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R E G U L A D O R

DO

RITO MODERNO
W MIO 4

DO

RITO MODERNO CONTENDO

OS RITUAES SEGUNDO O REGIMEN DO G . ' . O.*. DE FRANÇA,


BEM COMO FORMAL DADES E DISPOSIÇÕES DIVERSAS,
CONCERNENTES Á ORDEM.

OFFERECIDO

PARA USO DAS OFFICINAS BESTE RITO


AO

Gr.\ O,". I D O B R A S I L

PRIMEIRO GRÁO

APRENDIZ

RIO DE JANEIRO
TYPOGRAPHIC UNIVERSAL DE LAEMMERT
Rua dos Inválidos, 6 1 B

1869
Reimpresso por autorisação do Gr.-. Cap.-. G e r . \ dos Ritos
Âzues, concedida em o I o dia do T mez do anno da V.-. L * .
5868, de conformidade com a proposta do Resp,-. e 111.-. Ir.-.
Gr.-. Secret.-. José Manoel de Menezes, depois de ter confrontado
a edição primitiva com todos os Regulad.-. do Rit.-. Mod.-, das
difíerentes Potencias Maçónicas estrangeiras. Sanccionada a men-
cionada autorisação pelo Gr.-. Or.-, em a sessão do 2 o dia do 7«
mez do anno da V.-. L.-. 5868.
O que tudo consta das competentes actas.

Visto. Conforme.
Francisco da Silva Campos, R . ' . t ,
José Manoel de Menezes,
<3r.\ Secret.*. Adj.*.
G r . \ Secret.".
REGULADOR MAÇONICO DO RITO MODERNO

APRENDIZ
I o GRÁO DO RITO MODERNO, OU FRANCEZ, OU DA MAÇONERIA AZUL,
I o GRÁO DA MAÇONERIA SYMBOL'CA, E UNIVERSAL,
E I o DOS TRABALHOS DE LOJA.

Gráo consagrado á virtude, e á beneficencia, ou ao desenvolvimento da Maçoneria,


e estudo de suas leis e usos.

Decoração da Loja, on Templo.

. A Loja, as cortinas, as mesas, e tudo o mais é forrado de azai.


É alumiada por tres grandes luzes, uma no Oriente ao lado do Sal,
e duas no Occidente aos lados do Norte e do Sul.
O Oriente é ornado com os Astros do dia e da noite, ficando
aquelle ao Meio-dia e este ao Norte: e com a Estrella rutilante em
fôrma triangular, collocada por cima daquelles; tudo em campo
azul semeado de estrellas dispostas em triângulos.
No Oriente tem um docel azul com franja de prata, debaixo do
qual está um Throno, e diante deste um Altar, sobre o qual tem
um Compasso, uma Espada, os Estatutos da Ordem e um Maço.
O Throno e o Altar estão collocados sobre u m tablado, para o
qual se sobe por tres degráos; n'um dos degráos do lado do
Norte t e m posto u m coxim contendo bordada ou traçada uma
esquadria.
No Occidente tem duas Columnas de bronze, de Ordem corinthia,
as quaes tem sobre seus capiteis tres romans semiabertas. No fuste
da Columna, que ao entrar está á direita, tem a letra B, e na que
está á esquerda a letra J, ambas voltadas ao Oriente.
Por diante de cada Columna lem uma cadeira e uma mesa, e sobre
esta um Maço. Em cada lado do Oriente tem uma cadeira e uma
mesa. Contíguo ao Oriente tem de cada lado outra cadeira e outra
mesa.
Toda a Loja é guarnecida de assentos. A cimalha é ornada com
uma guarnição recortada.
Ao lado da Columna J tem uma pedra tosca, e ao lado da Co-
lumna B um cubo ou pyramidô de pedra lavrada.
Quasi no meio da Loja, m a s da parte do Oriente, tem o quadro
representando o esboço da Loja.
Do átrio © sala dois passos perdidos.

Átrio, ou Adro, é a sala ou repartimento que precede ao Templo.


Terá a mobilia que o espaço permitlir.
Sala dos passos perdidos precede ao Átrio do Templo: nella s e
detêm os II.-. Visitantes emquanto lhes nao é dado o ingresso no
Templo. Convém que seja mobilhada.
»•

Da camara das reflexões.

Esta Camara será vedada á claridade do dia, mas alumiada com


«ma única alam pada.
As paredes serão denegridas e carregadas de emblemas fúnebres,
afim de inspirarem meditação, tristeza e pavor. Nas paredes, o u
em molduras a ellas pendentes, estarão intelligivelmente inscriptas
sentenças de uma pura Moral, e maximas de uma Philosophia
austera.
Servirá, para suscitar a recordação do nada das cousas humanas,
uma caveira, o u , podendo ser, um esqueleto. Nesla Camara só terá
uma cadeira, uma mesa, u m pão, u m vaso cheio de agua pura,
dous pequenos vasos, um com sal e o outro com enxofre, papel,
pennas e tinta.
Sobre a mesa estarão representados um Gallo e uma Ampulheta:
e por baixo destes emblemas estarão postas as palavras Vigilancia
e Perseverança.
INSCRIPÇÕES.

Se a curiosidade aqui te conduzio, retira-te.


Se temes que te censurem as tuas falias, entre nós não estds
èem.
Se és capaz de dissimulação, treme; descoberto has de ser.
Se tens apêgo ds distincções mundanas, vai-te; desconhecidas por
nòs ellas são.
Se a tua alma concebeu pavor, não passes dvante.
Se persistes, serás purificado pelos elementos; sahirds do abysmo
das trevas e verds a luz.

Titulo da Offícina.

A Offícina tem a denominação de Loja. O Presidente tem o


tratamento de Venerabilissimo, e todos os mais o tratamento de
Irmãos.
— 9 --

Dignitários ou Offlciaeis.

1. Venerável.
2. I o Vigilante. I Estes cinco Dignitários são de-
o
3. 2 Vigilante. signados com a qualificação
4. Orador. especial de Luzes.
5. Secretario. 1
6. i Deputado.. O venerável é representante nato,
o
7. I Experto. e o Deputado é representante
8. Jhesoureiro. eleito.
9. Hospitaleiro.
10. Mestre de Cereraonias.
11. Chancel ler C, - S . \ e T.'.
lw2. Architecto Verif.\
13 e 14. 2 o e 3" Expertos.
15. Cobridor.
Ao todo 15. Além destes ha adjunctos a alguns cargos, os quaes
substituem os Titulares.
É compatível as funoções de deputado com as de qualquer outro
cargo da Loja, á excepção de Venerável.

fiusignias dos Dignitários.

Os Dignitários ou Officiaes, além das insígnias do gráo que pos-


suem, têm outras tendentes aos cargos que exercitão, as quaes
lhes pendem do pescoço sobre o peito por uma fita azul atliama-
lotada. . -j 1
O Venerável tem um compasso aberto em 9 0 grãos, entrelaçado
com uma esquadria, pendendo da fila pelo angulo do compasso.
O I o Vigilante, um nível.
O 2 o vigilante, um prumo.
O Orador, uqri circulo.
0 Secretario, duas pennas em aspa.
Os Deputados, o listão Íris do Grande Oriente.
O I o Experto, uma espada.
O Thesoureiro, duas ( haves em aspa.
O Hospitaleiro, uma bolsa.
O Mestre de Ceremonias, um triangulo.
O Chanceller Gr. • S . \ , o Sello da Loja.
O Ar chi tecto, uma trolha.
O ^ e o 3° Expertos, e o Cobridor, uma espada.
Os Officiaes empregados de officio fazem uso da insignia do Cargo
que occupão.
— 10 -

Insígnias do Irmão Aprendiz.

Avental de pellica branca, com abeta levantada, e cordão da


mesma côr.

Assentos dos Dignitários c dos mais Irntaos.

0 Venerável tem assento no Throno, ao Oriente.


0 I o Vigilante, ao Occi lente diante da Columna B collocada ao
Meio-dia, tendo a mesa em frente.
O 2 o Vigilante, ao Oecidente diante da Columna J , collocada aò?
Norte, tendo em frente a mesa.
O Orador, no Oriente, junto á Columna do Meio-dia, tendo e m
frente a mesa.
O Secretario, no Oriente, junto à Columna do Norte, tendo e m
frente a mesa.
O Deputado, no Oriente, á esquerda do Venerável, salvo occu-
pando qualquer cargo interno da Loja.
O Thesoureiro, na cabeça da Columna do Meio-dia, á esquerda
do Orador, tendo e m frente a me?a.
O Hospitaleiro, na cabeça da Columna do Norte, á direita do
Secretario, tendo a mesa em frente.
O Chanceller G . \ S . \ e T . \ , á esquerda do Thesnureiro.
O I o Experto junto da Columna B, á esquerda do I o Vigilante, e
mais atrás.
O 2 o Experto junto da Columna J, á direita do 2 o Vigilante, e
mais atrás.
O 3 o Experto á esquerda do 2 o Vigilante, e mais atrás.
O Architecto Verificador, á direita do I o Vigilante, e mais atrás.
O Mestre de Ceremonias, em frente ao Thesoureiro, e m assento
separado, ou chegado para a esquerda.
O Cobridor, junto á porta da Loja.
Os Officiaes adjunetos lomão assento segundo os seus gráos, m a s
o mais proximo possível aos Titulares.
Os Cavalleiros R . \ C •. e os Cavalleiros do Or.'., no Oriente,
tendo aquelles o lugar mais dislineto.
Os El.-. Esc.-., os El.-. Sec.*., e os M e s t . \ , nas suas Columnas
sem dislineção de lugar, preferindo porém a do Meio-dia para o s
de gráos mais elevados.
Os Comp.-., na Columna do Meio-dia, perto do I o Vigilante.
Os Aprendizes, na Columna do Norte, perto do 2 o Vigilante.
- 11 -

Termosi o significados.

Grande Archilecto do Universo Deos.


Eslrella Flammigera ou rutilante Syrnbolo da Divindade.
Estrella Luz.
Luzes Os cinco primeiros Dignitários.
Prancha de traçar Papel. *
Traçar, ou desenhar Escrever.
Buril, ou Lapis Penna.
Prancha Carta, correspondência.
Prancha dos trabalhos Acta.
Peça de Architectura Discurso, Papel escripto.
Livro de Architectura Livro que contém as actas.
Malhete Pequeno Maço.
Est ir submettido ao Malhete Posto em discussão.
Arte-real Qualificação honrosa da Maçoneria.
Provas Experiências physicas e moraes.
Iniciação Admissão aos Mysterios.
Neophito O que recebe a iniciação.
Recipiendario O que vai passar por provas.
Postulante, o u Candidato O que é proposto e approvado.
Profano O que não é Maçon.
Augmento de Salario, ou paga Promoção a gráo superior.
Alfange Espada.
Viva Exclamação de alegria.
Mysterios Cerimonias secretas.
Cobrir o Templo Sahir do Templo.
Lleminar Riscar.

Calendario.

A era da crenção do Mundo, que segundo a Escriptura Sagrada,


se suppõe spr de quatro mil annos antes da era Chrislã, é seguida
pelos Maçons com a denominação de Verdadeira Luz.
O mez de Março, sendo na mais remota antiguidade contado pelo
primeiro do anno, é lambem o primeiro mez do anno Maçonico.
Quanto á divisão dos m e z e s , algumas variedades existem , entre os
diversos Orientes, ou Ritos da Maçoneria. Uns guião-se pelo Calenda-
rio Hebraico, servindo-se dos mezes lunares com diversas denomina-
ções. O Grande Oriente de França, forma o anno principiando-o
no primeiro dia do mez de Março e dá aos mezes os dias que vul-
garmente têm , segundo o Calendario Gregoriano, e determina a
serie daquelles, e destes por ordem numérica.
A fôrma adoptada pelo Grande Oriente do Brasil, é baseada no
curso das Estações : o primeiro dia do anno tem lugar no dia
— i2 -
vinte e um de Março do Calendario Gregoriano, tempo este do
equinoxio , como suppí ndo-se que o Sol se achava nesse ponto
quando o Grande Archilecto do Universo abi io a estrada á carreira
dos séculos. Todos os mezes communs, e o seu numero de dias
é em relação aos dias daqütile mez , em que elle tem principio.
Os m e z e s , e os dias são denominados por ordem numérica. , Desse
m o d o , para datarmos o dia 17 de Maio de i 8 6 0 , diremos : dia
27 do 2 o m^z do anno da Verdadeira Luz 5SC9, e para designar-
mos o dia 17 de Junho, diremos 2 8 do 3 o mez.

Alphabeto, o Numeração.

O Alphabeto, e a Numeração, são baseados nas tres seguintes figuras


ALFHABETO. NUMERAÇÃO.

Do ingresso na Loja.

Para entrar na Loja, estando abertos os trabalhos, bate-se regu-


larmente á porta delia, isto é , com tres pancadas segundo a b a -
teria do gráo.
Ouvidas de dentro da Loja as pancadas, o 2 o Experto o com-
munica ao I o Experto, este ao 2 o Vigilante, o qual com um golpe
de Malhete o communua ao Io Vigilante , e este em fim com outro
golpe de Malhete o communica ao Venerável, usando todos da e x -
pressão : batem â porta do Templo. Os Fxpertos, e o 2" Vigilante
fallão baixo, e o 1° Vigilante communicando-o ao Venerável falia alto.
O Venerável com outro golpe de malhete responde : fazei vêr
quem é, se for membro da Loja franqurai-lhe o ingresso.
o
Esta expressão volta na ordem inversa até ao 2 Experto, o qual
depois de informado, declara com voz intelligivel quem é , e então
o Vigilante, sendo que quem bateu é membro da Loja, ou de-
termina a entrada , ou se julga conveniente previne o Venerável.
Acontecendo ser Visitante, o Irmão que deseja entrar, seguindo-se
a mencionada ordem pelos Expertos e Vigilantes, se informa o
Venerável, o qual então ordena o ingresso, na fôrma devida. Con-
cedido o ingresso ao Irmão, este, pondo-se e m ordem, entra, dá
— 13 —
os tres passos de Aprendiz, e collocando s e entre os Vigilantes,
saúda o Venerável, o I o Vigilante, e o 2 o Vigilante, praticando o
signal do Grào, e tornando-se era fira a pôr á ordem, até tomar
assento no lugar que por sua graduação lhe competir. O Vene-
rável e os Vigilantes respondem á saudação praticando o signal com
o Malhete. O Irmão que entra, ao s udar os Vigilantes, con-
servará quanto possível fôr, a postura, voltando levemente de cada
v e z , o corpo um pouco para o lado do Vigilante a quem saúda.
Se o Irmão que entra é alguma das quatro primeiras luzes da
Loja, ou Irmão condecorado do mais alto Grão da Ordem, ou
Visitante em fim, todos os Irmãos poem-se e m pé , e á ordem,
e são praticadas as honras do costume. Se é o Irmão Experto,
que entra, o qual por ordem do Venerável tivesse sabido em
missão, põe-se entre Columnas, e dá conta delia; e no caso de
ser portador de algum objecto para entregar ao Venerável, o faz
por meio do Irmão Me>tre de Ceremonias. Nenhum Irmão qualquer,
mesmo que houvesse s* hi do em missão, entra em Loja sem bater,
e lhe ser concedida a entrada.

Dois V i s i t a n t e s .

O Venerável convidará o Irmão i ° Experto por meio dos Vigi-


lantes , a ir informar-se se existem Visitantes, e saber quem cites
são, pedindo lhes o s seus Diplomas, o u C r li ficados, b'in como
suas assignaluras para confrontar com as próprias incriptas n a -
quelles, e assim mais pedir-lhes o loque e palavras do gráo, e
tamhem a de ordem, se elles forem do Circulo. Satisfeito o
Venerável, esto lhes disporá a entrada com as formalidades pres-
criptas nos Regulamentos, advertindo que tanto os Irmãos mais
graduados, como as Deputações mais qualificadas são recebidas e m
ultimo lugar.
O f t a c e n d o - s e deputações de varias Lojas, pela maior antigui-
dade destas se determina a sua qualificação.
Na occasião do ingresso, o Venerável dá um golpe de Malhete,
a que os Vigilantes a seu turno , e compassadampnte respondem
com outros : e logo que isso é praticado pelo 2 o Vigilante , todos
os Irmãos se põem de pé e á ordem. Praticado o ingresso da
maneira , e com as formalidades devidas (4) , e estando o Irmão
ou Irmãos Visitantes entre os Vigilantes , ao tempo em que
praticão a saudação, lhes é esla correspondida como fica dito no
artigo Ingresso na Loja. O Venerável dirige depois o seguinte,
ou semelhante

(1) Ve ao-se os artigos - Estrellas , Malhetes b a t e n t e s , e Abobada de A ç o ; e


siga-se no mais as disposições dos Regulamentos.

}
— 14 —

Discurso.

Sede bem vindo, meu amado irmão [ou Irmãos). Aos,


os operários deste Templo, sentimos o maior prazer com
a vossa visita; e vos gratificamos o fervor com que nos
vindes auxiliar em nossos trabalhos. Queira o Supremo
Architecto do Universo sustentarem vosso coração aquelle
systema de virtude, que forma o caracter do verdadeiro
Maçon. Tomai assento, meu amado Irmão, no lugar que
as vossas luzes, e as vossas virtudes merecem.
Irmão Mestre de Ceremonias, dai assento ao nosso
amado Irmão (ou Irmãos).
JNota.) O Venerável, querendo, i n ' e r r o g a r á o Ir.-, sobre questões do Cnthecismo, e
sao per imitidas a este respostas adequadas á Ordem e ao Grão, ainda que varia-
das das do m e s m o Cathecismo.

O Mestre de Ceremonias assim o pratica, com todas as demonstra-


ções de civilidade.,
Dado o lugar aos I I r . \ Visitantes, o Venerável prosegue, dando
um golpe de Maíhete: Senlemo-nos, meus Irmãos. Todos tomão os
seus lugares.
U Venerável então, ou em momento que julgar mais opportuno,
fará apptaudir a presença do Irmão ou Irmãos Visitantes, dizendo :
Irmãos Io e 2o Vigilantes, convidai os Irmãos de vossas
Columnas, a que se unão a mim, para, com as acclama-
ções do costume agradecer ao nosso Irmão Visitante, o
favor que nos fez de nos ajudar em nossos Trabalhos, e
de instruir-nos com as suas luzes.
O 1° e o 2 o Vigilantes repetem o annuncio; e logo depois o Venerá-
vel batendo o M.ühete, e repetid ) este pelos Vigilantes, todos se põem
de pé, e o Venerável dizendo: a mim,, meus Irmãos, se pralicão os
applausos; o Visitante os agradece; e a Loja, á voz do Venerável, os
cobre ou deixa de cobrir.
{Nota.) Veja-se a respeito o artigo Applausos e agradecimentos.

Os Irmãos Visitantes só tem voto deliberativo, nas iniciações ao I o


gráo Synibolico, e estão sujeitos aos Regulamentos da Loja. O papel
em que os Irmãos Visitantes fizerão suas assignaluras, é queimado na
Loja a vista delles. São lhes entregues os seus diplomas, ou attestados,
depois de se haver praticado o que dispõem os Regulamentos Geraes.
— 15 —

Das Estrellas.
Às Est relias são praticarias em honra aos Ur.-. Visitantes de altos
Grãos, ou Empregos, ou á Deputações de Lojas. São sempre em nu-
mero impar, e dispostas dentro em Loja nas duas Columnas, ficando
na do Meio dia o numero maior. O Mestre de Ceremonhs, é sempre
quem dirige os Ceremoniaes.
Ifallictes batentes.
São batidos os Malhetes, em signal de honra e distincção, no
momento de entrarem no Templo Irmãos Visitantes, revestidos de
altos Gráos ou Empreg is.
O Venerável e os Vigilantes os praticão, dando tres vezes nove golpes
de Malhete, findos os quaes, o Venerável dá um mais forte em signal
de si'encio.
Depois dos Malhetes batentes e das saudações do estylo, o Vene-
.ravel em nome da Loja dirige aos I l r . \ Visitantes um cumprimento
de felicitação, como se diz no artigo Visitantes; e depois, convi-
dando o Ir.-, ou U r . \ Visitantes a tomar assento, faz praticar a Abo-
bada de Aço, por baixo da qual elles p^ssão.
Abobada de Aco.
A Abobada de Aço pratica-se no Templo, em honra dos Ilr.-. Vi-
sitantes de altos Grãos ou Empregos; e é formada pelos Ilr.*. que
sahirão ao Vestíbulo para os receber, emquanto todos os outros se
conservão em pé, à ordem e com a espada na mão.
Sendo Visitante algum dos Grandes Dignitários da Ordem, a
Abobada de Aço é formada por todos os Irmãos das Columnas.
A Abobada de Aço pratica se estando os I í r . \ em pé, e cruzando
ao alto as espadas, com as dos Iír.-. que lhes ficão em frente na Co-
lumna opposta. É dobrada, f.armando os Ilr.-. duas alas de cada
lado, uma á frente da outra; tendo igualmente as espadas cruzadas.
Neste caso os Ilr.-. collocados nas Columnas fórmão a segunda ala.

Formalidade ao saliir da Loja.


Querendo qualquer Ir.-, sahir durante os trabalhos não o deve
fazer sem lhe ser dada licença; para isso dá uma pancada com as palmas
das mãos, estendendo o braço para a frente, ou pondo se de pé e
á ordem. Ainda que este s : gnal seja sulíiciente para exprimir o que
se pede; todavia, póde-se conjunctamente usar da expressão vocal
« permissão para cobrir o Templo » o u a d e « c o b r i r o Templo por
um momento. » Os Ilr.-. collocados no Oriente, directamente pedem
e recebem do Venerável a permissão; e os das Columnas o con-
seguem por intermedie do seu Vigilante, ou mesmo com a permissão
— 16 -
t ^ s t e . Conseguida a licença para sahir, o Ir,'.* estando na ordem,
dirige-se para enlre Cofumnas, e ahi voltando-se com a frente para o
Oriente, faz, como á entrada, o signal do Gráo e retira-se. Se bem que
não se possa pôr obstáculo á vontade do Irmão que deseja retirar-se,
todavia esta formalidade se torna necessaria para manter a boa
ordem.
Nenhum Ir.-, deve ausentar-se dos Trabalhos, sem que primeira-
mente tenha preenchido o tributo da Benefkencia.

llodo de proceder aos anmincFos, pedir e conceder


a palavra, praticar as discussões ou outros ob-
jectos propustos e aiimiitciados, e maneiras de
votar.

Quando o Venerável manda annunciar qualquer objecto ou c i r -


eumslancia, dá u m golpe de Malhele, a que os Vigilantes respon-
dem, e d i z :
V e n . \ Ur.'. I o e 2 ° Vigilantes, annunciai (ou convidai) nas
vossas Columnas (ou os irmãos das vossas colum ias) que, etc.
I o Vigilante. Vigilante, Ur.-, que condecorais a Columna
do Meio-dia ( o u a minha columna), eu vos annuncio ( o u convido)
da parle do nosso Venerabiíissimo ( o u o Venerável nos convida o u vos
convida) que, ele. (Os Vigilantes repetem as palavras do Venerável.)
2 o Vigilante, llr.r. que condecorais a Columna do Norte, etc. 0
2 o Vigilante, tendo acabado o annuncio, dá um golpe de Malhete,
e com voz mediana diz: está amunciado na minha Columna. 0
I o Vigilante, dando depois outro golpe de Malhele, diz em voz alta:
Venerabüissimo, esld annunciado em ambas as Columnas.
O Venerável, emfim, faz pôr e m acção o o.bjeclo annunciadò.
Nenhum Irmão, durante os trabalhos, pôde fatiar, sem permissão
do Venerável, salvo os Dignitários que tem essa atlribuição.
Os II. - . collocados no Oriente obtém directamente (Jo Venerável
a permissão de fatiar; e os das Columnas a obtêm por intermédio
dos Vigilantes. I'ede-se a palavra, dando uma pancada com as palmas
das mãos, e -estendendo logo o braço para frente, ou mesmo d i -
zendo «. peço a palavra. » Se o Ir.-, que pede a palavra tem assento
em uma das Columnas, o Vigilante desta, dando um golpe de ma-
lhete, diz: Venerabdissimo, um Ir.-, da minha Columna (ou o Jr.'.
N.) pede a palavra.
O Venerável, concedendo a palavra, diz: Meu Ir.-., tendas a pa-
lavra, o u o Ir.-. tern a palavra.
Todos os Ur. \ em seus discursos ou razõss se dirigem ao Venerável,
e nunca a outro lr.-.
Tendo algum Irmão argunenlos que oppôr, o fará com Ioda a
franqueza que caracterisa o M iç m, e ao mesmn tempo com toda a
modéstia de expressões, inseparavel de uma alma Candida, que dis-
puta para descobrir e illuminar a verdade, e não se obstina para
sustentar por capricho o que proferio uma vez sem reflexão • e
portanto é prohibido o uso de palavras que offendão o decoro, é a
decencia, bem como usar de personalidades ofensivas. Nenhum Irmão
pôde interromper outro e m seus discursos, salvo o s Officiaes para
isso autorisados, e somente nos casos que lhes são permittidos. Os
Estatutos e Regulamentos geraes dispõem tudo o mais que se deve
observar.
Os objectos são postos em discussão ou por meio de annuncio, ou
simplesmente pela exposição do Venerável; quando, no primeiro
desses casos, nenhum Irmão pede a palavra, ou que depois de se
haver fallado nenhum Irmão mais a pede, o 2° Vigilante, dando um
golpe de Malhete, diz para o I o em voz baixa: Reina o silencio na
minha Columna; o Vigilante com outro golpe de Malhete, e em
voz alta diz para o Venerável: Venerabüissimo, reina o silencio em
amhas as Columnas. Todas as communicações que occorrem entre
os tres primeiros Dignitários, são sempre precedidas ou respondidas
com golpes de Malhete. Informado o Venerável de que nenhum
Irmão pede a palavra, faz proceder á votação, proseguindo na marcha
devida, segundo os Regulamentos.
Sendo convidados os II.*. para demonstrarem a sua approvação ou
reprovação sobre qualquer objecto, os que appro vão estendem o
braço e a mao para a frente, e depois descansão esta sobre o aven-
tal ; os que nao approvão, nenhum signa! fazem. Também se approva
ou reprova qualquer objecto, pondo-se os Irmãos e m pé, ou con-
servando-se sentados, segundo a determinação do Venerável. Emfim,
também se procede á approvação ou reprovação por meio do escrutínio.
Tendo de se proceder á votação por escrutino, o Venerável a dispõe
da maneira seguinte:
Irmão Io Vigilante, certificai-vos por meio do Irmão Mestre de Ceri-
monias, do numero dos votantes e fazei distribuir o escrutínio.
O Mestre de Ceremonias distribue por cada Irmão duas espheras,
sendo uma branca, e a outra preta. Informando o Venerável do nume-
ro dos Irmãos votantes, faz annunciar o objecto do escrutinio, decla-
rando que as espheras brancas approvão e as pretas reprovão. O
Irmão Experto recolhe as espheras, começando pelo Venerável, e
seguindo ao I o e 2 o Vigilante, Orador, Secretario, Irmãos collocados
no Oriente, Columna do Meio-dia, Columna do Norte, e emfim deita
a sua.
Cada Irmão lança uma só esphera, approvando ou reprovando.
O mesmo Experto conduz o escrutinio ao Venerável, e este chama
um segundo Experto para com aquelle assistir á abertura do mesmo.
O numero das espheras deve corresponder ao dos Irmãos votantes.
O Venerável depois faz annunciar o resultado do escrutinio, decla-
rando o numero e qualidade das espheras, e a sua exactidão com o
numero dos Irmãos volantes.
R. M. 2
— 18 -
6
Com as mesmas formalidades são colhidas as outras espheras, as
quaes devem corresponder no numero e na diversidade com as pri-
meiras. Quanto a outras circumstancias observa-se a disposição dos
Estatutos e Regulamentos.
O escrutínio nas eleições é composto de cédulas contendo os
nomes dos Irmãos votados. Neste escrutínio o Orador e o Secretario
assistem á abertura dos votos, isto é, das cédulas que os contêm,
e que são lidas pelo Venerável em alta voz. Dous Irmãos não Offi-
ciaes, servindo de Escrutinadores, tomão por escripto o conteúdo
delias.
lios applausos e agradeciiiientos.
Annunciados os applausos, ou tendo de ser feitos em casos de c o s -
t u m e , todos os l l r . \ , depois de dados os golpes de Malhete pelo
Venerável e Vigilantes, põem-se de pé e á ordem, e voltados para
o Venerável fazem conjunctamente com elle o signal do grão, e
logo a bateria do mesmo praticada com palmas, pronunciando
emfim a exclamação « Viva. » Feito isto, todos os Irmãos se põem
na ordem.
Os applausos também se fazem por tríplice bateria e tríplice « F i m »
e consiste e m q u e , depois de feito o signal, se pratica por tres
vezes a bateria simples o u ordinaria, terminando-a em cada uma das
vezes com a exclamação « Viva. »
A bateria de luto é praticada contra o ante-braço.
Dirigidos os applausos a algum Irmão, este tendo durante elles es-
tado á o r d e m , pede depois ao Venerável a permissão para q u e ,
unido ao Ir.*. Mestre de Ceremonias, os possa agradecer, e para
esse fim usa destas ou de outras semelhantes expressões:
Verierabüissimo, Respeitáveis Irmãos Io e 2o Vigilantes, e vós todos
meus amados Irmãos, que condecorais o Oriente e guarneceis as Co-
lumnas, sensivel ds demonstrações de amizade que me tendes testemu-
nhado com o vosso favoravel acolhimento, permitti que eu patenteie
a minha gratidão pelo signal e bateria cio grão. Rogo que o Irmão
Mestre de Ceremonias me dirija, para o fazer.
Se os applausos forão ao mesmo tempo dirigidos a vários Irmãos,
cumpre ao mais elevado em gráo ou emprego pedir por si e por todos
elles a permissão de agradecer.
O Venerável convida o I r . \ Mestre de Ceremonias para que o
faça.
O Irmão que agradece, voltando-se com a frente para o Ir.-.
Mestre de Ceremonias, é por este acompanhado, agradecendo com
iguaes applausos. Se o agradecimento é praticado por vários Ur.-,
todos acompanhão aquelle que obteve a permissão.
O Venerável, nos casos precisos, dá distineção maior aos agradeci-
mentos: I o , acompanhando-os o I r . \ Mestre de Ceremonias d'entre
Columnas; 2 o , sendo este ajudado pelos I r . \ Expertos; e 3 o , emfim,
sendo estes acompanhados pelos Ur.-. Vigilantes; mas nesle ultiro^
caso só tem lugar para com o Grão-Mestre da Ordem.
Se o agradecimento é dirigido a applausos de posse de algum em-
prego, achando-se o Ir.-, novo empregado entre Columnas, onde foi
proclamado e applaudido, d'ahi mesmo pratica o agradecimento. Se
alguma Commissão o está acompanhando, esta, na occasião dos ap-
plausos, se conserva á ordem; porém depois acompanha o agrade-
cimento.
O agradecimento é feito em conformidade aos applausos, ou sim-
plices ou tríplices. Os applausos ou são ou não cobertos, ainda que
o mais conveniente é que sempre o sejão. O modo de cobrir os
applausos é por meio da sua repetição. Terminados os applausos e
agradecimentos, todos os I I r . \ , á voz do Venerável, tomão os seus
assentos.
Dando o Venerável motivos para ser applaudido, o Ir.-. I o Vigi-
lante, pedindo-lhe a permissão, faz annunciar pelo Ir.-. 2 o Vigilante
na Columna do Norte, e pelo Orador na Columna do Meio-dia. Neste
caso o I o Vigilante dirige a Loja. Findos os applausos, o Venerável
convida o Ir.-. Mestre de Ceremonias para o ajudar a agradecer, e este
o faz d'entre Columnas, acompanhado pelos Ilr.-. Expertos.
Se o I o Vigilante merece os applausos, o Venerável os faz annunciar
pelo 2 o Vigilante e pelo Orador em suas columnas, na fôrma dita.
O I o Vigilante, com a permissão do Venerável, os agradece.
Semelhantemente, se os applausos tem de ser dirigidos ao Ir.-.
2 o Vigilante, são o I o Vigilante e o Secretario que, por convite do
Venerável, os annuncião em suas Columnas.
Acontecendo merecerem conjunctamente ambos os Vigilantes os
applausos da Loja, o Venerável os faz annunciar pelo Orador e pelo
Secretario.
Quando um Ir.*, novamente iniciado tem de agradecer os applausos,
cumpre ao I r . \ Mestre de Ceremonias, com a permissão do Venerável,
ensina-lo e dirigi-lo.
Cadêa de União.
Fórma-se a Cadêa de União, estando todos os Irmãos em pé, dando
a mão direita ao que está á sua esquerda e vice-versa; com o Ve-
nerável na extremidade superior entre o Orador e o Secretario; e
com o Ir.-. Mestre de Ceremonias na outra extremidade entre os Vigi-
lantes, formando todos assim u m circulo, ou antes uma ellipse.
Formada a Cadêa de União, o Venerável communica em voz baixa
ao ouvido dos dous Ur.*, que lhe ficão aos lados a palavra Semes-
tral; estes da mesma maneira a communicão aos seus immediatos
e assim successivamente até ao Ir.-. Mestre de Ceremonias, que a
recebe de ambos os lados e se dirige ao Venerável, a quem com-
munica ao ouvido e em voz baixa, segundo a recebeu, findo o que
volta ao seu lugar.
- 20 —
r Jjçíff-O/'
À e g á n d o alterada, o Venerável a torna a fazer circular, até lhe
ser dada justa e perfeita. Emfim, o Venerável presta e refcebe do
todos os Ur-•. o juramento de a ninguém a communicar-epa; 0 <51©
se prática estendendo a mão para frente, dizendo t o d o é : . t f u r a m ó s
l
não revelar o segredo. 'r! a: ' .
Os I I r . \ Visitantes não são admittidos á Gadea de - União, porque
só na sua Loja podem receber a palavra Semestral. Devem, p o r -
tanto, desviar-se para o lado ao tempo de se formar a Cadêa.
Antes de se prestar o Juramento, o Venerável exprime as seguintes
o u semelhantes phrases : Esta Cadêa symbolisa a União que dm
reinar entre todos os Maçons; o meio de a conservar comisíe m
Amizade, Concordia e Tolerancia.
Se esta Palavra é pela primeira vez dada a algum novo ÂpréíK
diz, o Venerável lhe explica que ella serve para quando se quer
visitar outra Loja do Circulo.

ABERTURA DOS TRABALHOS

Estando os Irmãos reunidos, revestidos (1), e condecorados, o


Venerável dá u m golpe de Malhete, para chamar aos }mbaího$^
'dizendo . . . n - 1 r- . . :i
Yener. Em Loja, meus Irmãos.
Todos os Irmãos tomão os seus lugares , e p o s t p s d e
pé guardão o maior silencio.

Vener. Irmão Primeiro Vigilante, sois vós Maçon?


Pr. Vig. Todos os meus Irmãos me reconhecem por tal.
Veiier. Qual é o primeiro dever dos Vigilantes em Loja?
;' Pr. Vig. Certificar-se se a Loja está coberta exterior, e
interiormente (2). ,; .
Vener. Certificai-vos, meu Irmão, se a Loja está coberfai
(Vigil.) O Primeiro Vigilante em voz baixa'o remete ao Segundo
Vigilante, e este diz ao Primeiro Experto: « Fazei o
vosso dever. »

(!) Revestidos, significa estarem com seus aventaes.


(2) Estar coberta a Loja, consiste em ter a porta fechada, e em que n e n h u m
P r o f a n o ouça o q u e n e l l a se diz. <
(I o Exp.) O primeiro Experto com a espada na mâ.o, vai examinai,
'''•f , se a Loja está coberta, e recommenda ao IrmSo C o b r i d a
a guarda do Templo , fecha a porta, e tornando ao seu
lugar diz em voz baixa ao Segundo Vigilante , que os
trabalhos estão cobertos.

Seg. Vig. [Em voz baixa para o Pr. Vig.) Os Trabalhos


, Jk estão cobertos exterior, e interiormente.
Pr. Vig, Venerabilissimo, os trabalhos estão cobertos ex-
terior, e interiormente.
Yeiier. Á ordem, meus Irmãos (1). Irmão Primeiro Vi-
gilante, qual é o segundo dever de um Vigin
lante em Loja?
Pí Vig Assegurar-se se todos os Irmãos estão á ordem.
Vener. E elles o estão ?
Seg. Vig. {Era voz baixa). Na Columna do Norte todos os
â Irmãos estão á ordem.
yPr: Vig. Venerabilissimo, todos os Irmãos estão á ordem
em ambas as Columnas.
Vener. A que horas abrem os Maçons o s seus Traba-
y lhos?
y P r . Vig. Ao Meio-dia.
Venèr. Que horas são ?
^ P r . Vig. Meio-dia.
/ Vener. Pois que é a hora em que devemos começar os
nossos Trabalhos, Irmãos Primeiro e Segundo
Vigilantes, convidai os Irmãos de uma e outra
Columna, a unirem-se a mim para abrir os tra-
balhos da Resp. v Loja ao Oriente de......
no Gráo de Aprendiz.
*Pr. Vig. Irmão Segundo Vigilante, Irmãos que condeco-
7
raes a Columna do Meio-dia, o Venerável Mestre
nos convida a nos unirmos a elle para lhe ajudar
a abrir os Trabalhos da Resp.-. Loja...... ao
Oriente de no Gráo de Aprendiz.
Seg. Vig. Irmãos da Columna do Norte, o Venerável Mestre
nos convida, etc. Está annunciado.
Pr. Vig. Venerabilissimo, está annunciado.

(2) A esta voz todos os Irmãos se põem á o r d e m . r


O Venerável dá sobre o Altar as tres pancadas myste-
riosas, as quaes são respondidas pelos Vigilantes, e depois
diz :

Vener A mim meus I l r . \ .


Todos os Irmãos olhando para o Venerável, fazem com
elle o signal de Aprendiz, e os applausos em bateria or-
dinaria.

Vener. (Dando um golpe de Malhete.) Meus irmãos, os


trabalhos estão abertos, assentemo-nos.
r

(Vigil.) Os Vigilantes fazem outro tanto.


Todos os Irmãos se assentão. (1)
»

Formalidade sobre a admissão de Profano.

PRIMEIRO ANTECEDENTE

Para qualquer ser proposto, e admittido a participar de nossos m j s -


terios, deve possuir todas as vantagens concernentes ao fim a que se
propõe a nossa associação. A admissão de um Profano resultando em
dar um membro a Ordem ém geral, e um Irmão a cada membro, todo
o escrupulo nas informações, que a Loja tomar, será pouco , visto o
interesse de que deve ser animada pela gloria, e prosperidade da Ordem,
de que seja elle digno de ser apresentado , e acolhido por todos os
Maçons do Universo, como um homem virtuoso, e Irmão com direitos
á sua mais intima.amizade. A Loja torna-se garante das qualidades
do iniciado, e por isso deve buscar quem a honre, e jâmais quem a
injurie.
Para se proceder á admissão, deve-se primeiramente praticar todas
as formalidades devidas. 1." E feita por escripta a proposta, e lançada
no Sacco das Proposições, sendo assignada pelo Proponente : ella con-
terá o nome, sobrenome, residencia, lugar do nascimento, idade, e qua-
lidades civis do Candidato. 2.° O Venerável faz leitura da proposta,
sem declarar o nome do Proponente, e noméa secretamente tres Com-
missaries, tirados de entre os Irmãos quer presentes, quer não presentes,
exceptuando Aprendizes, e Companheiros, para colherem informações
sobre a, moral e qualidades do Proposto. As informações confiadas aos
Commissarios, tem por objecto não só a vida, e costumes do proposto,
como também conhecer da indole de seu caracter, natureza de suas
propenções habituaes e defeitos, e finalmente se alguns vicios o tornão

(1) Depois da abertura, se a n n u n c i a a leitura da prancha dos t r a b a l h o s prece-


dentes. O Secretario procede á mesma. São convidados os Irmãos p a r a fazerem
as reflexões que tiverem respeito a e l l a ; e feitas as emendas que possão occorrer,
se procede á sua approvação; e depois disso se prosegue a ordem dos t r a b a l h o s .
mmmmm m*—*

indigno de ser admitlido. 3.° Apresentação das informações por meio


do Sacco das Proposições ; e leitura das mesmas pelo Venerável, occuf-*
tando os nomes dos Commissarios. 4.° Sendo favoraveis as informações,
o Venerável submette a admissão á deliberação da Loja ; e depois daâ
conclusões do Irmão Orador, relativas a sal er se as formalidades pres-
criptas pelos Estatutos e Regulamentos tem sido preenchidas, o Vene-
rável faz correr o escrutínio, declarandoque as espherasbrancas approvão,
e as pretas reprovão» Os Irmãos Visitantes têm direito a votar nesse
escrutínio, visto ser o seu objecto dar um Irmão á Ordem. 5.° sendo
favoraveí o escrutínio, isto é, composto de espheras brancas, ou contendo
ao muito entre ellas uma preta, fica approvada a admissão. No caso
de não serem favoraveis as informações, ou de conter o escrutínio mais
de uma esphera preta, se pratica o disposto nos Regulamentos.

SEGUNDO ANTECEDENTE.

Conduzido o Profano aspirante, pelo Irmão proponente á porta do


local, meia hora, pelo menos , antes da abertura dos trabalhos, este
se retirará deixando-o alli ficar. n
Sendo possível a porta será differente da da entrada ordmana. U
Irmão Preparador se aiuda não fôr chegada a hora de abrir os t r a -
balhos, levarão Aspirante a algum lugar oeculto, onde com pessoa
alguma possa conversar, e nem ver, nem reconhecer alguém. O lrmao
Preparador apresentará um exterior severo sem aspereza, evitará entre-
laçar qualquer conversação, e responderá lacônica, e mjstenosamente
ás perguntas que elle lhe faça, de maneira que lhe tire o desejo de
fazer outras. . * , ,
O Irmão Preparador, meia hora, mais ou menos, antes da abertura
dos- trabalhos , conduzirá o Profano á Camara das Reflexões, onde o
deixará só por algum tempo, e depois lhe dará por escnpta as se-
guintes ou semelhantes perguntas, em papel com espaço para admitür
as respostas. . «,
Qual o dever do homem probo para comsigo t
w # » » para com seus semelhantes!
» » » para com a patria?
O Irmão Preparador, sendo advertido, se apresentará em Loja, e dará
c o n t a d a s disposições do Candidato, e entregarão papel contendo as

' T i m ã o Preparador, recebendo a ordem do Venerável para apre-


sentar em Loja o Candidato, voltará, ao pé deste, e lhe fará observa-
cões sobre a importancia da sua conducta ; e seguro em sua resolução,
I T e lhe fallar, conservando um silencio respeitoso sen.responde,
a qualquer de suas perguntas. Depois, ao sahir o Candidato da Camara
daqs Reflexões, lhe venda os olhos com todo o cuidado e o poe com
a abeça oVaço, e bem assim o peito esquerdo, descobert;os, o j r f h o
direito uú, e sem liga, o sapato esquerdo achmel.ado e .em fim des
pojando-o de todos os rnetaes, como ouro, prata, relogio, e qualquer
utrà peça , ou joia, e levando estas á Loja, volta para conduzir o
ndidato á porta da mesma.

TERCEIRO ANTECEDENTE.

Vener. Meus Irmãos, vós por unanimidade de votos obti-


dos por escrutínio, tendes approvado o Profano
N.».. para ser admitlido aos nossos Mysterios;
se novos motivos não se oppõem, ao vosso con-
sentimento, testemunhai-o pelo signal do cos-
tume .
(Vigil.) Os Vigilantes repetem o annuncio.
Todos os Irmãos fazem o signal de approvação.
No caso de opposição deve-se discutir : não a havendo,
o Venerável diz:

Vener. Irmão Mestre de Ceremonias, fazei pelo Irmão


Cobridor advertir ao Irmão Preparador, que a
Loja espera que dê conta da commissão, de que
se acha encarregado.
O Irmão Mestre de Ceremonias cumpre.
O Irmão Preparador, com as formalidades devidas, entra
na Loja, e de entre Columnas dá conta das disposições
do Candidato , entregando as respostas deste ao Irmão
Mestre de Ceremonias, que as leva ao Venerável.

Vener. Irmão Preparador, ide dispor o Recipiendario


no estado devido, efazei-me trazer os seus me-
taes.
Retira-se o Irmão Preparador.
O Venerável lê em voz alta as respostas dadas pelo
Recipiendario.
No caso de se demorar a apresentação deste, o Vene-
rável ordena a leitura dos Regulamentos da Loja, a qual
será interrompida ao primeiro golpe de Malhete.
O Irmão Preparador apresenta em Loja os metaes do
Recipiendario, e retira-se para conduzir o mesmo.

I t i t u a l d e Iniciação.

O Irmão Preparador chegando com o Recipiendario á porta da Loj?.,


batiS nella tres grandes pancadas irregulares.
Precedido pelos Expertos, e 2 o Vigilante, e praticados os golpes^
Malhete, o I o Vigilante diz :
Pr. Vig. Batem á porta como Profano.
Vener. Fazei vêr quem bate assim.
Passada a palavra o Irmão Preparador responde:

Prepar. É um Profano, que pede ser recebido Maçon.


Voltando (1) a palavra ao Venerável na fôrma deter-
minada, este diz :

Vener. Perguntai-lhe seu nome, idade, naturalidade,


emprego, e residencia: o que exige de nós, e
se persiste no que pretende.
Feitas as perguntas, o Irmão Preparador responde. Com
a formalidade devida são communicadas ao Venerável as
respostas.
Vener. Fazei-o entrar.
Abrem-se as portas com rumor, imitando o correr de
ferrolhos : o Irmão Preparador segurando no Recipiendum
pelas mãos, acceleradamente o põe entre os dous Vigi-
lantes. Fechâo-se immediatamente as portas, e logo o
Irmão Preparador diz :

Prepar. Nas vossas mãos o entrego; não respondo mais


por elle.
(Vigil.) Os Irmãos Vigilantes sem largar os Malhetes, sahem
^ ' ao mesmo tempo dos seus lugares, e approximando-se do
Recipiendario, o segurão pelas mãos. Depois de alguns
momentos de silencio, o I o Vigilante diz:

Pr. Vig. Eis o Profano.


Vener. Senhor, as primeiras qualidades, que exigimos
de quem busca ser admittido entre nós, e sem
as quaes não se pode ser iniciado em nossos
mysterios, são: uma grande sinceridade, uma
docilidade absoluta, e em fim uma constancia
a Ioda a prova. Vossas respostas ás perguntas que
vou fazer-vos, farão julgar o conceito, que nos
deveis merecer.

(i) São indispensáveis todas estas formalidades, p a r a augmenlai' o embaraço do


Recipiendario. „
O Venerável a cada uma das seguintes perguntas, espera
pela resposta, á qual fará objecções analogas, e conve-
nientes.
Qual é a vossa intenção, apresentando-vos
aqui ?
Quem vos inspirou esse desejo?
Não foi a curiosidade quem antes vos excitou?
Que idéa tendes feito da Maçoneria?' Res-
pondei com franqueza, e sede sincero.
Estais disposto a sujeitar-vos ás provas por que
deveis passar?
Sabeis que obrigações se contrahem entre nós?
Quem vos apresentou aqui ?
Vós o conheceis por Maçon ?
Não vos prevenio elle de cousa alguma que
os Maçons fazem?
Como podeis desejar conhecer isso de que me
dizeis não ter idéa alguma?
Que reflexões suscitarão em vós os objectos
que se offerecêrão á vossa vista na camara onde
vos encerrarão?
Que pensais do estado em que actualmente vos
achais?
Que idéa fazeis de uma sociedade em que se
exige que o Recipiendario seja apresentado de
uma maneira que vos deve parecer bem singu-
lar? Eu o repito: sede sincero em vossas res-
postas ; nós descobrimos o vosso coração.
Não notais uma tal ou qual inconsideração na
vossa confiança, e actual conducta?
Não temeis que nós abusemos do estado de
fraqueza, e de cegueira a que vos deixastes re-
duzir? Sem armas, sem defesa, e quasi n ú ,
vos entregais ao poder de pessoas que não co-
nheceis.
O Venerável continúa:

Vós ides passar por provas indispensáveis:


eu vos advirto, Senhor, que se no curso delias,
- 27 -
vos faltar a coragem, e força, que vos ser?)»
mister para as supporter, vos será licito reti-
rar-vos: estas provas são mysteriosas e emble-
máticas • prestai-lhes toda a attenção, que vos
for possivel.
Depois de alguns miuutos .do mais profundo silencio,
o Venerável continúa :

irmão Experto, fazei o Senhor praticar a pri-


meira viagem.
(Vigil.) Os Vigilantes voltão aos seus lugares.
(Exp.) O Irmão Experto pega nas mãos do Candidato v e o
faz viajar partindo do Occidente, e passando pela Columna,
do Norte, até chegar ao Oriente, d'oncfe tomando a Co-
lumna do Meio-dia, volta ao Occidente, para entre os
Vigilantes, lugar onde terminão as viagens. Durante esta
viagem o I o Experto marcha recuando* _
A primeira viagem deve ser a mais difficil, isto é, pra-
ticada com andamento irregular, passos curtos, e mui
lentos. Aproveita-se a disposição do local para fazer pe-
nosa a viagem, por obstáculos, e dificuldades manejadas
com arte, sem todavia se empregarem meios que possâo
molestar ou incommodar o Recipiendario. Fazer-se-ha
com que elle caminhe ora com passos lentos, ora um pouco
mais apressados. Faze-lo-hão abaixar de quando em quando,
como se tivesse de passar por um subterrâneo, assim
como dar saltos ou passos largos, como para atravessar
um fosso; e em fim o farão caminhar em voltas tortuo-
sas, de maneira que nenhum juizo possa fazer da natu-
reza do terreno que pisa. Durante esta viagem, será
imitada a saraiva, e o trovão, afim de imprimir na alma
do Candidato algum sentimento e temor.
Chegado ao Occidente, o 2 o Vigilante, dando um golpe
de Malhete, diz :

Seg.Vig. Venerabiiissimo, está praticada a primeira via-


gem .
Vener. Senhor, que notastes nesta primeira viagem,
que acabastes de fazer ?
Dada a resposta, o Venerável continúa:

Esta primeira viagem é o emblema da vida


humana: o tumulto das paixões, o choque dos
— 28 -
diversos interesses, a difficuldade das emprezas,
e a serie dos degostos e alternativas, que em
concurso se apresentão, são todos figurados pelo
estrepito, e rumor que tereis ouvido, e pela des-
igualdade da estrada que gyrastes.
O Venerável dirigindo-se ao Irmão Experto, diz:

Vener. Fazei praticar a segnnda viagem.


(Exp.) A segunda viagem deve ser feita com passos menos
• lentos, e um pouco maiores do que na primeira, e s<5-
mente notável, aos ouvidos do Recipiendario, por pequeno
numero de leves e bera dirigidos sons de encontro de
(Prepar.) espadas. Voltando o Recipiendario ao Occidente, o Irmão
Preparador lhe metterá o braço nú dentro em um vaso
de agua, qne cora a n t c c e d e n e i a alli será posto, e depois
diz :
Prepar. Vefferabilissimo, está praticada a segnnda via-
gem .
Vener. Que reflexões produzio esta viagem no vosso
espirito ?
Ouvida qualquer resposta, o Venerável prosegue:

Deveis ter encontrado nesta viagem menos


difficuldades e obstáculos do que na primeira :
nós quizemos tornar sensivel ao vosso espirito
o effeito da constancia no seguimento do cami-
nho da virtude; quanto mais nelle se prosegue,
mais agradavel se torna.
O tinido de armas, que tereis ouvido, figurão
os combates que o homem virtuoso deve conti-
nuamente sustentar para triurnphar dos ataques
do vicio.
Fostes purificado pela agua: falta-vos ainda
passar por outras provas ; revesti-vos de coragem
para as supportar até o fim.
Irmão Experto, fazei praticar a terceira via-
gem.
(Exp.) Esta terceira viagem deve ser feita com passos largos
em liberdade, e sem precipitação. Não mui distante do
Ricipiendario, durante a sua viagem, agitar-se-ha de
- 29 —
quando em quando uma tocha que produza grande la- ^
bareda, havendo precaução em que esta o não offenda.
Chegado o Recipiendario ao Occidente, o 2 o Vigilante,
dando um golpe de Malhete, diz:
Seg.Vig. Venerabilissimo, está praticada a terceira via-
gem. ' . . .
Yener. Senhor, vós tereis notado, que esta viagem toi
menos penosa do que a precedente: as chammas
por que passastes são o complemento da vossa pu-
rificação : possa o fogo material de que fostes
cercado, accender para sempre no vosso cora-
ção, o amor para com os vossos semelhantes!
Presida a caridade ás vossas palavras e acções;
e nunca vos esqueçais deste preceito de uma
moral sublime, commum a todas as Nações:
« Não faças a outrem o que não queres que te
fação. »
A constancia que tendes mostrado nas vossas
tres viagens, nos faz esperar que igualmente
sup portareis as provas por que ainda tendes de
passar. Persistis, Senhor?
Ouvida a resposta o Venerável continúa i

Senhor, uma das virtudes que mais prezamos,


a que mais nos approxima do Author do nosso
ser, é a Beneficencia. Os metaes de que vos des-
pojarão, são o emblema dos vicios • podeis vós,
sem constrangimento , ceder em proveito dos
pobres a quem diariamente soccorremos, o di-
nheiro, e o producto das jóias que vos perten-
cem, e que existem em meu poder?
Reflecti, Senhor, que uma Sociedade um
pouco numerosa, tem neste momento os olhos
fixos no vosso procedimento, e está attenta á
resposta que me ides dar : eu solicito de vós
um acto de caridade; mas tende cuidado, nao
o façais de ostentação. Respondei (1).

(i) Se o Recipiendario não mostrasse u m a franca, e prompta resolução e m o


: Vener. Senhor, nós exigimos que presteis um jura-
mento que nos assegure da pureza de vossas in-
tenções, e que nos sirva de garante á vossa dis-
crição ; elle deve ser escrípto por vós, e assi-
gnado com o vosso sangue.
Irmão Cirurgião, fazei o vosso dever.
(üm Ir.) Preparado tudo para uma sangria, e estando atado o
braço, ao momento de a praticar o Irmão conductor com
voa alta diz:

Exp. Graça.
O Venerável continúa :

Yener. Senhor, a vossa resignação é quanto basta:


aprendei por essa prova, que deveis em todos
os tempos, e circumstancias, soccorrer os vossos
Irmãos, e derramar por elles, se preciso for, o
vosso sangue.
Irmão Mestre de Ceremonias, apresentai ao Pro-
fano o Cálix da amargura.
(M. de Cer.) O Irmão Mestre de Ceremonias, leva á boca do R e -
cipiendario um copo contendo qualquer licor amargo, e
lhe diz « Bebei. »
Vener. Senhor, tomai essa bebida: esgotai o Cálix.
(M. de Cer.) Assim praticado, o Irmão Mestre de Ceremonias o par-
ticipa ao Venerável, e este prosegue :
Vener. Senhor, essa bebida é, por sua amargura, U
emblema dos desgostos inseparáveis da vida hu-

fazer, o Venerável buscaria conduzi-lo a esse fim por meio de reflexões, corno a s
que se s e g u e m :
Esta caridade que vos r e c o m m e n d o cessa de ser u m a virtude q u a n d o é feita
em prejuízo dos deveres os mais sagrados, e urgentes. Obrigações civis a preen-
cher, u m a familia a s u s t e n t a r , filhos a educar, parentes pouco favorecidos da
f o r t u n a a soccorrer , eis os primeiros deveres que a n a t u r e z a n o s i m p õ e ; são
os credores de todo o homem que regula a sua conducta sobre os principios d a
equidade. Que pensaríeis de quem antes de os satisfazer se quizesse m o s t r a r
caritativo? Eu quiz elucidar-vos sobre as obrigações c o m m u n s a todos o s
homens.
Voltando agora á primeira proposição que vos fiz, dizei-me: podeis sem p r e -
juízo de alguns destes deveres, sacrificar em beneficio dos pobres a q u e m d i a -
riamente soccorremos, tudo ou parte do dinheiro o do proclucto das jóias que
vos pertencem, e que existem em meu p o d e r ? Respondei.
Se "o Candidato nada quizesse dar, a Loja decidiria se elle por o u t r a s conside-
rações, teria mérito para ser admittiao.
— ,u ~

m a n a : a resignação aos Decretos da Providencia, .


é só quem os pôde adoçar.
Fazei chegar o Neophito ao altar, para pres-
tar o seu juramento.
E vós todos, meus Irmãos, em pé, á ordem,
e espada na mão.
Os Irmãos o praticão.
(M de Cer ) O Irmão Mestre de Ceremonias conduz o Recipiendario
ao altar, á direita do Venerável, e lhe faz pôr o joelho
direito sobre um Coxim em que estará figurada uma
esquadria : o joelho esquerdo ficará levantado; a mão
esquerda pegará n'urn compasso aberto pela ponta (a qual
será rhomba para evitar qualquer accidonte), collocando esta
sobre o peito esquerdo, que estará descoberto; e emfim,
terá a mão direita posta sobre a espada que está em cima
do altar. O Venerável, com a mão esquerda estendida
sobre a do Recipiendario, lhe diz: .

Vener. Senhor, o juramento que ides prestar, em nada


offende o respeito que devemos ás leis, e aos
bons costumes, nem á nossa adhesão, e fideli-
dade ao governo.
Eu vos advirto que elle é terrível, mas e in-
dispensável que o presteis por vossa plena e
livre vontade: estais disposto a isso? (1).
Ouvida a resposta, o Venerável continúa.

Vener. Dizei commigo:


Obrigação.

Eu F. j u r o , e prometto, sobre os Estatutos


geraes da Ordem, e sobre esta espada, symbolo
da h o n r a , na presença do G.'. A r c h - , do
Univ.-., de guardar inviolavelmente todos os
segredos que me forem confiados por esta Resp.\
Loja, assim como tudo quanto nèlla vêr, e
ouvir; de nunca os escrever, traçar, gravar,

(l) O Recipiendario deve com franqueza dizer que sim Se ^ c u z a s s e faze-lo


dever-se-hia com persuasões procurar meios de o convencer. Se p e r s i s t i s » obs
tinadamente seria mister deixa-lo sahir. - "
O»1

esculpir, ou por qualquer maneira deixar ves-


tigios, sem que tenha para isso recebido ex-
pressa permissão, sujei iando-me a faze-lo pelo
modo que me for indicado. Prometto amar
meus Irmãos, soccorre-los com todas as minhas
forças e possibilidades. Prometto além disso su-
jeitar-me, e conformar-me aos Estatutos e Re-
gulamentos desta Respeitável Loja. Consinto,
se algum dia vier a ser perjuro, que a garganta
me seja cortada, o coração e as entranhas ar-
rancadas, meu corpo queimado, e reduzido a
cinzas, e estas lançadas ao vento, e que minha
memoria fique em execração entre todos os
Maçons. O Gr.-. Arch.-, do Univ.-. me ajude.
Prestada a obrigação é conduzido o Recipiendario para
entre os Vigilantes. O Venerável diz :
Yener. Senhor, o juramento que acabastes de prestar,
não vos causa inquietação alguma? Tendes co-
ragem para o observar ? Convindes em o repetir
quando receberdes a Luz ?
Depois que o Recipiendario responder que sim, o Vene-
rável prosegue:

Veiier. 0 que pedis ?


{2.° Vig.) O 2o Vigilante em voz baixa ensina o Recipiendario
e este diz:

Recip. A Luz.
Yener. A Luz vai ser-vos concedida.
Vós, meus Irmãos, fazei o vosso dever (1).
Os Irmãos põem-se em pé com a espada na mão. Dá-
se a Luz em tres tempos marcados por golpes de M a -
Ihetes : no I o todos os Irmãos se voltao para o R e c i -

(1) Neste momento devem estar p r o m p t o s , á cargo de algum I r m ã o , os objectos


proprios a produzir u m a grande l a b a r e d a , c o m o sejão tochas, ou tubos de m e t a l ,
tendo mais larga uma das - extremidades, e essa crivada de p e q u e n o s buracos, e
guarnecida externamente de méchas embebidas em espirito de v i n h o , c o n t e n d o
dentro do tubo pós de Licopodium ou de Colophonia, preferindo aquelles a estes.
Sacudindo a tocha, delia se desata o pó, e se i n f l a m m a no espirito de v i n h o
acceso. Isto se deve executar em sufficienle distancia do Recipiendario, p a r a que
não lhe cause algum d a m n o .
- 33 —
piendario; no 2o apontão para elle a espada; no 3 9
um Irmão por detrás delle, lhe desata, e tira a venda:
neste instante se agitão as tochas, duas, ou ao muito,
tres vezes.

Dado um momento de silencio, para que o Recipiendario


possa considerar os objectos que o rodeião, o Venerável
diz :

Vener. As espadas que estão voltadas para vós, vos


, annuncião que todos os Maçons voaráõ em vosso
soccorro, em todas as circumstaneias. se res-
peitardes a união Maçónica, e se observardes
restrictamente as nossas Leis; e também vos
annuncião que não achareis entre nós senão
vingadores da Maçoneria, e da virtude, promptos
.sempre a punir o perjúrio, se algum dia fordes
falso.
Trazei o Neophito ao Altar.
Os Irmãos se conservão em pó e á ordem. •
(Exp., e M. O Neophito, tendo o Irmão Experto á direita, e o Irmão
deCer.) Mestre de Ceremonias â esquerda, é levado ao Altar á di-
reita do Venerável, e ahi se põe de joelhos como da pri-
meira vez, e repete o juramento, durante o qual sustém
o Compasso aberto com uma das pontas encostada ao
peito esquerdo. Findo o juramento, o Venerável dá tres
pequenos golpes de Malhete sobre a cabeça do compasso ,
dizendo :

Vener. Aprendei pela justeza do Compasso, a dirigir


todos os movimentos do vosso coração para o
bem.
O Venerável pondo a lamina da espada sobre a cabeça
do Recipiendario pronuncia a fórmula da recepção nestes
termos:

Vener. Á Gi \ do G . \ Arch.-, do Univ.-., em nome


do G . \ 0 . \ do Brasil, com o adjutorio de todos
os meus irmãos ausentes, e presentes, em vir-
tude dos poderes que me forão confiados por
esta R . \ Loja, eu vos recebo, e constituo Apren-
diz Maçon.
R. M. 3
- 34 —
No mesmo instante, dá sobre a lamina da espada tres
pequenos golpes de Malhete, segundo a bateria ordmana.
Levanta-se o Neophito, e o Venerável lhe diz:

Vener Meu Irmão (é deste modo, que de hoje em


diante vos trataremos), recebei de mim o pri-
meiro osculo fraternal peio numero mystenoso
de tres.
O Venerável tendo dado o osculo ao Neophito, o convida
a ir tomar os seus vestidos, e diz ao Mestre de Ceremomas
que o acompanhe.
Todos os Irmãos se assentão.
O Neophito acompanhado pelo Irmão Mestre de Leremo-
nias, vai tomar os seus vestidos, e durante esse tempo o
Venerável lhe manda entregar os seus metaes.
Se elle se demorar, o Venerável, julgando á proposito,
fará no entanto algumas perguntas do Cathecismo.
Voltando o Recipiendario, e estando entre os Vigilantes,
o Venerável diz:
Vener. Irmão Mestre de Ceremonias, apresentai o Re-
cipiendario ao Irmão Primeiro Vigilante para
que lhe ensine os passos com que se sobem os
tres degráos do Templo , e depois fazei-o vir
ao Oriente.
O Irmão Primeiro Vigilante ensina a marcha do Gráo.
Os passos de Aprendiz são tres, e executão-se avan-
çando o pé direito para a frente como querendo dar um
grande passo , e depois unindo por detrás o esquerdo
pelo meio , de maneira que apresente uma dupla e s -
quadria. . .
O Irmão Mestre de Ceremonias conduz o Recipiendario
ao Oriente, junto do Altar, á direita do Venerável.
Os Irmãos põem-se em pé, e á ordem.
O Venerável dando o Avental diz.
Vener. Meu Irmão, este Avental, com que estareis
sempre revestido em Loja, vos lembrada con-
tinuamente , que o homem é condemnado ao
trabalho, e que o Maçon deve passar uma vida
activa, e laboriosa.
Dando as luvas de homem diz :
Estas luvas, por sua brancura, vos advertem
- 35 —
a candura que deve sempre reinar no coração
do homem virtuoso, bem como denotão a pu-
reza de nossas acções.
Dando as luvas de mulher d i z :
Ainda que não admittimos mulheres aos nossos
mysterios, comtudo tributando homenagens ás
suas virtudes, delias nos lembramos em nossos
trabalhos: tomai pois estas luvas, que dareis á
mulher que mais estimais.
Depois continúa:
Para ser admittido ás nossas assembléas, e
participar do vinculo que nos une sobre toda
a terra, é necessário que vos façais conhecer.
Eu vou dar-vos os signaes, toque, e palavras com
que nos reconhecemos, e por meio dos quaes
sereis acolhido por todos os Maçons em qual-
quer parte do Mundo em que vos achardes.
O signal de ordem consiste em pôr a mão
direita na garganta, com os quatro dedos unidos
e estendidos, e o pollegar aberto em íórrna de
esquadria (1).
O Signal de Aprendiz ou do Gráo, se pratica,
fazenclo-se o signal de ordem, e depois correndo
a mão horizontalmente para o hombro direito,
se deixa cahir perpendicularmente ao longo do
corpo. Destes dous movimentos, um horizontal,
e o outro perpendicular, resulta uma esquadria.
Este signal chama-se guttural: elle nos faz lem-
brar a obrigação de preferirmos ter antes cor-
tada a garganta, do que revelar os nossos mys-
terios.
Temos um toque, o qual se faz assim : dada
mutuamente a mão, e posto o dedo pollegar
sobre a primeira phalange do index, dão-se por
um movimento invisível tres pequenas pancadas

(1) Desde es(,e m o m e n t o o Recipiendarío se põe á o r d e m , ouvindo o Venerável,


ie o mstrueynos pontos do que lhe dá a explicação.
- 36 —

sobre ella com o mesmo dedo, sendo duas pre-


cipitadas, e uma lenta (dá-lhe o toque).
A palavra sagrada é N.\ l . \ K A . \ J . ' .
Vede a sua letra naquella Columna, que é a do
Norte (apontando para a Columna)Quando
vo-la perguntarem, vós direis | Eu nâo a posso
dar senão soletrada; dizei-me a primeira letra,
que eu vos direi a segunda (ensina-lhe), Esta
palavra significa, a minha força está em Deos.»
A palavra de passe é N . \ í . \ A.'. C.*. L . \
A/ B . \ ü . - : T . \ : é este o nome do primeiro
homem que trabalhou em metaes. Esta palavra
serve para nos certificarmos mais particular-
mente se aquelle que se apresenta é Maçon.
Temos também uma palavra de ordem, ou
semestral, que o G . \ 0 / . do, Brasil renova de
seis em seis mezes; ella serve para. quando que-
remos ir visitar as outras Lojas. Eu logo vo-la
darei. O uso que adquirireis, vos tornará tudo
isto familiar, e vos ensinará, que nós tudo pra-
ticamos em esquadria, e que o numero tres é
mysterioso entre nós.
O Venerável dá a;> Neophito o beijo fraternal por tres,
e diz para o Mestre de Ceremonias :

Vener. Conduzi o Neophito ao üccidente, para que


aprenda a trabalhar na Pedra bruta, e se fcí/Çcl
reconhecer pelos Irmãos Primeiro e Segundo
Vigilantes, dando-lhes o signal, toque, e pala-
vras, que eu lhe communiquei.
Assentemo-nos, meus Irmãos.
Todos os Irmãos se assentão.
(Exp.) O Irmão Experto volta ao seu lugar.
(M. de Cer.) O Irmão Mestre de Ceremonias conduz o Neophito ao
Primeiro Vigilante, e depois ao "Segundo, aos quaes este
dá o signal, toque, e palavras.
(Seg. Vig.) O Irmão Segundo Vigilante lhe ensina a dar Ires golpes
de Malhete, segundo a bateria do Gráo, sobre a pedra
bruta.
— 37 -
A bateria de Aprendiz é praticada por tres pancadas,
divididas por duas e uma, como: oo, o»
O Neophito fica depois entre os Vigilantes, de pé e á
ordem, e o Mestre de Ceremonias se conserva pouco dis-
tante delle.

Vener. Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, convidai


os Irmãos de ambas as vossas Columnas, a re-
~ conhecer de hoje em diante o Irmão N . \ por
Aprendiz Maçon desta R . \ Loja, e a unirem-se
a mim para applaudir a sua iniciação.
Pr. Vig. Irmão Segundo Vigilante, Irmãos que condeco-
rais a minha Columna, eu vos convido da parte
do nosso Venerabilissimo, a reconhecerdes de
hoje em diante o nosso Irmão N . \ por Aprendiz
Maçon desta K . \ Loja, e a unir-vos a elle V e -
nerabilissimo, para applaudir a sua iniciação.
Seg. Vig. Irmãos que condecorais a minha Columna, eu
vos convido da parte do nosso Venerabilissimo,
etc. (e conclue;) Está annunciado.
Pr.Vig. Está annunciado.
Vener. Applaudamos, meus Irmãos.
(Vigil.) Os Vigilantes dão parte ao Venerável , da justeza do
signal, toque, e palavras que o Neophito lhes deu.
Postos todos os Irmãos em pé, procedem aos applausos
do costume, excepto o Neophito.
(M. de Cer.) O Irmão Mestre de Ceremonias pede a palavra em nome
do Recipiendario , e ensinando-o a agradecer, o faz con-
junctamente com elle.
O Venerável faz cobrir os applausos.
Todos os Irmãos se assentâo, e guardão as espadas.
O Irmão Mestre de Ceremonias dá assento ao novo Irmão.
O Irmão Orador, dirige ao novo Irmão alguma pega de architecture,
sobre a união fraternal, a igualdade, os deveres do homem, o esque-
cimento das injurias, ou outro qualquer objecto de moral, bem como
sobre a explicação dos sjuiboloaj
O Venerável faz applaudir a peça de architecture pronunciada pelo
Orador. , .
Se existe algum Visitante , o Orador lhe dirige um agradeci-
mento. , ,
Depois do discurso do Orador, o Venerável, não estando a nora
adiantada, faz a instrucção do Cathecismo, durante a qual o Segundo
— 38 -
Vigilante com o Irmão novamente iniciado "junto ao quadro, lhe indica
com a ponta da espada as, figuras de que o Venerável explica os
emblemas.
Seguida depois a ordem dos trabalhos, o Venerável em fim fecha
estes, fdrma a Cadêa de União, e communica a palavra de ordem ou
de semestre.

1NSTRUCCAO

O Vener. Perg- Sois vós Maçon?


O Pr. Vig. Resp. Meus Irmãos me reconhecem por tel.
P. Que é um Maçon?
R. E um homem livre, igualmente amigo do pobre, e
do rico,' se elles são virtuosos. .
P. O que vimos fazer em Loja?
R. Vencer as nossas paixões, submetter as nossas von-
tades, e fazer novos progressos na Maçoneria.
P. Onde fostes recebido?
R. Em uma Loja justa, e perfeita.
P. O que é preciso para que uma Loja seja justa, e
perfeita ?
R. Tres a governão, cinco a compõem, e sete a tornão
justa, e perfeita.
P. Desde quando é que sois Maçon?
R. Desde que recebi a Luz.
P. Como reconhecerei eu que sois Maçon?
R. Por meus signaes, palavras, e toque.
P. Como se fazem os signaes de Maçon ?
R. Pela esquadria, nivel, e perpendicular.
P. Dai-me o signal de Aprendiz?
R. (Em resposta se dá o signal.)
P. Que significa este signal?
R. Que eu preferirei ter antes cortada a garganta, do
que revelar os segredos dos Maçons.
P. Prmão 2o Vigilante, dai o toque ao Irmão Vigi-
lante .
R. (O Irmão Primeiro Vigilante, recebendo o toque,
responde:) Está justo, Venerabilissimo..
P. Dai-me a palavra.
R. Não a devo ler, nem escrever ; só a posso soletrar:
dizei-me a primeira letra, que eu vos direi a segunda.
P. Que significa esta palavra?
R. A minha força eslá em Deos: era o nome de uma
Columna de bronze collocada ao SeptentriSo do Templo
de Salomão, junto da qual os Aprendizes reeebião o seu
Salario.
P. Dai-me a palavra de passe de Aprendiz.
R. (Dá-se a palavra.)
P. Que significa esta palavra ?
R. É o nome de um dos filhos de Lameth, o que in-
ventou a arte de trabalhar os metaes. ...
P, Para que vos fizestes receber Maçon?
R. Porque estava nas trevas, e desejava ver a luz.
P. Quem vos apresentou em Loja?
R. Um amigo virtuoso, que depois reconheci por meu
Irmão.
P. Em que estado estáveis quando vos apresentarão em
Loja?
R. Nem nú nem vestido, mas privado de todos os me-
taes .
P. Para que vos puzerão nesse estado?
R. Nem nú, nem vestido, para nos representar o es-
tado de innocencia, e para jios lembrar que a virtude nao
tem mister de ornatos; privado de todos os metaes, porque
são o emblema, e muitas vezes a origem dos vícios, que
o Maçon deve evitar.
P / C o m o fostes introduzido em Loja?
R Por tres grandes pancadas.
P, Que significão essas tres pancadas? ,
R. Pedi, recebereis; procurai, achareis; batei, abrir-
se-vos-ha.
P. 0 que resultou dessas tres pancadas?
R Um Experto me perguntou meu nome, sobrenome,
idade, paiz, e se era da minha vontade ser recebido
Maçon.
P. O que fez de vós o Irmão Experto? "
R. Introduzio-me em Loja, entre os dous Vigilantes,,
e me fez viajar do modo por que o deve fazer um Aprendiz
Maçon ; e isto para me dar a conhecer as difliculdades que
se encontrão para chegar a ser Maçon.
P. O que vos aconteceu depois?
R. O Mestre da Loja, por consentimento unanime de
todos os Irmãos, me recebeu Maçon.
P. Como foi que elle vos recebeu?
R. Com todas as competentes formalidades.
P. Quaes são essas formalidades?
R. Eu tinha o joelho dir'eito nú posto sobre a Esqua-
dria, a m i o direita sobre a Espada, e a esquerda, sustendo
um Compasso aberto em esquadria, tendo uma ponta
apoiada sobre o peito esquerdo, que estava n ú .
P. Que fizestes nessa posição?
R. Prestei juramento de guardar os segredos da Ordem.
P. O que vistes quando entrastes na Loja?
R. Nada, Venerabilissimo.
P. O que vistes quando vos derão a luz?
R. O Sol, a Lua e o Mestre da Loja.
P. Que relação pôde haver entre os Astros, e o Mestre
da L o j a ?
R. Assim como o Sol preside ao dia, e a Lua á noite,
o Mestre preside á Loja para a illuminar.
P. Onde tem lugar o Mestre da Loja ?
R. Ao Oriente.
P. Porque?
R. Da mesma maneira que o Sol nasce no Oriente,
para abrir a carreira do dia, assim o Mestre tem lugar
ao Oriente, para abrir a Loja, illuminar os trabalhos, e
pôr os Operários em exercicio.
P. Onde tem lugar os Vigilantes?
R. Ao Occidente.
P. Para q u e ?
R. Para ajudarem o Venerável nos seus trabalhos, pagar
aos Operários, e despedi-los contentes.
P. Onde tem lugar cs Aprendizes?
R. Ao Septentrião, porque apenas podem receber uma
fraca luz.
P. Como se chama a vossa Loja?
R. Loja de S. João .

ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS.

Vener. Irmão Primeiro Vigilante, que idade tendes?


Pr Vig. Tres annos, Venerabilissimo.
Vener A que horas eostumão os Maçons fechar os seus
trabalhos?
Pr. Vig. A' Meia-noite.
Vener. Que horas são ?
Pr. Vis. Meia-noite.
Vener. Pois que é Meia-noite, hora esta em que os
Maçons costuma© fechar os seus trabalhos,
Irmãos I o e 2o Vigilantes, convidai aos Irmãos
de uma e outra Columna, a unirem-se a mim,
para fechar os trabalhos de Aprendiz da R . \
L.- ao Oriente de
o
Pr Vig Irmão 2 Vigilante, Irmãos que condecorais .a
&
Columna do Meio-dia, o Venerável nos convida
a nos unirmos a elle para lhe ajudar a fechar
os trabalhos de Aprendiz da R . ' . L.' ao
Oriente de
Se-. Vig. Irmãos da Columna do Norte, o V e n e r á v e l nos
° convida a nos unirmos a elle para l h e ajudar a
fechar os trabalhos, etc. (e conclue dando um
qolpe de Malhete.) Está annunciado.
Pr. Vig. IDando um golpe de Malhete.) Está annunciado
em ambas as Columnas.
O Venerável dá tres golpes de Malhete ; os Vigilantes
os repetem. Todos cs Irmãos se levantão , pondo-se â
ordem.

Vener. A mim meus Irmãos.


Fazem todos o signal de Aprendiz, e terminão os tra-
balhos com a tríplice bateria, e tríplice ma, » U -Ve-
nerável dando um g o l p e de Malhete diz : « Estão fechados
os trabalhos.» Òs Vigilantes fazem outro tanto.
lioja de Mesa, ou de Banquete.

Esta Loja, que particularmente toma o nome de Officina , deve ser


praticada em uma sala situada de maneira que de fóra nada se possa
ver nem ouvir. A mesa será o melhor que possivel fôr em fôrma
de ferradura.
O Venerável occupa a cabeceira, ou topo da mesa, e os Vigilantes
as duas extremidades.
O Irmão Orador occupa a cabeça da columna do Meio-dia ; e o
Irmão becretario a ch columna do Norte.
O Irmão Mestre de Ceremonias, tem ordinariamente assento no i n -
terior da mesa em frente ao Venerável, para estar ao alcance de receber
as suas ordens, e fazê-las executar : algumas vezes fica em uma mesa
entre os dous Vigilantes.
Além dos preeitados Offijiaes, nenhum Irmão tem lugar designado;
porém havendo Visitantes, lhes é dado lugar no Oriente, principal!
mente aos de gráos superiores , dividindo-se os outros, se não fôr
suthciente o espaço, pelas cabeças das columnas. Na falta de Visi-
tantes os outrem Officiaes da Loja tomão assento no Oriente,
l u d o quanto serve ao banquete, muda de nome, a saber :
Mesa, Andaime, ou Prancha de traçar. Cadeira, Tamborete. Toalha
bandeira. Guardanapo, Estandarte. Garrafa, Barrica. C<5po, Ganhão]
ou Arma Prato do meio, Estancia. Prato, Telha. Faca, Alfange ou
tutelo. Garfo, Picareta. Colhér, Trolha. Iguarias, Materiaes. Trin-
char, Desbastar. Comer, Mastigar. Pão, Pedra bruta. Sal, Arêa
branca. Iimenta, Arêa vermelha ou Saibro. Vinho, Polvora forte
[branca ou vermelha). Cerveja, Pólvora amarella. Licor ou Aguardente'
Pólvora fulminante. A g u a , Pólvora fraca. Beber, ou fazer saúde'
atirar um canhonaço, ou fazer fogo.
Todas estas expressões devem substituir as vulgares,
be antes de entrar para a Sala dos Banquetes, o Venerável deter-
mina que seja praticado em ceremonia, caminhão: em frente o Ir •
Mestre de Ceremonias, e os Expertos, depois o Venerável seguido dê
todos os Visitantes de altos gráos, apds estes o Orador, o Secretario
seguindo-se os Irmãos das Columnas , em fim os Vigilantes , que t e r -
mina o o Cortejo. ^
Havendo todos os Irmãos tomado assento, e estando restabelecida a
ordem, o Venerável ábre os trabalhos de Loja de M-sa
Ao tempo em que o Irmão Cobridor vai fechar a rorta , e tirar
delia a chave, todos os Irmãos se decorão com as fitas : dispensa-se
avental. O Venerável suspende os trabalhos e permitte a recrea-

Com toda a decencia tem então lugar a mastigação. Durante a


recreação e permittido a todos os Irmãos o fallar, porém sdmente em
objectos tendentes á ordem.
O Venerável fará conservar a boa ordem : logo qne esta se fôr al-
terando, baterá o Malhete para a recommendar, ou pedir silencio.
Sempre que o Venerável, ou os Vigilantes derem golpes de malhete,
todos os Irmãos guardâo o maior silencio, a fim de ouvir o que vai ser
proposto
Para dirigir as saúdes, são postos os trabalhos em vigor : para isso
o Venerável dá um golpe de malhete, que os Vigilantes repetem, e
diz:
Venerável. Irmãos I o e 2o Vigilantes, annunciai nas
vossas Columnas, que os trabalhos interrompidos, passão
a tomar força e vigor.
A esta voz, conservando-se o silencio, é inteiramente prohibida a
mastigação. Os Irmãos Serventes sahem do interior da mesa retirando-
para o Occidente.
Os Irmãos Vigilantes repetem o annuncio.
A I a , 2 a , 3 a , 5 a , e 7 a saúdes são feitas de pé : estas mesmas, excep-
tuando a 7 a , são applaudidas pela tríplice bateria.
PRIMEIRA SAÚDE.

Ê livre ao Venerável dirigir a primeira saúde ou antes


de começar a mastigação , ou. depois em momento que
achar a proposito.

Vener. Irmãos I o e 2o Vigilantes, convidai os Irmãos


de uma e d'outra Columna, a dispôr-se a carre-
gar, e alinhar para a primeira saúde de obri-
gação .
(Vigil.) Os Vigilantes repetem o annuncio.

Vener. Carreguemos, e alinhemos, meus Irmãos.


Os Vigilantes repetem.
Ê só deste momento em diante que se pôde tocar nas
barricas : sem isso a confusão entraria nos trabalhos. Cada
um se serve como lhe agrada : se algum por gosto, ou
regimen, usasse de agua, nada o deve contrafazer a mudar
o seu uso. Cada um, á proporção que se tem servido,
põe o seu canhão (Cópo) á direita da telha ( P r a t o ) , e
distante da borda da mesma pouco mais, ou menos o
diâmetro da telha; por este modo os canhões se achão em
um momento alinhados.
As barricas, e as estrellas ficão dispostas em uma se-
gunda linha. .
(2o Vigil.) o
Estando tudo alinhado na Columna do Norte, o 2 Vigi-
Jante o adverte ao 1°, e este, estando feito o alinhamento
na Columna do Meio-dia, diz para o Venerável :
Pr. Vigil. Tudo está alinhado em ambas as Columnas
Vener. 0 Oriente também o está . Meus Irmãos, em pé
á ordem, e cutelo na mão.
Todos se levantão , tendo o estandarte (guardanapo)
sobre o antebraço : os Irmãos decorados de aítos gráos o
põe sobre o hombro: todos com a esquerda pegão no
cutelo (faca), o põem-se á ordem com a mão direita. Na
mesa de ferradura os Irmãos que estão da parte interior se
conservão assentados.

Vener. Irmãos I o e Vigilantes, annunciai nas vossas


Columnas, que a primeira Saúde de obrigação é
a d e S . Mv imperial, e da'Sua Augusta Familia;
uniremos a esta Saúde votos pela prosperidade
das Suas Armas. E' a uma Saúde tão preciosa
para nós, que eu vos convido a fazer o'melhor
fogo possível.
(Vigil.) Os Irmãos I o e Vigilantes repetem o aununcio.

Vener. Attenção, meus irmãos.


Mão ás armas (com a mão direita 1peaa-se
J
no
Copo).
Levantar (leva-se o Copo cí altura do peito)
Apontar [leva-se o Cópo á boca).
Fogo (em respeito).
Bom fogo (em adhesão).
0 mais vivo de todos os fogos (em reconheci-
mento).

nestes tres tempos ]evand


â ' °tres vezes
° c(5

Armas em frente (leva-se o cópo d frente, na
altura do peito).
Um, Dous, Tres; Um, Dous, Tres; Um, Dous,
Ires.
'No 1° tempo leva-se o Cópo ao pé do peito esquerdo,
no 2 tempo ao pé do peito direito, e n , 3 o tempo á frente !
e repete-se o mesmo segunda, e terceira vez
45 -
Em frente >
Detem-se o cópo em frente, esperando a ordem do Ve-
nerável para o descançar, a qual é por tres tempos.

Um, Dous, Tres.


No I o tempo leva-se o cópo um pouco ao lado esquerdo,
no 2 o descreve-se para o lado direito uma linha paralella
com a borda da mesa, no 3 o dá-se com o cópo sobre a
mesa, produzindo conjunctamente com os Irmãos uma só
pancada.
Applaude-se pela tríplice bateria, e tríplice viva.

Vener. Assentemo-nos, meus Irmãos.


(Vigil.) Os Vigilantes repetem, e todos tomão os seus lugares.
E' permittido continuar a comer, estando os trabalhos
em vigor; porém isso se deve praticar guardando-se o
maior silencio. Isto só se entende para com toda a Loja,
e por ordem do Venerável* e nunca particularmente para
com um Irmão qualquer, quando o Venerável tem posto
os trabalhos em vigor para dirigir alguma das Saúdes.

SEGUNDA SAÚDE.

Algumas vezes o Venerável dirige a segunda Saúde,


consecutivamente á primeira : assim convém fazer para a
commodidade de todos, e para não interromper o serviço ;
se porém o Venerável o não julga a proposito, é conve-
niente suspender os trabalhos.
Se o Venerável tern suspendido os trabalhos antes de
propôr a segunda Saúde, deve para isso pô-los primeira-
mente em vigor; tendo elles sido conservados em vigor, o
Venerável dirige logo a saúde dizendo :

Vener. Irmãos I o e 2o Vigilantes, convidai os Irmãos


de ambas as Columnas, a dispor-se a carregar,
e alinhar para a segunda Saúde de obrigação.
(Vigil.) Os Vigilantes repetem o anuuncio.

Vener. Carreguemos, e alinhemos, meus Irmãos.


Os Vigilantes annuncião. Sendo communicado ao V e -
nerável que tudo está carregado, e alinhado, elle diz :
Vener. Irmãos I o e 2o Vigilantes, a segunda Saúde de
obrigação, que tenho o favor (1) cie vos propor,
é a do Gr.-. Or.-, do Brasil, a do seu Grão-
Meslre, e a dos G G r . \ Dignitários e Officiaes: a
ella uniremos a de todas as Officinas da Corres-
pondência, seus Presidentes, e Deputados ao
Gr.-. Or.-., e a dos Grandes Orientes estrangeiros;
e lhe uniremos emfim os nossos votos pela pros-
peridade da Ordem em geral; convidai os Ir-
mãos de u m a , e outra columna, a unir-se a
mim para fazer o fogo mais maçonico, e fra-
ternal .
Os Vigilantes repetem.
Atira-se a Saúde, e applaude-se como na primeira.
Se existe presente algum dos Irmãos comprehendidos
nesta Saúde, como Official do Gr.-. Or.-, do Brasil, Pre-
sidente ou Deputado de Officina de Correspondência, estes
Irmãos não atirão a Saúde, mas conservâo-se em pé ou
assentados ; findos os applausos, um delles dirige a pala-
vra (2) e todos agradecem. Tendo elles atirado a Saúde,
e feitos os applausos, a Loja cobre os mesmos; Depois
disso o Venerável dá um golpe de Malkete, e diz:

Vener. Meus Irmãos, tomemos nossos lugares.


E livre ao Venerável conservar os trabalhos em vigor,
ou suspende-los, para passar aos da arrecadação.

TERCEIRA SAÚDE.

No momento que os Vigilantes julgão conveniente, o


o
I Vigilante dá um golpe de Malkete, o qual é repetido
pelo 2 o Vigilante, e depois pelo Venerável, que diz :

Vener. O que pedis, meu Irmão ?


Estando os trabalhos suspendidos, o I o Vigilante pede
ao Venerável que os ponha em vigor ; o que é feito nestes
termos :
*

Vener. Meus Irmãos, á requisição do Irmão I o Vigi-

ei) Corresponde á expressão vulgar « Tenho a honra.»


(2) P a r a agradecer póde-se fazer uso destas, ou de outras semelhantes f r a z e s :
Venerabilissimo, ele., em extremo sensível ás demonstrações de amizade que me
testemunhais com o vosso acolhimento, permitli que eu patenteie a m i n h a grati-
dão a t i r a n d o este Canhonaço com polvora v e r m e l h a , fazendo fogo, b o m fogo, e
perfeito fogo.
lante, os trabalhos que estavão suspendidos,
torpão a tomar vigor.
Os Vigilantes repetem.
Depois, o I o Vigilante dá um golpe de malhete, que é
repetido pelo 2 o Vigilante, e pelo Venerável, e diz:

Pr.Vig. Venerabilissimo, dignai-vos fazer carregar, e


alinhar, para uma saúde, que o Irmão 2o Vigi-
lante, o Irmão Orador, e eu, teremos o favor
de propor.
O Venerável faz alinhar, e carregar como nas Saúdes
precedentes, e quando está informado de que tudo está
em regra, diz ;
Vener. irmão I o Vigilante , anuunciai a Sande, que
quereis propôr.
Pr.Vig. E' á vossa, Venerabilissimo. Meus Irmãos, em
pé, á ordem, e culelo na mão.
Todos os Irmãos, excepto o Venerável, o executão.

Pr. Vig. Meus Irmãos, a Saúde que o irmão 2° Vigilante,


o Irmão Orador, e eu , temos o favor de vos
propor, é a cio nosso Venerabilissimo, que di-
rige os trabalhos desta R . \ Loja, e a de tudo
quanto lhe pertence: nós vos pedimos que vos
unais comnosco para fazer o melhor fogo pos-
sivel.
Seg. Vig. A Saúde que o I r / . 1 «Vigilante, o Ir.-. Orador,
e eu, ternos o favor de vos propor, é a d o nosso
Venerabilissimo, que dirige os trabalhos desta
R . \ Loja, e a de tudo quanto lhe pertence:
nós vos pedimos que vos unais comnosco para
fazer o melhor fogo possivel.
Orad. A Saúde que os Irmãos 1° e 2o Vigilantes, e eu,
temos o favor de vos propor, é, etc. [e conclue•).
Está annunciado.
Seg. Vig. Está annuriciado.
O Irmão I o Vigilante dizeodo « A mim, meus Irmãos »,
o
dirige
O o exercício , ou dá o cominando ao 2 Vigilante ,
'jf-jhy
como julga a proposito : faz proceder aos applausos, e
ao vivat.
Durante esta Sau.de o Venerável fica sentado : termi-
nada ella, todos os Irmãos se conservão de pé, e á ordem.
O Venerável, ajudado pelos Irmãos Mestre de Cere-
moniàs e Expertos, agradece. Quando o Venerável tem
agradecido, o I o Vigilante dizendo « A mim, meus Ir-
mãos» , faz cobrir os applausos. Todos tomão os seus
lugares.
O Venerável suspende os trabalhos, se o julga a pro-
posito, ou os deixa em vigor.

QUARTA SAÚDE.

Algum tempo depois, o Venerável põe os trabalhos em


vigor, se elles o não estão, e faz carregar, e alinhar
para uma saúde.
Quando tudo está carregado, e alinhado, propõe a
Saúde dos Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes.
O Irmão Orador , e o Irmão Secretario repetem o
annuncio.
O Venerável commanda esta Saúde ; durante ella todos
os Irmãos ficâo assentados. Os Vigilantes se levantão e
agradecem, dirigindo o Primeiro Vigilante, para isso, as
palavras.
O Venerável faz cobrir os applausos.

QUINTA SAÚDE.

O Venerável, 110 momento em que julga mais conve-


niente, commanda a Saúde dos Irmãos Visitantes.
Durante esta Saúde os Visitantes estão de pé. Um
delles, em nome de todos, agradece. O Venerável faz
cobrir os applausos.
Nota. Ajuntar-se ha a esta quinta Saúde a das O f i -
cinas filiadas, mas se não ha Visitantes, nem Officiaas
filiadas, então se destacará da sexta Saúde, a dos Offi-
ciaes da Loja: e neste caso o Orador pedirá a palavra
para agradecer.
Depois da Saúde, se algum Irmão tem a entoar al-
guma cantoria, ou a recitar alguma peça de archite-
cture, o podo fazer, pedindo para isso a palavra.
E' a proposito entoar algum cântico moral, tendente
ao fim da Maçonaria, celebrando os enleios, e vantagens
da Ordem, do qual a execução em Coro produz na alma
uma doce emoção.
SEXTA SAÚDE.
.f

Esta Saúde é feita aos Irmãos Officiaes, e Membros da


Loja : ajunta-se a ella a dos Irmãos novamente ini-
ciados, se os ha.
Esta saúde é praticada pelo Venerável, pelos Vigilantes,
e pelos Irmãos Visitantes , se os ha. Os Officiaes e os
Membros da L . \ estão de pé, e agradecem, dirigindo
a palavra, o Irmão Orador pelos Officiaes, o Membro
mais antigo pelos outros Membros, e um dos Iniciados,
se os ha, pelos outros Iniciados.
Cobrem-se os applausos.
No caso em que a quinta Saúde fosse dirigida aos
Officiaes da L a sexta só se entenderia para com os
outros Membros.

SÉTIMA SAÚDE.
Emfim, o Venerável convida o Irmão Mestre de C e -
remonias para introduzir os Irmãos Serventes, os quaes
trarão comsigo as suas bandeiras e canhões.
Collocados no Occidente, entre os dous Vigilantes, o
Venerável dá um golpe de Malhete, e convida a car-
regar , e a alinhar para a ultima Saúde de obrigação.
Os Irmãos Vigilantes, dando um golpe de Malhete ,
repetem o annuncio.

Vener. Carreguemos, e alinhemos, meus Irmãos.


Os Vigilantes repetem.
Cada um carrega e alinha. Quando o Venerável é
advertido de que tudo está carregado, e alinhado, diz :
Vener. Em pé, á ordem, e cutelo na mão.
Todos se levantão, e pegando n u m a ponta do seu
guardanapo com a mão esquerda, dão a ponta opposta
ao seu vizinho á direita, o qual a toma com a mão es-
querda, unindo-a, ou atando-a por um simples nó á do
seu ; o que não embaraça a pegar na faca com a mesma
mão : os Irmãos Serventes fazem com os Vigilantes a
mesma Cadôa, estando o Mestre de Ceremonias no meio
delles.

Vener. Irmãos I o e 2o Vigilantes, a ultima Saucle de


obrigação é a de todos os Maçons, espalhados
sobre a terra, tanto na prosperidade como na
R. M. k
adversidade. Enderessemos nossos votos ao G.-.
A / . do U . \ para que se digne soecorrer os
desgraçados , e conduzir os navegantes a bom
porto. Convidai os Irmãos de uma, eoutra Co-
lumna a unir-se a nós para fazer esta Saúde com
o melhor de todos os fogos.
Os Vigilantes repetem.
O Venerável entôa o Cântico de encerramento, e todos
os Irmãos o acompanhüo.

I
Os braços trancemos
Formando cadêas,
Que o fogo sagrado
J á lavra nas veias !

Assim predomine
Em n<5s a união,
Governe a razão
As nossas idéas I

II
Retumbem os echos
De nossos canhões,
Bebendo á saúde
Dos puros Mações.

De Irmãos, e de amigos
A polvora forte
Os peitos conforte,
Extinga paixões.

III

Bom fogo, bom fogo,


Fogo mais perfeito ;
A' doce amizade
Abramos o peito.

E vós que dos Mundos


Encheis a grandeza,
Prestai-nos firmeza,
Saber, e conceito.
- 51 —
Terminada a cantoria da segunda estancia, o Venerável,
dando um golpe de Malhete, diz :

Vener. Mão ás armas. Levantar. Apontar.


Todos os Irmãos fazem o exercício, e proseguindo im-
mediatamente o Cântico, á expressão dos dous primeiros
versos da .terceira estancia, todos bebem por tres tem-
pos, desviando emíim o cópo horizontalmente um pouco
para o lado 'direito, emquanto se canta o resto da mesma
estancia e côro; o que feito, o Venerável diz:

Vener. Armas em frente.


Todos escutão. Repete-se a segunda parte « E vós
que dos Mundos, etc. », finda a qual, o Venerável diz :

Vener. Um, Dous, Tres; Um, Dous, Tres; Um, Dous,


Tres.
Em frente.
Um, Dous, Tres.
Todos escutão, e descançando o cópo se põem á or-
dem. Repete-se immediatamente, por terceira e ultima
vez , a segunda parte da estancia « E vós que dos
Mundos, etc. »
Todos applaudem,,
Terminados assim os trabalhos , o Venerável procede
ao encerramento da Loja

Formalidade) dais admüssoes no caso de Filiação, ou


no de ISeguIarisação permíttido pelos Estatutos
e liegulamentos gei^acs*

Tendo precedido a execução do disposto pelos Regulamentos,


apresentando-se um Irmão para se filiar , o Venerável convida o Irmão
Experto para o ir examinar nos Gráos sjmbolicos, o qual voltando
de sua missão, posto entre columnas, participa ao Venerável o re-
sultado.
Sendo ordenado o ingresso, e estando todos os Irmãos em pé , e
á ordem, o Venerável dirige ao Filiando a seguinte ou semelhante
saudação, além do que, o Venerável o poderá interrogar sobre o
Cathecismo do Grôo :
Sêde bemvindo, meu prezado Irmão , a esta habitação do silen-
cio o da paz. Nós os Operários deste Templo, nos achamos pos-
— 52 -
suidos do maior jubilo com a vossa filiação, e desde j á vos assegu-
ramos a nossa inteira fraternidade. Chegai pois ao Altar para ratificar
as obrigações de Maçon , e contrahir de novo aquellas, a que com
particularidade estão sujeitos os membros desta R . ' . Loja.
Levado o Filiando ao Oriente, ahi presta a seguinte

Obrigação.

« E u . . . [nome, e gráo) qm presença do Gr.*. Arch.*, do Univ.-.,


e á face desta R . - . Loja, ratifico em toda a sua plenitude, todos
os juramentos que precedentemente tenho prestado na sempre Aug.*.
e Resp. •. O r d . \ Maçónica; e me submetto, e'prometto observar
todos os Regulamentos adoptados por esta R . \ Loja, e os que
para o f u t u r o , ella adoptar; e isto debaixo das penas da minha
primeira obrigação. Assim Deos me ajude. »
Levado depois o Filiando para entre Columnas, é ahi proclamado,
e reconhecido; é aplaudida a sua filiação, e t c . , e toma emfim
assento.
Se a filiação tem lugar para um Irmão que professe um outro Rito,
sem que possua o Rito Moderno, serão praticadas as mesmas for-
malidades ; e além disso será instruído ou regularisado . pelo Vene-
rável nos signaes, toques, e palavras do Rito.
No caso de regularisação permittida pelos Estatutos e Regulamen-
tos geraes, por motivo de irregularidade original, tendo sido satisfeitas
as disposições dos mesmos Estatutos e Regulamentos, o Regularisando,
depois de examinado nos signaes, toque e palavras do Gráo, será
apresentado á porta do Templo com as insígnias do Gráo em que
precedentemente se tiver annunciado, o qual, nessa qualidade de Re-
gularisando, nunca será superior ao de Mestre, e então com os olhos
vendados, e conduzido pelo Mestre de Ceremoniás, baterá á porta
em Aprendiz.
A' ordem do Venerável de fazer vêr quem bate, se annuncia que
é o Irmão Mestre de Ceremoniás que traz comsigo um Maçon irre-
gular. Depois o Venerável diz : Perguntai-lhe seu nome, idade, na-
turalidade, etc., [como na admissão de profano).
Dadas as respostas, o Venerável diz: Fazei-o entrar.
O Regularisando, assim vendado, entra, dá os passos de Aprendiz,
e é posto entre os Vigilantes: a esse tempo o Venerável lhe pergunta
«Senhor, o que pertendeis? » ao que elle responderá « Pretendo re-
gularisar-me perante vós», ou resposta semelhante.

Venerável. Senhor, é necessário que presteis um ju-


ramento: eu pois vos advirto que elle é lerrivel, mas in-
dispensável é que o façais por vossa plena, e livre vontade:
estais disposto a isso ?
- 53 -
O Regularisando responde que sim : e o Venerável diz ao Mestre
de Ceremonias, que o conduza ao Altar. Chegado ahi, presta o
Juramento de Aprendiz, e em seguimento se praticão as formalidades
prescriptas para a Iniciação ; e em fim 6 applaudido e reconhecido, toma
assento, e o Orador lhe dirige um discurso analogo á sua regular
recepçSo. £
Se o Regularisando se houver annunciado como Companheiro, ou
Mestre, será também regularisado nesses Gráos; os trabalhos dos
quaes serão, para esse fim, abertos, ou logo depois, ou em occasião
opportuna.

Proposta de um Aprendiz para o Gráo de


Companheiro.
O Aprendiz que na conformidade dos Estatutos, e Regulamentos
Geraes da Ordem, e particulares da Loja, se julgar com direito a
ser promovido ao Gráo de Companheiro, o pedirá particularmente ao
Irmão Segundo Vigilante, para que este o proponha.
Em opportuna occasião dos trabalhos, o Irmão 2 o Vigilante dirá
« Venerabilissimo, o Irmão F . . . . Aprendiz desta R.*. Loja, me pedio
que lhe impetrasse a graça de ser elevado ao Gráo de Compa-
nheiro. »
O Venerável fará pôr o Irmão Aprendiz entre Columnas, e o exa-
minará no Cathecismo do Gráo; e depois o mandará cobrir o Tem-
plo; o que feito, o Venerável dirá:

Venerável. Irmãos Io e 2o Vigilantes, convidai a todos


os nossos Irmãos para fazerem as observações, que qui-
zerem sobre o pedido do Irmão F . . . .
Os Vigilantes repetem o annuncio.
Terminadas as reflexões, o Venerável convidará os Aprendizes a
cobrir o Templo, e depois que o tiverem feito, suspenderá os traba-
lhos de Aprendiz, e abrirá os de Companheiro para decidir sobre a
pretenção. Fechados os trabalhos de Companheiro, proseguirão os de
Aprendiz, no caso de estarem suspensos.
Nota. Já mais estando os trabalhos abertos n'um Gráo inferior ,
se decidirá de proposta de Gráo superior; mas sim abertos elles no
Gráo respectivo.

Da ordem dois trabalhos.

A ordem dos trabalhos, isto é, a sua consequência em cada sessão,


é a determinada pelos Estatutos e Regulamentos geraes.
- 54 —

Discurso sobre a iniciacSo.


t>
Se bera que o passo que acabais de dar seja o da iniciação, t o -
davia eu antevejo, que desejoso estareis de saber desde quando ella
é praticada, e quaes são os 'seus fins; o que é a Ordem Maçónica, e
o fim a que ella se dedica. Eu pois, passo a satisfazer-vos em resu-
midas phrases.
< A iniciação foi um dos meios empregados pela Philosophia para
civilisar as Sociedades, e aoerfeiçoar o homem. Na antiga idade,
nos tempos em que a civilisação começava a rasgar o véo da igno-
rância, arrancando os homens ao seu estado primitivo, homens hou-
verão que dotados por natureza de talentos raros, profundando os
meios do progresso da civilisação, e da pureza dos costumes, e i n -
dagando a arte difficil de reger os homens, instituirão a iniciação,
e com ella conseguirão tão úteis fins. A legislação, a moral, e as
sciencias, são pela maior parte devidas a essa escola de perfeição,
que teve origem no Egypto, onde era praticada em grandes Collegios,
nos quaes os Candidatos só erâo admittidos depois de uma escrupu-
losa escolha, e depois de haverem sido submettidos a fortíssimas, e
rigorosas provas, pelas quaes se penetrava o seu espirito, (alento, e
caracter. Depois de admittidos frequentavão gradualmente a serie
dos estudos, e á proporção, que nelles avançavão, erão condecorados
com a _ graduação correspondente ao seu mérito. Ao mesmo tempo que
os iniciados, mediante sua applicaçâo, tinhão a gloria de percorrer
os alcáçares da Sabedoria, vedados áquelles que entregues ao ocio
vivem na obscuridade, tinhão também a gloria de dar tom ã Socie-
dade^ chamando os homens ao cumprimento de uma sã moral, e ao
grêmio da civilisação; e ao mesmo tempo que instruindo-Os em uma
parte de suas doutrinas, e luzes, reservavao para si a vantagem de
guardar o segredo das mais sublimes descobertas do entendimento, e
da natureza, com o nome de mysterios.
Por aqui vêdes, meu Irmão, "que a iniciação nos tempos antigos
não só era proveitosa á humanidade, como vantajosa era aos que a
haviào recebido; outro tanto em nossos tempos acontece na nossa
sublime Ordem Maçónica, como passo a enunciar-vos,
Qual seja a origem da Maçoneria não se sabe: uns a identific&o
com essas antigas Associações, denominando-a seguimento delias ; e
outros a classificão em idades diversas e mais modernas : seja porém
como fôr; entre ellas ha semelhança, seu fim é idêntico. Por entre
formalidades rituaes, e por detrás do véo de emblemas, e de expressões
erugmaticas, e emfim pela constante pratica dos nossos Templos, o
Maçon perspicaz, e pesquizador da verdade, e da rectidão, frequenta
uma escola de virtudes, e de sabedoria ; o Maçon justo e recto, co-
nhecendo-se a si, conhece os mais homens ; o Maçon que, longe de
tomar por um passatempo a frequentação dos nossos Templos, estuda, e
- 55 —
penetra as doutrinas da Ordem, e trilha o caminho da virtude, corrige-
se dos defeitos que possa ter : é bom Maçon, e é bom Cidadão.
Todas as virtudes sociaes andão annexas á Maçoneria ; as da com-
paixão, e da beneficencia, porém, são as que com maior zelo, e fervor,
são constantemente praticadas. O Maçon sendo o amante da huma-
nidade, tem, por um sagrado dever, de amar os seus Irmãos, e soc-
corre-los com todas as suas forças, e tem igualmente em seu favor
os mesmos direitos a que é obrigado.
Além das instruccões que acabão de ser-vos dadas pelo nosso Ve-
nerabilissimo, tanto durante as provas por que passastes, como depois
delias, tendes a penetrar as instrucções do Cathecismo do vosso Gráo
que é o de Aprendiz ; prestai-lhes toda attenção, eu vo-lo recom-
mendo; profundai a que diz « vimos aqui vencer as nossas paixões,
submetter as nossas vontades, e jazer novos progressos na Maçoneria »,
essas expressões dizem muito; deixo o seu desenvolvimento á vossa
penetração, e á vossa assiduidade; e finaliso este meu breve discurso
insinuando-vos : I o , que na nossa Ordem, onde reina a rectidão, o
mérito acha premio, e o crime igualmente, encontra punição ; 2 o , que
o nome Maçon quer dizer Homem virtuoso; o Maçon que não é vir-
tuoso, é indigno de um tal nome ; 3 o emfim, que seguindo vós as
doutrinas da Ordem , vos applaudireis sempre de formar parte da
grande familia dos Iniciados.

Outro discurso de iuiciacão.


a
Se a iniciação aos antigos nrystenos ensinava aos homens, sob os
auspícios da religião, a praticar a sabedoria e a virtude, é pois da
maior importancia para todo o homem de bem o alcançar ser admit-
tido ás provas da Maçoneria, perpetuadora desses mjsterios memorá-
veis ; e é com tanto mais prazer, corno .reconhecimento que este
Jiomem, favorecido da iniciação, se achará entre os iniciados de quem
o acolhimento cheio de bondade lhe prometterá indulgência, interesse
e instrucção. Certamente, a alliança e a affeição de uma classe de
homens, distinctos por suas virtudes e luzes, devem lisonjear o nobre
amor proprio de todo homem estimável; e , dizemos nós," elle não ou-
saria, sem se possuir dos transportes de uma verdadeira alegria,
considerar a fortuna de possuir a estima e a affeição de pessoas es-
clarecidas e sábias.
Para vos pôr ao alcance de, a um golpe de vista, comprehender
toda a extensão da felicidade que se antepõe á vossa imaginação, ne-
cessário se faz entrar era alguns detalh.es instructivos.
Na antiguidade difficilmente se obtinha a iniciação. Uma firmeza
capaz de vencer todos os perigos, uma verdadeira coragem, uma
exercitada constancia, o abandono de todas as paixões, e de todas as
— 56 -
vontades, erão as primeiras disposições que se exigião do aspirante :
carecia unir a tudo isso um juízo recto, um espirito cultivado , um
coração puro, uma alma Candida ; e não se lhe concedia o preço de
suas "virtudes senão depois de as haver submettido a numerosas provas.
Illustrado por este alto favor, o novo iniciado se acreditava, e com
effeito o era ou vinha a ser, um ente superior; as demonstrações as
mais brilhantes de estima dos povos, e do favor dos Soberanos, se
união á sua existencia afortunada ; e se as vicissitudes da vida o fa-
zião descer deste feliz estado, elle sabia, no seio da desgraça ou da
indigência, sustentar valor e resignação, assim como no regaço da
opulência tinha sabido repellir os vicios, e evitar a seducção.
Menos rigorosos em suas provas, mais justos apreciadores da fra-
queza humana, os Maçons não procurão mudar a natureza: elles a
querem apoiar em seus bons princípios, e , reconhecendo essa possibi-
lidade , rectificar-lhe as imperfeições, de que elles mesmos não são
isentos. Invariaveis na rectidão desses principios, se elles tolerão e
soífrem os defeitos do homem, exigem comtudo um coração nobre, uma
alma leal, e um espirito social e recto , e repulsão não menos , do
seu grémio, depois de haver-lhe tirado o augusto nome de irmão, o
homem assaz desgraçado para se degradar, e assaz corrupto para não
tornar a entrar no Templo da Sabedoria.
Ao chegardes aqui fostes encerrado em uma camara escura ; os
tristes despojos da existencia humana que alli se offerecêrâo á vossa
vista, e que'fazem lembrar que o homem sábio deve ter em desprezo
as va'idades mundanas; o pão e a agua que alli vos forão presentes, e
que são os alimentos naturaes do homem , vos terão feito considerar
que a vida e a morte nos são dadas em partilha, e que ao lado da
destruição está sempre o elemento da reproducção. As tres perguntas
que alli vos forão feitas, quaes as que se praticavão na antiga inicia-
ção, tenderão a nos informar, pelas vossas respostas, _ quaes os vossos
sentimentos; o desenvolvimento que lhe déstes lisonjeia as boas espe-
ranças que de vás fazemos. É certo que não nos podemos gloriar
de tocar a méta da perfeição, mas desejamos constantemente receber
em nosso grémio homens de coração susceptível ás impressões das
nobres virtudes que nos devem distinguir. A pedra bruta que alli
vêdes nos representa o homem no estado natural, e significa que só por
meio do estudo e do trabalho é que se adquire a sabedoria. De
outras circumstancias que acornpanhárâo a vossa recepção, o nosso Ve-
nerabillissimo já vos deu a explicação ; com a vossa assiduidade e
constancia conhecereis o resto.
Recebeste emfim, a iniciação maçónica, obtivestes de uma sociedade
particular, mas espalhada sobre os dous hemispherios, a recompensa
moral das vossas qualidades estimáveis: entretanto se felizes disposi-
ções, se algumas virtudes vos fizerão merecer o insigne favor, de ser
recibido Maçon, vós tendes contrabido obrigações sagradas, que suc-
cintamente vos vamos dar a conhecer.
Ser homem probo, é o primeiro dever de todo o cidadão; e é a
primeira virtude de todo o Maçon.
Ser bom esposo, é merecer no mundo profano a estima da socie-
dade, a consideração dos seus iguaes, e o respeito de seus inferiores :
em Maçoneria, se entende o preencher um de seus deveres.
Ser bom pai, he dar a seus filhos o que se recebeu daquelles a quem
se deve o nascimento; maçonicamente é provar que se considerão os
membros da grande familia como se considera a si proprio.
Ser bom amigo, é dedicar-se qualquer a um homem que lhe é
unido em relações de caracter, gosto, e classe. Entre os Maçons, é
sacrificar tudo á utilidade geral, e ao allivio dos seus semelhantes.
Ser bom cidadão é honrar e servir o seu paiz ; entre nós é ser fiel aos
seus deveres, á Ordem, e a seus juramentos.
Nós poderíamos alongarmos-nos mais sobre preceitos todos tendentes
á felicidade dos humanos, e que fazem as delicias da vida na prosperi-
dade, e servem de consolação na adversidade, mas queremos guardar
para outras occasiões a vossa attenção e benevolencia.
De nós só recebereis conselhos salutares, e bons exemplos. Possais
pois, penetrar-vos do importante acto que acabais de celebrar ! Possais
por uma conducta sempre estimável, chegar a um gráo superior,
e ao perfeito conhecimento da nossa instituição, que é soberana em
quasi todos os paizes, e que subsistirá emquanto os homens forem ca-
pazes de discernir o que é verdadeiramente útil, e de conhecer o que
é realmente agradavel.

ADVERTENCIA.

Para a perfeita execução do disposto neste Regulador, convém que


na occasião dos Trabalhos, cada um dos trás primeiros Dignitários
esteja munido de um exemplar, para á vista delle cumprir, e fazer
cumprir, as formalidades dispostas.

ri. M.
5
I IN" D I C I E

7
Decoração da Loja, ou Templo . Pag-
8
Átrio, e Sala dos Passos-perdidos
8
Camara das reflexões .
Titulo da Officina °
Dignitários, ou Ofliciaes
9
Insígnias dos Dignitários
Insígnias do Irmão Aprendiz Jjj
10
Assentos dos Dignitários, e dos mais Irmãos • •
Termos, e significados 11
Calendario ;*
Alphabeto, e Numeração
Do Ingresso na Loja
Dos Visitantes -
Estrellas Jj?
Malhetes batentes Jj?
Abobada de aço . Jj?
Formalidade ao sahir da Loja \ ' '
Modo de proceder aos anmmcios, pedir e conceder a palavra, praticar as
discussões, ou outros objectos propostos e annunciados, e maneiras de votar. 16
Applausos e agradecimentos
Cadêa de União ^
Abertura dos trabalhos jz
Formalidades sobre a admissão de Profano ^
Ritual de Iniciação
Instrucção \
Encerramento dos Trabalhos y
U
Loja de Mesa ou de Banquete - \ \ •
Formalidade das admissões no caso de Filiação, ou no de Regularisaçao,
permittido pelos Estatutos e Regulamentos Geraes oi
Proposta de u m Aprendiz para o Gráo de Companheiro
Da Ordem dos Trabalhos
oa
Discursos sobre a Iniciação

Rio de Janeiro, 1869. — Typographia Universal de LAEMMERT,


61 B, Rua dos Inválidos, 61 B.

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