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IT 10.

04 | Instruções de preenchimento
da Ficha de Inscrição
Revisão: 0 Data: 23-09-2016

A ficha está dividida em duas partes (A e B). A parte A foi organizada em vários domínios (Sensorial;
Cognitivo e da Aprendizagem; Motor; Cognitivo, Motor e/ou Sensorial; da Comunicação, Relação e/ou
Afetivo-emocional e Outras Condições não Enquadradas nos Domínios Anteriores). Estes domínios visam
permitir uma melhor leitura e enquadramento no que se refere ao diagnóstico no âmbito das Necessidades
Educativas Especiais, bem como uma análise do ponto de vista estatístico.

A Parte A é de preenchimento obrigatório. O aluno deverá situar-se no Domínio/Subdomínio de


necessidades educativas especiais predominante.

Deverá assinalar um único Domínio. Dentro deste, situe o aluno no item principal (1 opção) (ex: visão ou
audição) e especifique (ex: deficiência auditiva neurossensorial ligeira), assinalando também apenas um
item. Se não existirem dados suficientes para preencher este último campo, verifique se é possível assinalar
nas doenças ou síndromes (Parte B), indicando na parte A apenas o domínio e a problemática principal (ex:
Problemas motores e neuromotores).

Parte B: No caso de existir um diagnóstico médico, sinalize o Síndrome ou a doença que contribui para a
aplicação de medidas educativas especiais. Sinalize unicamente uma opção (Síndrome ou doença) e
especifique-o(s). Por exemplo, um aluno com o diagnóstico de Trissomia 21 deverá ser sinalizado no
domínio com maiores implicações educacionais, mas também no respetivo síndrome. O objectivo visa,
além de uma rápida visualização das principais dificuldades, através da sua colocação no domínio
correspondente, facilitar uma análise estatística e permitir o cruzamento de dados (domínio com
síndrome).

Estas sinalizações deverão ser feitas com base em todos os dados existentes (destaca-se o relatório
médico) e de acordo com a síntese do relatório técnico-pedagógico elaborado pelos intervenientes no
processo.

» Nas seguintes notas destacam-se apenas os itens que poderão suscitar maiores dúvidas:

2.1 Incapacidade Intelectual (Perturbação do Desenvolvimento Intelectual)


Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, associado a défices no comportamento
adaptativo atual.

2.2.Dificuldades no Funcionamento Intelectual


Este item refere-se a situações não enquadradas no âmbito da Incapacidade Intelectual, em que se
verifica um funcionamento intelectual inferior à média, mas sem falhas no comportamento adaptativo.
Existem dificuldades ao nível das funções cognitivas de nível superior, com acentuada repercussão na
aprendizagem escolar. Exclui a Perturbação da Aprendizagem Específica (2.3.), onde o funcionamento
intelectual é mediano.

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Imp.03.03
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2.3.Perturbação da Aprendizagem Específica (PAE)


A PAE é uma perturbação do neurodesenvolvimento de origem biológica.  Uma caraterística essencial da
PAE é a dificuldade em aprender capacidades académicas chave, com início durante os anos de
escolaridade formal. As capacidades académicas chaves incluem a leitura de palavras simples com
precisão e fluência, compreensão da leitura, expressão escrita e soletração, cálculo aritmético e
raciocínio matemático

2.4. Perturbação da Linguagem e Fala


Limitações acentuadas nas funções relacionadas com a compreensão e expressão da linguagem oral e
escrita.

3.1.1. Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação (PDC)


A principal característica da PDC é um défice acentuado na coordenação motora. O diagnóstico é feito
unicamente se o défice interferir significativamente com o rendimento escolar ou atividades de vida
quotidiana.
Nota: é importante o diagnóstico médico, no sentido de realização de um diagnóstico diferencial.

4.1. Multideficiência
Existência concomitante de 2 ou mais deficiências, sendo uma delas a deficiência intelectual grave ou
profunda.

5.1. Perturbação da Relação e Comunicação (0-3 anos) *


Nomenclatura utilizada para uma perturbação do espectro do autismo que se manifesta durante a
primeira infância. Verificam-se severas dificuldades na relação e comunicação, combinadas com
dificuldades na regulação dos processos fisiológicos, sensoriais, atencionais, motores, cognitivos,
somáticos e afetivos.

5.3. Perturbação Emocional ou Comportamental Grave


Inclui uma ou mais das seguintes características: incapacidade inexplicável para a aprendizagem, que não
tem origem em factores intelectuais, sensoriais ou de saúde; incapacidade para iniciar ou manter
relações interpessoais satisfatórias com os seus pares ou professores; comportamentos ou emoções
inapropriadas em circunstâncias normais; estado geral de infelicidade ou de depressão; tendência para
desenvolver sinais físicos ou medos associados ao pessoal ou aos problemas da escola. Esta(s)
característica(s) deverá(ão) manifestar-se durante um longo período de tempo e numa extensão tal que
afecta negativamente a realização escolar do aluno.
De acordo com Correia (2009), o termo não se aplica a crianças socialmente mal ajustadas, a não ser que
apresentem distúrbios emocionais.

6.1. Risco Grave de Atraso de Desenvolvimento


(Co)existência de condições biológicas, psicoafectivas ou ambientais, que implicam uma alta
probabilidade de atraso relevante no desenvolvimento da criança. Neste grupo são elegíveis todas as
crianças que acumulem 4 ou mais fatores de risco biológico e/ou ambiental, a saber:
 Crianças expostas a fatores de risco biológico: Inclui crianças que estão em risco por condições
biológicas que interfiram claramente com a prestação de cuidados básicos, com a saúde e o
desenvolvimento.
Baseiam-se num diagnóstico relacionado com, entre outros:
 História familiar de anomalias genéticas, associadas a perturbações do desenvolvimento;
 Exposição intrauterina a tóxicos (álcool, drogas de abuso); Complicações pré-natais severas
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(Hipertensão, toxémia, infeções, hemorragias, etc.);


 Prematuridade <33 semanas de gestação;
 Muito baixo peso à nascença ( < 1,5Kg);
 Atraso de Crescimento Intrauterino (ACIU): Peso de nascimento <percentil 10 para o tempo de
gestação;
 Asfixia perinatal grave (Apgar ao 5º minuto <4 ou pH do sangue do cordão <7,2 ou manifestações
neurológicas ou orgânicas sistémicas neonatais).
 Complicações neonatais graves (sépsis, meningite, alterações metabólicas ou hidroelectrolíticas,
convulsões)
 Hemorragia intraventricular;
 Infeções congénitas (Grupo TORCH);
 Criança HIV positiva
 Infeções graves do sistema nervoso central (Meningite bacteriana, meningoencefalite)
 Traumatismos cranianos graves
 Otite média crónica com risco de défice auditivo

 Crianças expostas a fatores de risco ambiental


Consideram-se condições de risco ambiental a existência de fatores parentais ou contextuais, que
limitam as suas oportunidades de desenvolvimento e impossibilitam ou dificultam o seu bem-estar.

- São entendidos como fatores de risco parentais, entre outros:


 Mães adolescentes < 18 anos
 Abuso de álcool ou outras substâncias aditivas
 Maus-tratos ativos (maus-tratos físicos, emocionais e abuso sexual) e passivos (negligência nos
cuidados básicos a prestar à criança (saúde, alimentação, higiene e educação)
 Doença do foro psiquiátrico
 Doença física incapacitante ou limitativa

- Consideram-se fatores contextuais, entre outros:


 Isolamento (ao nível geográfico e dificuldade no acesso a recursos formais e informais;
discriminação sociocultural e étnica, racial ou sexual; discriminação religiosa; conflitualidade na
relação com a criança) e/ou pobreza (recurso a bancos alimentares e/ou centros de apoio social;
desempregados; famílias beneficiárias de RSI ou de apoios da ação social);
 Desorganização familiar (conflitualidade familiar frequente; negligência da habitação a nível da
organização do espaço e da higiene);
 Preocupações acentuadas, expressas por um dos pais, pessoa que presta cuidados à criança ou
profissional de saúde, relativamente ao desenvolvimento da criança, ao estilo parental ou interação
mãe/pai-criança.

A investigação tem demonstrado que a presença de fatores de risco persistentes pode comprometer o
desenvolvimento cerebral, levando a problemas na aprendizagem, comportamento e saúde física e
mental. Pelo contrário, serviços de intervenção precoce de alta qualidade podem alterar a trajetória de
desenvolvimento da criança e melhorar os resultados para as crianças, famílias e comunidades.
O principal objetivo da intervenção precoce é atuar aos diferentes níveis de prevenção (Bairrão &
Almeida, 2003). A importância de intervir em idades precoces para prevenir ou atenuar problemas de
desenvolvimento é hoje um dado inquestionável e um direito que assiste a todas as crianças. A
investigação, no âmbito da neurobiologia, tem vindo a demonstrar que as experiências precoces têm um
papel significativo no desenvolvimento cerebral e que as características do ambiente familiar e social em
que as crianças estão inseridas, têm uma influência direta no desenvolvimento da criança, com efeitos a
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Imp.03.03
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nível do sistema nervoso central.

6.3. Perturbação Regulatória do Processamento Sensorial (0-3 anos) *


Refere-se a dificuldades na regulação de emoções e comportamentos bem como das habilidades
motoras em resposta à estimulação sensorial, o que pode levar a um défice no desenvolvimento e
funcionamento. Inclui a presenças de 3 características: 1) dificuldades no processamento sensorial; 2)
dificuldades motoras; 3) um padrão de comportamento específico.

Documentos associados:

Imp. 10.13 Ficha de inscrição na educação especial

Motivo de alterações:
Revisão Data Motivo
                 
                 
                 

Elaborado Aprovado
Imp.03.03
DSEE Diretor Regional 4

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