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MATEMÁTICA
FINANCEIRA APLICADA À
GESTÃO EMPRESARIAL II
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3 INTRODUÇÃO
6 UNIDADE 1 – Séries de Anuidades e Aplicações Diversas na Gestão Empresarial
6 1.1. Aspectos Introdutórios da Gestão Financeira Empresarial

8 1.2.Decisões no Universo da Gestão Financeira Empresarial

10 1.3. Empresa: Acumulação e Crescimento?

11 1.4. Planejamento Estratégico dentro de Uma Empresa

13 1.5. Decisão – Características Fundamentais

14 1.6. Séries de Anuidades

SUMÁRIO
15 1.7. Classificação das Séries de Pagamentos ou Anuidades

16 1.8. Série de Pagamentos Iguais com Termos Vencidos

19 1.9. Série de Pagamentos Iguais com Termos Antecipados

23 1.10 Série de Pagamentos Variáveis com Termos Vencidos

24 1.11. Valor Presente de uma série de pagamento variáveis usando as teclas < CF0>, <CFj>, <Nj> e <NPV>

27 1.12. Classificação dos Indicadores de Análise de Projetos de Investimentos Empresariais

29 1.13. Valor Presente Líquido

32 1.14. Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR)

37 UNIDADE 2 – Sistemas de Amortização e Aplicações Diversas na Gestão Empresarial


37 2.1. Aspectos Introdutórios da Teoria da Amortização

39 2.2. Conceitos Fundamentais

41 2.3 Sistema de Amortização Constante (SAC)

42 2.4. Montagem da Planilha no SAC

50 2.5 Sistema Francês de Amortização (ou Tabela Price)

57 2.6 Sistema de Amortização Misto (SAM)

57 2.7 Comparações entre o SAC, SAF e SAM


59 CONCLUSÃO DA DISCIPLINA
61 REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO

Vamos iniciar a disposição teórica de no que diz respeito a parte das séries de
uma das disciplinas mais importantes que anuidades, sistemas de amortização e
compõem a sua matriz curricular do seu indicadores para a caracterização da via-
curso, que é a disciplina de Matemática bilidade econômica de projetos empresa-
Financeira Aplicada a Gestão Empresarial riais, que nos auxiliem para uma tomada
II, ou seja, uma disciplina em que estare- de decisão confiável em operações finan-
mos estudando e aplicando as principais ceiras de caráter empresarial e pessoal,
ferramentas relacionadas aos financia- procurando sempre a maximização de re-
mentos, empréstimos e indicadores para sultados pessoais e empresariais e/ou mi-
a caracterização da viabilidade econômi- nimização de riscos associados.
ca de projetos empresariais. Desta for-
Antes de iniciarmos, propriamente dito,
ma, você saberia escolher qual o melhor
todos os aspectos teóricos relacionados à
tipo de financiamento a ser realizado? Ou
disciplina em si, listamos aqui alguns Ca-
seja, devo usar o SAC ou PRICE? Saberia
ses Empresariais que são interpretados e
descrever se um determinado projeto é
resolvidos a partir das ferramentas práti-
ou não financeiramente atrativo? Saberia
cas da Matemática Financeira.
descrever a atratividade financeira da im-
plementação de um projeto empresarial? Case Empresarial 01: Uma das decisões
Saberia interpretar o risco associado à im- mais importantes a nível estratégico den-
plementação de um dado projeto? Você tro de uma empresa é a tomada de decisão
saberia interpretar o significado da Taxa com relação à decisão de investir, já que
Mínima de Atratividade? Saberia calcu- se trata de um processo complexo. Desta
lar o valor das prestações iguais em uma maneira, considere a seguinte afirmação:
compra feita em trinta seis vezes? Sabe- “Alguns empresários podem prescindir de
ria interpretar o prazo de carência ou pra- projetos para seus investimentos porque
zo de diferimento? Para respondermos têm larga experiência e/ou porque têm
questões como estas e muitas outras que boa intuição”. Como podemos analisar a
aparecem comumente na nossa vida, seja afirmação anterior, utilizando os métodos
ela pessoal ou empresarial, é que utiliza- da gestão financeira empresarial?
mos dos conceitos, métodos e técnicas da
Case Empresarial 02: A CAU Consultoria,
Matemática Financeira Aplicada à Gestão
após diversas reuniões estratégicas, de-
Financeira, tais como séries de anuidades,
cide realizar um investimento, com 3 anos
sistemas de amortização, valor presente
de vida útil, que irá gerar receitas mensais
líquido, taxa interna de retorno, payback
de acordo com a disposição de dados a se-
descontado e ponto de Fischer.
guir. A taxa de desconto será 18% ao ano,
Neste sentido, o objetivo geral da dis- capitalizada de mensalmente. Qual seria o
ciplina é apresentar os principais concei- valor atual deste investimento?
tos, resultados e métodos da Matemática
Financeira Aplicada à Gestão Empresarial
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Número de R$10.000,00. Devido à localização do ter-


Meses Valor (em R$) reno, estima-se que será possível ven-
Meses
1 a 12 12 7.000,00 dê-lo após quatro anos por R$11.000,00.
Sabendo-se que a taxa mínima de atrati-
13 a 20 08 10.000,00
vidade da empresa é de 13% ao ano, e que
21 a 24 04 11.000,00
estão previstas entradas de caixa relati-
25 a 35 11 16.000,00
vas à utilização do terreno por terceiros
36 01 21.000,00 apresentadas no Quadro a seguir:
Ano Entradas
Case Empresarial 03: A fim de melho- 01 R$2.500,00
rar seus equipamentos a CAU Consultoria,
02 R$1.450,00
deseja realizar um projeto, onde são dis-
03 R$3.550,00
postos os seguintes dados:
Custo Inicial = R$400.000,00 Desta forma, pede-se para caracterizar
a atratividade do projeto pelo VPL e TIR?
Valor Residual = R$65.000,00
Vida útil = 15 anos A fim de atingirmos os nossos ob-
jetivos, o nosso guia de estudos está
Receita Anual = R$145.000,00
estruturado em duas Unidades, des-
Custo Operacional Anual = R$98.000,00 critas a seguir:
Qual a taxa de juros implícita nesta
operação? O projeto com relação ao risco
Unidade 1: Séries de Anuidades e
do investimento inicial é viável para a em- Aplicações Diversas na Gestão Empre-
presa? sarial – apresentaremos as informações
Case Empresarial 04: Um empréstimo iniciais sobre a acumulação de capital em
de R$150.000,00 feito pela CAU Consul- uma empresa, discutiremos as proprieda-
toria deve ser liquidado em 36 prestações des fundamentais das séries de anuida-
mensais, pelo Sistema Price, sendo que a des, bem como, ilustraremos a resolução
primeira vence um mês após a data do con- de diversas situações do mercado finan-
trato. A taxa de juros cobrada é de 12% ceiro em geral. Além disso, apresentare-
ao ano. Calcular o valor das prestações, mos o valor presente líquido e a taxa in-
os valores das parcelas de amortizações, terna de retorno como dois indicadores
as parcelas de juros de cada prestação e para a caracterização da viabilidade eco-
o saldo devedor após cada pagamento e nômica de projetos empresariais.
construir a planilha do empréstimo. Unidade 2: Sistemas de Amortiza-
ção e Aplicações Diversas na Gestão
Empresarial – discutiremos os três prin-
Case Empresarial 05: Uma empresa cipais tipos de sistemas de amortização
deseja avaliar o fluxo de caixa de inves- que temos na prática do mercado finan-
timento (convencional) num terreno, ceiro brasileiro, que são o SAC, o PRICE e o
sendo o investimento inicial no valor de SAM, bem como, apresentaremos a reso-
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lução de problemas simulados do merca-


do financeiro, especificamente falando na
parte de financiamentos.

Para finalizarmos os aspectos introdu-


tórios da nossa disciplina, deve-se des-
tacar que “aprendizagem” não significa,
apenas, realizar os acréscimos na estru-
tura cognitiva do aluno; é preciso, sobre-
tudo, estabelecer modificações para que
ela se configure como uma aprendizagem
significativa. Desta forma, é muito impor-
tante que você pesquise em outras fontes
bibliográficas, tais como artigos, revistas
e, principalmente, nas nossas referências.

Além disso, tentaremos buscar uma


linguagem bastante simples como forma
de propiciar um bom entendimento dos
aspectos discutidos na disciplina. Sempre
refaça os diversos exemplos ilustrativos
deste material de apoio.

“O ignorante afirma, o sábio duvida,


o sensato reflete.”

(Aristóteles)

“Nem tudo o que pode ser contado


conta, e nem tudo o que conta pode ser
contado”.

(Albert Einstein)

“O caminho certo é aquele que nos


leva ao encontro da realização”.

(Desconhecido)

“Não há vento favorável para aquele


que não sabe onde quer ir.”

(Sêneca)
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UNIDADE 1 – Séries de Anuidades e Aplica-
ções Diversas na Gestão Empresarial
Nesta primeira Unidade, é de nosso in- mente na HP 12C.
teresse apresentar os principais concei-
tos e propriedades envolvendo as séries 1.1. Aspectos Introdutórios
de pagamentos, bem como discutir os
pontos centrais do Valor Presente Líquido
da Gestão Financeira Em-
(VPL) e da Taxa Interna de Retorno (IRR). presarial
Além disso, discutiremos o VPL e a TIR Como você define uma empresa? Qual
como indicadores para a caracterizaçao seria o seu ponto de vista com relação a
da viabilidade econômica de projetos. uma empresa? Em verdade, segundo Cle-
Objetivo geral da unidade: mente e Alceu (2009), podemos dizer que
Empresas são organizações que envolvem
Apresentar os principais conceitos e recursos humanos, materiais e financei-
propriedades das séries de anuidades, do ros, e que podem ser analisadas segundo
valor presente líquido e da taxa interna diferentes pontos de vista. Exemplifican-
de retorno, bem como resolver aplicações do, pode-se considerar a empresa como
cotidianas da gestão financeira na HP 12C. uma entidade de natureza política, privi-
legiando a análise da luta pelo poder e das
Objetivos específicos da unidade:
formas como este é exercido.
apresentar informações básicas da
Sendo assim, a análise do processo de-
gestão financeira aplicada ao meio em-
cisório na empresa não pode prescindir
presarial;
desse tipo de consideração. De outra for-
apresentar e discutir os conceitos re- ma, ou alternativamente, podemos enca-
lacionados às séries de pagamentos; rar a empresa como unidade sociocultu-
ral, destacando-se o contexto em que as
estar plenamente familiarizado com
pessoas interagem e a forma como isso
o conceito de Valor Presente Líquido e de
influencia a sobrevivência e o crescimen-
Taxa Interna de Retorno;
to da empresa.
interpretar e aplicar o conceito de
Do ponto de vista administrativo, se-
Taxa de Mínima Atratividade;
gundo Clemente e Alceu (2009), os enfo-
reconhecer o valor presente líquido ques podem ser diferenciados, mas todos
como um indicador relacionado à rentabi- consideram a empresa como uma organi-
lidade de um dado projeto empresarial; zação que dispõe de um conjunto de re-
cursos e busca atingir certo(s) objetivo(s).
reconhecer a taxa interna de retorno
Ou seja, neste contexto, as atividades de
como um indicador relacionado ao risco
planejamento e controle são privilegia-
associado a um dado projeto empresarial;
das.
resolver diversas situações práticas
envolvendo os tópicos descritos anterior-
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des produtivas para a frente, através de


seu produto, e para trás, através de suas
compras de insumos.

Por outro lado, verificamos que na vi-


são contábil, a empresa é vista, principal-
mente, como uma unidade de contas, uma
“azienda”, pois procura mostrar a evolu-
ção do patrimônio em movimento. O patri-
Figura 01: A empresa como entidade.
mônio de qualquer empresa modifica-se a
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
todo instante, devido às decisões de seus
gestores, e a contabilidade provê os re-
Economicamente falando, segundo gistros necessários (nas diversas contas)
Clemente e Alceu (2009), a empresa é para que se possa acompanhar sua evolu-
vista como uma unidade produtiva, que ção.
transforma insumos em produtos, geran- Além disso, segundo Clemente e Alceu
do, desta forma, valor. A empresa, ao pro- (2009), em termos da Engenharia, a em-
duzir bens e serviços demandados pelo presa é uma unidade técnica que desen-
mercado, obtém lucro para sobreviver e volve determinado processo de trans-
crescer, contribui para o bem-estar com formação, sujeito aos princípios e leis da
sua produção e estimula outras ativida- Física e da Química.

Figura 02: A empresa vista de outras maneiras.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
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Observação Importante! Para 1.2.Decisões no Universo da


os objetivos de Análises de In-
vestimentos, a Empresa é con- Gestão Financeira Empre-
siderada como uma entidade sarial
orientada para a acumulação
O objetivo de valorização da empresa é
de capital. A Empresa é uma
alcançado quando as decisões tomadas pe-
entidade de capital cujo obje-
los gestores conduzem a um saldo líquido
tivo é a sua valorização.
de ganhos. Tal saldo pode ser decorrente do
estudo coerente dos custos dentro da mes-
ma. Essas decisões podem ser classificadas
como mostramos na Figura 03 a seguir.

Níveis de
Objeto Alcance Temporal
Decisão

Relações da empresa com o meio


Estratégica ambiente (por exemplo, decisões Médio ou Longo Prazos.
de capital).
Administrativa Organização (interna) da empresa. Médio ou Longo Prazos.
Processo de Produção (ou de
Operacional Curto ou Médio Prazos.
transformação).
Figura 03: Decisões financeiras na empresa.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

As decisões de capital pertencem tipi- é afetada.


camente ao nível estratégico, pois impli-
iii) São irreversíveis ou possuem cus-
cam mudança no relacionamento da em-
tos de reversibilidade muito altos.
presa com seus clientes, fornecedores e
concorrentes, com o sistema financeiro e Sendo assim, segundo Clemente e Al-
com o governo. Essas decisões apresen- ceu (2009), é de fundamental importância
tam horizonte de médio ou longo prazo e, à gestão, bem como o controle orçamen-
geralmente, são irreversíveis. Em outras tário e financeiro dentro de uma empresa,
palavras, isso significa que as deci- ou seja, por isso, é conveniente que tais
sões de capital: decisões se baseiem, tanto quanto possí-
vel, em previsão e cálculo de todas as suas
i) Envolvem valores muito altos de re- implicações relevantes e, especificamen-
cursos.
te falando, relacionando os custos diver-
ii) Por muito tempo a vida da empresa sos envolvidos.
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Figura 04: Importância das decisões de capital em uma empresa.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Todavia, é importante salientarmos termos gerais de mercado, pode-se até


que não podemos esperar, já que as aná- melhorar o ambiente de forma substan-
lises e avaliações relativas às decisões de cial, bem como as informações (ciência do
capital eliminem o risco, isto é, a possibili- gerenciamento) e as condições de risco
dade de que os resultados previstos não para a tomada de decisão, porém sempre
se confirmem conforme é esperado. Em teremos a existência do risco.

Figura 05: A Empresa e as Decisões de Capital.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
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1.3. Empresa: Acumulação ser vendida. Segundo Clemente e Alceu


(2009), esse conceito apresenta como
e Crescimento? principal inconveniente o fato de depen-
Como falamos anteriormente, a Em- der da conjuntura econômica, do ritmo
presa é uma entidade de capital cujo ob- dos negócios e das expectativas, mas
jetivo é sua valorização, decorrente da isso é aceitável no presente contexto.
capacidade de gerar lucros e da acumula-
Suponhamos que o capital total inves-
ção dos mesmos. Grosso modo, o concei-
tido em certa empresa em um dado perí-
to de capital e seu cálculo é diretamente
odo seja C1 e que, decorrido certo tempo,
responsável por grandes divergências
o capital que pode ser recuperado seja
entre economistas célebres.
C2. Então, o capital (líquido) acumulado
Neste contexto, entretanto, podemos (ou desacumulado) no período é a dife-
considerar o capital (acumulado) de certa rença (C2 – C1). Logo, em termos gerais,
empresa como sendo seu valor de merca- espera-se que exista uma acumulação de
do, isto é, como o valor pelo qual poderia capital e não uma desacumulação.

Figura 06: Acumulação e Crescimento da Empresa.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
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Um outro termo muito importante no outras.


contexto da gestão financeira é a noção
Segundo Clemente e Alceu (2009), o
de lucro, que entendemos ser a diferen-
Balanced Scorecard pode ser entendi-
ça entre receita e custo (ou despesa).
do como uma metodologia de medição
Sendo assim, qual a relação entre lucro
e gestão de desempenho desenvolvida
e capital acumulado? O lucro obtido com
pelos professores da Harvard Business
o próprio negócio é normalmente a prin-
School, Robert Kaplan e David Norton, na
cipal fonte de valorização do capital, po-
década de 90.
rém nem todo lucro se transforma neces-
sariamente em acumulação na empresa. As técnicas usadas na gestão financei-
Segundo Clemente e Alceu (2009), lucro ra, dos serviços e da infraestrutura, ba-
distribuído é o total de lucro não acumu- seiam-se comumente em metodologias
lado na empresa. consagradas que podem utilizar a TI (Tec-
nologia da Informação) e os softwares de
Dessa maneira, podemos escrever L
ERP como soluções de apoio, relacionan-
= LD + LA, onde L = lucro total gerado
do-a à gerência de serviços e garantia de
em certo período, LD = lucro distribuído
resultados do negócio. Os passos dessas
e LA = lucro acumulado. Desta manei-
metodologias incluem: definição da es-
ra, pode-se dizer que lucro, no sentido
tratégia empresarial, gerência do ne-
mais amplo, pode ser encarado como a
gócio, gerência de serviços e gestão da
valorização do capital: o lucro obtido em
qualidade; passos estes implementados
certo intervalo de tempo é o valor total
através de indicadores de desempenho
líquido que seria acrescido ao capital na
(ID). O BSC (Balanced Scorecard) foi apre-
ausência de retiradas por parte dos pro-
sentado inicialmente como um modelo
prietários do capital (CLEMENTE e ALCEU,
de avaliação e performance empresarial,
2009). Logo, do ponto de vista econômi-
porém, a aplicação em empresas propor-
co-financeiro, o objetivo da forma é a ob-
cionou seu desenvolvimento para uma
tenção de lucro lato sensu, precondição
metodologia de gestão estratégica. Os
necessária à acumulação.
requisitos para definição desses indica-
dores tratam dos processos de um mode-
1.4. Planejamento Estraté- lo da administração de serviços e busca
gico dentro de Uma Empre- da maximização dos resultados baseados
em quatro perspectivas que refletem a
sa visão e estratégia empresarial.
Em termos estratégicos, sabemos que
dentro de uma organização temos qua-
tro grandes dimensões do BSC (Balanced
Scorecard), que por si só, cada uma estu-
dada de forma separada, já é um estudo
complexo, extenso e específica. Dentre
as quatro dimensões, a mais importante,
com certeza, é a dimensão Finanças, po-
dendo ser vista como a mãe de todas as
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Figura 07: Planejamento estratégico dentro de uma empresa.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Uma outra representação gráfica do


BSC pode ser visualizada na Figura 08 a
seguir, na qual a sigla ROI significa Retor-
no Operacional de Investimento, sendo
um importante conceito na gestão finan-
ceira empresarial.
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Figura 08: Planejamento estratégico dentro de uma empresa.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

1.5. Decisão – Característi- grau de complexidade na implantação,


acompanhamento e execução;
cas Fundamentais
é um processo que envolve valores
Podemos enumerar de forma bastan-
subjetivos;
te simples as características principais do
processo decisório que têm importância é um processo desenvolvido dentro
na conceituação de racionalidade da ação de um ambiente institucional com regras
gerencial, que são: mais ou menos definidas, isto é, o proces-
so de decisão é desenvolvido seguindo as
o processo de decisão é sequencial,
regras de cada instituição (empresa).
i.e., temos uma sequência natural para a
implantação do mesmo; A Figura 09 a seguir, nos mostra de for-
ma resumida as principais características
é um processo complexo, i.e., o pro-
que envolvem o processo de decisão.
cesso na sua grande maioria exige um alto
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Figura 09: As características do processo de decisão.


Fonte: Alessandro Ferreira (2014).

A partir do momento que apresenta- damentais são descritos formalmente na


mos estas informações iniciais sobre a Figura 10 a seguir.
gestão financeira aplicada ao meio em-
presarial, podemos agora trabalhar com
as ferramentas das séries de anuidades,
Valor Presente Líquido e Taxa Interna de
Retorno. Vamos lá?

1.6. Séries de Anuidades


O que é uma série de pagamentos ou
recebimentos ou anuidades? Quais são os
elementos fundamentais das mesmas?
Quais os tipos de séries? Quando aplica-
mos as séries no mercado financeiro? An-
tes de trabalharmos as aplicações práti-
cas envolvendo as séries de pagamentos,
vamos definir os elementos fundamen-
tais e classificá-las de acordo com alguns
critérios. Sendo assim, os conceitos fun-
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Conceito Qual o seu significado?

Denominamos de Série de Pagamentos ou Recebimen-


tos, Série de Prestações ou Anuidades a toda sequência
Série de Pagamentos
finita ou infinita de Pagamentos ou Recebimentos em
datas previamente estipuladas.
Cada um destes pagamentos ou recebimentos, referi-
Termo da Série dos a uma mesma taxa de juros compostos, será cha-
mado de Termo da Série ou Termo da Anuidade.
O intervalo de tempo entre dois períodos é denominado
Período
de Período.
É a soma dos períodos define a Duração da Série de
Duração
Pagamentos ou Anuidades.
É a soma dos valores atuais dos seus termos, soma esta
Valor Atual ou Valor Presente
realizada para uma mesma data e à mesma taxa de
da Série
juros compostos.
É a soma dos montantes ou valores futuros dos seus
Valor Futuro ou Montante da
termos, considerando uma mesma data e uma mesma
Série
taxa de juros compostos.

Quadro 10: Descrição dos conceitos fundamentais envolvendo as séries de anuidades.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

1.7. Classificação das Séries as séries de pagamentos, é necessária a


classificação com relação a alguns crité-
de Pagamentos ou Anuida- rios, tais como quanto ao número de ter-
des mos, natureza dos termos, entre outros.
Tais critérios são apresentados formal-
Para a resolução de problemas simu-
mente a seguir.
lados na gestão financeira envolvendo

Figura 11: Critérios de classificação das séries.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
16

Dessa maneira, em linhas formais, - com prazo de carência – quando


temos que as séries de pagamentos não tivermos o prazo de carência. Aqui ela é
são classificadas e identificadas como também chamada de não diferida.
segue:
1.8. Série de Pagamentos
Quanto ao número de termos:
Iguais com Termos Venci-
- finita – quando existir o pagamento
da última prestação; dos
Uma Série de Pagamentos Iguais com Ter-
- infinita (ou Perpétua) – quando
mos Vencidos possui as seguintes caracte-
não existir o pagamento da última presta-
rísticas principais:
ção.
os pagamentos são periódicos e sem di-
Quanto à natureza dos seus termos:
ferimento;
- uniforme – quando todos os termos
os termos são iguais;
forem iguais;
o intervalo de tempo entre cada termo
- não Uniforme (ou variável) –
é constante;
quando os termos não forem iguais.
os termos ocorrem ao final dos perío-
Quanto ao intervalo entre seus termos:
dos;
- Periódica – quando o intervalo
o primeiro termo ocorre ao final do pri-
de tempo entre dois termos sucessivos for
meiro período.
constante;
Neste sentido, cada termo da série de
- não periódica – quando o intervalo
pagamentos ou recebimentos iguais será
de tempo entre dois termos sucessivos não
representado por PMT (veja a tecla na HP
for constante.
12C). Com relação às demais variáveis, serão
Quanto ao vencimento de seus termos: representadas pelos símbolos já conhecidos
(PV, i, n e FV), ou seja:
- postecipada (ou de termos venci-
dos) – quando os termos ocorrerem ao final PV = valor presente, valor atual, capital
de cada período; inicial ou principal;

- antecipada – quando os termos FV = valor futuro ou montante;


ocorrerem no início de cada período.
i = taxa de juros compostos, coerente
Quanto à ocorrência do primeiro termo: com a unidade de tempo (mês, trimestre, en-
tre outros);
- Diferida – quando o primeiro termo
só ocorrer após alguns períodos. Este prazo n = número de pagamentos ou recebi-
é chamado de prazo de diferimento ou prazo mentos, número de períodos (coincidentes
de carência. Observe que tal prazo aparece com o número de prestações) referentes à
de maneira comum no mercado financeiro. unidade de tempo da taxa.
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Geometricamente, temos as seguintes duas situações a analisar:

AMORTIZAÇÃO

Figura 12: Amortização em uma série de pagamentos iguais de termos vencidos.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Na amortização, o Valor Presente (PV) é o Valor Futuro de PMT, na amortização, é


obtido pela expressão obtido pela expressão

PV = PMT x , PMT = PV x ,

onde é o fator de valor atual, onde é o fator de recuperação de


para uma série de pagamentos de termos capital, para uma série de pagamentos iguais
iguais de termos vencidos. De outra forma, de termos vencidos.

CAPITALIZAÇÃO

Figura 13: A capitalização em uma série de pagamentos iguais de termos vencidos.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
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Na capitalização, o valor de FV é obtido implementando através da HP 12C.


pela expressão
Exemplo 01: Uma distribuidora de
FV = PMT x , componentes eletrônicos vende certo
produto em 8 prestações mensais iguais
de R$ 72,30, sendo a primeira, paga 30
onde é o fator de acumulação
dias após a compra. A taxa de juros de
de capital, para uma série de pagamentos
crédito pessoal da distribuidora é de
iguais de termos vencidos. De outra for-
1,25% ao mês. Qual o preço à vista desse
ma, o valor de PMT, na capitalização, é ob-
produto?
tido pela expressão
Solução: Primeiramente, devemos
PMT = FV x ,
perceber que se trata de uma série de pa-
gamentos de termos vencidos e iguais, já
onde é o fator de formação que as prestações são iguais e mensais,
de capital para uma série de pagamentos sendo que a primeira é paga 30 dias após
iguais de termos vencidos. Vejamos a re- a compra. Daí, resolvendo na HP 12C, te-
solução de algumas situações de merca- mos a seguinte sequência de passos:
do envolvendo as séries de pagamentos,

O que temos no
Qual tecla usar? Qual é o significado?
visor?

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

8 <n> 8,00 Insere o número de prestações men-


sais.

1.25 <i> 1,25 Insere a taxa mensal de juros.

72.30 <CHS> - 72,30 Valor da prestação mensal.


<PMT>

<PV> 547,18 Preço à vista do produto.

Exemplo 02: Uma instituição financei- meira vence em 30 dias. Qual é o valor da
ra operando com a taxa de 2,5% ao mês prestação mensal que está pessoa jurídica
concedeu um empréstimo no valor de R$ irá pagar mensalmente?
40.000,00 a uma pessoa jurídica. Tal em-
Solução: A sequência de passos da re-
préstimo deve ser amortizado em 9 pres-
solução na HP 12C é apresentada a seguir.
tações mensais e iguais, sendo que a pri-
19

O que temos no
Qual tecla usar? Qual é o significado?
visor?

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


Insere a taxa mensal da operação em
2.5 <i> 2,50
questão.
9 <n> 9,00 Insere o número de prestações mensais.
40000 <CHS> Insere o valor do empréstimo feito pela
- 40000,00
<PV> pessoa jurídica.
Valor da prestação mensal paga pela
<PMT> 5.018,28
pessoa jurídica.

Exemplo 03: Gilberto é um adminis- mês. Quanto Gilberto terá na data do úl-
trador de empresas que deposita men- timo depósito?
salmente a quantia de R$275,00 em uma
Solução: A sequência de passos da
instituição financeira, durante o período
resolução na HP 12C é apresentada a se-
de 10 meses, a uma taxa de 1,35% ao
guir.

O que temos no
Qual tecla usar? Qual é o significado?
visor?

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


10 <n> 10,00 Insere o número de prestações mensais.
1.35 <i> 9,00 Insere a taxa mensal.
Insere o depósito mensal feito por Gil-
275 <CHS> <PMT> - 275,00
berto.
Valor do Montante que Gilberto terá na
<FV> 2.923,22
data do último depósito.

1.9. Série de Pagamentos - os termos são iguais;


- o intervalo de tempo entre cada termo é
Iguais com Termos Anteci- constante;
pados - os termos ocorrem no início dos perío-
dos;
Primeiramente, salientamos que uma Sé-
- o primeiro termo ocorre no início do pri-
rie de Pagamentos Iguais com Termos Ante-
meiro período.
cipados possui as seguintes características
principais: Geometricamente, mais uma vez temos
duas situações a analisar, a amortização e
- os pagamentos são periódicos e sem di-
capitalização, como seguem.
ferimento;
20

AMORTIZAÇÃO

Figura 14: A amortização em uma série de pagamentos iguais antecipada.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Na amortização, o valor presente (PV) é enquanto que o valor de PMT é dado por
obtido pela expressão

CAPITALIZAÇÃO

Figura 15: A capitalização em uma série de pagamentos iguais antecipada.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
21

Na capitalização, o valor de FV é dado por 2) Para a série de pagamentos ou re-


cebimentos postecipados, você nada
fará, ou seja, o que indica que a calcula-
dora resolverá o problema, consideran-
do pagamentos ou recebimentos poste-
enquanto o valor de PMT é dado por
cipados.

Vejamos alguns exemplos ilustrativos


envolvendo a série de pagamentos de an-
tecipados e periódicos que podem aparecer
Salientamos que para a resolução de pro-
no cotidiano financeiro de uma concessio-
blemas envolvendo as séries de pagamentos
nária.
iguais no âmbito da HP 12C, procederemos
da seguinte forma: Exemplo 04: Determinar o preço à vis-
ta de um componente eletrônico, adquiri-
1) Para trabalharmos com série de
do pela Sigma S/C em 4 prestações iguais,
pagamentos ou recebimentos antecipa-
mensais e sucessivas, no valor de R$455,75.
dos, pressione as funções <g> <BEG> e
A primeira prestação será paga na data da
aparecerá no visor a palavra BEGIN, que
compra e a taxa de juros em questão é de
significa “início”, ou seja, pagamentos
1,42% ao mês.
ou recebimentos feitos no início do pe-
ríodo. Para retirar essa instrução, basta Solução: A sequência de passos da reso-
pressionar as funções <g> <END>. lução na HP 12C é apresentada a seguir.

O que temos no
Qual tecla usar? Qual é o significado?
visor?

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

Para resolver problemas com paga-


<g> <BEG> 0,00 BEGIN
mentos antecipados.

Introduz o número de pagamentos


4 <n> 4,00 BEGIN
mensais.

1.42 <i> 1,42 BEGIN Introduz a taxa mensal.

455.75 <CHS> Introduz o valor dos pagamentos


- 455.75 BEGIN
<PMT> iguais.

<PV> 1.785,07 BEGIN Preço à vista do componente cirúrgico.


22

Exemplo 05: O preço à vista de uma taxa de 2,10% ao mês, qual o valor da
peça é de R$1.800,00, ou ainda a mesma prestação mensal?
está sendo negociada em 10 prestações
Solução: A sequência de passos da
mensais, iguais e sucessivas, sendo, a
resolução na HP 12C é apresentada a se-
primeira, paga na data de hoje. Sabendo-
guir.
-se que a distribuidora da peça usa uma

Qual tecla usar? O que temos no visor? Qual é o significado?


<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.
Para resolver problemas com pagamen-
<g> <BEG> 0,00 BEGIN
tos antecipados.
1800 <CHS> <PV> -1.800,00 BEGIN Preço à vista da peça em questão.
10 <n> 10,00 BEGIN Insere o número de prestações.
2.10 <i> 2,10 BEGIN Introduz a taxa mensal.
<PMT> 197,29 BEGIN Valor da prestação mensal.

Exemplo 06: Calcular o montante de 18 do o primeiro depósito realizado na data de


depósitos mensais, iguais e sucessivos, no hoje.
valor de R$480,00 efetuados por um estu-
Solução: A sequência de passos da reso-
dante de direito, à taxa de 1,2% ao mês, sen-
lução na HP 12C é apresentada a seguir.

Qual tecla usar? O que temos no visor? Qual é o significado?


<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.
Para resolver problemas com pagamentos ante-
<g> <BEG> 0,00 BEGIN
cipados.
18 <n> 18,00 BEGIN Insere o prazo em meses.
1.20 <i> 1,20 BEGIN Insere a taxa mensal.
480 <CHS> <PMT> - 480,00 BEGIN Valor do depósito.
<FV> 9.695,27 BEGIN Valor do Montante.
23

1.10 Série de Pagamentos litar também os cálculos mesmo para


esta situação de pagamentos distintos.
Variáveis com Termos Ven- De acordo com Samanez (2007), o Valor
cidos Presente é calculado pela soma dos valo-
res atualizados de cada um de seus ter-
Agora não vamos ter mais o contexto
mos a uma mesma taxa i, enquanto que o
da função PMT da calculadora HP 12C, o
Valor Futuro pode ser determinado pelo
que poderia resultar numa dificuldade
somatório dos montantes de cada termo
inicial de cálculo, porém, vamos apren-
ou capitalizando o valor presente para a
der novas funções que tendem a faci-
data futura desejada.

Figura 16: O valor presente e o valor futuro em uma série de pagamentos variáveis.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Sendo assim, por exemplo, para a ção geométrica:


amortização, temos a seguinte situa-

Figura 17: A amortização para uma série de pagamentos variáveis.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
24

O Valor Presente é obtido pela expressão Matemática:

Além disso, o Valor Futuro é dado pela seguinte expressão:

Ou seja, NPV = valor presente líquido.

Observação Importante! Para a função


<NPV>, a HP 12C calcula direta-
1.11. Valor Presente de uma mente o valor presente de até
20 (vinte) grupos de fluxo de
série de pagamento variá- caixa (excluindo o fluxo inicial),
veis usando as teclas < CF0>, cada grupo contendo um máxi-
mo de 99 fluxos iguais.
<CFj>, <Nj> e <NPV>
Exemplo 07: Gilberto realiza
um empréstimo liquidando o mes-
Podemos simplificar alguns cálculos asso- mo em cinco prestações anuais e
ciados à série de pagamentos variáveis atra- sucessivas de R$25.000,00, R$35.000,00,
vés das teclas < CF 0>, <CFj>, <N j> e <NPV>, R$40.000, R$50.000,00 e R$24.000,00. A
sendo que: taxa de juros utilizada na operação pela ins-
CF 0 : fluxo de caixa na data zero; tituição financeira foi de 18% ao ano. Qual o
valor do empréstimo realizado por Gilberto.
CFj = fluxo de caixa de ordem j, para j = 1,
2, 3, ..., n; Solução: A sequência de passos da reso-
lução na HP 12C é apresentada a seguir.
N j : número de vezes que o fluxo CF se re-
pete;
25

Qual tecla usar? O que temos no visor? Qual é o significado?

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

25000 <g> <CFj> 25.000,00 Fluxo na data 1.

35000 <g> <CFj> 35.000,00 Fluxo na data 2.

40000 <g> <CFj> 40.000,00 Fluxo na data 3.

50000<g> <CFj> 50.000,00 Fluxo na data 4.

24000 <g> <CFj> 24.000,00 Fluxo na data 5.

18<i> 18,00 Taxa de juros anual (em %).

<f> <NPV> 106.948,20 Valor do empréstimo

Exemplo 08: A Sigma S/C após diversas abaixo. A taxa de desconto será 18% ao
reuniões estratégicas no ano de 2014, ano, capitalizada de maneira mensal. Cal-
decide realizar um investimento, com cular quanto vale este investimento na
três anos de vida útil, que irá gerar re- data atual.
ceitas mensais de acordo com o quadro
26

Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir.

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

8000<g> <CFj> 9.000,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo.

Número de vezes que este valor se re-


12 <g> <Nj> 12,00
pete.

7000 <g> <CFj> 7.000,00 Valor dos fluxos do segundo grupo.

Número de vezes que este valor se re-


8 <g> <Nj> 8,00
pete.

11000 <g> <CFj> 11.000,00 Valor dos fluxos do terceiro grupo.

Número de vezes que este valor se re-


4 <g> <Nj> 4,00
pete.

14000 <g> <CFj> 14.000,00 Valor dos fluxos do quarto grupo.

Número de vezes que este valor se re-


10 <g> <Nj> 10,00
pete.

18000 <g> <CFj> 18.000,00 Valor do fluxo do quinto grupo.

Número de vezes que este valor se re-


2 <g> <Nj> 2,00
pete.

18 <ENTER> 12 <÷> <i> 1,50 Taxa mensal (em %).

<f> <NPV> 274.107,14 Valor do Investimento Hoje.

Exemplo 09: Calcular o valor presen- igual a R$7.500,00 e a taxa de juros mensal
te de um fluxo de caixa com quatro pres- da operação é 1,46%.
tações mensais, sucessivas e crescentes
Solução: A sequência de passos da reso-
em progressão aritmética de razão igual a
lução na HP 12C é apresentada a seguir.
R$1.000,00. A primeira prestação tem valor
27

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

7500 <g> <CFj> 7.500,00 Fluxo na data 1.

8500 <g> <CFj> 8.500,00 Fluxo na data 2.

9500 <g> <CFj> 9.500,00 Fluxo na data 3.

10500 <g> <CFj> 10.500,00 Fluxo na data 4.

1.46 <i> 1,46 Taxa de juros mensal (em %).

<f> <NPV> 34.653,51 Valor presente.

1.12. Classificação dos Indi- das decisões mais difíceis dentro de uma
empresa é decidir se a mesma deve in-
cadores de Análise de Pro- vestir ou não, ou especificamente falan-
jetos de Investimentos Em- do, se um determinado projeto é atrativo
ou não. Neste sentido, um investimento
presariais para uma empresa é um desembolso fei-
Como caracterizar a viabilidade eco- to visando gerar um fluxo de benefícios
nômica de projetos empresariais com as futuros, usualmente superior a um ano.
ferramentas da Matemática Financeira?
Ressaltamos que o grande campo de
Em verdade, podemos averiguar se um
aplicação das Técnicas de Análise de In-
determinado projeto é ou não viável para
vestimentos Empresariais está associa-
uma empresa, a partir da rentabilidade
do ao processo de geração de indicado-
do mesmo e a partir do risco associado ao
res utilizados na seleção de alternativas
projeto. Para tal, utilizamos dos indicado-
de investimentos e, mais recentemente
res financeiros.
na avaliação de impacto desses investi-
Indicador é uma medida de ordem mentos no EVA (Economic Value Added)
quantitativa ou qualitativa, dotada de de unidades de negócio.
significado particular e utilizada para
Com relação à análise da viabilidade de
organizar e captar as informações re-
projetos empresariais, podemos dividir a
levantes dos elementos que compõem
análise levando em consideração a ren-
o objeto que está sendo observado. De
tabilidade, bem como o risco associado
outra forma, é sabido que no mundo glo-
ao mesmo. Em outras palavras, isto sig-
balizado e amplamente concorrido, uma
nifica que temos dois grupos de indica-
28

dores, o que se relacionam com a renta- e a Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR).
bilidade e os que estão associados com o Grosso modo, os principais indicadores
risco do projeto. Aqui estaremos falando utilizados para a caracterização da viabi-
diretamente sobre aplicações envolven- lidade econômica de projetos industriais
do o Valor Presente Líquido (VPL ou NPV) são descritos na Figura 18 a seguir.

Figura 18: Principais indicadores utilizados na viabilidade econômica de projetos empresariais.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

De outra forma, a classificação dos indica-


dores com relação à rentabilidade e ao risco
apresentado no respectivo projeto a ser es-
tudado é apresentada na Figura 19 abaixo.
29

Figura 19: Classificação dos indicadores.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

1.13. Valor Presente Líquido Como vimos anteriormente, o Valor


Presente Líquido é um indicador rela-
Segundo Clemente e Alceu (2009), o
cionado à rentabilidade do projeto, sen-
Valor Presente Líquido de um fluxo de
do assim, temos a seguinte análise para
caixa consiste em calcularmos o valor
a averiguação da atratividade do ganho
presente de uma série de pagamentos
adicional com relação ao contexto abor-
(ou recebimentos), descontado a uma
dado:
taxa, e deduzir, deste, o valor do fluxo
inicial (valor do empréstimo, do financia- Interpretação via VPL ou NPV! Se NPV
mento ou do investimento). Utilizamos a > 0, então haverá um ganho adicional
notação VPL ou NPV para representar o (expresso em valores atuais) em relação
valor presente líquido. Grosso modo, da ao mesmo investimento aplicado à taxa
equação: de desconto, isto é, o investimento será
atrativo. Contrariamente, se NPV < 0 te-
remos uma perda (expressa em valores de
hoje) e o investimento não será atrativo.
Ou seja, constitui um primeiro método ou
Temos que:
critério de avaliação de investimento ca-
pital.
30

Figura 20: Caracterização da atratividade do projeto em análise via a interpretação do VPL.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Exemplo 10: Um empréstimo no valor de 1,98% ao mês, qual é o valor presente líqui-
R$12.000,00 será quitado em três presta- do?
ções mensais e sucessivas de R$3.150,00,
Solução: A sequência de passos da reso-
R$4.950,00 e R$7.430,00. Sabendo que a
lução na HP 12C é apresentada a seguir.
taxa de juros praticada nesta operação é de

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

12000 <CHS><g> <CF0> -12.000,00 Valor do empréstimo.

3150 <g> <CFj> 3.150,00 Valor do primeiro pagamento.

4950 <g> <CFj> 4.950,00 Valor do segundo pagamento.

7430 <g> <CFj> 7.430,00 Valor do terceiro pagamento.

1.98 <i> 1,98 Taxa mensal de juros (%).

<f> <NPV> 2.854,07 Valor presente líquido.


31

Exemplo 11: Examinar se a Sigma S/C Vida útil = 10 meses


pode aceitar o projeto abaixo, adotando- Receitas líquidas mensais = R$900,00
-se uma taxa de 8% ao mês. As caracte- Valor residual = R$2.000,00
rísticas do projeto estão descritas a se-
guir. A Figura 21 a seguir descreve o diagrama
de fluxo de caixa do projeto.
Investimento inicial = R$8.000,00

Figura 21: A disposição geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Solução: Primeiramente, observe que o na última data do horizonte da situação des-


valor residual seria uma receita que aparece crita no exemplo. A solução deste problema
é obtida da seguinte maneira pela HP 12C.

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

8000 <CHS><g> <CF0> -8.000,00 Valor do investimento inicial.

900 <g> <CFj> 900,00 Valor da primeira receita líquida mensal.

Número de vezes que este valor se repe-


9 <g> <CFj> 9,00
te.

2900 <g> <CFj> 2.900,00 Valor da décima receita líquida mensal.

8 <i> 8,00 Taxa mensal de juros (em %).

<f> <NPV> -1.034,54 Valor presente líquido.


32

De acordo com o critério via VPL, como ou ainda,


o NPV = – 1.034,54 < 0, concluímos que o
projeto não deve ser aceito.

1.14. Taxa Interna de Retor- Note que em outras palavras, pode-


no (TIR ou IRR) mos interpretar a Taxa Interna de Retor-
Segundo Clemente e Alceu (2009), no (IRR) como sendo aquela que iguala
Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR) é a no momento zero, o valor presente das
taxa de desconto que torna o valor pre- entradas (recebimentos) com o das saí-
sente líquido de um fluxo de caixa igual a das (pagamentos) previstas no fluxo de
zero. A taxa interna de retorno será obti- caixa. De outro modo, a Taxa Interna de
da quando igualamos a equação Retorno, nas operações de empréstimos,
Financiamentos ou de aplicações de re-
cursos, nada mais é do que a taxa de ju-
ros da operação.
isto é, quando executamos

Figura 22: Interpretação da Taxa Interna de Retorno.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
33

Como foi apresentado anteriormente, Vejamos alguns exemplos que envol-


a Taxa Interna de Retorno pode ser utili- vem o cálculo da Taxa Interna de Retorno
zada como um indicador associado ao ris- em situações cotidianas da gestão finan-
co de implantação de determinado proje- ceira.
to. Porém, para tal análise, é necessário
Exemplo 12: Calcular a taxa interna de
definirmos a Taxa de Mínima Atratividade
retorno, correspondente a um emprésti-
(TMA) como segue.
mo feito por um gestor de R$15.000,00
Definição (Taxa de Mínima Atrativi- a ser liquidado em quatro pagamentos
dade – TMA) – de acordo com Samanez mensais de R$4.500,00, R$5.000,00,
(2007), chama-se Taxa de Mínima Atra- R$3.500,00 e R$5.500,00.
tividade (TMA) a melhor taxa, com baixo
Solução: Inicialmente, vamos repre-
grau de risco, disponível para aplicação do
sentar o diagrama de fluxo de caixa desta
capital em análise.
operação, tomando-se como referência a
Dessa forma, a decisão de investir sem- instituição financeira, ou seja, vamos de-
pre terá pelo menos duas alternativas a senhar o mesmo na visão da instituição
serem avaliadas: “Investir no capital” ou “In- financeira.
vestir na Taxa de Mínima Atratividade”. Ou
Figura 24: A interpretação geométrica do exemplo.
ainda, o conceito de riqueza gerada deve
levar em conta somente o excedente so-
bre aquilo que já se tem, isto é, o que será
obtido além da aplicação do capital na TMA.
Esse conceito, desde há muito defendido
pelos economistas, denomina-se lucro resi-
dual. Atualmente, uma variação desse con-
ceito de excedente tem sido tratada como
Valor Econômico Agregado ou Economic
Value Added (EVA). Portanto, o critério via
TIR para atratividade de um projeto é apre-
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
sentado na Figura 23 a seguir.

Logo, a HP 12C faz este cálculo usando a


função <IRR> (que significa Internal Rate
Return).

Figura 23: Conclusão da atratividade de um projeto


via TIR.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
34

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

15000 <CHS><g> <CF0> -15.000,00 Valor do empréstimo.

4500 <g> <CFj> 4.500,00 Valor do primeiro pagamento.

5000 <g> <CFj> 5.000,00 Valor do segundo pagamento.

3500 <g> <CFj> 3.500,00 Valor do terceiro pagamento.

5500 <g> <CFj> 5.500,00 Valor do quarto pagamento.

<f> <IRR> 8,81 Taxa Interna de Retorno Mensal (em %).

Exemplo 13: Um maquinário agrícola no as 3 seguintes, R$6.500,00 e, a nona, de


valor de R$45.000,00 é totalmente finan- R$7.500,00. Qual a taxa de juros implícita
ciado por um agricultor, para pagamento em nesta operação?
9 parcelas mensais, sendo, as 3 primeiras, de
Solução: A sequência de passos da reso-
R$4.500,00, as 2 seguintes, de R$5.000,00,
lução na HP 12C é apresentada a seguir.

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

45000 <CHS><g> <CF0> -45.000,00 Valor do financiamento.

4500 <g> <CFj> 4.500,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo.

3<g> <Nj> 3,00 Número de vezes que este valor se repete.

5000 <g> <CFj> 5.000,00 Valor dos fluxos do segundo grupo.

2 <g> <Nj> 2,00 Número de vezes que este valor se repete.

6500 <g> <CFj> 6.500,00 Valor dos fluxos do terceiro grupo.

3<g> <Nj> 3,00 Número de vezes que este valor se repete.

7500 <g> <CFj> 7.500,00 Valor do fluxo do quarto grupo.

<f> <IRR> 2,16 Taxa Interna de Retorno Mensal (em %).


35

Exemplo 14: Uma empresa na área de um novo investimento. O Fluxo de Caixa anu-
Logística cuja Taxa de Mínima Atratividade, al do projeto de investimentos em análise
após o imposto de renda, é de 12% ao ano está representado no DFC da Figura 25 a se-
está analisando a viabilidade financeira de guir.

Figura25: DFC do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Calcular os indicadores de retorno Valor lados.


Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno,
Solução: A sequência de passos da reso-
bem como comentar sobre a atratividade do
lução na HP 12C para cálculo do VPL e TIR são
projeto considerando tais indicadores calcu-
apresentadas a seguir.

Cálculo do Valor Presente Líquido

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


- 380 <g><CF0> - 380,00 Fluxo na data zero.
30 <g> <CFj> 30,00 Fluxo na data 1.
50 <g><CFj> 50,00 Fluxo na data 2.
70 <g> <CFj> 70,00 Fluxo na data 3.
90 <g> <CFj> 90,00 Fluxo na data 4.
110 <g> <CFj> 110,00 Fluxo na data 5.
130 <g> <CFj> 70,00 Fluxo que se repete.
4 <g> <Nj> 4,00 Número de vezes que o fluxo se repete.
12 <i> 12,00 Taxa de juros.
<f> <NPV> 80,14 Valor presente líquido.
36

Cálculo do Valor Presente Líquido

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


- 380 <g><CF0> - 380,00 Fluxo na data zero.
30 <g> <CFj> 30,00 Fluxo na data 1.
50 <g><CFj> 50,00 Fluxo na data 2.
70 <g> <CFj> 70,00 Fluxo na data 3.
90 <g> <CFj> 90,00 Fluxo na data 4.
110 <g> <CFj> 110,00 Fluxo na data 5.
130 <g> <CFj> 70,00 Fluxo que se repete.
4 <g> <Nj> 4,00 Número de vezes que o fluxo se repete.
12 <i> 12,00 Taxa de juros.
<f> <NPV> 16,19 Valor da Taxa Interna de Retorno.

Conclusão do Problema: Desta forma,


concluímos pelo VPL ou pela TIR que o proje-
to é atrativo, ou seja, que se deve investir no
mesmo. Observe que independentemente
de você tomar a decisão pela rentabilidade
ou pelo risco associado ao projeto em ques-
tão, você deve optar na implementação do
mesmo.

Importante! Quando falamos


em risco, no contexto da ges-
tão empresarial, temos o risco
do negócio (que está associa-
do à implementação do pro-
jeto) e o risco de gestão (que
está diretamente associada
à decisão do gestor em ques-
tão).
37
UNIDADE 2 – Sistemas de Amortização e
Aplicações Diversas na Gestão Empresarial
Nesta segunda Unidade, é de nosso 2.1. Aspectos Introdutórios
interesse apresentar os aspectos teóri-
cos relacionados aos principais sistemas da Teoria da Amortização
de amortização praticados no âmbito do Amortizar significa o ato de saldarmos
mercado financeiro brasileiro, bem como determinada dívida, ou seja, quitarmos a
resolver situações práticas envolvendo mesma. E, quando falamos, em emprés-
tais regimes aplicados à gestão financei- timos e financiamentos, de uma forma
ra. geral, este termo é de fundamental im-
portância para o entendimento dos em-
Objetivo geral da unidade: préstimos e financiamentos. É interes-
Interpretar e aplicar as principais pro- sante percebermos que na prática do
priedades dos sistemas de amortização mercado financeiro, principalmente nos
na resolução de situações práticas da dias atuais, a disponibilidade de recursos
gestão financeira. é, sem dúvida, fator preponderante na
decisão da implantação de um investi-
Objetivos específicos da unidade: mento como, por exemplo, a construção
estar plenamente familiarizado com da casa própria, a aquisição de um equi-
os principais sistemas de amortização do pamento para a empresa, a compra de
mercado brasileiro; um veículo, a compra de uma moto, entre
outros.
apresentar as propriedades fun-
damentais do sistema de amortização Comprar, seja a prazo ou à vista, sem-
constante ou SAC; pre é necessário que tenhamos dinheiro
ou capital, obviamente, na falta dos mes-
apresentar as propriedades funda- mos recorremos aos empréstimos e fi-
mentais do sistema de prestação cons- nanciamentos. No Brasil, especificamen-
tante ou Sistema Price; te falando, os empréstimos podem ser
apresentar as propriedades funda- de curto, médio e longo prazo. Segundo
mentais do sistema de amortização SAM; Samanez (2007), os empréstimos de cur-
to prazo e médio prazo caracterizam-se,
implementar na HP 12C situações normalmente, por serem saldados em
envolvendo tais sistemas de amortiza- até 12 meses, e na visão empresarial, é
ção na área financeira; utilizado pelas organizações com o intui-
to de melhorar o capital de giro. Contra-
efetuar um comparativo entre os
riamente, os empréstimos de longo pra-
principais sistemas de amortização;
zo (financiamentos), por existirem várias
resolver diversas situações práticas modalidades de restituição do principal e
envolvendo os tópicos descritos ante- dos encargos financeiros, têm um trata-
riormente. mento especial e devem ser olhados com
mais cautela, já que envolvem quantida-
38

des maiores de dinheiro. previamente fixadas por contratos bila-


terais entre a empresa e o órgão finan-
Segundo Samanez (2007), essas ope-
ciador (instituição financeira).
rações de créditos têm suas condições

Figura 26: Aspectos introdutórios da amortização.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Ressaltamos que o valor desses em- ção, que são os juros. Neste contexto, a
préstimos, ao qual chamamos de princi- maneira pela qual devolvemos o principal
pal, deverá ser restituído à instituição mais os juros da operação são chamamos
financeira, acrescidos da sua remunera- de Sistema de Amortização.

Figura 27: Considerações gerais sobre a amortização.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
39

É de nosso interesse estudar os prin- Para compreendermos melhor os siste-


cipais tipos de sistemas de amortização mas de amortização, é necessário intro-
praticados em instituições bancárias ou duzirmos alguns conceitos relacionados
instituições financeiras no âmbito do aos mesmos, que irão servir de alicerce
mercado financeiro brasileiro, que são o para a criação das regras e cálculos en-
SAC, o PRICE e o SAM. volvendo os mesmos. Tais conceitos in-
trodutórios são apresentados na Figura
2.2. Conceitos Fundamen- 28 a seguir e definidos formalmente na
sequência.
tais

Figura 28: Conceitos Fundamentais da Teoria da Amortização.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Sendo assim, de acordo com Sa- las de devolução do principal (capital em-
manez (2007), podemos interpretar prestado);
em termos formais estes conceitos PRAZO DE AMORTIZAÇÃO – interva-
como seguem: lo de tempo durante o qual serão pagas
CREDOR – aquele que concede o em- as amortizações;
préstimo ou financiamento; SALDO DEVEDOR – trata-se do esta-
DEVEDOR ou MUTUÁRIO – aquele do da dívida (débito) em determinado es-
que recebe o empréstimo ou financia- tado de tempo;
mento; IOF – imposto sobre operações fi-
TAXA DE JUROS – taxa contratada nanceiras;
entre as partes; PRAZO DE CARÊNCIA – corresponde
PRESTAÇÃO – soma da amortização, ao período compreendido entre a primei-
acrescida dos juros e outros encargos fi- ra liberação do empréstimo ou financia-
nanceiros pagos em um dado período; mento e o pagamento da primeira amor-
tização;
AMORTIZAÇÃO – refere-se às parce-
40

PRAZO TOTAL – considera-se a soma de várias colunas, que apresentam, após


do prazo de carência com o prazo de cada pagamento, a parcela de juros pa-
amortização; gos, a amortização, a prestação, os en-
cargos financeiros (IOF, aval, comissões,
PLANILHA – quadro pelo qual são
taxa de abertura de crédito, entre ou-
inseridos os valores referentes ao em-
tros) e o saldo devedor.
préstimo ou financiamento, constituído

Figura 29: O processo de quitação de um empréstimo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

A partir do momento que introduzi- lando para financiamentos de automó-


mos algumas considerações iniciais, bem veis, crédito consignado e financiamento
como apresentamos os principais ele- imobiliário, que são: Sistema de Amorti-
mentos que formam a Teoria da Amorti- zação Constante (SAC), Sistema Francês
zação, é de nosso interesse agora discu- de Amortização (Price) e o Sistema de
tir nas entrelinhas os principais sistemas Amortização Misto (SAM).
de amortização praticados no âmbito do
mercado brasileiro, especificamente fa-

Figura 30: Principais Sistemas de Amortização praticados no mercado financeiro brasileiro.


Fonte: FERREIRA (2014).
41

2.3 Sistema de Amortiza- capital emprestado pelo número de par-


celas de amortizações, enquanto que
ção Constante (SAC) os juros são calculados, a cada período,
É conhecido também como Sistema multiplicando-se a taxa de juros contra-
Hamburguês, sendo muito difundido pelo tada pelo saldo devedor existente sobre
Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a o período anterior, assumindo valores
partir da década de 70, que o adotou nos decrescentes nos períodos. E, por fim, a
financiamentos relativos a imóveis (casa prestação do financiamento, a cada perí-
própria). odo, é igual à soma da amortização e dos
encargos financeiros (juros, comissões,
Atualmente, ele é muito usado para fi-
entre outros), sendo periódica, sucessiva
nanciamentos de longo prazo e também
e decrescente em progressão aritmética,
nos financiamentos envolvendo o crédi-
de razão igual ao produto da taxa de ju-
to imobiliário. É importante observarmos
ros pela parcela de amortização.
que no Sistema de Amortização Constan-
te (SAC), as parcelas de amortização do Curiosidade! Se você já observou as
principal são sempre iguais (ou constan- parcelas relativas ao financiamento de
tes), por conta disso, a sua nomenclatura. uma casa, pode perfeitamente averiguar
o decrescimento das parcelas do financia-
Além disso, aqui o valor da amorti-
mento, exatamente por conta da caracte-
zação é calculado através da divisão do
rística do SAC.

Figura 31: Principais características do SAC.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
42

2.4. Montagem da Planilha será amortizado em 5 parcelas mensais.


Pede-se:
no SAC
Para montagem da planilha associada
a) Construir a planilha da operação de
crédito.
ao SAC seguimos as etapas descritas a
seguir: b) Calcular o custo efetivo (mensal)
do empréstimo realizado pelo Hospital
Primeira Etapa: O valor da amortiza-
AFA.
ção (A) é dado por:

, (I)
Solução: De acordo com o Exemplo,
temos que:
Onde:
PV = R$100.000,00;
PV = principal (valor do empréstimo ou
n = 5 meses;
do financiamento);
i = 6% ao mês = 0,06 ao mês
n = número de amortizações.
Daí:
Segunda Etapa: O saldo devedor de
cada período t, (P t ), é dado por: a) Construção da planilha
P t = P t-1 – A = A x (n – t) ( II ) Vamos desenvolver as etapas des-
Terceira Etapa: O valor dos juros de critas anteriormente:
cada período t, (J t ), é dado por: Primeira Etapa: O cálculo da amorti-
J t = i x P t-1 , ( III ) zação mensal será feito pela fórmula (I).
Sendo assim, temos que:
Onde:
Logo,
i = taxa de juros.

Quarta Etapa: O valor da prestação


para cada período t, (PMT ), é dado por: A = R$20.000,00/mês
PMTt = A + J t ( IV ) Segunda Etapa: O saldo devedor,
após o pagamento de cada prestação
Vejamos duas ilustrações envolvendo
mensal, é dado pela fórmula (II). Desta
a aplicação do SAC em situações cotidia-
maneira, temos que:
nos no âmbito financeiro.
saldo devedor ao final do primeiro
Exemplo 15: A Sigma S/C solicita um
mês: P1 = 100.000 – 20.000 = 80.000;
empréstimo no valor de R$100.000,00
para a compra de um aparelho para a saldo devedor ao final do segundo
sua filial situada no interior de São Pau- mês: P2 = 80.000 – 20.000 = 60.000;
lo. Sendo assim, o banco libera no ato da
assinatura do contrato, pelo sistema de saldo devedor ao final do terceiro
amortização SAC. A taxa de juros cobrada mês: P3 = 60.000 – 20.000 = 40.000;
pelo banco é de 6% ao mês e o principal
43

saldo devedor ao final do quarto Quarta Etapa: O valor da prestação


mês: P4 = 40.000 – 20.000 = 20.000; para cada mês é dado pela expressão
(IV). Temos que:
saldo devedor ao final do quinto
mês: P5 = 20.000 – 20.000 = 0. prestação ao final do primeiro mês:
PMT1 = 20.000 + 6.000 = 26.0000;
Terceira Etapa: O cálculo dos juros de
cada mês é feito pela fórmula (III). Temos prestação ao final do segundo mês:
então que: PMT2 = 20.000 + 4.800 = 24.800;
juros do primeiro mês: J1 = 0,06 x prestação ao final do terceiro mês:
100.000 = 6.000; PMT3 = 20.000 + 3.600 = 23.600;
juros do segundo mês: J2 = 0,06 x prestação ao final do quarto mês:
80.000 = 4.800; PMT4 = 20.000 + 2.400 = 22.400;
juros do terceiro mês: J3 = 0,06 x prestação ao final do quinto mês:
60.000 = 3.600; PMT5 = 20.000 + 1.200 = 21.200.
juros do quarto mês: J4 = 0,06 x A partir destas informações podemos
40.000 = 2.400; construir a planilha da operação de crédi-
to como segue no Quadro 01 abaixo:
juros do quinto mês: J5 = 0,06 x
20.000 = 1.200.
44

b) Uma vez construída a planilha da custo efetivo mensal. O fluxo de caixa


operação de crédito, calculamos o seu do banco é dado abaixo:

Figura 32: A interpretação geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O presente problema pode ser taxa interna de retorno do fluxo de


resolvido na HP 12C, calculando a caixa acima:

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


100000 <CHS><g><CF0> -100.000,00 Valor do Empréstimo.
26000 <g> <CFj> 26.000,00 Valor do primeiro pagamento.
24800 <g><CFj> 24.800,00 Valor do segundo pagamento.
23600 <g><CFj> 23.600,00 Valor do terceiro pagamento.
22400 <g> <CFj> 22.400,00 Valor do quarto pagamento.
21200 <g> <CFj> 21.200,00 Valor do quinto pagamento.
<f> <IRR> 6,00 Custo efetivo mensal (em %).
45

Portanto, concluímos que o custo efe- de abertura de crédito de 0,5% sobre o


tivo desta operação da AUTO concessio- valor financiado paga no ato da assinatu-
nária será de 6% ao mês, pois a empresa ra, bem como o IOF de 3,5% sobre o valor
não paga qualquer outro encargo finan- do financiamento é também pago no ato
ceiro ao banco, apenas a taxa de juros de da assinatura do contrato. Logo, pede-se:
6% ao mês.
a) Construir a planilha do financia-
Exemplo 16: Vamos trabalhar com mento.
outros tipos de cobranças nas operações
b) Calcular o custo efetivo (anual)
de financiamento? Para tal, vamos con-
deste empréstimo.
siderar os mesmos dados do Exemplo 15
anterior, trabalhando, porém, que o ban- Solução: Neste caso, temos que:
co concedeu quatro meses de carência a
a) Usando os cálculos do exemplo an-
Sigma S/C e os juros serão pagos mês a
terior temos a planilha descrita no Qua-
mês. De outra forma, será cobrada a taxa
dro 02 abaixo.
46

b) O fluxo de caixa do banco, para


esta operação, é dado abaixo:

Figura 33: A interpretação geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O custo efetivo do empréstimo na ver- de caixa acima. Sendo assim, resolvendo


dade é a taxa interna de retorno do fluxo na HP 12C, temos que:

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


100000 <ENTER> 4000
-96.000,00 Valor emprestado.
<–> 96000 <CHS><CF0>
6000 <g> <CFj> 6.000,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo.
3 <g><CFj> 3,00 Número de vezes que este valor se repete.
26000<g><CFj> 26.000,00 Valor do fluxo do segundo grupo.
24800<g> <CFj> 24.800,00 Valor do fluxo do terceiro grupo.
23600 <g> <CFj> 23.600,00 Valor do fluxo do quarto grupo.
22400 <g> <CFj> 22.400,00 Valor do fluxo do quinto grupo.
21200<g> <CFj> 21.200,00 Valor do fluxo do sexto grupo.
<f> <IRR> 6,84 Custo efetivo mensal (em %).
100 < ÷ > 1 <+> 1,07 1 + a taxa mensal (forma unitária).
12 <y x> 1 <–> 100 <x> 121,28 Custo efetivo anual (em %).
47

Observação Importante! Nos emprés- Prazo de Carência = m = 1 ano = 2 se-


timos realizados, na prática, é comum as mestres
instituições financeiras cobrarem o im-
Prazo total do financiamento = 3 anos e
posto sobre operações financeiras, aval,
6 meses = 7 semestres
comissões, entre outros. Estes encargos
adicionais aumentam a taxa de juros para Observe que o Prazo Total do Financia-
o devedor, tornando indispensável o seu mento (PTF) é dado por:
cálculo.
PTF = n + m – 1,
Exemplo 17: Uma instituição finan-
Onde:
ceira para empréstimos pessoais em-
presta R$300.000,00 a AUTO Concessio- n = o número de amortizações e m
nária nas seguintes condições: = prazo de carência

a) Juros de 18% a.a., capitalizados Vamos considerar série de pagamen-


semestralmente. tos com diferimento e termos antecipa-
dos. Logo,
b) Carência de um ano.
7 = n + m – 1 ou 7 = n + 2 – 1 ou n = 6 se-
c) Taxa de Abertura de Crédito (TAC)
mestres
de 0,75% sobre o valor financiado, pago
no ato. O valor da amortização semestral será
dado por:
d) Comissão de 1% sobre o saldo de-
vedor anual.

e) IOF de 2,5% sobre o valor do finan-


ciamento, pago no ato.
Desta maneira, temos a seguinte pla-
f) Amortizações semestrais cons- nilha.
tantes.

g) Prazo total do financiamento 3


anos e 6 meses.

Construir a planilha de financiamen-


to e calcular o custo efetivo anual deste
empréstimo.

Solução: De acordo com o enunciado


do problema, temos que:
PV = R$300.000,00
i = 18% ao ano = 9% ao semestre (taxa
efetiva semestral)
48

Alguns valores da planilha foram cal- IOF = 2,5% de R$300.000,00 =


culados como segue: R$7.500,00

TAC = 0,75%% de 300.000 = R$2.250,00 Agora, vamos elaborar o diagrama de flu-


xo de caixa na visão do banco (considerando
Comissão: múltiplos de R$1.000,00). Sendo assim, te-
- Primeiro ano (segundo semestre) = 1% mos a seguinte representação gráfica:
de R$250.000,00 = R$2.500,00;

- Segundo ano (quarto semestre) = 1% de


R$150.000,00 = R$1.500,00;

- Terceiro ano (sexto semestre) = 1% de


R$50.000,00 = R$500,00.
49

Figura 34: A interpretação geométrica do exemplo.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Para calcularmos o custo efetivo do vemos calcular a taxa interna de retorno


empréstimo na calculadora HP 12C, de- de caixa como segue:

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


290.25 <CHS><g> <CF0> -290,25 Valor do fluxo na data zero.
27 <g><CFj> 27,00 Valor do primeiro pagamento.
79.5 <g><CFj> 79,50 Valor do segundo pagamento.
72.50 <g><CFj> 72,50 Valor do terceiro pagamento.
69.5 <g> <CFj> 69,50 Valor do quarto pagamento.
63.5 <g> <CFj> 63,50 Valor do quinto pagamento.
59.5 <g> <CFj> 59,50 Valor do sexto pagamento.
59.5 <g> <CFj> 59,50 Valor do sétimo pagamento.
<f> <IRR> 10,29 Custo efetivo semestral (em %).
1 + a taxa efetiva semestral (forma unitá-
100 < ÷ > 1 <+> 1,10
ria).
12 <y x> 1 <–> 100 <x> 21,64 Custo efetivo anual do empréstimo (em %).
50

2.5 Sistema Francês de cada pagamento, à soma das parcelas de ju-


ros consecutivas e o valor das amortizações
Amortização (ou Tabela Pri- acumuladas até certo período. Em verdade,
ce) o que devemos observar para não cometer-
mos equívocos no mercado é que , o Sistema
É comumente identificado pelos nomes
Price apresenta as seguintes características:
“Sistema Price ou Tabela Price” ou “Sistema
de Prestação Constante” e é muito utilizado a) Quando a taxa de juros for anual, com
nas compras a prazo de bens de consumo pagamento mensal, semestral ou trimestral,
(com crédito direto ao consumidor). Aqui o usa-se a taxa proporcional ao período de pa-
sistema estipula que as prestações devem gamento.
ser iguais, periódicas e sucessivas. Os juros,
por incidirem sobre o saldo devedor, são de-
b) Quando a taxa de juros for mensal, com
pagamento semestral, trimestral ou anual,
crescentes e as parcelas de amortização as-
usa-se a taxa equivalente ao período de pa-
sumem valores crescentes.
gamento.
A soma dessas duas parcelas permane-
Observação Importante! Sistema Pri-
ce sempre igual ao valor da prestação. Com
ce – normalmente os juros vão diminuindo à
o auxílio de sua calculadora HP 12C pode-
medida que os períodos vão decorrendo, ao
-se obter facilmente as parcelas de capital
contrário da amortização, que vai aumen-
(amortização) e as de juros corresponden-
tando.
tes a cada prestação, o saldo devedor após

Figura 25: Principais características da tabela Price.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
51

Exemplo 18:Um empréstimo de Solução: Neste caso, usaremos a fun-


R$70.000,00 feito pela Sigma S/C deve ser ção amarela AMORT que permite o desdo-
liquidado em 5 prestações mensais, pelo Sis- bramento das prestações iguais (PMT) em
tema Price, sendo que a primeira prestação amortizações e juros. Com esta função, po-
do financiamento vence um mês após a data deremos calcular, também, o total de juros e
de assinatura do contrato. A taxa de juros co- amortizações entre duas prestações. Desta
brada é de 36% ao ano. maneira, na calculadora HP 12C podemos
resolver o exemplo procedendo conforme é
Dessa forma, pede-se para calcular o valor
mostrado a seguir.
das prestações, os valores das parcelas de
amortizações, as parcelas de juros de cada Importante! Os dados do Exemplo (PV, n
prestação e o saldo devedor após cada paga- e i) podem ser introduzidos em qualquer
mento e construir a planilha do empréstimo. ordem.

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.


70000 <CHS> <PV> 70.000,00 Valor emprestado.
5 <n> 5,00 Número de prestações mensais.
Taxa de juros mensal (usamos a taxa proporcional ao perío-
3 <i> 3,00
do) (Ver observação acima).

<PMT> 15.284,82 Valor das prestações mensais.

1 <f> <AMORT> 2.100,00 Juros referentes à primeira prestação.


<x <>y> 13.184,82 Amortização referente à primeira prestação.
RCL <PV> -56.815,18 Saldo devedor após o pagamento da primeira prestação.
1 <f> <AMORT> 1.704,46 Juros referentes à segunda prestação.
<x <>y> 13.580,36 Amortização referente à segunda prestação.
RCL <PV> -43.234,82 Saldo devedor após o pagamento da segunda prestação.
1 <f> <AMORT> 1.297,04 Juros referentes à terceira prestação.
<x <>y> 13.987,78 Amortização referente à terceira prestação.
RCL <PV> -29.247,04 Saldo devedor após o pagamento da terceira prestação.
1 <f> <AMORT> 877,41 Juros referentes à quarta prestação.
<x <>y> 14.407,41 Amortização referente à quarta prestação.
RCL <PV> -14.839,63 Saldo devedor após o pagamento da quarta prestação.
1 <f> <AMORT> 445,19 Juros referentes à quinta prestação.
<x <>y> 14.839,63 Amortização referente à quinta prestação.
RCL <PV> -0,00 Saldo devedor.
52

De acordo com os cálculos acima, po-


demos construir a seguinte planilha do
empréstimo:

O fluxo de caixa na visão da instituição


financeira é dado abaixo.

Figura 36: A interpretação geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
53

Exemplo 19: Um empréstimo de PV = 90.000,00


R$90.000,00 feito pela AUTO Concessio- n = 4 trimestres
nária deve ser liquidado em 4 prestações i = 3,5% ao mês = 0,035 ao mês
trimestrais, pelo Sistema Price, a uma
taxa de juros de 3,5% ao mês. Caracteri- Além disso, da teoria sobre taxas sa-
zar a planilha do empréstimo. bemos que a taxa trimestral composta
equivalente a 3,5% ao mês é dada por
Solução: Observe que neste caso, te- it = 10,87% ao trimestre. Resolvendo o
mos que: Exemplo pela calculadora HP 12C (função
amarela AMORT), temos que:

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

90000 <CHS> <PV> -90.000,00 Valor emprestado.

4 <n> 4,00 Número de prestações trimestrais.

Taxa de juros trimestral (usamos a taxa equivalente com-


10.87 <i> 10,87
posta).

<PMT> 28.928,89 Valor das prestações trimestrais.

1 <f> <AMORT> 9.783,00 Juros referentes à primeira prestação.

<x <>y> 19.145,89 Amortização referente à primeira prestação.

RCL <PV> -70.854,11 Saldo devedor após o pagamento da primeira prestação.

1 <f> <AMORT> 7.701,84 Juros referentes à segunda prestação.

<x <>y> 21.227,05 Amortização referente à segunda prestação.

RCL <PV> -49.627,06 Saldo devedor após o pagamento da segunda prestação.

1 <f> <AMORT> 5.394,46 Juros referentes à terceira prestação.

<x <>y> 23.534,43 Amortização referente à terceira prestação.

RCL <PV> -26.092,62 Saldo devedor após o pagamento da terceira prestação.

1 <f> <AMORT> 2.836,27 Juros referentes à quarta prestação.

<x <>y> 26.902,62 Amortização referente à quarta prestação.

RCL <PV> -0,00 Saldo devedor.

Portanto, temos a planilha mostrada


no Quadro 05.
54

O fluxo de caixa da instituição finan-


ceira é:

Figura 37: A interpretação geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
55

Exemplo 20: : A Sigma S/C financiou a operação.


compra de um componente médico em 6
Solução: Neste caso, temos que:
prestações mensais, iguais e sucessivas,
pelo Sistema Francês, vencendo a pri- PV = R$650,00
meira prestação 30 dias após a compra. n = 6 meses
Sabendo-se que o valor financiado é de i = 4,5% ao mês
R$650,00 e que a taxa de juros da loja é PMT = ?
de 4,5% ao mês, calcular o valor da pres-
Resolvendo na HP 12C, temos:
tação mensal e construir a planilha da

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

650 <CHS> <PV> -650,00 Valor financiado.

6 <n> 6,00 Número de prestações mensais.

4.5 <i> 4,50 Taxa de juros mensal.

<PMT> 126,02 Valor das prestações mensais.

Agora, vamos construir a planilha do


financiamento através da função AMORT.
56

O fluxo de caixa da loja está representado logo abaixo:

Figura 38: A interpretação geométrica do exemplo.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Para calcularmos o custo efetivo men- mostrado na sequência, via HP 12C.


sal desta operação, procede-se como é

Tecla Visor Descrição

<f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.

650 <CHS> <g>


-650,00 Valor financiado.
<CF0>

126.02 <g><CFj> 126,02 Número de prestações mensais.

6 <g><CFj> 6,00 Número de prestações mensais.

<f> <IRR> 4,50 Custo do empréstimo (em %).


57

2.6 Sistema de Amortiza- ces de resíduo ao final do contrato, como


pode ocorrer no Sistema Price. Uma das
ção Misto (SAM) desvantagens do SAM é que suas presta-
Em termos históricos pode-se dizer que ções iniciais são ligeiramente mais altas
o Sistema de Amortização Misto (SAM) foi que as do Price. Contudo, após a metade
desenvolvido originalmente para as ope- do período, o mutuário sentirá uma queda
rações de financiamento do Sistema Fi- substancial no comprometimento de sua
nanceiro de Habitação. renda com o pagamento das prestações.
Cabe ressaltar que nos dias atuais é
conhecido também pela nomenclatura
Sistema de Amortizações Crescentes (SA-
CRE). Em verdade, sem grandes dificulda-
des, pode ser encarado como a média arit-
mética entre o Sistema Francês (SAF) ou
Price e o Sistema de Amortização Cons-
tante (SAC), daí explicando-se a sua pró-
pria denominação. Para cada um dos valo-
res de seu plano de pagamentos, deve-se Figura 39: O sistema de amortização SAM.
somar aqueles obtidos pelo SAF com os do Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
SAC e efetuar a divisão por dois.

Segundo Samanez (2007), aproxima- 2.7 Comparações entre o


damente até a metade do período de fi- SAC, SAF e SAM
nanciamento, as amortizações são me-
Vejamos na Figura 30 a seguir, uma
nores do que as do Sistema Price. Como
comparação geométrica entre os valores
decorrência, a queda do saldo devedor é
dos três Sistemas de Amortização discu-
mais acentuada e são menores as chan-
tidos anteriormente.

Figura 40: Gráfico comparativo entre os três Sistemas de Amortização.


Fonte: Samanez (2007).
58

Observação Importante!
Para finalizarmos a discussão
com relação aos sistemas de
amortização, é interessante
ressaltarmos que na prática
empresarial, para os financia-
mentos voltados para o crédito
imobiliário, atualmente é utili-
zado o sistema SAC, enquanto
que para financiamentos de
carros, motos e bens em geral,
utiliza-se o Price. Além disso, do
ponto de vista de custo pode-
mos dizer que os dois sistemas
são equivalentes. Deve-se ob-
servar que no SAC você amorti-
za o saldo devedor mais rápido
que no Price. Como os juros são
pagos sobre o saldo devedor,
no SAC paga-se menos juros,
porém seguindo o SAC você só
está pagando mais do que deve
ao banco em um período de
tempo menor. Resumindo, an-
tes de se escolher o sistema de
amortização em si, você deve
levar em consideração a situa-
ção financeira da pessoa ou da
empresa que deseja realizar o
financiamento. Mas, podemos
levar em consideração que o
SAC é ideal para pessoas ou
empresas que querem reduzir
o peso das parcelas no decor-
rer do financiamento, pagando
menos por mês ao final do pra-
zo. Já o sistema Price é indicado
para as pessoas ou empresas
que esperam aumentar a sua
renda e, consequentemente,
uma redução relativa do custo
da parcela em seu orçamento.
59

CONCLUSÃO DA DISCIPLINA

Vimos mais uma vez que no mundo como com apontamentos para a carac-
atual, a Matemática Financeira ocupa terização de investir ou não em termos
uma posição muito importante, pois é a gerenciais, que é uma das decisões mais
partir dela que podemos olhar de forma difíceis em uma organização, principal-
mais estruturada para o que acontece no mente em períodos conturbados na eco-
mercado financeiro, especificamente fa- nomia brasileira. Além disso, por exem-
lando para as operações envolvendo em- plo, vimos que uma série de pagamentos
préstimos e financiamentos, a partir da é uma sequência finita ou infinita de
escassez de recursos monetários, seja a pagamentos ou recebimentos em datas
nível pessoal ou empresarial. previamente definidas, bem como que as
séries de pagamentos iguais com termos
Em verdade, sabe-se que o consumi-
vencidos são as mais praticadas no âm-
dor brasileiro na grande maioria dos ca-
bito do mercado financeiro e implemen-
sos compra de forma desestrutura, sem
tamos diversas situações do contexto
necessidade prévia e não leva em consi-
financeiro na HP 12C.
deração os gastos, sendo assim, surge
naturalmente a necessidade de inter- Na sequência deste material, trabalha-
pretação coerente sobre as operações mos com os aspectos teóricos e práticos
referentes às séries de pagamentos, que envolvendo os sistemas de amortização
são praticadas comumente no mercado mais praticados no mercado brasileiro em
financeiro brasileiro, seja a nível pessoal termos de empréstimos e financiamen-
ou empresarial. tos, que são o SAC, PRICE e SACRE. De ou-
tra forma, isto significa que independen-
Grosso modo, é natural comprarmos
temente do modo de pagamento, quase
a médio ou longo prazo utilizando uma
sempre é necessário que tenhamos re-
série de pagamentos iguais e de termos
cursos para serem utilizados, ou seja, fal-
vencidos. Sendo assim, na prática é de
tando tais recursos, temos que recorrer
muita importância o entendimento dos
aos empréstimos ou financiamentos.
conceitos fundamentais e da classifica-
ção das séries de pagamentos ou anui- Além disso, vimos que a forma de de-
dades ou recebimentos para a resolução volução do principal acrescido dos juros,
e respostas de questões relacionadas a são chamamos de Sistema de Amortiza-
empréstimos, investimentos, entre ou- ção. Basicamente, é de fundamental im-
tros, que aparecem no nosso cotidiano. portância o entendimento dos conceitos
fundamentais e classificação dos siste-
Sendo assim, a partir do estudo reali-
mas de amortização para que possamos
zado na primeira Unidade, vimos as infor-
entender na essência as taxas e custos
mações iniciais sobre a aplicabilidade da
dos empréstimos e financiamentos que
Matemática Financeira aplicada à gestão
são praticados no âmbito do mercado fi-
empresarial, especificamente falando
nanceiro brasileiro.
no planejamento estratégico (BSC), bem
60

Salientamos ainda, que é necessário


que você continue buscando novas situa-
ções, a fim de desvendar esse maravilho-
so mundo que é o da Matemática e, espe-
cificamente falando sobre a Matemática
Financeira e suas aplicações na gestão fi-
nanceira empresarial, aprimorando novas
teorias para resolução de problemas na
área de negócios. Outro fato importante,
é que você pode pesquisar diversos ou-
tros exemplos envolvendo os aspectos
teóricos discutidos ao longo deste mate-
rial nas referências citadas logo a seguir.
61

REFERÊNCIAS

BRUNI, Adriano L; FAMÀ, Rubens. Ma-


temática Financeira: com HP 12Ce Excel.
São Paulo: Atlas, 2003.

CLEMENTE, Ademir; SOUZA, Alceu. De-


cisões Financeiras e Análise de Investi-
mentos: fundamentos, técnicas e aplica-
ções. 6° Edição. São Paulo: Atlas, 2009.

FARIA, Rogerio Gomes de. Matemática


Comercial e Financeira. 5 ed.. São Paulo:
Makron Books, 2000.

FILHO, Nelson Casarotto & KOPITTKE,


Bruno H. Análise de Investimentos. 9ªE-
dição. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

HAZZAN, S. Matemática Financeira.


São Paulo: Saraiva, 2005.

PUCCINI, Abelardo de Lima. Matema-


tica financeira. 6 ed.. São Paulo: Saraiva,
2000.

SAMANEZ, C. P. Matemática Financei-


ra: Aplicações à Análise de Investimen-
tos. São Paulo: Prentice Hall, 2001.
62

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