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SURTO

INDUSTRIALIZANTE
PAULISTA
Décadas de 1940 e 1950
O QUE VAMOS DISCUTIR
• Tipo de produção dominante e por que o
reconhecimento popular demorou tanto
para acontecer?

• Por que faliram em tão pouco tempo?

• Por que o direito de distribuição do filme


"O Cangaceiro" estava nas mãos da
Columbia?

SURTO • Motivos que levaram ao fim dos estúdios

INDUSTRIALIZANTE
PAULISTA
Companhia Vera Cruz
Criada pelo engenheiro italiano Franco Zampari, a Vera Cruz tinha o
ambicioso projeto de oferecer uma nova página para a sétima arte
no Brasil. E para tanto, não poupou a busca por recursos financeiros,
artistas, técnicos e equipamentos que viessem a concretizar tal
sonho.

No fim da década de 1940, o fim da ditadura, a capital paulista vivia


um momento de efervescência cultural. Assim surgiram o Masp
(1947), o MAM (1948) e o TBC ( esse criado pelo próprio Zampari antes
da Vera Cruz), em 1948.

No Rio por volta de 30/40 tinhamos a Cinédia o primeiro grande


estúdio do cinema brasileiro, construído e ampardo por tecnologias
estrangeiras, ao adotarem um tom mais artistico e elaborado não
fizeram sucesso com o público, eles se reformularam e começaram
a fazer as comédias musicais, conhecidas como chanchadas pelos
críticos mais tarde.
Cia. Vera Cruz
Em paralelo temos a "Atlântida" focada nas chanchadas, lançavam
os filmes em ritmo induastrial. Inicialmente pautada em temas
carnavalescos em forma de musicais, que mais tarde ao mudar a
fórmula e complexando o roteiro viveria auge nos anos 50/60.

Os musicais eram mais práticos de serem realizados, além de fazer


sucesso com o gosto popular, prático porque não havia necessidade
de grandes aparatos técnicos por conta do playback, não se
despencava grande parte do orçamento para pagar orquestra ao
vivo.

A Companhia Cinematográfica Vera Cruz nasceu nesse cenário, no


fim de 1949. O projeto, encabeçado por Zampari, pretendia dar ao
cinema brasileiro qualidade e projeção internacional. O amigo e
empresário Ciccilo Matarazzo aderiu à causa e doou o terreno onde
foram montados os estúdios de São Bernardo.
Excessos

Assim a empresa rodou o primeiro filme: Caiçara, lançado


em 1950. Enquanto uma produção carioca da época
custava entre 800 mil e 1 milhão de cruzeiros, a película
da Vera Cruz consumiu dez vezes mais. O valor superou
até mesmo o capital inicial da companhia: 7,5 milhões de
cruzeiros, cerca de 2 milhões de reais.

Filmado em Ilha Bela (SP), Caiçara trazia qualidade


técnica e atores de primeira linha. A protagonista foi
Eliane Lage. A estrela animava os almoços e jantares
com autoridades promovidos nos estúdios por Franco
Zampari na esperança de conseguir apoio e patrocínio
para o projeto.
Declínio
Em 1953 a companhia ao dever muito aos bancos, começa a vender
os direitos de exibições do filme, como por exemplo "O Cangaceiro"
para a Columbia Pictures. O problema, foi essa venda ter acontecido
antes de seu estouro, então toda rentabilidade que teriam com filme
foi voltado para os cofres da Columbia Pictures.

Mas nem o sucesso do filme, nem a arrecadação de 200 milhões de


dólares foram capazes de salvar a companhia do buraco, faltou a
inteligência finânceira e econômica para as realizações
cinematográficas. As enxaquecas de Franco Zampari pioraram em
1954, quando o Banespa passou a cobrar as dívidas da companhia.
Ele se afastou e nunca mais se recuperou do golpe. Do brilho original
da Vera Cruz, ficou o legado. Seus técnicos estrangeiros ajudaram a
formar aqui uma nova geração de profissionais. O padrão de
qualidade foi elevado e abriu-se caminho para uma linguagem
verdadeiramente nacional, que culminaria no Cinema Novo.
GRUPO

Carlos Alberto Moreira


Daniel Warwar
Débora Lima
Gabriel Azevedo
Vinicius Rodrigues

Obrigado

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