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Sobre o autor

Dr. Victor Sorrentino

Victor Sorrentino respirou Medicina


desde cedo e é autor do livro
“Segredos Para Uma Vida Longa”.
Palestrante internacional e ativista
da ciência dos alimentos, o médico
conscientiza a população brasileira
sobre o cartel das indústrias
farmacêuticas e alimentícias que
lucram escondidamente com
as doenças. É símbolo de um
movimento médico que tem como
foco a longevidade saudável por
meio da Medicina Integrativa.
Índice
Capítulo 1.......................................................................................4

A tristeza que nunca passa............................................................4

Capítulo 2.......................................................................................7

O segundo cérebro.........................................................................7

Capítulo 3..................................................................................... 11

Remédio é a única solução?........................................................ 11

Capítulo 4.....................................................................................14

Alívios naturais.............................................................................14

Ômega 3.......................................................................................14

5-HTP (5-hidroxitriptofano)...........................................................16

Erva de São João.........................................................................19

A influência da B12.......................................................................21
Capítulo 1
A tristeza que nunca passa
O que vem à sua mente quando falamos em depressão? Para muitas pessoas,
é simplesmente a imagem de uma pessoa triste.

Porém, a condição, que ainda segue cercada por tabus e mitos, é muito mais
do que isso. Ela pode se esconder na apatia, no isolamento e até na total perda
de esperança frente à vida.

Veja alguns sintomas:

• Sentimento de tristeza, desesperança ou vazio;

• Vontade de chorar maior que o habitual;

• Raiva ou irritabilidade constante;

• Problemas ao dormir ou dificuldade para acordar;

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• Perda de interesse em hobbies e atividades que antes geravam
prazer;

• Fadiga constante;

• Falta de energia e disposição;

• Mudanças no apetite, levando a perdas nutricionais ou ganho de


peso;

• Isolamento;

• Dificuldade para se concentrar e problemas de memória;

Esses são apenas alguns exemplos. A lista é grande e pode variar caso a caso.

O que é fato é que este é um desafio com que a sociedade, como um todo,
ainda precisa aprender a lidar. E isso só se torna cada vez mais urgente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge,


no Brasil, 5,8% da população - taxa que está acima da média global (4,4%).

Apesar de ser uma condição cada vez mais presente nos consultórios médicos
e terapêuticos, poucos se sentem à vontade para discutir o tema, principalmente
entre aqueles que mais precisam.

Assim, impera o silêncio sobre um transtorno psicológico que deveria ser


visto como um sinal de alerta do nosso próprio organismo para a forma como
estamos levando a nossa vida, e não uma mera “frescura”.

O que estou querendo dizer é que em boa parte dos casos, a depressão é
sinal de que algo está acontecendo, algo muito mais profundo e duradouro.

É claro que, para uma minoria, existe de fato uma deficiência metabólica, que
afeta a produção de serotonina, aquele que é chamado de neurotransmissor

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do bem-estar.

Mas não é algo tão comum assim. E se falamos de um aumento gradativo nos
casos, fica claro que a depressão não é uma doença exclusivamente genética,
como alguns acreditam.

O problema deste raciocínio é que ele nos leva, quase que sem freios, para
uma saída medicamentosa. E essa não precisa ser a única rota.

Agora, muita calma: não estou falando que os medicamentos não têm seu
valor. Eles, muitas vezes, são fundamentais para salvar uma vida.

Mas o que uma meta-análise publicada no British Medical Journal descobriu é


que existe, sim, uma medicalização exacerbada dos pacientes com diagnóstico
de depressão.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Liverpool e da Duke University


Medical Center, nem todo paciente com depressão moderada apresenta
melhoras ao receber tratamento com antidepressivos.

“As evidências da meta-análise mostram que, em estudos clínicos controlados,


drogas antidepressivas tiveram pouco ou nenhum efeito sobre a depressão
moderada, em comparação ao placebo”, escreveram os especialistas.

Precisamos, sim, entender a gravidade da depressão, sem anular o fato de


que a tristeza também é um sentimento comum ao caminhar da vida.

E nem toda tristeza precisa ser tratada, exclusivamente, com um comprimido.

Parafraseando Shakespeare, há muito mais conexões entre a depressão e o


nosso organismo do que sonha a ciência e até a nossa vã filosofia.

A prevenção, inclusive, pode estar em uma parte muito específica do nosso


organismo, e já adianto: não é o cérebro.

É sobre isso que vamos conversar a partir de agora. Obrigado por estar comigo.

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Capítulo 2
O segundo cérebro
Você já ouviu falar que o intestino é o nosso segundo cérebro? A alcunha não
é aleatória. Existe algo na medicina que chamamos de “conexão cérebro-
intestino”.

Talvez você não esteja familiarizado com o termo, mas com certeza já sentiu
na própria pele sintomas como:

• Uma leve de dor de barriga antes de uma viagem ou evento


importante;

• Náuseas às vésperas de apresentar um trabalho ou uma palestra;

• Sensação de “borboletas” no estômago ao encontrar uma pessoa


amada;

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Nada disso foi à toa.

O trato gastrointestinal, por mais incrível que pareça, é sensível às nossas


emoções. Por isso, sentimentos de raiva, ansiedade, tristeza e euforia também
podem desencadear sintomas no intestino.

É fascinante o poder que o cérebro tem sobre o trato digestivo e vice-versa.


Por exemplo: só o pensamento de comer algo pode desencadear a produção
e liberação de suco gástrico no estômago.

E o oposto também é verdade: um intestino com problemas pode enviar sinais


para o cérebro. Por isso, especialistas da Harvard acreditam que o desconforto
intestinal pode ser a causa ou o produto de ansiedade e depressão.

E você se lembra que eu falei ali em cima, muito rapidamente, sobre o


neurotransmissor “serotonina”, que é responsável pela sensação de bem-estar?

Pasme: pelo menos 90% desse neurotransmissor é produzido no intestino,


por células presentes no sistema gastrointestinal. Mas é importante entender
que esse neurotransmissor produzido ali é utilizado pelo próprio sistema
gastrointestinal.

Mas existe, de fato, uma correlação muito importante entre a produção de


serotonina no intestino e no cérebro. Isso porque os mesmos elementos
bioquímicos utilizados para a construção do neurotransmissor no intestino
devem ser assimilados, aproveitados e distribuídos para produzir a serotonina
no cérebro.

E quando a alimentação não provê estes elementos, ou quando ela provoca um


efeito inflamatório, essa sinalização é conduzida até o cérebro, através de um
nervo responsável por ligar o eixo intestino-cérebro, chamado de nervo vago.

A partir daí, no sistema nervoso central, pode haver um aumento de citocinas


inflamatórias. Estas, por sua vez, provocam a expressão de enzimas chamadas
ido’s (indolaminas dioxigenases), que desviam a produção de serotonina.

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Isso faz com que o aminoácido triptofano, base para a construção do
neurotransmissor, seja utilizado pela via das trycads.

Esta via aumenta algumas substâncias, que provocam efeitos depressivos ou


efeitos de excesso de estímulo no sistema nervoso central.

Ou seja: se qualquer situação ou hábito desequilibra a harmonia existente no


seu intestino, uma das grandes impactadas será a serotonina.

Imagine que o seu intestino é a fronteira de um país - o seu corpo, no caso.


Ali, trabalham centenas de milhares de “guardas”, que ficam de olho em quem
entra e quem sai das nossas fronteiras.

O objetivo dos guardas é permitir a passagem de pessoas boas e eliminar as


más, por assim dizer.

O nome dessa organização é microbiota intestinal, um conjunto de micro-


organismos (bactérias e fungos, por exemplo) que está ligado à assimilação
de nutrientes, regulação do metabolismo, da taxa de açúcar no sangue…

E também à produção de hormônios que influenciam a nossa química cerebral.

Um estudo publicado no periódico científico Cell resolveu investigar justamente


o papel da microbiota na produção de serotonina em camundongos.

Os pesquisadores começaram analisando os níveis periféricos de serotonina


em camundongos com populações normais de bactérias intestinais e também
naqueles livres de micro-organismos (ou seja, com uma microbiota “zerada”).

Segundo o estudo, camundongos sem flora intestinal produziam aproximadamente


60% menos serotonina do que seus pares com uma microbiota normal e íntegra.

Quando esses camundongos livres de germes foram recolonizados com


micro-organismos intestinais normais, os níveis de serotonina voltaram a subir
- mostrando que o déficit de serotonina pode ser revertido.

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Em outras palavras: a primeira chave para “re-ligar” a fábrica de serotonina e
aumentar a produção desse neurotransmissor pode estar justamente no seu
intestino.

“As células enterocromafines são ricas fontes de serotonina no intestino. O


que vimos nesse experimento é que elas parecem depender de micróbios para
produzir serotonina - ou pelo menos uma grande parte”, explicou a pesquisadora
Jessica Yano, uma das autoras do artigo publicado no Cell.

Se eu estou dizendo que o primeiro passo para investigar um quadro depressivo


começa justamente com a análise da microbiota e funcionamento gastrointestinal
do paciente, por que é que se fala tão pouco sobre isso?

Porque talvez funcione e seja menos lucrativo do que uma caixa de remédios.

E digo mais: para muitos, é mais fácil receitar uma pílula do que conduzir o
paciente por uma jornada de transformação de vida.

Mas o que os remédios escondem nem sempre é motivador.

Te conto mais sobre isso agora.

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Capítulo 3
Remédio é a única solução?
Quando eu discuto com meus pacientes ou até nas redes sociais sobre outras
alternativas de tratamento para os transtornos psicológicos, como é o caso da
depressão, muitas vezes sou mal-compreendido.

Veja bem: eu não sou contra o uso providencial dos remédios alopáticos. Em
alguns casos, não temos muito o que fazer.

O uso dessas substâncias pode salvar uma vida, em momentos pontuais.

Minha única objeção é em relação a uma orientação de tratamento que se


baseia, única e exclusivamente, no remédio controlado.

Que não investiga o paciente como um todo, muito menos seus hábitos de
vida. E aí, apenas receitar um tarja-preta é o mesmo que cobrir o sol com uma
peneira.

Fora o risco de adicção, que nem sempre é levado em conta. Não são raros os

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casos de usuários crônicos destas drogas que, nessa jornada de pílula atrás
de pílula, fazem dois movimentos:

1. ou ampliam as doses (que perdem efeito)

2. ou mudam a medicação para outra classe (buscando a solução


que nunca encontraram)

O psicólogo clínico Irving Kirsch, da Harvard Medical School, reavaliou 38 testes


clínicos – envolvendo mais de 3.000 pacientes depressivos. E o resultado foi
chocante.

Os antidepressivos analisados mostraram-se até menos eficazes que pílulas


de farinha – o placebo. Isso significa que você pode estar tomando hoje um
medicamento tão eficaz quanto uma colher de açúcar.

E enquanto eles não sanam aquilo a que se propuseram a combater, podemos


observar a possibilidade de uma lista de efeitos colaterais, incluindo dependência
química, disfunção sexual dificuldade de coagulação e muito, muito mais.

Mas existe um risco muito mais preocupante que nem sempre é incluído no
cálculo custo-benefício dos medicamentos antidepressivos. E ele pode ser fatal.

Falo do aumento do risco de suicídio. Parece contraproducente, não? O


fato é que uma revisão da Fundação Cochrane de 70 testes clínicos sobre
antidepressivos, envolvendo mais de 18 mil indivíduos, atestou isso e foi
publicada no British Medical Journal,

O que os pesquisadores descobriram foi que, entre os menores de 18 anos, o


risco de suicídio e agressividade dobrou após o uso de antidepressivos.

O autor do estudo, Peter Gotzche (de quem eu já falei no meu livro Quebrando
os Tabus na Medicina), foi categórico ao dizer que essas mortes sempre foram
subnotificadas entre usuários de tais medicamentos.

Gostaria apenas de reforçar uma questão.

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Novamente nos deparamos aqui com uma necessidade de interpretação mais
profunda. Esses estudos, quando interpretamos corretamente, não querem
nos dizer que o remédio, por si só, pode provocar o suicídio de alguém.

O problema é quando a pessoa, em uso dessa medicação, abandona a busca


pela causa dos seus problemas, ficando parcialmente confortável com a melhora
de algum sintoma.

Ela pode acabar se comportando tal qual o dono de uma empresa que, ao
ver fumaça saindo da janela, pede que os bombeiros fiquem do lado de fora
apagando as labaredas que saem das janelas, para que o fogo não se espalhe
para outros lugares.

No momento em que se utiliza apenas o bombeiro e o fogo parece ter sumido,


o foco do incêndio, se não for transformado ou resolvido, pode permanecer
ativo e fazer com o dano na empresa tome maiores proporções.

Agora, falemos de alternativas importantes que merecem ser lembradas quando


o assunto é depressão. Vamos a elas.

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Capítulo 4
Alívios naturais

1 - Ômega 3
O ômega 3 é uma gordura essencial que cuida da nossa saúde como um todo.
Chamamos de “essencial” porque é algo que, naturalmente, nós não produzimos,
sendo necessária a compensação por meio de alimentos e suplementos.

No cérebro, ele também faz uma grande diferença, principalmente dois de


seus principais ácidos graxos, chamados de ácido eicosapentaenoico (EPA)
e ácido docosahexaenoico (DHA).

Quando estamos com baixos níveis de ácidos graxos no organismo, a


comunicação entre os nossos neurônios é reduzida, o que está diretamente
ligado às doenças neurológicas.

E em 2005, a Clínica de Nutrição e Medicina Preventiva da Universidade de


Creta, a maior e mais populosa ilha da Grécia, confirmou a associação: a

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baixa ingestão de DHA a longo prazo está relacionada a um maior risco de
depressão em indivíduos adultos.

Uma meta-análise publicada na revista científica Nature revisou 26 estudos


desde 2017, com mais de 2.160 participantes, e chegou a uma conclusão
surpreendente.

Uma suplementação rica no componente EPA (ácido eicosapentaenoico),


presente no ômega 3, teve efeitos positivos sobre os sintomas da depressão,
superiores ao placebo.

E o melhor: sem efeitos colaterais, algo que é muito comum no tratamento


medicamentoso da depressão.

Por isso, se você deseja acrescentar um importante soldado à linha de frente


contra a depressão, não pode deixar de fora o ômega 3.

Como suplementação, você pode ingerir em média 1g por dia de cápsulas


gelatinosas de óleo de Krill junto às principais refeições.

Se optar por aumentar os níveis de ômega 3 por meio da alimentação, lembre-se


de consumir, pelo menos duas vezes por semana, postas de peixes gordos e
selvagens, como atum e sardinha.

Salmão, eu não recomendo. A versão popular no Brasil é criada em cativeiro


e, apesar do preço, não oferece os nutrientes e a qualidade ideal para os
benefícios mencionados acima.

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2 - 5-HTP (5-hidroxitriptofano)
Você já ouviu falar em 5-HTP? O nome completo desse elemento é um pouco
mais complicado: 5-hidroxitriptofano. Mas guarde ele na memória caso esteja
em busca de prevenção ou medidas complementares no caso de depressão.

O 5-HTP é um aminoácido que nosso corpo produz naturalmente, a partir do


L-triptofano - este último podendo ser encontrado em fontes alimentares.

Estamos falando dele aqui porque esse elemento é fundamental para a produção
de serotonina, aquele neurotransmissor tão importante para a regulação, dentre
outras funções, do humor.

Apesar de não estar confirmado completamente essa associação única


entre baixa serotonina e aumento de depressão, uma vez que, se fosse tão
simples, apenas uma pílula que aumenta a serotonina resolveria a depressão,
é importante que entendamos esse mecanismo da absorção do L-triptofano.

Exemplo do que ocorre: no momento em que o L-triptofano ultrapassa a barreira


hematoencefálica, ele é convertido através das ações enzimáticas em 5-HTP;
este, por sua vez, também por ações enzimáticas, dependentes de outros

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nutrientes (magnésio, vitaminas do complexo B e vitamina D3), converte-se
em serotonina; o neurotransmissor, enfim, dependendo também de reações
enzimáticas e alguns dos nutrientes citados, pode se converter em melatonina.

Com mais serotonina no cérebro, as células nervosas se comunicam melhor,


o que pode refletir diretamente no humor, sono, ritmo cardíaco, temperatura
corporal, motilidade intestinal, entre outras funções importantes.

Nem sempre o simples ato de ingerir fontes de L-triptofano com mais regularidade,
como peixes, ovos, nozes e castanhas, resulta em maior serotonina. Como
expliquei, para que o L-triptofano gere toda a reação que culminaria no aumento
de serotonina, existe uma necessidade do bom funcionamento de enzimas, da
inflamação, do sistema intestinal, da absorção e metabolização de vitaminas
que exigem determinada complexidade genética (como a vitamina B6 e o
ácido fólico).

Então, agora você já sabe que a produção do neurotransmissor depende


de enzimas, cuja disponibilidade pode ser afetada pelo estresse, resistência
insulínica, consumo excessivo de produtos industrializados, deficiência ou
metabolização inadequada de vitamina B6, entre outros fatores.

Daí, do ponto de vista metabólico, fica um pouco mais garantido que a


suplementação seja feita diretamente com o 5-HTP.

O que é mais interessante é que muitos estudos evidenciam que o 5-HTP teria
uma eficácia semelhante aos inibidores seletivos de recaptação de serotonina,
classe de medicamentos comumente prescrita para quem recebe o diagnóstico
de depressão.

A diferença, de forma simples, para que você entenda, é a seguinte: enquanto os


inibidores bloqueiam a reabsorção da serotonina pelas células nervosas, fazendo
com que aquela mesma quantidade que você já possui de neurotransmissor
“circule” no cérebro, o 5-HTP fornece ao organismo a matéria-prima para a
produção de MAIS serotonina.

Deu para entender a diferença? Com os químicos, você trabalha com o que

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já tem, o que em alguns casos já faz toda a diferença; com o 5-HTP, você
produz mais serotonina.

De acordo com uma análise da Fundação Cochrane de dois estudos, com um


total de 64 pacientes, o 5-HTP teve uma performance melhor do que o placebo
(as pílulas de farinha) no tratamento e alívio de sintomas da depressão.

Um outro estudo, dessa vez publicado no Asian Journal of Psychiatry, comparou


os efeitos do 5-HTP com o medicamento fluoxetina em pacientes com o primeiro
episódio depressivo.

Ao todo, os 60 pacientes que concluíram o experimento foram divididos em


dois grupos: um recebeu o 5-HTP e o outro a fluoxetina, ambos por um período
de 8 semanas.

Durante o intervalo, os pacientes foram submetidos à Escala de Avaliação de


Depressão de Hamilton, que analisa o grau do transtorno psicológico.

No grupo do 5-HTP, a substância mostrou-se tão eficaz quanto a droga química,


apresentando benefícios e redução dos sintomas já nas duas primeiras semanas
de uso.

Um passo para aumentar as suas reservas de 5-HTP no organismo é,


naturalmente, ingerindo alimentos que são ricos em triptofano, como os que
citei anteriormente.

A suplementação também é uma opção, que deve ser avaliada junto ao seu
médico.

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3 - Erva de São João
A Erva de São João é uma planta que atende cientificamente pelo nome
Hypericum perforatum. Aqui no Brasil, pode ser encontrada como Hipérico
também.

É interessante saber essas informações ao buscar a planta medicinal em lojas


de produtos naturais, para que você se certifique que está levando o vegetal
correto para casa.

Usada desde a Idade Média, a Erva de São João é conhecida por aumentar
a disponibilidade de neurotransmissores, como é o caso da serotonina.

Além dos seus efeitos antidepressivos, foram identificados poderes anti-


inflamatórios e analgésicos, o que torna a planta uma boa candidata para o alívio
dos sintomas da tensão pré-menstrual, principalmente os de fundo emocional.

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Em 2002, durante seis semanas, um estudo dinamarquês analisou 70 pacientes
do sexo masculino, com média de idade de 49,7 anos, que sofriam de depressão
leve a moderada.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu um comprimido de


extrato de Erva de São João e o outro, fluoxetina. Segundo os pesquisadores, os
pacientes indicaram “melhora considerável e sem diferenças entre tratamentos”.

Já uma revisão, de 2008, analisou 29 pesquisas envolvendo 5.489 pacientes


e comparou o uso desse suplemento com placebo e com antidepressivos.

A revisão concluiu que as pessoas eram significativamente mais propensas a


responder a Erva de São João do que ao placebo.

Ou seja, com a Erva de São João é possível é possível obter resultados


similares aos dos medicamentos.

Levando em conta que o Prozac tem mais de 40 efeitos adversos descritos,


considerar um método mais natural, menos perigoso e de mesma eficácia é
uma boa possibilidade.

No entanto, também existem efeitos adversos que estão relacionados ao uso


inadequado de algumas ervas medicinais.

É por isso que, o ideal, é que elas sejam realmente prescritas por profissionais
de saúde habilitados, que possam indicar a quantia correta e controlar quaisquer
efeitos adversos.

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4- A influência da B12
É claro que, sem uma alimentação balanceada, com comida de verdade,
nenhuma das alternativas mencionadas anteriormente trará um bom resultado.

Logo, é importante que você entenda que tudo depende de um cardápio nutritivo
e da eliminação de alimentos deletérios da rotina.

A alimentação é uma das mais importantes formas de prevenção da depressão.

Por isso, primeiro e mais básico ponto: restrinja o consumo de produtos


industrializados que viciam o nosso cérebro, a exemplo dos açúcares. Eles
atrapalham muito a regulação cerebral e têm um efeito viciante superior ao de
algumas drogas psicotrópicas, como a cocaína.

De acordo com um estudo publicado no The British Journal of Psychiatry,


realizado com 3486 participantes, pessoas que ingeriam regularmente alimentos
processados, como sobremesas adoçadas, frituras e carnes processadas, eram
mais propensas a serem diagnosticadas com depressão do que aquelas que
se baseavam em alimentos integrais não processados.

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E o que de fato é essencial para o nosso cérebro? Gorduras de boa qualidade,
como o ômega 3, de que eu falei no começo deste capítulo.

Os alimentos ricos nesse macronutriente podem ser encontrados facilmente


no dia a dia, a exemplo de oleaginosas, a gordura do peixe, óleo de coco, ovo,
manteiga e azeite de oliva.

E já em relação aos micronutrientes, gosto de destacar as vitaminas do complexo


B.

Falo especialmente das vitaminas B12 (metilcobalamina) e ácido fólico (B9


ou metilfolato). Cada vez mais, há estudos que relacionam a inflamação à
depressão e, estes dois nutrientes são comprovadamente anti-inflamatórios.

Essas vitaminas são importantes porque, assim como o 5-HTP, induzem o


metabolismo a transformar o triptofano em serotonina. Ter deficiência de vitamina
B12 também está relacionada a maior incidência de quadros depressivos.

São ricos em B12 principalmente os alimentos de origem animal, como gema


de ovos, fígado, carne de porco, os peixes de águas frias e profundas como
salmão e atum, leite e derivados.

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