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LA

CCNA Exploration
Protocolos e Conceitos de Roteamento

Capítulo 9: EIGRP

Sebastião L. Q. António
CCNA Instrutor
Sebastiaokinanga@hotmail.com
EIGRP,
História
Raízes do EIGRP: IGRP
A Cisco desenvolveu o IGRP em 1985, em resposta a algumas das limitações do RIPv1, inclusive o uso da métrica de contagem
de saltos e o tamanho de rede máximo de 15 saltos.
Em vez da contagem de saltos, o IGRP e EIGRP utilizam métricas compostas de largura de banda, atraso, confiabilidade e carga.
Por padrão, ambos os protocolos de roteamento utilizam somente a largura de banda e atraso. Porém, como o IGRP é um
protocolo de roteamento classful que utiliza o algoritmo de Bellman-Ford e atualizações periódicas, sua utilidade está limitada
em muitas das redes de hoje.
Mensagem EIGRP
A porção dos dados de uma mensagem EIGRP é encapsulada em um pacote. Este campo de dados é chamado de
Tipo/Tamanho/Valor ou TLV (Type/Length/Value).
O cabeçalho do pacote EIGRP é incluído em todos os pacotes EIGRP, independentemente de seu tipo. Os cabeçalho do pacote
EIGRP e TLV são então encapsulados em um pacote IP. No cabeçalho de pacote IP, o campo de protocolo é definido como 88
para indicar EIGRP e o endereço de destino é definido para o endereço de multicast 224.0.0.10. Se o pacote EIGRP for
encapsulado em um quadro Ethernet, o endereço MAC de destino também será um endereço multicast: 01-00-5E-00-00-0A.
Cabeçalho do pacote EIGRP

O Número de Sistema autônomo (AS, Autonomous System) especifica o processo de roteamento EIGRP. Ao
contrário do RIP, os roteadores Cisco podem executar múltiplas instâncias do EIGRP. O número de AS é utilizado
para monitorar as múltiplas instâncias do EIGRP.
TLV: Parâmetros do EIGRP

A mensagem de parâmetros EIGRP inclui os pesos que o EIGRP utiliza para sua métrica composta. Por padrão, somente a
largura de banda e o atraso são considerados.
 K1 para largura de banda e K3 para atraso são ambos definidos como 1.
 Os outros valores K são definidos como zero.

O Tempo de espera (Hold Time) é a quantidade de tempo que o vizinho EIGRP que recebe esta mensagem deve esperar antes
de considerar que o roteador que anuncia esteja inactivo.

TLV:IP
TLV: IPInterno.
Externo.AAmensagem
mensagemIPdeinterno
IP Externo é utilizada
é utilizada para quando
anunciarrotas externas
as rotas são importadas
do EIGRP dentro de
para o processo de
um sistema autónomo. roteamento EIGRP.
PDM-Módulos Dependente do Protocolo
O EIGRP possui a capacidade de rotear vários protocolos diferentes inclusive IP, IPX e AppleTalk utilizando Módulos dependentes
do protocolo (PDM, Protocol-Dependent Modules). Os PDMs são responsáveis pelas tarefas de roteamento específicas para cada
protocolo de camada de rede.

Por exemplo:
 O módulo de IP-EIGRP é responsável por enviar e receber pacotes do EIGRP que são encapsulados em IP e por utilizar DUAL
para criar e manter a tabela de roteamento IP. Como você pode ver na figura, o EIGRP utiliza diferentes pacotes EIGRP e
mantém tabelas de vizinho, topologia e tabelas de roteamento separados para cada protocolo de camada de rede.
 O módulo IPX EIGRP é responsável por trocar informações de roteamento sobre redes IPX com outros roteadores IPX EIGRP.
O IPX EIGRP e Appletalk EIGRP não estão incluídos neste curso.
RTP
O Protocolo de transporte confiável (RTP, Reliable Transport Protocol) é o protocolo utilizado pelo EIGRP para a entrega e o
recebimento dos pacotes EIGRP. O EIGRP foi criado como um protocolo de roteamento independente de camada de rede;
portanto, não pode utilizar os serviços de UDP ou TCP porque o IPX e Appletalk não utilizam protocolos da pilha TCP/IP. A
figura mostra conceitualmente como o RTP funciona.
Embora "Confiável" faça parte de seu nome, o RTP inclui entrega confiável e entrega não confiável de pacotes EIGRP,
semelhante ao TCP e UDP, respectivamente. O RTP confiável exige que uma confirmação seja confirmada pelo receptor ao
remetente. Um pacote RTP não confiável não exige uma confirmação.
O RTP pode enviar pacotes como unicast ou multicast. Os pacotes multicast do EIGRP utilizam o endereço de multicast
reservado 224.0.0.10.
Tipos de Pacote RTP

Os pacotes hello
Os pacotes de atualização EIGRP do utilizam
EIGRP são multicasts
entrega confiável, e são enviados como multicast quando exigidos por
Os pacotes
vários roteadores, ou como unicast quando exigidos somenteredes
consulta e resposta são utilizados pelo DUAL ao procurar por eum
ao realizar outras tarefas.
único roteador. ComoConsultas
os links edarespostas utilizam
figura são
entrega confiável. Consultas
ponto-a-ponto, utilizam multicast,
as atualizações enquanto
são enviadas comorespostas
unicasts.são sempre enviadas
Diferentemente do como
RIP, ounicast.
EIGRPOnãoDUAL
enviaé discutido em uma
atualizações
seção periódicas.
posterior. Os
Ospacotes
pacotesdede
consulta e resposta
atualização são discutidos
são enviados em quando
somente mais detalhes no CCNP.
necessário.
Na figura, o R2 perdeu
Os Pacotes conectividade(ACK,
de confirmação com a rede local e envia consultas
Acknowledgement) a todos ospelo
são enviados vizinhos
EIGRP EIGRP que procura
quando possíveis
a entrega rotasépara a
confiável
rede local. Como as consultas utilizam entrega confiável, o roteador de destino deve devolver uma confirmação EIGRP.
utilizada. O RTP utiliza entrega confiável para pacotes de atualização, consulta e resposta do EIGRP. Os pacotes de
Todosconfirmação do EIGRP
os vizinhos devem enviarcontêm um número
uma resposta de confirmação
independentemente diferente
de ter ou não de
umazero
rotaepara
sempre sãoinativa.
a rede enviados utilizando um
endereço unicast.
Protocolo Hello, para que serve?

Os roteadores EIGRP detectam vizinhos e estabelecem adjacências com roteadores vizinhos utilizando o pacote Hello. E São
enviados a cada 5 segundos.

O tempo de espera revela ao roteador o tempo máximo que ele deve esperar para receber o próximo Hello antes de declarar o
vizinho como inalcançável, o tempo é de 15 segundos .

Atualizações EIGRP
O Algoritmo de atualização por difusão (DUAL, Diffusing Update Algorithm)

É o algoritmo de convergência utilizado pelo EIGRP em vez dos algoritmos Bellman-Ford ou Ford Fulkerson utilizados por
outros protocolos de roteamento de vetor de distância, como o RIP.
O algoritmo DUAL é utilizado para obter liberdade de loop a todo momento ao longo de uma computação de rota. Isto permite
que todos os roteadores envolvidos em uma alteração de topologia sincronizem ao mesmo tempo.
O processo de decisão para todas as computações de rota é feito pela Máquina de estado finito DUAL (FSM DUAL, Finite
State Machine DUAL) .
O FSM DUAL monitora todas as rotas, utiliza sua métrica para escolher caminhos eficientes, sem loop e seleciona as rotas com
o caminho de menor custo para inserir na tabela de roteamento.
Distância Administrativa

Conforme aprendemos, a distância administrativa (AD, Administrative Distance) é a confiança (ou preferência) da origem da
rota. O EIGRP possui uma distância administrativa padrão de 90 para rotas internas e 170 para rotas externas, como as rotas
padrão. Quando comparado a outros protocolos IGP, o EIGRP é o preferido pelo IOS Cisco porque tem a distância administrativa
mais baixa

Autenticação

Como outros protocolos de roteamento, o


EIGRP pode ser configurado para
autenticação. RIPv2, EIGRP, OSPF, IS-IS e
BGP podem ser configurados para
criptografar e autenticar suas informações de
roteamento. Esta prática assegura que os roteadores
somente aceitem informações de roteamento de outros roteadores
que foram configurados com a mesma senha ou informações de
autenticação.
Topologia de Laboratório
Sistema Autônomo

Um sistema autônomo (AS, Autonomous System) é uma coleção de redes sob o controle administrativo de uma única entidade que
apresenta uma política de roteamento comum para a Internet.
Os números de AS são atribuídos pela IANA (Internet Assigned Numbers Authority), a mesma autoridade que atribui o espaço de
endereço IP. Antes de 2007, os números de AS eram números de 16 bits, variando de 0 até 65535. Agora são atribuídos números de
AS de 32 bits, aumentando a quantidade de números de AS disponíveis para mais de 4 bilhões.
Quem precisa de um número de sistema autônomo? Normalmente os ISPs (Provedores de Internet), provedores de backbone de
Internet e instituições de grande porte que se conectam a outras entidades que também possuem um número de AS. Estes provedores
de Internet e instituições de grande porte utilizam o protocolo de roteamento de gateway exterior Border Gateway Protocol, ou BGP,
para propagar informações de roteamento.
O BGP é o único protocolo de roteamento que utiliza um número de sistema autônomo real em sua configuração.
Sistemas Autónomos e IDs de Processo

EIGRP e OSPF utilizam uma ID de processo para representar uma instância de seu respectivo protocolo de roteamento sendo
executado no roteador.
Router(config)#router eigrp autonomous-system
Embora o EIGRP refira-se ao parâmetro como um número de “sistema autônomo”, na verdade ele funciona como uma ID de
processo. Este número não está associado a um número de sistema autônomo previamente discutido e pode receber qualquer valor de
16 bits.
Router(config)#router eigrp 1

Neste exemplo, o número 1 identifica este


processo de EIGRP específico sendo executado
neste roteador.

Nota: O RIP não utiliza IDs de processo; portanto, somente pode suportar uma única instância de RIP. Tanto o EIGRP quanto
o OSPF podem suportar múltiplas instâncias de cada protocolo de roteamento, embora este tipo de implementação de
protocolo de roteamento múltipla não seja geralmente necessária ou recomendada.
Habilitando o EIGRP

O comando network em EIGRP possui a mesma função que em outros protocolos de roteamento IGP:
 Qualquer interface neste roteador que corresponda ao endereço de rede no comando network será habilitado para enviar e receber
atualizações de EIGRP.
 Esta rede (ou sub-rede) será incluída nas atualizações de roteamento EIGRP.

Quando o EIGRP for configurado em R2, o DUAL enviará uma mensagem de notificação para a console dizendo que uma relação
de vizinho com outro roteador de EIGRP foi estabelecida. Esta nova adjacência acontece automaticamente porque R1 e R2 estão
utilizando o mesmo processo de roteamento eigrp 1 e ambos os roteadores estão agora enviando atualizações na rede 172.16.0.0.
O Que precisa saber do comando network?

Por padrão, ao utilizar o comando network e um endereço de rede classful como 172.16.0.0, todas as interfaces no roteador que
pertencem a este endereço de rede classful serão habilitadas para EIGRP. Porém, pode haver momentos em que o administrador de
rede não deseja incluir todas as interfaces dentro de uma rede ao habilitar o EIGRP. Para configurar o EIGRP para anunciar somente
sub-redes específicas, utilize a opção wildcard-mask com o comando network:

Router(config-router)#network network-address [wildcard-mask]


R2(config-router)#network 192.168.10.8 0.0.0.3

Algumas versões de IOS também permitem que você simplesmente digite a máscara de sub-rede. Por exemplo, você pode digitar o
seguinte:

R2(config-router)#network 192.168.10.8 255.255.255.252

Como calcular a máscara curinga?


O Que há na tabela do vizinho?

O comando show ip eigrp neighbors é muito útil para verificar, identificar e solucionar problemas do EIGRP. Se um vizinho não
for listado depois que as adjacências forem estabelecidas com os vizinhos de um roteador, verifique a interface local para ter
certeza de que está ativada com o comando show ip interface brief.

Se a interface estiver ativa, tente executar ping no endereço IP do vizinho. Se o ping falhar, isso significa que a interface de
vizinho está inativa e precisa ser ativada. Se o ping tiver êxito e o EIGRP ainda não ver o roteador como um vizinho, examine as
seguintes configurações:

 Ambos os roteadores estão configurados com a mesma ID de processo de EIGRP?


 A rede diretamente conectada está incluída nos comandos network do EIGRP?
 O comando passive-interface está configurado para evitar pacotes Hello do EIGRP na interface?
Verificando o EIGRP

 Para visualizar a tabela de roteamento, use o comando:

show ip route

 Verifique o funcionamento do protocolo:

show ip protocols

Routing Protocol is "eigrp 1"

Lembre-se de que a ID de processo deve ser a mesma em todos os roteadores para que EIGRP estabeleça
adjacências e compartilhe as informações de roteamento.

As distâncias administrativas interna e externa de EIGRP também são exibidas:

Distance: internal 90 external 170

 Por padrão, o EIGRP sumariza as rotas automaticamente ao limite de rede principal. Desabilite a sumarização
automática :

no auto-summary
Examinando a tabela de roteamento

Observará que as rotas de EIGRP são denotadas na tabela de roteamento com um D, que significa DUAL.

A figura mostra a tabela de


roteamento para R2 com duas
entradas destacadas. Observe que
o EIGRP incluiu uma rota de
sumarização automaticamente para
Null0 para as redes classful
192.168.10.0/24 e 172.16.0.0/16.

Lembre-se que aprendemos que Null0 não é uma interface real. Observe que as rotas de sumarização são originadas de Null0 -
isto porque estas rotas são utilizadas com fins de anúncio. As rotas 192.168.10.0/24 e 172.16.0.0/16 não representam, de fato, um
caminho para alcançar as redes primárias. Se um pacote não corresponder a uma das rotas secundárias do nível 2, ele será
enviado à interface Null0. Em outras palavras, se o pacote corresponder à rota primária do nível 1 - o endereço de rede classful -
mas a nenhuma das sub-redes, o pacote será descartado.
Nota: O EIGRP inclui automaticamente uma rota de sumarização null0 como uma rota secundária sempre que ambas as
condições seguintes existirem:
 Há pelo menos uma sub-rede que foi reconhecida pelo EIGRP.
 A sumarização automática está habilitada.
Nós veremos que a rota de sumarização null0 é removida quando a sumarização automática é desabilitada.
Continua…
Como é feita o cálculo da métrica, no EIGRP?

O EIGRP utiliza os valores seguintes em sua métrica composta para calcular o caminho preferido para uma rede:
 Largura de banda
 Atraso
 Confiabilidade
 Carga

Nota: Modificar os pesos de métrica está além do escopo deste curso, mas sua relevância é importante para estabelecer
vizinhos e é discutida em uma seção posterior. O valor tipo de serviço (TOS, Type of Service) é legado do IGRP e nunca foi
implementado. O valor tos sempre é definido como 0.
Examinando os valores da métrica

Largura de banda

Podemos examinar os valores reais utilizados para largura de banda, atraso, confiabilidade e carga na computação da
métrica de roteamento.

A métrica de largura de banda (1544 Kbit) é um valor estático utilizado por alguns protocolos de roteamento como o EIGRP e
OSPF para calcular sua métrica de roteamento. A maioria das interfaces seriais utiliza o valor de largura de banda padrão de
1544 Kbit ou 1.544.000 bps (1.544 Mbps).

Esta é a largura de banda de uma conexão T1. Porém, algumas interfaces seriais utilizam um valor de largura de banda padrão
diferente.

O valor da largura de banda pode ou não reflectir na largura de banda física real da interface. Modificar o valor de largura de
banda não altera a largura de banda real do link. Se a largura de banda real do link diferir do valor de largura de banda
padrão, então você deverá modificar o valor de largura de banda a qual será vista em uma secção posterior.
Atraso

É uma medida do tempo necessário para um pacote atravessar um caminho. A métrica de atraso (DLY) é um valor
estático baseado no tipo de link para o qual a interface é conectada e é expressada em microssegundos. O atraso não
é medido dinamicamente.

MTU 1500 bytes, BW 1544 Kbit, DLY 20000 usec,


Confiabilidade

É uma medida da probabilidade de o link falhar ou que diz a


frequência de o link resultar em erro. Ao contrário do atraso, a
Confiabilidade é medida dinamicamente com um valor entre 0 e
255, com 1 sendo um link minimamente confiável e 255 cem por
cento confiável.
Quanto mais alto o valor, mais confiável é o link. Assim, 255/255
seria 100% confiável, considerando que um link de 234/255 seria
91,8% confiável.

Carga
A carga reflecte a quantidade de tráfego que utiliza o link. Como a
confiabilidade, a carga é medida dinamicamente com um valor
entre 0 e 255. De maneira semelhante à confiabilidade, a carga é
expressada como uma fração de 255. Porém, neste caso, um valor
de carga inferior é mais desejável porque indica menos carga no
link. Assim, 1/255 seria um link minimamente carregado, 40/255 é
um link com 16 por cento de capacidade e 255/255 seria um link
que está 100 por cento saturado.
Calculando a Métrica do EIGRP
Mas o que fazer se a largura de banda real do link não corresponder à largura de banda padrão da interface?
Utilize o comando de interface bandwidth para modificar a métrica de largura de banda

Nota: Uma concepção errónea comum para alunos novos de rede e do IOS Cisco é presumir que o comando bandwidth alterará a
largura de banda física do link. Como informado na seção anterior, o comando bandwidth somente modifica a métrica de largura
de banda utilizada por protocolos de roteamento como o EIGRP e OSPF. Às vezes, um administrador de rede alterará o valor de
largura de banda de modo a ter mais controle sobre a interface de saída escolhida.
Calculando a Métrica do EIGRP
Como o EIGRP utiliza a largura de banda mais lenta em sua métrica de cálculo, nós podemos localizar a largura de banda mais
lenta examinando cada interface entre R2 e o destino de rede 192.168.1.0. A interface Serial 0/0/1 em R2 possui uma largura de
banda de 1.024 Kbps ou 1.024.000 bps. A interface FastEthernet em R3 possui uma largura de banda de 100.000 Kbps ou 100
Mbps. Portanto, a largura de banda mais lenta é de 1024 Kbps e é utilizada no cálculo da métrica.

Cálculo da Largura de Banda


O EIGRP pega o valor de largura de banda de referência de
10.000.000 o divide pelo valor de largura de banda em kbps.
Isto resultará em valores de largura de banda mais altos que
recebem uma métrica mais baixa e valores de largura de
banda mais baixos que recebem uma métrica mais alta. Se o
resultado não for um número inteiro, o valor será arredondado
para baixo antes de multiplicar por 256.

Cálculo do Atraso
Utilizando as mesmas interfaces de saída, também podemos
determinar o valor de atraso.
Cada valor de atraso é dividido por 10 e então somado:
20.000/10 + 100/10 resulta em um valor de 2.010. Este
resultado é então multiplicado por 256. A parte de atraso da
métrica de composição é 514.560.
DUAL (Algoritmo de Atualização por Difusão), conceitos

O DUAL utiliza diversos termos que serão discutidos em mais detalhes ao longo desta seção:

 Sucessor
 Distância viável (FD – Feasible Distance)
 Sucessor viável (FS – Feasible Successor)
 Distância reportada (RD) ou Distância anunciada (AD)
 Condição viável ou Condição de viabilidade (FC)
Sucessor

É um roteador vizinho que é utilizado para o encaminhamento de pacotes e é a rota de menor custo para a rede de destino. O
endereço IP de um sucessor é mostrado em uma entrada da tabela de roteamento depois da palavra via.

Distância viável (FD, Feasible distance)

É a métrica calculada mais baixa para alcançar a rede de destino. FD é a métrica listada na entrada da tabela de roteamento
como o segundo número dentro dos colchetes. Tal como com outros protocolos de roteamento, isto também é conhecido como
a métrica para a rota.
Uma das razões pela qual o DUAL pode convergir rapidamente depois de uma mudança na topologia é porque ele pode utilizar
caminhos de backup para outros roteadores conhecidos como sucessores viáveis sem ter que recomputar o DUAL.
Sucessor viável (FS, Feasible Successor) é um vizinho que tem um caminho de backup sem loop para a mesma rede que o
sucessor porque atende a condição de viabilidade. Para ser um sucessor viável, o router deve atender a condição de viabilidade
(FC).

Condição de viabilidade (FC): se o roteador de destino tiver uma


distância viável para uma rede específica e receber uma
actualização de um vizinho com uma distância anunciada inferior
(Distância Reportada) para aquela rede, então haverá uma
condição de viabilidade.
Condição de viabilidade (FC, Feasibility Condition) é atingida quando a distância reportada (RD, Reported Distance) para uma
rede é menor que a distância viável do roteador para a mesma rede de destino. Distância reportada (RD) ou distância anunciada é
simplesmente uma distância viável do vizinho de EIGRP para a mesma rede de destino. A distância reportada (RD) é a métrica
que um roteador relata a um vizinho sobre seu próprio custo para aquela rede.

Se R3 é o sucessor, o vizinho R1 pode ser um sucessor


viável para esta mesma rede 192.168.1.0/24? Em outras
palavras, se o link entre R2 e R3 falhar, o R1 pode ser
utilizado imediatamente como um caminho de backup
sem uma nova computação do algoritmo DUAL? R1
somente pode ser um sucessor viável se atingir a
condição de viabilidade.

Na figura, R1 está relatando a R2 que sua distância de


viabilidade para 192.168.1.0/24 é 2172416. Da
perspectiva de R2, 2172416 é a distância relatada de
R1. Da perspectiva de R1, 2172416 é sua distância
viável.
A distância reportada (RD) ou distância anunciada é simplesmente uma distância viável do vizinho de EIGRP para a mesma
rede de destino. A distância reportada (RD) é a métrica que um roteador relata a um vizinho sobre seu próprio custo para aquela
rede.

R2 examina a distância reportada (RD) de 2172416 para R1.


Como a distância reportada (RD) de R1 é menor que a própria
distância viável de R2 (FD) de 3014400, R1 atende a
condição de viabilidade. R1 é agora um sucessor viável para
R2 para a rede 192.168.1.0/24.

Por que R1 não é o sucessor se sua distância reportada (RD) é


menor que a distância viável (FD) de R2 para 192.168.1.0/24?
Porque o custo total para R2, sua distância viável (FD), para
alcançar 192.168.1.0/24 é maior por R1 do que é por R3.

O sucessor, a distância viável e qualquer sucessor


viável com suas distâncias relatadas são mantidos por
um roteador em sua tabela de topologia de EIGRP ou
banco de dados de topologia. Como mostrado na
figura, a tabela de topologia pode ser exibida com o
uso do comando show ip eigrp topology. A tabela de
topologia lista todos os sucessores e sucessores viáveis
que o DUAL calculou para as redes de destino.
Interpretação da tabela da topologia

Para exibir informações detalhadas sobre as métricas de uma entrada específica na tabela de topologia, adicione o parâmetro
opcional [network] para o comando show ip eigrp topology, como mostrado na figura:
R2#show ip eigrp topology 192.168.1.0

Todas as rotas na tabela de topologia devem estar no estado passivo para um domínio de roteamento estável. O DUAL
exibirá um A se a rota estiver "Presa em Activo" que é um problema de identificação e solução de problemas do nível de
CCNP.
Máquina de estado finito (FSM, Finite State Machine) do DUAL
O ponto central do EIGRP é o DUAL e seu mecanismo de cálculo de rota EIGRP. O nome real desta tecnologia é Máquina de
Estado Finito do DUAL (FSM).Esta máquina de estado finito contém toda a lógica utilizada para calcular e comparar rotas em
uma rede EIGRP. A figura mostra uma versão simplificada do FSM do DUAL.

Uma máquina de estado finito é uma máquina abstracta, não


um dispositivo mecânico com componentes móveis. As FSMs
definem um conjunto de possíveis estados pelos quais algo
pode passar, quais eventos causam esses estados e quais
eventos são resultados desses estados.
Máquina de estado finito, detecção de problemas

 Habilite a depuração do DUAL com o comando debug eigrp fsm.


 Simule uma falha de link utilizando o comando shutdown na interface Serial 0/0/1 em R2.

Você verá toda a actividade gerada pelo DUAL quando um link ficar inactivo. R2 deve informar a todos os vizinhos
EIGRP sobre o link perdido e também deve ter o cuidado de actualizar suas próprias tabelas de roteamento e
topologia.
Rotas de Sumarização null0

O EIGRP inclui automaticamente uma rota de sumarização null0 como uma rota secundária sempre que ambas as condições
seguintes existirem:
 Há pelo menos uma sub-rede que foi reconhecida pelo EIGRP.
 A sumarização automática está habilitada.

Interface Null0 é simplesmente uma rota para lugar algum, comummente conhecida como "cesta de bits". Então, por
padrão, o EIGRP utiliza a interface Null0 para descartar os pacotes que correspondem à rota primária, mas não
correspondem a nenhuma das rotas secundárias.

Seja qual for o uso do comportamento de roteamento classful ou classless, a sumarização de null0 será utilizada e,
portanto, negando o uso de qualquer rota de super-rede ou padrão.
Rotas de Sumarização null0

Como o RIP, o EIGRP sumariza automaticamente a limites de rede principal utilizando o comando padrão auto-summary.

Sem sumarização automática, a tabela de roteamento de R3 inclui agora as três sub-redes,


172.16.1.0/24, 172.16.2.0/24 e 172.16.3.0/24.
Sumarização Manual

O EIGRP pode ser configurado para sumarizar rotas, estando habilitada ou não a sumarização automática (auto-summary).
Como o EIGRP é um protocolo de roteamento classless e inclui a máscara de sub-rede nas atualizações de roteamento, a
sumarização manual pode incluir rotas de super-rede.

Lembre-se: uma super-rede é uma agregação de diversos endereços de rede classful principal.

Para estabelecer a sumarização manual de EIGRP em todas as interfaces que enviam pacotes de EIGRP, utilize o seguinte
comando de interface:

Router(config-if)#ip summary-address eigrp as-number network-address subnet-mask


Rota padrão EIGRP

Utilizar uma rota estática para 0.0.0.0/0 como uma rota padrão não depende do protocolo de roteamento. A rota padrão
estática "quatro zero de octetos (quad zero)" pode ser utilizada com qualquer protocolo de roteamento suportado. A rota
padrão estática é normalmente configurada no roteador que possui uma conexão com uma rede fora do domínio de roteamento
EIGRP, por exemplo, para um ISP.

A entrada para a rota padrão estática em R1 é a seguinte:

D*EX 0.0.0.0/0 [170/3651840] via 192.168.10.6, 00:01:08, Serial0/1

 D - Esta rota estática foi obtida a partir de uma atualização de roteamento do EIGRP.
 * - A rota é uma candidata para uma rota padrão.
 EX - A rota é uma rota de EIGRP externa, neste caso uma rota estática fora do domínio de roteamento do EIGRP.
 170 - Esta é a distância administrativa de uma rota externa ao EIGRP.

Nota: Há outro método para propagar uma rota padrão no EIGRP, utilizando o comando ip default-network.
Gestão da Largura de Banda

Por padrão, o EIGRP utilizará somente até 50% da largura de banda de uma interface para informações de EIGRP. Isto impede
que o processo do EIGRP utilize um link em excesso e que não libere largura de banda suficiente para o roteamento de tráfego
normal.
O comando ip bandwidth-percent eigrp pode ser utilizado para configurar o percentual de largura de banda que pode ser
utilizado por EIGRP em uma interface.
Router(config-if)#ip bandwidth-percent eigrp as-number percent

Em nosso exemplo, nós estamos limitando o EIGRP para não utilizar mais que 50 por cento da largura de
banda do link. Portanto, o EIGRP nunca utilizará mais do que os 32kbps da largura de banda do link para o
tráfego de pacote do EIGRP.
Intervalos Hello e Hold Time (Tempo de Espera)

Os intervalos Hello e os tempos de espera são configuráveis por interface e não precisam corresponder com outros roteadores
de EIGRP para estabelecer adjacências. Os comandos para configurar um intervalo hello diferente e um tempo de espera
diferente são:
Router(config-if)#ip hello-interval eigrp as-number seconds

Se você alterar o intervalo hello, verifique se você também alterou o tempo de espera para um valor igual ou maior que o
intervalo hello. Caso contrário, a adjacência de vizinho ficará inativa depois que o tempo de espera expirar e antes do
próximo intervalo hello. O comando para configurar um tempo de espera diferente é:
Router(config-if)#ip hold-time eigrp as-number seconds
O valor em segundos para ambos intervalos hello e de tempo de espera podem variar de 1 até 65.535. Este intervalo significa
que você pode definir o intervalo hello para um valor de até 18 horas, que pode ser apropriado para um link de dial-up muito
caro.

A forma no pode ser utilizada


nestes comandos para restaurar os
valores padrão.
Resumo

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