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1º Semestre – 2006/2007
Material de Apoio às Aulas Teóricas
CAPÍTULO I
•Conceitos Básicos
•Mercados e Intervenção do Governo
•Oferta e Procura
Conceitos Básicos
1
Conceitos Básicos
Abstracção - necessidade de se ignorarem
vários detalhes, de forma a nos concentrarmos
nos elementos fundamentais de um problema.
O grau de abstracção depende do objectivo de
análise.
Teoria - simplificação deliberada das relações
(abstracção) , cujo propósito é explicar como
essas relações funcionam.
Nota: Teoria é diferente da prática política.
3 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Conceitos Básicos
Modelo Económico - simplificação, a escala reduzida, de um
aspecto da economia. É expresso, na maior parte das
vezes, por equações, gráficos, ou palavras.
Recursos - instrumentos providenciados pela natureza ou
pelo homem que são usados para a produção de bens ou de
serviços. Podemos encontrar recursos naturais(solo, água,
minerais), trabalho, que é escasso(o dia tem 24h e as
qualificações são limitadas), e as fábricas e maquinaria,
realizados pelas pessoas. São os factores de produção
tradicionais: terra, trabalho e capital.
2
Conceitos Básicos
Escassez e Escolha - um recurso é escasso quando a
procura, a um preço zero, excede a oferta disponível. Isto
quer dizer que a humanidade pode alcançar menos do que
aquilo que desejaria. Existe, assim, permanentemente, a
necessidade de escolha. Escolha essa, entre um conjunto
limitado de possibilidades, com a certeza, porém, que a
decisão de possuir mais de uma coisa implica possuir
menos de outra.
Decisão Racional - decisão que melhor serve os objectivos
do decisor, que pode ser um consumidor, uma empresa ou o
governo. É uma decisão que analisa os custos e os
benefícios de cada decisão.
5 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Conceitos Básicos
Maximização da Utilidade - valor e satisfação que se obtém
quando o consumidor decide. A utilidade pode ser definida como
a quantidade de “prazer” ou divertimento que se consegue obter
com o consumo de algo. Economicamente, podemos defini-la como
ao preço que se está disposto a pagar por um bem ou serviço
Maximização do Lucro - maximizar os lucros significa manter os
custos tão baixos quanto possíveis e as receitas tão elevadas
quanto possível. Quererão cobrar um preço que seja alta de
forma a cobrar os custos, mas baixo de forma a poderem vender
produção.
3
Conceitos Básicos
Divisão do Trabalho - divisão de uma tarefa
complexa, num número mais reduzido e especializado de
tarefas, para que cada trabalhador possa desempenhar um
trabalho específico. Esta divisão permite ganhos de
produtividade. Obriga também à especialização do trabalho.
Troca - devido à especialização, as pessoas não
produzem tudo aquilo que necessitam para satisfazer as suas
necessidades. Desta forma, torna-se fundamental que exista
troca entre aqueles que produzem, por exemplo, alimentação
e aqueles que produzem vestuário. Sem esta troca, a divisão
do trabalho
7 possui Pedro
reduzidos efeitos.
Dominguinhos/Boguslawa
Carvalho
Sardinha/Luisa
Conceitos Básicos
Custo de Oportunidade - valor da alternativa sacrificada
resultante da escolha feita pelo decisor. Ex. Valor dos
televisores abdicados, quando decidimos produzir mais
carros.
É a quantidade (valor) de outros bens que é sacrificada para
a produção de mais uma unidade do bem em causa.
Afectação de Recursos - todas as decisões económicas se
referem a como afectar recursos, que são escassos.
Estudar, em vez de trabalhar; lançar o curso de sistemas
de informação em vez de comércio; comer saladas em
prejuízo de chocolates.
8 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
4
Conceitos Básicos
Racionalidade
Escolha
Custo de Oportunidade
Afectação de Recursos
9 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Conceitos Básicos
Fronteira de Possibilidades de Produção - mostra as
combinações de vários bens que podem ser produzidas,
dados os recursos disponíveis e a tecnologia existente.
Mostra também, para cada nível de produção de um bem, o
máximo que pode ser alcançado na produção de outro bem.
Existe, portanto, um trade-off.
Pontos acima da fronteira de possibilidades de produção
são impossíveis de alcançar. Pontos abaixo da fronteira de
possibilidades de produção são ineficientes.
5
Conceitos Básicos
Alimentação Filmes
Emprego Produção Emprego Produção
4 40 0 0
3 30 1 38
2 20 2 52
1 10 3 60
0 0 4 65
Conceitos Básicos
Produção de Alimentação
A
G
40
Fronteira de
B
Possibilidades
30
F de Produção
20 C
Região Alcançável
F D
10
E
38 52 60 65
Produção de Filmes
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
12
Carvalho
6
Conceitos Básicos
Eficiência - podemos defini-la como a ausência de
desperdício. Uma economia eficiente utiliza todos os seus
recursos disponíveis e produz a quantidade máxima de
bens e serviços que a tecnologia permite.
Conceitos Básicos
Ineficiência - existe quando há desperdício de recursos. As
causas podem ser: desemprego (pode-se produzir mais de
ambos os bens); utilização incorrecta de recursos; escala
de produção ineficiente; favoritismo; práticas restritivas;
Princípio de Custos Crescentes - mostra que à medida que
cresce a produção de um bem, o custo de oportunidade de
produzir uma unidade adicional aumenta. Este é um
princípio que se aplica a algumas actividades económicas,
fundamentalmente quando os recursos são especializados.
7
FPP com Recursos Não Especializados
Sapatos Pretos B
Sapatos Castanhos
15 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
8
A Escolha e o Futuro
FPP Actual
Bens de Capital
FPP Futura
Bens de Consumo
17 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
A Escolha e o Futuro
FPP Futura
Bens de Capital
FPP Actual
D’
18 Bens de Consumo
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
9
A Escolha e o Futuro
Fontes de Crescimento Económico
• Descoberta de mais recursos
• Sacrifício do consumo presente
• Maior produtividade dos recursos
• Melhor Tecnologia
• Inovação
A
B
Serviços Sociais
Mísseis
20 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
10
A Escolha nas Sociedades
A
B
Serviços Sociais
Alimentação
21 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
A
B
Serviços Sociais
Bens Privados
22 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
11
As Três Tarefas de
Coordenação na Economia
Âmbito de Análise
Microeconomia - analisa detalhadamente as
decisões individuais, sobre bens em particular. Podem
dizer respeito, quer aos consumidores, quer às
empresas.
Macroeconomia - enfatiza as relações na
economia como um todo. Simplifica o comportamento
dos indivíduos, mantendo-o constante, de forma a
concentrar-se na interacção da economia. Ex. PIB;
Inflação;
24 Desemprego.
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
12
Armadilhas do Raciocínio
Económico
• Esquecimento de manter o restante constante
(ceteris paribus) - é fundamental, de forma a
desenvolvermos as conclusões pretendidas, isolar o
impacto de uma única variável. Ex. O impacto do preço das
chamadas telefónicas no acesso à Internet.
• Falácia de Post Hoc - a correlação entre duas
variáveis não implica um nexo de causalidade. Não é por A
ocorrer antes de B que podemos concluir que A é a causa
de B.
25 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Armadilhas do Raciocínio
Económico
• Falácia da Composição - verdadeiro para uma
parte é verdadeiro para o todo. Ex. Se todos os
produtores de batata obtiverem uma grande
colheita, é provável que o rendimento agrícola
diminua.
13
Porque Discordam os Economistas?
•Informação Imperfeita
O Mercado
Sistema de Mercado - forma de organização da economia
na qual as decisões de afectação dos recursos são deixadas
ao cuidado dos consumidores e dos produtores individuais,
que agem de acordo com os seus interesses, sem uma
direcção central. Neste processo: as famílias decidem
acerca do consumo de bens alternativos; as empresas
decidem o que produzir e como produzir; os trabalhadores
decidem que quantidade de trabalho e para quem trabalham,
tudo isto sujeito a um mecanismo que regula o funcionamento
deste sistema: o preço.
28 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
14
O Mercado - Limitações
• Manutenção do desemprego e da
inflação a níveis reduzidos
• Controlo da Poluição
Tipos de Mercado
Direcção Central - neste tipo de economia, o Estado
decide o que será produzido, como será produzido e
para quem será produzido. São impostas directivas
Às famílias, empresas e trabalhadores.
“Mão Invisível” - mercados onde os governos não
intervêm na economia. Neste caso, os indivíduos,
perseguindo os seus interesses, decidem o que
produzir, como produzir e para quem produzir.
30 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
15
Tipos de Mercado
Economia Mista - o governo e o sector privado
interagem de forma a resolverem os problemas
económicos. O governo controla uma parte significativa da
produção através dos impostos, de transferências, e da
prestação de serviços, como a defesa, saúde, educação,
etc. Regula também a forma como os indivíduos podem
alcançar os seus objectivos.
Economia Mercado
Planeada
31 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa Livre
Carvalho
16
O que os Governos Fazem
Criam leis, regras e regulamentos
Compram e Vendem bens e serviços
Cobram Impostos e Taxas
Fazem transferências monetárias
• Pagamentos sem qualquer serviço económico em
troca.
Tentam Estabilizar a Economia
• Ciclo Económico - flutuações na produção total, ou
PIB, acompanhadas por flutuações na taxa de
inflação e no nível de desemprego
Influenciam a Afectação de Recursos
33 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
17
O que os Governos Devem Fazer?
Externalidades
• Quando o consumo ou a produção de um bem afecta
directamente produtores ou consumidores não
envolvidos na compra ou na venda e quando esses
efeitos spillover não são totalmente reflectidos no
preço de mercado
Informação Imperfeita
Monopólio e Poder de Mercado
Redistribuição do Rendimento e Bens de Mérito
• Bens de Mérito - bens que a sociedade julga que as
pessoas devem consumir ou receber, independentemente
do seu rendimento.
35 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Procura e Oferta
Actores - como todos nós temos necessidades, necessitamos
de comprar os bens e serviços que satisfaçam essas
necessidades. Para as satisfazer, deverá existir produção.
Existe assim, uma interacção entre Compradores
(consumidores ou clientes) e Vendedores (empresas)
Mercado - mecanismos pelos quais os compradores e
vendedores estão em contacto para trocar bens e
serviços.
18
Procura e Oferta
Procura - quantidade de um bem que os compradores querem
comprar a cada preço possível. Existem várias
determinantes:
Preço do bem (Pa)
Preço de outros bens (substitutos e complementares)
Rendimento (Y)
Gostos (T)
População (Pop)
Expectativas (E)
Acções do governo (G)
Procura e Oferta
Tabela da Procura - tabela onde se mostra como a quantidade
procurada de um bem, durante um certo período de tempo,
se altera à medida que o preço desse bem muda, mantendo
constantes os outros determinantes.
Procura de Chocolates
Preço
Procura
(Euros)
0 200
1 160
2 120
3 80
4 40
38 5
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa 0
Carvalho
19
Procura e Oferta
Tabela da Procura - a observação da tabela da procura
mostra-nos que, quando o preço sobe a quantidade
procurada, normalmente, desce. Por outro lado,
quando o preço desce, normalmente, a quantidade
procurada sobe.
Curva da Procura - representação gráfica da tabela da
procura. Mostra como a quantidade procurada de um
bem, durante um determinado período de tempo, irá
alterar-se à medida que o preço desse bem se altera,
ceteris paribus.
6
5
Preço em Euros
4
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Quantidade Procurada
40 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
20
Procura e Oferta
Oferta - quantidade de um bem que os vendedores querem
vender a cada preço possível. Existem várias
determinantes:
Preço do bem (Pa)
Custo dos factores de Produção (C)
Preço dos bens relacionados (Pr)
Tecnologia (T)
Dimensão da Indústria (I)
Orçamento da Empresa (O)
Regulação do governo (G)
41 Sa = f (Pa; Pr; T; I; O; G)
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
Procura e Oferta
Tabela da Oferta - tabela onde se mostra como a quantidade
oferecida de um bem, durante um certo período de tempo,
se altera à medida que o preço desse bem muda, mantendo
constantes os outros determinantes.
Oferta de Chocolates
0 0
1 0
2 40
3 80
4 120
5 160
42 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
21
Procura e Oferta
Tabela da Oferta - a observação da tabela da
oferta mostra-nos que, quando o preço sobe a
quantidade oferecida, normalmente, sobe. Por
outro lado, quando o preço desce, normalmente,
a quantidade oferecida desce.
Curva da Oferta - representação gráfica da
tabela da oferta. Mostra como a quantidade
oferecida de um bem, durante um determinado
período de tempo, irá alterar-se à medida que o
preço desse bem se altera, ceteris paribus.
43 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Quantidade Oferecida
Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
44
Carvalho
22
Curva da Procura e da Oferta
de Chocolates
6
5 Oferta
Preço em Euros
4
3
2
Procura
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Quantidade Procurada
45 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
3 80 80 Nenhum Permanecer
23
Equilíbrio no Mercado
• Escassez no mercado acontece quando existe um
excesso de quantidade procurada em relação à quantidade
oferecida.
24
Deslocações ao Longo da Curva e
Deslocações da Curva
Por vezes, existem alterações nas condições do mercado.
Quando acontece uma alteração no preço do produto,
estamos perante uma deslocação ao longo da curva, quer
da procura, quer da oferta.
Quando se alteram alguns dos factores que anteriormente
postulámos constantes, assistimos a uma deslocação da
curva, quer da procura quer da oferta, passando a existir
uma nova curva
D´ D´ D´
D´ D´
D´
D D D
25
FACTORES QUE DESLOCAM
A CURVA DA OFERTA
S
S
S
S´
S’ S’
D
D D
S
S S
D D D
Preço Tecto
Preço Máximo Legal que pode Ser Cobrado por um Bem
P
r
D S • Persistência de escassez
e
ç no mercado.
o • Aparecimento de um
“mercado negro”, ou ilegal.
50
• Preço mais elevado no
“mercado negro”, que na
30
situação “normal”
S D
• Uma % elevada do preço
vai parar às mãos de
produtores ilícitos.
3000 5000 7000 • O investimento naquela
Quantidade indústria decresce.
52 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
26
Preço Garantido
Preço Mínimo Legal que Deve Ser Cobrado por um Bem
D S • Excedente no mercado,
fazendo com que os
70
produtores não encontrem
50 compradores.
• Problemas de
P armazenamento.
r S D
e • “Descontos
ç
encapotados”, para escoar
o
a produção.
3000 5000 7000 • Encorajará o sobre
Quantidade investimento na indústria.
53 Pedro Dominguinhos/Boguslawa Sardinha/Luisa
Carvalho
27