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Panambi
2014
LUCIANO TOMAS CERETTA
Panambi
2014
Para Chana, Helena e Júlio.
Para Nelson e Lúcia.
AGRADECIMENTOS
Novembro 2014
RESUMO
A construção civil é um importante setor da economia brasileira e atualmente está em ampla
expansão. O tijolo ou bloco de concreto é um dos materiais essenciais na construção civil
sendo este um elemento constituinte de residências, prédios, entre outros. Com o intuito de
automatizar o processo de confecção dos tijolos e em consequência garantir a uniformidade
destes, propõe-se o projeto de uma máquina construtora de tijolos. Este trabalho irá abordar a
concepção, o projeto e a especificação do sistema de acionamento pneumático de uma
máquina construtora de tijolos. A máquina é composta por pistões, a estrutura mecânica, um
depósito de massa e uma prensa na qual a mistura de concreto é compactada nos moldes. O
sistema de automação proposto propiciará o acionamento dos atuadores pneumáticos para as
ações de inserção, compactação e movimentação da mistura de concreto, enquanto que a
movimentação da carga com os blocos resultante será através de uma esteira acionada via
motor elétrico. Portanto, com a implementação do sistema de automação concebido, a
máquina operará em modo automático e caberá ao operador somente a reposição, quando
necessário de concreto no respectivo depósito, assim como, a supervisão de toda a operação,
sendo esta uma característica distinta aos equipamentos comerciais similares averiguados.
November 2014
ABSTRACT
The civil construction sector is a very important segment of Brazilian economy and currently
in wide expansion. The building blocks are essential in civil construction which one can be
used in residential, buildings and others. In the aim to automate the process to make the
building blocks, also ensure uniformity of them, a building blocks machine design is
proposed. Hence, this work proposes the conception, design and specification of pneumatics
automation system of a building blocks machine. This machine is composed by pistons,
mechanical structure, concrete tank and a press in which the mixture is compacted in the
molds. The proposed automation system to drive the pneumatics pistons in actions like
insertion, compression and movement of the concrete mixture, while the load transportation,
with building blocks, will be done by a treadmill driven by electric motor. Therefore, with the
implementation of the proposed automation system, the machine will operate in automatic
mode and hence the operator just to review all process and insert concrete mixture in the tank,
when necessary. This automatic operating mode is a distinct characteristics assured by the
proposed automation system when compared with similar commercial machines.
Figura 1 – Exemplo de um sistema comercial para produção de blocos de concreto. ............. 18
Figura 2 – Exemplo de um sistema para produção de blocos de concreto. .............................. 19
Figura 3 – Diagrama de blocos com classificação geral dos compressores. ............................ 29
Figura 4 – Atuador pneumático linear – construção básica...................................................... 32
Figura 5 – Atuador pneumático linear de simples efeito com retorno por mola. (a)
normalmente retraído com retorno por mola. (b) normalmente distendido com retorno por
mola. ......................................................................................................................................... 33
Figura 6 – Representação simbólica do atuador pneumático linear de simples efeito. (a)
normalmente retraído com retorno por mola. (b) normalmente distendido com retorno por
mola. ......................................................................................................................................... 34
Figura 7 – Atuador pneumático linear de duplo efeito. ............................................................ 34
Figura 8 – Representação simbólica do atuador pneumático linear de duplo efeito. ............... 35
Figura 9 – Atuador pneumático oscilante de (-180o a + 180o), centrado por mola. ................. 35
Figura 10 – Atuador linear de haste passante e a sua respectiva simbologia. .......................... 36
Figura 11 – Atuadores duplex com hastes iguais, assim como, com hastes com cursos
distintos..................................................................................................................................... 37
Figura 12 – Representação da proposta da máquina de confecção de tijolos........................... 41
Figura 13 – Fluxograma contendo a sequência de eventos de acionamento dos atuadores
pneumáticos. ............................................................................................................................. 42
Figura 14 – Circuito pneumático para acionamento dos atuadores. ......................................... 43
Figura 15 – Circuito elétrico de comando e acionamento dos solenóides referentes às válvulas
pneumáticas. ............................................................................................................................. 43
Figura 16 – Circuito elétrico para acionamento do motor e do sistema de controle. ............... 44
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
Como afirmando anteriormente, os tijolos apresentam diversas arquiteturas, as quais
apresentam peculiaridades pertinentes ao objetivo almejado. Neste sentido, destacam-se
características de robustez, densidade, peso, volume, custo e impactos ambientais como
fatores preponderantes no processo de dimensionamento e seleção dos tijolos. Este capítulo
visa descrever uma revisão bibliográfica acerca dos tipos de tijolos, assim como, dos métodos
de fabricação destes, e neste sentido, averiguar e propor um sistema automatizado que realize
a construção destes blocos de alvenaria.
¾ Blocos cerâmicos;
¾ Blocos de solo cimento.
¾ Blocos de concreto;
A matéria prima dos blocos cerâmicos, a argila, é utilizada na fabricação de uma série
de produtos cerâmicos por apresentar boa plasticidade e resistência mecânica após queima
para uma série de aplicações e, além disso, é disponível em grandes quantidades no território
brasileiro. Os tijolos cerâmicos são largamente empregados na construção civil, com distintas
especificações acerca da resistência à compressão, conforme NBR 6461 “Bloco Cerâmico
para Alvenaria – Verificação da Resistência à Compressão”.
No caso dos tijolos de solo cimento, estes são fabricados de uma mistura homogênea
entre solo e cimento. Esta mistura resulta num material fofo, que após processo de
compactação e cura, enrijece, adquire impermeabilização e estabiliza-se formando um
produto de massa específica superior a dos componentes dos solos puros, que lhe confere alta
resistência. Entretanto, como a terra não é padronizada, existem limitações ao uso de
determinados solos. Destaca-se que o tijolo de solo cimento é utilizado em construções
populares, o mesmo apresenta baixo custo, baixo impacto ambiental e aproveitamento
adequado de matéria prima, sendo uma interessante alternativa de material construtivo
(MAGALHÃES, 2010).
O bloco de concreto é a unidade mais utilizada no Brasil uma vez que o processo de
fabricação é muito simples e resultando em um produto final de excelente qualidade. Estes
17
elementos são confeccionados em diversas geometrias e resistências à compressão (NETO,
2006). Destaca-se, que este tipo de bloco construtivo também é alvo de intensa pesquisa
acadêmica, nas quais, em sua concepção, se alia o concreto com outros materiais, como por
exemplo, resíduos de borracha de pneus (FIORITI, et al., 2007), retalhos de garrafa PET, etc.
No Brasil, a alvenaria constitui como o procedimento construtivo mais empregado
para a elaboração de edificações. Em uso residencial, geralmente, os blocos cerâmicos são
utilizados, enquanto que na alvenaria autoportante (estrutural) opta-se pelo emprego de blocos
de concretos. A Tabela 1 ilustra alguns modelos de tijolos cerâmicos que são, usualmente,
empregados na construção civil, enquanto que alguns modelos de blocos de concreto são
apresentados na Tabela 2.
Tabela 1 – Modelos de tijolos cerâmicos utilizados na construção civil.
TIJOLO TIJOLO
MEIO TIJOLO PISOS
MODULAR LISO MODULAR
TIJOLO PASTILHAS
TIJOLO TIJOLO
MODULAR PARA
CONVENCIONAL CANALETA
MACIÇO REVESTIMENTO
BLOCO 1
2 BLOCO CANALETA 1
2 CANALETA PILARES
Vibro-prensa
Pneumática
Vibro-prensa
Pneumática
¾ Sensores
¾ Controladores (comando e regulação)
23
¾ Atuadores (acionamento)
¾ Acionamento Elétrico;
¾ Acionamento Hidráulico;
¾ Acionamento Pneumático.
Características
Tipos Relação Relação Relação
carga/peso rigidez/peso inércia/carga
Baixa Baixíssima
Elétrico Alta
(sem transmissão) (sem transmissão)
Pneumático Alta Média Baixa
Hidráulico Altíssima Altíssima Baixíssima
1.6 Síntese
Este capítulo descreveu a revisão bibliográfica de equipamentos comerciais para
fabricação de tijolos e blocos de concreto. Neste sentido, ponderou-se as principais
características destes equipamentos no intuito de que estas informações auxiliassem na
concepção da máquina de tijolos que se almeja automatizar.
25
Ressalta-se também a descrição de uma revisão bibliográfica de conceitos
fundamentais de sistemas automatizados, sendo enaltecidas as principais características de
acionamento elétrico, hidráulico e pneumático. Em função das características dos sistemas de
acionamento pneumáticos em comparação aos demais, optou-se por este sistema para realizar
as atividades de movimentação de carga e prensagem dos blocos ou tijolos de concreto.
26
2 SISTEMAS DE ACIONAMENTO PNEUMÁTICO
2.1 Introdução
Este capítulo descreve uma revisão de sistemas de acionamento pneumáticos visando
averiguar as características destes, investigar e identificar os dispositivos pneumáticos
potencialmente aplicáveis para a máquina de confecção de tijolos.
¾ Prensas pneumáticas;
¾ Dispositivos de fixação de peças em máquinas ferramenta e esteiras;
¾ Acionamento de portas de ônibus e de trens;
¾ Sistemas automatizados para alimentação de peças;
¾ Robôs industriais para aplicações que não exijam posicionamento preciso;
¾ Freios de caminhão;
¾ Parafusadeiras e lixadeiras;
2.3 Compressor
Os compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um determinado
volume de ar, admitido nas condições atmosféricas, até uma pressão exigida para a execução
de trabalho com o ar comprimido. Segundo (FIALHO, 2008), a classificação destes
equipamentos segue o seu princípio de funcionamento, sendo, portanto, classificados em:
13
12
11
10
9
8
7
Figura 5 – Atuador pneumático linear de simples efeito com retorno por mola. (a)
normalmente retraído com retorno por mola. (b) normalmente distendido com retorno por
mola.
Figura 11 – Atuadores duplex com hastes iguais, assim como, com hastes com cursos
distintos.
2.6 Síntese
Em função das características dos sistemas de acionamento pneumático conclui-se que
estes são pertinentes para implementação do sistema de automatização da máquina de tijolos.
O processo de prensagem e compactação do concreto nos moldes empregará atuadores
pneumáticos. Observa-se que dentro da ampla gama de atuadores pneumáticos, os atuadores
pneumáticos lineares de duplo efeito são os mais adequados, para o sistema de acionamento
da máquina de confecção de tijolos, devido ao controle individual das ações de extensão e
retração.
41
3 PROJETO DO SISTEMA DE ACIONAMENTO PNEUMÁTICO
3.1 Introdução
Este capítulo descreve a metodologia de concepção, análise e projeto do sistema de
acionamento pneumático da máquina de construção de tijolos. Como afirmando
anteriormente, com base em um dispositivo comercial de confecção de tijolos, o qual
disponha de sistema de prensagem manual, almeja-se inserir dispositivos que viabilizem a
automação deste. Neste sentido, os principais elementos que serão reutilizados são: os moldes
(macho e fêmea), a estrutura mecânica e o sistema de inserção de concreto nos moldes
(carrinho com o concreto).
O motor aciona a esteira até que o suporte seja posicionado integralmente abaixo do
molde fêmea. A atuação conjunta dos sensores 1 e 2 indica que um novo suporte para tijolos
42
encontra-se abaixo do molde fêmea, e portanto, este molde pode retornar a sua origem
(operação de retração do atuador 3).
O atuador 1 é atuado e desliza um carrinho contendo o concreto. Esta mistura, por
ação gravitacional é injetado no molde fêmea. O atuador 1 é recolhido, e por consequência o
carrinho com a mistura de concreto também retorna a sua posição original encerrando esta
etapa.
A próxima etapa é a prensagem do concreto nos moldes. Esta compactação é exercida
pela inserção do molde macho no interior do molde fêmea (extensão do atuador 2). Ressalta-
se que o molde já está preenchido por concreto, cuja ação é resultante da etapa antecessora à
esta. Com a prensagem e compactação do concreto no molde, remove-se o molde macho com
o recolhimento do atuador 2.
Na sequência aciona-se o atuador 3, o qual propiciará a elevação do molde fêmea.
Com o final da excursão deste atuador a esteira é acionada novamente e o suporte contendo os
blocos de concreto serão encaminhados ao processo de cura. Em função de que a esteira está
acionada, um novo suporte de tijolos será posicionado abaixo do molde fêmea, cuja ação irá
interromper a esteira assim como, propiciará o recolhimento do atuador 3.
A Figura 13 ilustra o fluxograma de acionamento dos atuadores pneumáticos. Com
base nestas informações, é possível a interpretação da sequência de eventos que deverão
ocorrer, e por consequência conceber os sistemas de controle e acionamento destes atuadores.
Figura 13 – Fluxograma contendo a sequência de eventos de acionamento dos atuadores
pneumáticos.
43
A Figura 14, por sua vez, demonstra o circuito pneumático de acionamento dos
atuadores. Neste projeto, optou-se pelo emprego de válvulas pneumáticas controladas por
solenóide, ou seja, é um comando elétrico que fará a ignição das válvulas e por consequência
a extensão ou retração dos atuadores pneumáticos. Ressalta-se também, que se fará uso de
uma chave de fim de curso, posicionada tanto na posição de retração quanto de extensão de
cada atuador, totalizando 6 destes dispositivos. Com base nas informações resultantes destas
chaves fim de curso será possível a gestão da sequência coerente de acionamento dos
atuadores.
Figura 14 – Circuito pneumático para acionamento dos atuadores.
Com base nas informações da Figura 13, bem como da Figura 14, elaborou-se o
circuito elétrico de comandos dos dispositivos acionadores dos automatismos. O circuito
elétrico que controla os atuadores pneumáticos, assim como os atuadores elétricos está
apresentado na Figura 15.
Figura 15 – Circuito elétrico de comando e acionamento dos solenóides referentes às válvulas
pneumáticas.
Fase A
B0 : Parada Emergência
Motor elétrico
KM Sol6 Kaux1 Sol1 Sol2 Kaux2 Sol3 Sol4 Kaux3 Sol5
esteira
Neutro
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O botão B0 é responsável por desligar toda a máquina, assim como bloquear a
execução de qualquer tarefa. Este também pode ser empregado em situações de emergência.
O início da operação da máquina de tijolos é através do botão B1. Com o acionamento
manual deste a máquina passa a operar automaticamente e iniciará a elaboração dos blocos ou
tijolos de concreto, sem a intervenção humana nas etapas de inserção de concreto nos moldes,
compactação do concreto nos moldes e remoção de blocos resultantes. Um operador será
necessário somente para o abastecimento de concreto no respectivo depósito, assim como para
a supervisão do sistema global. Esta importante característica é distinta das demais máquinas
de confecção de tijolos descritas na revisão bibliográfica.
3.3.2 O atuador 2
O dimensionamento deste atuador empregará as seguintes especificações:
3.3.3 O atuador 3
O dimensionamento deste atuador empregará as seguintes especificações:
assim como, o número de operações que o atuador executará por segundo. Neste caso definiu-
se que haverão, aproximadamente 2 operações de extensão e retração por minuto. Essa
quantidade é adequada para o número de tijolos que a máquina confeccionará por hora, e por
consequência atender a demanda de projeto, a qual é tijolos ou blocos de concreto para
construção de uma residência.
Com a determinação do consumo individual dos atuadores, determina-se o consumo
total destes e adiciona-se um coeficiente de 150% que prevê a possibilidade futuras
ampliações do sistema, assim como a presença de demais atuadores que possam ser
empregados na mesma instalação. Alem disso, os atuadores 2 e 3 são duplos, ou seja, para a
mesma tarefa são empregados 2 atuadores. Portanto, o consumo total é dado por (6).
CT 1, 5 C 1 2C 2 2C 3 (6)
Resulta em:
CT 4, 50 l/seg ou CT 3, 6 4, 50 l/seg o CT 16, 20 m 3 /hora (8)
3.5 Síntese
Este capítulo propôs o sistema de automação de máquina de confecção de tijolos
através de acionadores pneumáticos. De acordo com o sistema de automação proposto, a
máquina irá operar automaticamente nos processos de inserção de concreto nos moldes,
compactação da mistura nos moldes e carregamento dos blocos ou tijolos resultantes. Ao
operador cabe a reposição, quando necessário de concreto no respectivo depósito, assim como
de supervisão de toda a operação.
49
CONCLUSÃO