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ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Prof. Ms. Carlos Eduardo Furlanetti


Atualizada conforme as Leis Nº 11.638/07 e Nº 11.941/09 e
os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) ou as IFRS.
A S P E C TO S I N T R O D U TÓ R I O S

Qualquer indivíduo , independentemente da sua área de


at uação , ao ser indagado acerca do principal o bjetivo de uma
em presa, respo nde de fo rma categó rica: gerar lucro .

E n t ret an t o, po demo s afirmar que não é qualquer nível de


lucro que interessa ao só cio o u ao investido r de uma
em presa. O lucro desejado deve atender à expectativa do
in vest ido r de fo rma asso ciada ao risco envo lvido no
in vest im ento (binô mio risco e reto rno ), o u seja, quanto maio r
o risco , m aio r o reto rno exigi do .

P o r exem plo , um indivíduo dispõ e de R$ 1 0 0 mil e decide


in vest ir em uma empresa que, apó s um ano , gero u um
ret o rn o de R$ 8 mil o u 8 % ao ano . Alternativamente, este
in divíduo po deria ter aplicado o mesmo recurso em um Fundo
de In vest imento , cujo reto rno teria sido de R$ 7 mil o u 7 % ao
an o .

Ao ret o rn o de R$ 7 mil, referente à alternativa abando nada


pelo in vestido r, chamamos de custo de o po rtunidade. O
cust o de o po rtunidade representa o reto rno da melho r
alternativa de investimento preterida pelo investidor.

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C o n sideran do que o investido r tem a o pção de receber 7 % ao ano


n o Fun do de Investimento , co m um nível meno r de risco , o
ret o rn o esperado pelo investimento na empresa deve ser
superio r ao custo de o po rtunidade, no caso 7 % ao ano .

E n t re diferentes alternativas de investimento s, a co ntabilidade


perm it e identificar e mensurar a rentabilidade so bre o capital
apo rt ado pelo s só cio s o u investido res da empresa, bem co mo o
risco en vo lvido e o po tencial de crescimento da empresa,
co m parando -os co m o utras empresas o u o utras o pçõ es de
in vest im en t o s .

O pro cesso de análise das dem o nstraçõ es financeiras visa


relat ar, a partir das info rmaçõ es co ntábeis, a po sição eco nô mico -
finan ceira atual, as causas determinantes da evo lução verificada
e as tendências futuras. Para tanto, são extraídos dados dos
relat ó rio s co ntábeis, em especial do B alanço Patrimo nial e da
Dem o n st ração do Resultado do E xercício , visando à o btenção de
in fo rm açõ es úteis utilizadas no pro cesso de to mada de decisão .

O pro cesso de análise de balanço s pro priamente dito co meça


o n de t erm ina a co ntabilidade, uma vez que o analista das
dem o n st raçõ es financeiras retirará destes relató rio s info rmaçõ es
im po rt an t es para auxiliar no pro cesso de to mada de decisõ es,
t ais co m o:

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o se deve co nceder o u não crédito à empresa;


o su a fo rma de administração ;
o su a capacidade de ho nrar co mpro missos;
o o seu nível de lucratividade;
o su a eficiência o peracio nal;
o su a co ntinuidade o u não , etc .

O pro dut o final do pro cesso de análise das demo nstraçõ es


finan ceiras são relató rio s em linguagem acessível e
desco m plicada, de fo rma que leigo s po ssam interpretá - lo s. Os
relat ó rio s carregam a impo rtante missão de “traduzir” o s
co m po nen t es das demo nstraçõ es financeiras àqueles meno s
versado s em seus aspecto s técnico s e específico s da ciência
co n t ábil .

A metodologia de análise das demonstrações financeiras obedece


a um ro t eiro de etapas, de fo rma a criar um racio cínio científico .

Referidas etapas po dem ser descritas da seguinte fo rma :

Análise estratégica do negócio : antes de iniciar a análise do s


relat ó rio s co ntábeis, é fundamental conhecer o negó cio , o
m ercado de atuação , principais pro duto s, o s principais clientes e
co n corren t es da empresa, fato res de risco s interno s e externo s à
em presa, et c.

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O co nhecim ento prévio do negó cio permite custo mizar as


in t erpret açõ es, do geral para o po ntual. E sta etapa deve
co n t em plar a análise de fo ntes co mo: relató rio da administração ,
n o t as explicativas, co ncorrência, etc .

Análise da estrutura das demonstrações financeiras e do padrão


contábil : é impo rtante co nhecer detalhadamente o co nteúdo das
dem o n st raçõ es e o s princípio s co ntábeis ado tado s, frente às
peculiaridades do negó cio e da empresa. E sta etapa deve
co n t em plar a análise de fo ntes co mo: balanço patrimo nial,
dem o n st ração do resultado do exercício , demo nstração do s fluxo s
de caixa, n o t as explicativas, relató rio do audito r independente, etc .

Avaliação do desempenho empresarial : esta etapa está vo ltada à


iden t ificação da representatividad e de ativo s e passivo s, bem co mo
sua evo lução no deco rrer do s perío do s, po r meio da técnica de
an álise vert ical e análise ho rizo ntal. Referido pro cedimento
também se aplica ao resultado oriundo das atividades da empresa
(receit as, despesas, custo s, etc ). N esta fase fazemo s uso também
de ín dices, visando avaliar a situação eco nô mica e financeira da
em presa .

Análise prospectiva : esta é uma impo rtante fase para fazer


in ferên cias acerca do co mpo rtamento futuro da empresa e
respect ivas t endências, to mando po r base seus dado s passado s,
prin cipal m atéria - prima da análise de balanço s

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ÍNDICES EM ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Ín dices representam o resultado o btido da divisão de duas


gran dez as. Po r exemplo , se a empresa tiver R$ 2 .0 0 0 a receber
e R$ 1 .2 5 0 a pagar, o índice resultante dessa relação será igual
a 1 ,6 , sen do calculado co nforme segue :

numerador
Contas a receber 2.000
= = 1,6 índice
Contas a pagar 1.250
denominador

Apó s o cálculo do índice, faz - se sua interpretação , que é o seu


sign ificado ; na sequência pro cede - se à co nceituação do índice,
se ele é bom, médio, etc .

Os ín dices permitem co mparar a evo lução histó rica da empresa,


a part ir do seu co mpo rtamento ano a ano . Adicio nalmente, é
po ssível co mparar o s índices de uma empresa específica co m o
m esm o ín dice em o utras empresas do mesmo segmento , po rte
o u região geo gráfica, co mo fo rma de identificar a situação da
em presa so b análise em relação ao s seus co ncorrentes o u em
relação ao s padrõ es do seu segmento de atuação .

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Quan do ut ilizamo s, no deno minado r, co ntas de ativo , passivo o u


pat rim ô n io líquido , não há co nsenso sobre qual o melhor valo r a
ser ado t ado , se o valo r inicial, o valo r final o u o valo r médio .

É n o sso en t endimento que o valo r médio , o bjeto de ado ção po r


diverso s aut o res, representa uma apro ximação mais adequada
do s saldo s de ativo , passivo o u patrimô nio líquido existentes
duran t e o exercício so cial, haja vista suavizar o s extremo s entre
o s saldo s in iciais e finais .

Do expo st o , ado taremo s o s valo res médio s para efeito de


cálculo de índices, nas fó rmulas apresentadas neste material.

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RECLASSIFICAÇÃO DE CONTAS NAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS

P ara um a m elho r interpretação das demo nstraçõ es financeiras,


an t es de sua análise, devemo s realizar algumas reclassificaçõ es
(o u um a n o va classificação) de algumas co ntas, em especial no
B alan ço P at rimo nial e na Demo nstração do Resultado do
E xercício .

A reo rden ação de co ntas influencia a interpretação do analista


acerca da situação patrimo nial e eco nômico -financeira da
em presa. As principais reclassificaçõ es são :

a. Duplicatas descontadas : representam o s título s


pro venientes de vendas a prazo da empresa, cujo s valo res
fo ram desco ntado s em banco s, anterio rmente ao seu
vencimento e, por conseguinte, representando uma
po ssível o brigação junto ao banco caso o cliente não
h o n re o co mpro misso assumido . As duplicatas
desco ntadas são reclassificadas do ativo circulante para o
passivo circulante .

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b. Despesas antecipadas: são valo res classificado s no ativo


circulante, já desembo lsado s pela empresa,
“aguardando ” para serem lançado s em despesa, em
o bediência ao regime de co mpetência, co nforme seu
co n sumo pela empresa. Referido s valo res não serão
co n vertido s em dinheiro , mas reduzirão o resultado da
em presa no s perío do s seguintes, assim, caso sejam
relevantes, devem ser excluído s do ativo e reduzido s do
pat rimô nio líquido .

c. Receitas e despesas financeiras : co nforme previsão da


legislação so cietária, tais valo res estão inserido s, na DRE ,
em resultado o peracio nal. To davia, são valo res não
pro venientes da atividade fim da empresa, assim, devem
ser reclassificado s para uma linha apó s o resultado
o peracio nal.

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ANÁLISE VERTICAL
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A an álise das demo nstraçõ es financeiras trabalha co m a


co m paração de valo res em determinado perío do co m aqueles
apurado s em perío do s anterio res e o relacio namento de tais
valo res co m o utro s referenciais .

O m o n t ant e de uma co nta o u de um grupo de co ntas, se o lhado


de fo rm a in dividual, não transmite adequadamente sua
im po rt ân cia, tampo uco seu co mpo rtamento no deco rrer do
t em po .

A t ít ulo de exemplo , co nsideremo s que o custo de um co berto r


ven dido seja de R$ 9 5 ; o ra, é apenas um dado , sem maio res
in t erpret açõ es. N a sequência, identificamo s que o preço de venda
desse co berto r é de R$ 1 0 0 , lo go , o custo equivale a 9 5 % do
preço de venda, o que no s permite inferir, a priori , po r um custo
elevado ; estamo s diante de uma info rmação impo rtante,
revelando que nosso custo está elevado ou nosso preço está
defasado .

O pro cesso que no s permite fazer tais co mparaçõ es e chegar às


respect ivas co nclusõ es é deno minado de análise vertical e análise
h o riz o n t al, é um pro cesso destinado à identificação de
t en dên cias.

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ANÁLISE VERTICAL
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1 - ANÁLISE VERTICAL

A an álise vertical o cupa - se da relevância do s número s, o nde o


percen t ual de cada co nta demo nstra sua real representatividad e
n o co n jun t o sob análise .

A an álise vertical é um pro cesso co mparativo , expresso em


po rcen t agem, aplicável na relação entre uma co nta o u grupo de
co n t as co m um valo r - base. Os número s abso luto s das
dem o n st raçõ es financeiras são dispo sto s na fo rma vertical, sendo
apuradas suas participaçõ es relativas de cada item do ativo , do
passivo e da demo nstração do resultado , bem co mo sua evo lução
n o t em po .

O valo r - base utilizado para o cálculo da análise vertical do


balan ço pat rimo nial é o to tal do ativo e o to tal do passivo +
patrimônio líquido, enquanto na demonstração do resultado é o
valo r da receita líquida de vendas .

C o m a an álise vertical é po ssível apurar a representatividade de


cada co n t a dentro da demo nstração e, po r meio de co mparaçõ es
co m ín dices do segmento de atuação da empresa, bem co mo as
relaçõ es da pró pria empresa, em ano s anterio res, identificar
desvio s e t endências de futuro .

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ANÁLISE VERTICAL
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C álculo da análise vertical para o B alanço Patrimo nial :

Anos X1 X2
Caixa 100 150
Ativo Total 400 450

Conta (ativo ou passivo)


AV = x 100
Ativo Total (ou Passivo Total)

100
AV = x 100 = 25%
400

E m X 1 , a co nta caixa representava 2 5 % do ativo to tal da empresa .

C álculo da análise vertical para a Demo nstração do Resultado do


E xercício :
Ano X2
Receita Vendas 1.000
CMV 700
Res. Bruto 300

Conta (da DRE)


AV = x 100
Receita Líquida de Vendas

700
AV = x 100 = 70%
1.000

E m X 2 , o custo da mercado ria vendida representava 7 0 % da


receit a líquida de vendas da empresa.

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ANÁLISE VERTICAL
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2 - ANÁLISE HORIZONTAL

A an álise h o rizo ntal é uma co mparação entre o s valo res de uma


m esm a co n t a o u grupo de co ntas, em diferentes exercício s,
revelan do sua evo lução (velo cidade) no deco rrer do tempo , bem
co m o suas po ssíveis tendências .

A an álise h o rizo ntal po de ser calculada em relação a um ano -base


(o an o m ais antigo na série de ano s co nsiderado s) o u em relação
ao ano imediatamente anterior .

To m em o s co mo exemplo a seguinte evo lução da co nta “C o ntas a


Receber”, para um perío do de três ano s:
Conta X1 X2 X3
Contas a Receber 2.890.143 1.156.058 1.926.764

C o n sideran do o méto do do ano -base, teríamo s o seguinte


result ado :

Conta X1 AH X2 AH X3 AH
Contas a Receber 2.890.143 100 1.156.058 -60 1.926.764 -33

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ANÁLISE VERTICAL
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O an o de X 1 , co nsiderado co mo ano - base, é a base 1 0 0 %; X2 e X3


t iveram suas variaçõ es calculadas em relação ao ano de X1 , cujo s
result ado s fo ram uma invo lução de 6 0 % e 3 3 %, respectivamente,
m o t ivo pelo qual aparecem na tabela de fo rma negativa.

C o n sideran do o méto do de cálculo co m base no ano


im ediat am ente anterio r, teríamo s o seguinte resultado :

Conta X1 AH X2 AH X3 AH
Contas a Receber 2.890.143 100 1.156.058 -60 1.926.764 67

P ara est e m éto do alternativo , a variação de X2 em relação a X1 é


a m esm a do méto do anterio r, co ntudo , o ano de X3 , calculado
co m base n o saldo de X2 , apresento u uma variação po sitiva de
6 7 % , co n t ra uma variação de - 3 3 % pelo méto do anterio r .

As duas fo rmas po dem ser utilizadas, dependendo do o bjetivo do


an alist a, po rém, quando co nsideramo s co mo base o ano
im ediat am ente anterio r, há que se to mar o s cuidado s necessário s
para a sua interpretação .

Os cálculos fo ram realizado s pela seguinte fó rmula:

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ANÁLISE VERTICAL
E A N Á L I S E H O R I Z O N TA L

AH = [( Valor atual da conta


Valor da conta no período base anterior ) ]
-1 x 100

AH = [( 1.926.764
1.156.058 ) ] -1 x 100 = 67%

E specificam ente, para o cálculo da análise ho rizo ntal, não há


dist in ção de tratamento entre co ntas do balanço patrimo nial o u
da dem o n st ração do resultado do exercício , po is buscamo s a
variação en tre o s saldo s de um ano a o utro .

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ANÁLISE VERTICAL
E A N Á L I S E H O R I Z O N TA L

3 - RELAÇÃO ENTRE ANÁLISE VERTICAL VERSUS


ANÁLISE HORIZONTAL

A análise ho rizontal complementa a análise vertical, que


dem o n st ra o aumento o u a diminuição da pro po rção de
det erm in ada co nta em relação a um to do , mas não demo nstra se a
variação deco rre da evo lução o u da invo lução do valo r abso luto
da co n t a n o deco rrer do s exercício s.

Assim , é reco mendável que as duas análises sejam utilizadas


co n jun t am ente .

A an álise h o rizo ntal não é hábil para co nclusõ es iso ladas; po de


h aver um a variação significativa em determinada co nta, de um
perío do a o utro , co ntudo , sua representativida de na
demonstração a qual pertence, pode ser irrelevante.

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PRAZOS MÉDIOS
E Í N D I C E S D E AT I V I D A D E

Os Ín dices de Atividade , relacio nado s ao ciclo o peracio nal,


m edem o desempenho o peracio nal da empresa e suas
n ecessidades de investimento em capital de giro .

Os principais indicadores são representados por :

1 - PMR - PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS (OU DE


COBRANÇA)

Det erm in a o tempo médio para receber o pro duto vendido ;


quan t o t em po a empresa espera para receber as vendas
realiz adas a prazo .
PMR = Contas a receber (médio) x 360  resultado em dias
Vendas Líquidas¹

De m o do geral, quanto meno r este prazo , melho r .

2 - PME - PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM

Det erm in a o tempo médio que o s pro duto s ficam parado s no


est o que ao lo ngo do ano ; quanto tempo a empresa leva para
ven der seus esto ques.

[1] Há autores que consideram apenas os valores de vendas a prazo, ou mesmo das vendas brutas.

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PRAZOS MÉDIOS
E Í N D I C E S D E AT I V I D A D E

Estoque (médio)
PME = Custo das Mercadorias x 360  resultado em dias
Vendidas

De m o do geral, quanto meno r este prazo , melho r .

O P ME e o PMR no s permitem reto mar ao co nceito de C iclo


Operacio n al , que co mpreende o perío do desde a aquisição da
m at éria - prima até o recebimento da venda do pro duto , po dendo ,
po rt an t o , ser expresso pela seguinte fó rmula :

Ci clo Operacional = PME + PMR  resultado em dias

3 - PMP - PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO

Det erm in a o tempo médio que a empresa tem para pagar seus
fo rn ecedo res de materiais; prazo relacio nado às co ndiçõ es de
crédit o co n cedidas à empresa, po r seus fo rnecedo res. De mo do
geral, quanto maior este prazo, melhor.

Fornecedores
x
PMP = (médio)  resultado em dias
360
Compras

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PRAZOS MÉDIOS
E Í N D I C E S D E AT I V I D A D E

O valo r das co mpras é o btido pela seguinte fó rmula :

CMV = EI + C - EF

Deri vando, t emos:

C = CMV + EF - EI

Sendo :

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas


EI = Estoque Inicial de Mercadorias
C = Compras de Mercadorias
EF = Estoque Final de Mercadorias

Os praz o s o peracio nais co nstantes das fó rmulas do ciclo


o peracio n al estão expresso s em dias. Para apurarmo s o s prazo s em
meses, devemos substituir 360 (dias do ano comercial) por 12
(m eses do ano ) nas fó rmulas apresentadas.

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PRAZOS MÉDIOS
E Í N D I C E S D E AT I V I D A D E

4 - GIRO

A part ir do s índices médio s anterio rmente calculado s po demo s


falar de giro o u ro tatividade o peracio nal, que expressa a
velo cidade de reno vação de determinado s elemento s patrimo niais,
em det erm in ado perío do de tempo . A cada giro significa que um
ciclo o peracio nal fo i co ncluído .

Referido s ín dices representam relacio namentos dinâmico s, que


im pact am a liquidez e a rentabilidade da empresa, co mo será visto
m ais adian t e .

O giro representa o inverso do s prazo s o peracio nais, mo tivo pelo


qual h á duas fo rmas de calcularmos seus valo res .

O n úm ero de vezes que determinado item se reno va o u gira é


calculado por meio da divisão de 360 (dias) pelos prazos médios
an t erio rm en t e apurado s (índices de atividade), o u pela sua
in versão , sendo :

4 .CR
Giro 1 - G I R360
O ( R O T A Ç Ã O ) DVendas
O CONTAS A RECEBER
OU  resultado em quantidade de vezes
= PMR Contas a Receber
(médio)

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PRAZOS MÉDIOS
E Í N D I C E S D E AT I V I D A D E

4.2 - GIRO (ROTAÇÃO) DE ESTOQUES

360 CMV  resultado em quantidade de


Giro E = OU
PME Estoques vezes
(médio)

4.3 - GIRO (ROTAÇÃO) DO CONTAS A PAGAR

360 Compras
Giro CP = PMP OU Fornecedores  resultado em quantidade de vezes
(médio)

P o dem o s t ambém falar em índice de giro do ativo , o u ro tação do


at ivo , representado pela relação entre a receita to tal do perío do e
o at ivo t o t al médio para o perío do so b análise, cuja interpretação
sign ifica a fo rma co mo o s ativo s to tais da empresa fo ram
ut iliz ado s para a geração de receita, sendo :

4.4 - GIRO (ROTAÇÃO) DO ATIVO

Vendas
Líquidas
Giro At =  resultado em quantidade de vezes
Ativo Total
(médio)

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Referido s ín dices são de grande valia para o s credo res da empresa,


po is avaliam a capacidade de liquidez da empresa, o u seja, a
capacidade de transformar um ativo em dinheiro e, po r
co n seguin t e, ho nrar o s co mpro missos já assumido s. Referida
capacidade po de ser avaliada co nsiderando o lo ngo prazo , o curto
praz o e o prazo imediato .

N est e grupo de índices são extraídas relaçõ es entre co ntas do


B alan ço P at rimo nial que refletem uma po sição estática de
liquidez . N o deco rrer do s ano s, o s índices de rentabilidade e de
at ividade t êm um efeito co nsiderável so bre o s índices de liquidez
da em presa .

1 - ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE – ILC

O ILC m o st ra a capacidade de pagamento da empresa no curto


prazo, pois considera o ativo circulante e o passivo circulante,
sen do :
ILC Ativo Circulante (médio)
= Passivo Circulante (médio)

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ

O ideal é que o ILC seja superio r a 1 , indicando que a empresa tem


at ivo s suficientes no curto prazo para ho nrar as o brigaçõ es de curto
praz o .

To davia, h á que se co nsiderar algumas peculiaridades desse índice,


a saber :

a ) O ín dice não assegura a qualidade do s ativo s circulantes,


co m o po r exemplo , se o s esto ques estão superavaliado s o u
são o bso leto s, a qualidade de crédito do s título s a receber,
et c ;
b ) N ão há segurança quanto ao casamento do s prazo s entre
valo res a receber e a pagar, o u seja, se o s recebimento s
o co rrerão em tempo hábil para liquidar as o brigaçõ es.

Assim , o ín dice de liquidez deve ser avaliado co m a reserva


necessária, bem como partindo da premissa de continuidade da
em presa.

2 - ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA – ILS

O ín dice de liquidez seca, semelhante ao índice de liquidez co rrente,


co n sidera o s ativo s e o s passivo s circulantes, co ntudo , subtraindo o
valo r do s est o ques, uma vez que estes não po ssuem pro nta liquidez.

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Lo go , o ín dice de liquidez seca é uma medida mais co nservado ra,


represen t ado pela seguinte fó rmula :

ILS = Ativo Circulante (médio) – Estoque (médio)


Passivo Circulante (médio)

N o rm alm ent e o s esto ques representam valo res expressivo s do


at ivo circulante, po dendo fazer co m que o ILS fique abaixo de 1 ,
requeren do a análise da característica do s esto ques da empresa
so b avaliação , para fo rmação de juízo de valo r .

A má adm in istração de capital de giro e de esto ques pro duz uma


sit uação desfavo rável à empresa, quanto à sua capacidade de
pagam en t o de curto prazo e rentabilidade, po is níveis inadequado s
de est o ques afetam as vendas, co m reflexo s na rentabilidade .

A crit ério do analista, o cálculo do ILS po de ser realizado


subt rain do - se, além do esto que, o utras co ntas do ativo circulante,
co n sideradas co m liquidez nula, sendo o caso das despesas
an t ecipadas (valo res que não serão co nvertido s em dinheiro , em
fun ção do regime de co mpetência).

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ

3 - ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA – ILI

O ILI dem o n stra o nível de dívidas de curto prazo que po dem ser
liquidadas imediatamente. O ILI no rmalmente apresenta um
quo cien t e baixo , inferio r a 1 , po is as empresas não são estimuladas
a m an t erem grandes so mas em caixa .

O ILI co n sidera em seu numerado r apenas o s ativo s co m pro nta


liquidez e risco muito baixo , sendo o caixa e as aplicaçõ es
fin an ceiras co m liquidez imediata .

ILI = Caixa + Aplicação Financeira (médio)


Passivo Circulante (médio)

G en ericam ente, quanto maio r o índice de liquidez, melho r para a


em presa, po is significa que há mais ativo s em relação ao s passivo s
que devem ser pago s em determinada data. A título de exemplo , se
t emo s um ILC de 1 ,5 , significa que para cada R$ 1 de dívida de curto
praz o , t em o s uma vez e meia ativo s circulantes para ho nrá - la.

C o n t udo , h á que se co nsiderar que quanto maio r a liquidez da


em presa, m eno r serão o seu reto rno e o seu risco financeiro ,
caben do assim, a adequada administração do s recurso s frente ao
apet it e ao risco e estilo da empresa (co nservado ra, agressiva, etc.).

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 25


ÍNDICES DE LIQUIDEZ

4 - ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS - ICJ - REGIME DE


COMPETÊNCIA

O IC J n ão está co mpreendido dentre o s indicado res de liquidez


t radicio n ais, to davia, é de extrema impo rtância ao s credo res
bancário s, po r mensurar a capacidade de a empresa ho nrar o
serviço da dívida, caracterizado pelas despesas financeiras
pro ven ien t es do endividamento co m terceiro s .

ICJ = Lucro Operacional


Despesas Financeiras Líquidas²

O ICJ considera apenas as despesas financeiras provenientes do


en dividam en to , assim, é uma medida que revela quantas vezes o
lucro o peracio nal co nsegue pagar o valo r de juro s .

5 - ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS - ICJC - REGIME


DE CAIXA

O IC JC t em po r o bjetivo evidenciar a capacidade de ho nrar o


serviço da dívida, assim co mo o IC J, po rém, co nsiderando o s
valo res que efetivamente sensibilizaram o caixa da empresa. N este
sen t ido , sua apuração co nsidera o FC O (Fluxo de C aixa

[²] Despesas Financeiras subtraídas das Receitas Financeiras de aplicações financeiras.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 26


ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Operacio n al) da empresa, extraído da DFC - Demo nstração do Fluxo


de Caixa .

V erifica - se que o IC JC , ao co nsiderar o regime de caixa, é mais


co n servado r quando co mparado ao IC J, que co nsidera número s
apurado s co m base no regime de co mpetência.

ICJ = FCO³
Despesas Financeiras Líquidas

[³] Há autores que consideram o EBITDA.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 27


ÍNDICES DE ESTRUTURA
D E C A P I TA L O U E N D I V I D A M E N T O

A adequada gestão do capital de giro passa pela adequada gestão


do seu endividamento de curto e longo prazo .

Os ín dices de endividamento relacio nam as o rigens de recurso s


en t re si, revelando a po sição entre capital pró prio e capital de
t erceiro s; in dicam o grau de dependência da empresa em relação ao
capit al de t erceiro s .

P o r defin ição , alavancagem é a capacidade de a empresa utilizar


at ivo s o u recurso s a um custo fixo , visando aumentar o reto rno do s
pro priet ário s. Variaçõ es na alavancagem pro vo cam alteraçõ es no
ret o rn o e n o risco da empresa, caracterizado pela incerteza quanto
à capacidade de pagamento de o brigaçõ es fixas.

Há t rês t ipo s de alavancagem: o peracio nal, financeira e co mbinada .

1 - ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Alavan cagem financeira traduz a participação do capital de


t erceiro s n a estrutura de capital da empresa. Quanto mais
alavancada está uma empresa, maio r seu risco financeiro .
Teo ricam en t e o endividamento é po sitivo para uma empresa, desde
que seu cust o seja inferio r ao reto rno pro duzido pela aplicação
desse recurso nas o peraçõ es da empresa.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 28


ÍNDICES DE ESTRUTURA
D E C A P I TA L O U E N D I V I D A M E N T O

Ativo Total (médio)


ALAV =
Patrimônio Líquido (médio)

O ín dice de alavancagem o u leverage , traduzido pela relação entre


o at ivo t o t al e o patrimô nio líquido , revela quantas vezes o ativo da
em presa é m aio r que o seu capital pró prio o u, ainda, quantas vezes
o pat rim ô n io líquido está inserido no ativo to tal. A parcela do ativo
n ão fin an ciada pelo capital pró prio é financiada pelo capital de
t erceiro s .

2 - ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO – IE

O ín dice de endividamento revela a relação entre o capital de


t erceiro s (curto e lo ngo prazo ) e o capital pró prio , po r meio da
seguin t e fó rmula :
Passivo Total (médio)
IE = Patrimônio Líquido (médio)

E m sua in t erpretação , o índice evidencia quanto a empresa tem de


dívida em relação ao capital pró prio ; po r exemplo , se o índice fo r
0,8, significa que para cada R$ 100 de patrimônio líquido a
em presa po ssui uma dívida to tal de R$ 8 0 .

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 29


ÍNDICES DE ESTRUTURA
D E C A P I TA L O U E N D I V I D A M E N T O

3 - ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL – IEG

O ín dice de endividamento geral apura a participação do capital de


t erceiro s so bre o ativo to tal, demo nstrando o grau de dependência
fin an ceira em relação ao s exigíve is to tais (capital de terceiro s de
curt o e lo n go prazo ) da empresa .

IE G = P assivo To tal (médio )


At ivo To tal (médio )

N a in t erpret ação do índice, supo ndo que este seja de 0 ,7 , significa


que a cada
R$ 1 0 0 in vestido s no ativo , R$ 7 0 são de terceiro s e R$ 3 0 são do s
pro priet ário s.

Quan t o m aio r o índice, maio r o endividamento da empresa e, po r


co n seguin t e, maio r o seu risco financeiro (risco de não co nseguir
h o nrar suas o brigaçõ es).

4 - COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO – CE

O índice de composição do endividamento demonstra a política


ado t ada pela empresa quanto à captação de recurso s de terceiro s,
seja n o curt o o u no lo ngo prazo .

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 30


ÍNDICES DE ESTRUTURA
D E C A P I TA L O U E N D I V I D A M E N T O

CE = P a s s iv o C ircu la n t e (m é dio )
Passivo To tal (médio )

O cen ário ideal é que a empresa co nsiga co ncentrar suas


o brigaçõ es n o lo ngo prazo , em especial no s mo mentos de expansão
da at ividade pro dutiva, po rtanto , quanto meno r o índice, melho r.

A co n cent ração das dívidas o nero sas (que geram juro s) no lo ngo
praz o dim in ui o risco da empresa, po is há um tempo maio r para
liquidá - la s.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

Os ín dices de Rentabilidade mo stram a rentabilidade do s capitais


in vest ido s (t erceiro s e pró prio s) na empresa, revelando o nível de
êxit o eco n ômico de sua o peração .

RENTABILIDADE SOBRE VENDAS

Os ín dices de rentabilidade so bre as vendas são deno minado s de


m argem , representando aquilo que so bra para a empresa a partir de
det erm in adas deduçõ es .

1 - MARGEM BRUTA – MB

A m argem bruta surge da relação entre o lucro bruto e as vendas


líquidas da empresa, a partir da seguinte fó rmula :

MB = Lucro Bruto x 100  resultado em percentual


Vendas Líquidas

A margem bruta revela o percentual de reto rno so bre as vendas


apó s a dedução do s respectivo s custo s do s pro duto s o u
m ercado rias vendidas e serviço s prestado s, po dendo ser
in t erpret ada co mo o nível de eficiência o peracio nal da empresa.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 32


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

2 - MARGEM OPERACIONAL – MO

A margem o peracio nal relacio na o lucro o peracio nal e as vendas


líquidas da empresa, o u seja, o desempenho em função do s valo res
ut iliz ado s em suas o peraçõ es no rmais, envo lvendo o s gasto s para
adm in ist rar e co mercializar o s pro duto s, além do s custo s inco rrido s
n o s pro dut o s vendido s, sem co nsiderar as despesas financeiras .

MO = Lucro Operacional x 100  resultado em percentual


Vendas Líquidas

A margem o peracio nal é a so bra da o peração antes da remuneração


do s credo res da empresa (despesa financeira). N o lo ngo prazo , uma
m argem o peracio nal negativa inviabiliza o negó cio .

3 - MARGEM LÍQUIDA – ML

A margem líquida, dada pela relação entre o lucro líquido e a


receit a líquida de vendas, equivale ao s recurso s dispo níveis ao s
acio n ist as; representa o lucro líquido para cada unidade de venda
realiz ada pela empresa.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 33


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

ML = Lucro Líquido x 100  resultado em percentual


Vendas Líquidas

G en ericam ente , o s índices de margem são naturalmente calculados


a part ir da análise vertical da demo nstração do resultado do
exercício .

Os ín dices de rentabilidade so bre o s ativo s traduzem a capacidade


de a em presa gerar reto rno s a partir da utilização destes ativo s na
operação.

4 - RETURN ON ASSETS – ROA

O result ado o btido pelo s ativo s da empresa independe da fo rma


co m o a o peração é financiada, se po r capital pró prio o u capital de
t erceiro s, assim, o ROA surge da relação entre o lucro o peracio nal
an t es das despesas financeiras e o ativo da empresa, sendo :
ROA = Lucro Operacional x 100  resultado em percentual
Ativo total (médio)

O ROA é a t axa de reto rno gerado pelas aplicaçõ es realizadas po r


uma empresa em seus ativos, em um determinado período.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 34


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

5 - RETURN ON INVESTMENT – ROI

O ROI, em um racio cínio similar ao ROA e co mo uma alternativa à


ut iliz ação deste último , mensura a relação entre o lucro líquido e o s
at ivo s da em presa, sendo :

Lucro Líquido
ROI = x 100  resultado em percentual
At ivo to tal (médio )

O ROI é um a medida do po tencial de geração de lucro pela


em presa, a partir do s investimento s realizado s, servindo co mo uma
m edida do desempenho co mparativo da empresa a cada exercício .

N ão o bst an t e ser uma medida de desempenho bastante relevante


para a em presa, é impo rtante ressaltar que seu cálculo po de variar
co n forme o analista, tanto no deno minado r quanto no numerado r .

6 - RETURN ON EQUITY – ROE

O ROE , t am bém co nhecido co mo reto rno so bre o patrimô nio


líquido , é um índice de extrema impo rtância para o acio nista, haja
vista sua capacidade de mensurar o retorno sobre o investimento
feit o pelo s pro prietário s da empresa, po r meio da seguinte fó rmula:

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 35


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

ROE = Lucro Líquido x 100  resultado em percentual


Patrimônio Líquido (médio)

O desempenho do ROE permite um confronto com outras


alt ern at ivas de investimento s, devendo ser co mparado co m a taxa
de ret o rn o m ínima exigi da pelo acio nista, o u seja, a taxa de
o po rt un idade .

7 - TAXA DE RETORNO (ROA) E MARGEM VERSUS GIRO

O ret o rn o so bre o ativo po de ser deco mpo sto em do is elemento s


que co n t ribuem para a sua análise, a saber: margem líquida e giro
do at ivo .

A margem líquida evidencia quanto so bro u de lucro líquido em


relação às vendas, e o giro do ativo evidencia a eficiência de sua
alo cação para a geração de receitas o peracio nais .

A t axa de ret o rno do investimento po de ser o btida po r meio da


m ult iplicação da margem líquida pelo giro do ativo . E mpresas que
ganh am n a margem se beneficiam pelo preço , enquanto empresas
que gan h am no giro vendem grandes quantidades .

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 36


Í N D I C E S D E R E N TA B I L I D A D E

A ren t abilidade da empresa é o btida po r meio da relação entre


preço e quantidade, o u seja, entre lucratividade e giro .

Margem lí quida x gi ro do ativo = TRI (Taxa de Reto rno do


In vest im en t o ).

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 37


EBITDA VERSUS FLUXO
DE CAIXA OPERACIONAL - FCO

E B ITDA é um a sigla em inglês   cujo equivalente em po rtuguês é


LAJIDA .

E arnings L ucros
B efore A ntes de
I nterest, J uros,
T axes, I mpostos,
D epreciation and D epreciação e
A mortization A mortização

O E B TIDA é interpretado co mo po tencial geração de caixa


o peracio n al da empresa; um valo r que estaria dispo nível para
rem un erar o capital de terceiro s e o capital pró prio .

C o n form e estudado no capítulo so bre demo nstração do resultado


do exercício - DRE , o lucro o peracio nal da empresa representa a
“so bra” apó s to das as deduçõ es necessárias à o peração da
em presa, co ntudo , este valo r está baseado no regime de
co m pet ên cia e precisaria ser ajustado ao regime de caixa, para
represen t ar efetivamente o caixa gerado pela o peração . Po r
deco rrên cia, o E B ITDA tenta apro ximar o lucro o peracio nal ao
regim e de caixa, adicio nando o s valo res de depreciação e
am o rt iz ação , po is não representam saída de caixa .

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 38


EBITDA VERSUS FLUXO
DE CAIXA OPERACIONAL - FCO

O cálculo t radicio nal do E B ITDA, co nforme definido po r sua sigla,


part e do lucro líquido e realiza ajustes, po r meio da inclusão o u
exclusão do resultado financeiro ; inclusão do s impo sto s (IRPJ e
C SLL) e da depreciação e amo rtização , co nforme apresentado :

Resultado líquido 9.999


(+/-) Juros (resultado financeiro líquido) 2.222
(+) Impostos (IRPJ/CSLL) 4.444
EBIT (Lucro antes dos juros e impostos) 16.665
(+) Depreciação/amortização 1.111
EBITDA 17.776

V erificam o s assim que o E B ITDA é efetivamente uma métrica


po t en cial de geração de caixa o peracio nal, po is seria necessário o
ajust e das receitas e das despesas do regime de co mpetência ao
regim e de caixa, para ser co nsiderado co mo medida de realização de
caixa .

N est e sen t ido , o fluxo de caixa o peracio nal - FC O cumpre o papel de


represen t ar o caixa gerado na o peração . O FC O parte do lucro
líquido apresentado na DRE , apurado so b o regime de co mpetência,
e realiz a ajustes que expurgam o s efeito s das receitas e despesas
que n ão sen sibilizam o caixa, bem co mo das atividades de
investimento e financiamento, além dos eventos não recorrentes da
em presa, para chegar a um mo vimento financeiro puramente
o peracio n al.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 39


EBITDA VERSUS FLUXO
DE CAIXA OPERACIONAL - FCO

1 - CRÍTICAS AO USO DO EBITDA

O ín dice gan ho u no toriedade entre o s analistas de mercado em


raz ão de sua facilidade de interpretação e cálculo,
co m parat ivamente ao fluxo de caixa o peracio nal - FC O. N ão
o bst an t e, o E B ITDA não é co nsiderado um índice co ntábil, haja vista
s u a f a lt a d e u n ifo rm ida de de c á lculo pe las e mpre sas, que muitas
vez es realiz am ajustes visando apresentar um resultado “mais
at raen t e” frente ao lucro o peracio nal, inviabilizando co mparaçõ es.

Adicionalmente, o EBITDA é bastante utilizado no processo de


avaliação de empresas, bem co mo base para pagamento de
rem un eração variável nas empresas .

O uso do E B ITDA co mo instrumento para avaliar a capacidade de


geração de caixa o peracio nal e de co bertura do serviço da dívida
po de in duz ir a erro s, dentre o s quais destacamo s :

a ) O E B ITDA igno ra as necessidades futuras de capital de giro ;


b ) O E B ITDA não co nsidera a necessidade de reinvestimento
em bens do ativo permanente pela empresa;
c) O E B ITDA é mensurado antes do impo sto de renda e não
considera que tais valores deverão ser desembolsados antes
de pagar dividendo s ao s só cio s;

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 40


EBITDA VERSUS FLUXO
DE CAIXA OPERACIONAL - FCO

d ) O E B ITDA não co nsidera as receitas e despesas não


reco rrentes da empresa .

P o r t o do o expo sto , há auto res que “aco nselham” o abando no do


E B ITDA e, po r co nseguinte, o uso do FC O .

P o r fim , visando co ibir as diversas meto do lo gias de cálculo


ut iliz adas pelas empresas e à melho ra no nível de co mpreensão das
in fo rm açõ es, to rnando - as co mparáveis entre as co mpanhias abertas,
a C o m issão de Valo res Mo biliário s - C VM edito u, em 0 4 / 1 0 / 12, a
instrução Nº 527, que uniformiza o cálculo do lucro operacional
an t es de juro s, impo sto s, depreciação e amo rtização . A empresa está
aut o riz ada a divulgar um E B ITDA ajustado , calculado pela
m et o do lo gia que achar mais adequada, desde que também publiqu e
o cálculo t radicio nal, co nforme previsão do s livro s de finanças (e
aqui co n siderado para efeito s didático s).

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 41


CONCEITOS ADICIONAIS

EBITDA

A t ít ulo de ilustração , apresentamo s a manifestação de empresas em


suas publicaçõ es ao mercado , acerca do E B ITDA :

O EBITDA não é uma medida de desempenho financeiro segundo as


Práticas Contábeis Adotadas no Brasil, IFRS, ou US GAAP, tampouco
deve ser considerado isoladamente, ou como uma alternativa ao
lucro líquido, como medida de desempenho operacional, ou
alternativa aos fluxos de caixa operacionais como medida de
liquidez. De acordo com a Instrução CVM nº 527, de 4 de outubro de
2012, o cálculo do EBITDA não pode excluir quaisquer itens não
recorrentes, não operacionais ou de operações descontinuadas e é
obtido pelo resultado líquido do período, acrescido dos tributos
sobre o lucro, das despesas financeiras líquidas das receitas
financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões .

O EBITDA Ajustado é utilizado como medida adicional de


desempenho das operações e não deve ser utilizado em substituição
aos resultados. O EBITDA Ajustado não é medida de desempenho
financeiro segundo as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil, IFRS
ou US GAAP, tampouco deve ser considerado isoladamente, ou como
uma alternativa ao lucro líquido, como medida de desempenho
operacional, ou alternativa aos fluxos de caixa operacionais como
medida de liquidez.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 42


CONCEITOS ADICIONAIS

O EBITDA ajustado, dessa forma, apresenta limitações que


prejudicam a sua utilização como medida de lucratividade, em razão
de não considerar determinados custos e despesas decorrentes dos
negócios, que poderiam afetar, de maneira significativa, os lucros,
tais como despesas financeiras, tributos, depreciação, ajustes a
valor justo dos ativos biológicos e itens não recorrentes.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 43


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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eco n ôm ico -financeiro . 1 0 . ed. São Paulo : Atlas, 2 0 1 2 .

FIP E C AFI. Manual de contabilidade societária : aplicável a to das as


sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São
P aulo : At las, 2 0 1 0 .

MÁLAG A, F. K. Análise de demonstrativos financeiros e da


performance empresarial - para empresas não financeiras. São Paulo :
Sain t P aul, 2 0 0 9 .

MARION , Jo sé C arlo s. Análise das demonstrações contábeis :


co n t abilidade empresarial. 7 ed. São Paulo : Atlas, 2 0 1 2 .

MARION , Jo sé C arlo s. Contabilidade empresarial . 9 . ed. São Paulo :


At las, 2 0 1 0 .

MATARAZ Z O, Dante C . Análise financeira de balanços : abo rdagem


básica e gerencial. 7 . ed. São Paulo : Atlas, 2 0 1 0.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 44


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

G ITMAN , Lawrence J. Princípios de administração financeira . 1 2 .


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MARION , Jo sé C arlo s. Contabilidade básica . 7 . ed. São Paulo : Atlas,


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SILV A, Jo sé Pereira da. Análise financeira das empresas. 1 2 . ed.


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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 45


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a utor ais e de dire itos de image m e nvolvidos no me smo.

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