – o euro
10º Ano

Vantagens Desvantagens
▪ Facilita as trocas entre os países com ▪ Perda de autonomia em matéria de
a mesma moeda; política monetária;
▪ Maior estabilidade de preços; ▪ Choques monetários assimétricos
▪ Maior transparência do mercado; entre regiões;
▪ Diminuição das taxas de juros dos ▪ Dificultam a condução de políticas
empréstimos ; económicas dentro de cada Estado-
▪ Diminuição da inflação e proteção membro.
do poder de compra. ▪ Encargos com a implementação e
adaptação da nova moeda.
10º Ano
4.4. O preço de um bem – noção e
componentes

Preço é a quantidade de moeda necessária para se obter um


determinado bem ou serviço. Desta forma, representa o valor do bem ou
serviço expresso numa determinada unidade monetária.
10º Ano
4.4. O preço de um bem – noção e
componentes

O preço reflete todos os encargos suportados com a produção de bens e


serviços, bem como a margem de lucro. Assim, os custos de produção
englobam os custos diretos e indiretos suportados pelas unidades de
produtivas.

 Custos diretos – todos os encargos relacionados com a produção, como os


gastos com matérias-primas.

 Custos indiretos – todos os encargos que a unidade produtiva tem de


suportar, mas que não estão diretamente relacionados com a produção,
como as despesas com telecomunicações ou água.
10º Ano
4.4. O preço de um bem – noção e
componentes

Para além dos custos de produção e da margem de lucro, o que


influencia o preço de um bem?

 O número de compradores;

 O número de vendedores;

 O nível de tecnologia.
10º Ano
4.5. A inflação

As variações dos preços podem ter bastantes implicações na vida das


pessoas, pois, em situações de aumento generalizado dos preços, se os
rendimentos das famílias não acompanharem esses aumentos, as pessoas
deixam de poder consumir da mesma forma.
10º Ano
4.5. A inflação

A subida inesperada, continua e generalizada dos preços dos bens e


serviços de uma região denomina-se por inflação. Para tal, a inflação é
uma subida:

 Inesperada – ao contrário dos produtos sazonais (frutos de época), este


aumento de preços não é espectável.

 Continua – porque a subida observa-se ao longo de um determinado


período de tempo.

 Generalizada – porque diz respeito à maioria dos bens.


10º Ano
4.5. A inflação

Assim, as consequências da inflação podem ser:

 A depreciação do valor da moeda, o consumidor com a mesma


quantidade de moeda, já não consegue comprar a mesma quantidade
de bens/ serviços.

 A perda do poder de compra, diminui a quantidade de bens que o


rendimento familiar permite adquirir.
10º Ano
4.5. A inflação

Quando se analisa a evolução do produto gerado por um pais ao longo


do tempo, devemos ter em consideração o efeito da inflação. Para tal, é
possível calcular esse valor de duas formas:

 Preços correntes – significa que a produção é registada aos preços que


vigoram no mercado num determinado momento. Neste caso, os preços
refletem a inflação ocorrida.

 Preços constantes –quando a produção de cada ano é avaliada aos


preços de um determinado ano, selecionado como ano base. Neste caso,
temos de retirar o efeito da inflação (deflacionar)
10º Ano
4.5. A inflação

O índice de preços representa as variações do preço dos bens em


diferentes períodos temporais.

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚𝑎𝑛𝑜 𝑥
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑏𝑒𝑚𝑎𝑛𝑜 𝑥 / 𝑎𝑛𝑜 (𝑥−1) = × 100
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚𝑎𝑛𝑜 (𝑥−1)
10º Ano
4.5. A inflação

O índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC) é o indicador que permite


comparar a inflação entre dois países da União Europeia. Este é muito importante
para compreender a estabilidade dos preços da zona Euro.

Em Portugal utiliza-se o Índice de Preços do Consumidor (IPC), que corresponde à


média ponderada dos preços de um cabaz de bens considerados representativos
do consumo médio de uma família. Com este indicador é possível avaliar a
evolução do custo de vida das famílias.
10º Ano
4.5. A inflação

A taxa de inflação é a taxa de crescimento do Índice de preços do


consumidor entre duas datas.

𝐼𝑃𝐶𝑎𝑛𝑜 𝑥 − 𝐼𝑃𝐶𝑎𝑛𝑜 (𝑥−1)


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜𝑎𝑛𝑜 𝑥 = × 100
𝐼𝑃𝐶𝑎𝑛𝑜 (𝑥−1)
10º Ano
4.5. A inflação

O Instituto nacional de estatística calcula ainda mais três indicadores:

 Taxa de inflação mensal (Tim)

 Taxa de inflação homóloga (Tih)

 Taxa de inflação médias dos últimos 12 meses (Tim12)


10º Ano
4.5. A inflação

 Taxa de inflação mensal (Tim) – compara o valor da inflação entre dois


meses consecutivos.

𝐼𝑃𝐶𝑚ê𝑠 𝑥
𝑇𝑖𝑚 = × 100
𝐼𝑃𝐶𝑚ê𝑠 (𝑥−1)

 Taxa de inflação homóloga (Tih)

 Taxa de inflação médias dos últimos 12 meses (Tim12)


10º Ano
4.5. A inflação

 Taxa de inflação mensal (Tim)

 Taxa de inflação homóloga (Tih) – compara o valor da inflação de um


determinado mês com o mesmo mês do ano anterior.

𝐼𝑃𝐶𝑚ê𝑠 𝑥 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑥
𝑇𝑖ℎ = − 1 × 100
𝐼𝑃𝐶𝑚ê𝑠 𝑥 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 (𝑥−1)

 Taxa de inflação médias dos últimos 12 meses (Tim12)


10º Ano
4.5. A inflação

 Taxa de inflação mensal (Tim)

 Taxa de inflação homóloga (Tih)

 Taxa de inflação médias dos últimos 12 meses (Tim12) – é a média das


últimas dose taxas comparadas com a média das doze taxas homólogas.

𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 12 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝐼𝑃𝐶


𝑇𝑖𝑚12 = − 1 × 100
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 12 𝐼𝑃𝐶 ℎ𝑜𝑚ó𝑙𝑜𝑔𝑜𝑠
10º Ano
4.5. A inflação

Importa ainda compreender os seguintes conceitos:

 Deflação – é a quebra inesperada, continua e generalizada do preços dos


bens e serviços.

 Desinflação – é a diminuição da taxa de inflação, ou seja, embora se


verifique um aumento contínuo dos preços da generalidade dos bens, esse
aumento é menor.

 Estagflação – situação em que uma inflação elevada é associada à


estagnação da atividade económica.
10º Ano
4.6. A inflação em Portugal e na União
Europeia

Antes da entrada de Portugal na União Europeia, a taxa de inflação era


muito elevada, tendo chegado a 29,3% em 1984. Esta diminuiu de forma
acentuada a partir do momento em que Portugal aderiu como estado-
membro à União Europeia.

Atualmente, a taxa de inflação portuguesa regista valores mais baixos,


que se vão mantendo razoavelmente próximos da médias da União
Europeia.
10º Ano

5. Preços e Mercados
5.1. Mercado – noção e exemplos
5.2. O mecanismo de mercado
5.3. Estrutura dos mercados
5.3.1. Mercados de concorrência perfeita
5.3.2. Mercados de concorrência imperfeita
5.3.3. Associações e parcerias empresariais
10º Ano
5.1. Mercado – noção e exemplos

Mercado representa o confronto entre as intenções dos produtores (a


oferta) e as solicitações dos compradores (a procura), que determina o
preço (de mercado) dos produtos. Assim, mercado é o local, em sentido
físico ou abstrato, onde se compatibilizam a oferta e a procura de um
bem, a um determinado preço.

Exemplos: mercado de trabalho, mercado de valores, mercado automóvel, entre outros.


10º Ano
5.2. O mecanismo de mercado
10º Ano
5.3. Estrutura dos mercados
10º Ano
5.3.1. Mercados de concorrência perfeita
10º Ano
5.3.2. Mercados de concorrência
imperfeita
10º Ano
5.3.3. Associações e parcerias
empresariais
10º Ano

6. Rendimentos e Repartição dos Rendimentos


6.1. A atividade produtiva e a formação dos rendimentos
6.2. A repartição funcional dos rendimentos
6.3. A repartição pessoal dos rendimentos
6.4. A redistribuição dos rendimentos
6.5. As desigualdades na repartição dos rendimentos em Portugal e na
União Europeia
10º Ano
6.1. A atividade produtiva e a formação
dos rendimentos
10º Ano
6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
10º Ano
6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos
10º Ano
6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos
10º Ano
6.4. A redistribuição dos rendimentos
10º Ano
6.5. As desigualdades na repartição dos
rendimentos em Portugal e na União Europeia
10º Ano

7. Poupança e Investimento
7.1. A utilização dos rendimentos – consumo e poupança
7.2. Os destinos da poupança – a importância do investimento
7.3. O financiamento da atividade económica – autofinanciamento e
financiamento externo
7.3.1. Financiamento externo indireto – o crédito
7.3.2. Financiamento externo direto – mercado de títulos
7.4. O investimento em Portugal e o investimento português no
estrangeiro
10º Ano
7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento
10º Ano
7.3. O financiamento da atividade económica
– autofinanciamento e financiamento externo
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos
10º Ano
7.4. O investimento em Portugal e o
investimento português no estrangeiro

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