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Definição do SUS:
Conjunto de ações e serviços de saúde prestados por Órgãos e Instituições Publica Federais, Estaduais e
Municipais de administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Fazem parte do SUS as
Unidades de Saúde, hospitais – incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros, bancos de sangue, além de
fundações e institutos de pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil.
O SUS deve ser sustentado pelo tripé:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Integralidade: atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
Participação da comunidade através dos conselhos de saúde.
Objetivos:
Princípios Doutrinários:
- Equidade:
Tem relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça. No âmbito do sistema nacional de saúde, se
evidencia, por exemplo, no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais
precisa e menos a quem requer menos cuidados.
Busca-se, com este princípio, reconhecer as diferenças nas condições de vida e saúde e nas necessidades das
pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender a diversidade.
Exemplos práticos de equidade ocorrem freqüentemente nos hospitais, especialmente naqueles nos quais se
implantou a classificação de risco, onde a prioridade no atendimento é definida por critérios combinados de ordem de
chegada, urgência e gravidade.
O princípio da equidade também norteia políticas de saúde, reconhecendo necessidades de grupos específicos e
atuando para reduzir o impacto dos determinantes sociais da saúde aos quais estão submetidos.
Neste sentido, no Brasil, existem programas de saúde em acordo com a pluralidade da população, contemplando
as populações do campo e da floresta, negros, ciganos, pessoas em situação de rua, idosos, pessoas com deficiência,
entre outros.
-Integralidade:
Está presente tanto nas discussões quanto nas práticas na área da saúde e está relacionada à condição integral,
e não parcial, de compreensão do ser humano. Ou seja: o sistema de saúde deve estar preparado para ouvir o usuário,
entendê-lo inserido em seu contexto social e, a partir daí, atender às demandas e necessidades desta pessoa.
Pela perspectiva dos usuários, a ação integral em saúde tem sido freqüentemente associada ao tratamento
respeitoso, digno, com qualidade e acolhimento. Por isso, este valor paira como uma orientação geral nos serviços de
saúde, já que o Estado tem o dever de oferecer um “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais”, como oficializou a Constituição Federal de 1988.
Promoção: através de ações que busquem eliminar ou controlar as causas das doenças e agravos, ou seja, o que
determina ou condiciona o aparecimento de casos. São exemplos de ações: educação em saúde, bons padrões
de alimentação e nutrição, adoção de estilos de vida saudáveis, uso adequado e desenvolvimento de aptidões e
capacidades, aconselhamentos específicos, como os de cunho genético e sexual. Através dessas ações, são
estimuladas as práticas da ginástica e outros exercícios físicos, os hábitos de higiene pessoal, domiciliar e
ambiental e, em contrapartida, desestimulados o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo, o consumo de drogas,
a promiscuidade sexual. No desenvolvimento dessas ações devem ser utilizados, de forma programática e
sistemática, com emprego de linguagem adequada ao público-alvo, os diferentes meios e veículos disponíveis de
comunicação ao alcance da comunidade: cartazes, rádio, jornal, televisão, alto-falantes, palestras e debates em
escolas, associações de bairro, igrejas, empresas, clubes de serviço e lazer, dentre outros.
Proteção: através de ações específicas para prevenir riscos e exposições às doenças, ou seja, para manter o
estado de saúde, como por exemplo: vigilância epidemiológica, vacinações, saneamento básico, vigilância
sanitária, exames médicos e odontológicos periódicos, entre outros.
- As ações de tratamento da água para evitar a cólera e outras doenças;
- Prevenção de complicação da gravidez, parto e do puerpério;
- Imunizações
- Prevenção de doenças transmitidas pelo sexo - DST e AIDS;
- Prevenção da cárie dental;
- Prevenção de doenças contraídas no trabalho;
- Prevenção de câncer de mama, de próstata, de pulmão (combate ao fumo)
- Controle da qualidade do sangue, etc.
Recuperação: desenvolvida através de ações que evitem as mortes das pessoas doentes e as sequelas; são as
ações que já atuam sobre os danos.
- Atendimento médico ambulatorial básico e especializado;
- Atendimento às urgências e emergências;
- Atendimento odontológico;
- Internações hospitalares;
- Reabilitação física.
- Universalidade:
Determina que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações
e serviços de saúde.
A adoção desse princípio fundamental, a partir da Constituição Federal de 1988, representou uma grande
conquista democrática, que transformou a saúde em direito de todos e dever do Estado.
Antes do SUS, apenas pessoas com vínculo formal de trabalho (carteira assinada) ou que estavam vinculadas à
previdência social poderiam dispor dos serviços públicos de saúde. A opção para as demais pessoas era pagar pelos
serviços privados.
Princípios Organizativos:
- Regionalização e Hierarquização:
Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada
área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser
atendida.
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando
unificado dos mesmos.
Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que
façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
- Participação Popular:
A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
-Municípios:
São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde no âmbito do seu território.
O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O município
formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e
estaduais de saúde.
Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal. Pode estabelecer
parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno de sua população, para procedimentos de
complexidade que estejam acima daqueles que pode oferecer.
Hoje, mais de 30 anos depois da Constituição e da criação do SUS, embora o sistema sofra problemas financeiros,
políticos e administrativos, prevalece a idéia de que o SUS é para todos os brasileiros e muitas políticas públicas
floresceram a partir dessa visão.
Alguns dos serviços mais conhecidos do SUS são a Farmácia Popular, Melhor em Casa – Assistência Domiciliar
(para pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-
cirúrgica, por exemplo), Centro de Testagem e Acolhimento (CTA) – DST/AIDS, SAMU – Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o calendário de vacinação.