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Vida de Maria e a Vida é uma festa sob a perspectiva de Orientação Vocacional

Profissional

Vida de Maria é um curta-metragem, lançado no ano de 2006, o mesmo começa


a história de uma menina de aproximadamente 5 anos chamada Maria José, todo o
enredo do filme acontece no sertão nordestino. Enquanto a criança começa a fazer os
primeiros traços do alfabeto e a exercitar a caligrafia, ela é interrompida pelos chamados
da mãe que a convoca para ajudá-la nas tarefas da casa. A menina que começava a fazer
os primeiros contornos do seu nome no papel, é interrompida e deixa a tarefa em que se
dedicava para atender as ordens da mãe.
Ao iniciar o filme é possível notar o olhar sonhador e a alegria da criança
enquanto se dedicava com prazer a escrever o nome, mas que é obrigada por sua
responsável a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos e
trabalhar no serviço pesado para ajudar no sustento da família que é numerosa. No
desenrolar do filmes a garota cresce, casa, tem filhos e envelhece. Tristemente o ciclo
continua a ser reproduzido nas outras Marias suas filhas, netas e bisnetas.
São apresentadas no filme imagens que mostram uma semelhança muito grande
com a realidade, traços bem parecidos com o real onde vemos crianças que tem sua
infância interrompida, muitas vezes para ajudar a família a sobreviver, infância essa
resumida a poucos recursos e a más condições de vida.
A Maria do filme mostra satisfação em apenas escrever seu primeiro nome, o
momento em que sua mãe lhe chama a atenção dizendo: “Não perca tempo
“desenhando” seu nome! ”, é tirado o seu futuro de ser uma pessoa diferente de sua
mãe, que não tem uma visão do futuro, querendo dar à filha a mesma criação que teve
num processo de reprodução sem mudanças de suas perspectivas por comodismo.
O filme retratou como o indivíduo em formação internaliza os eventos e as
experiências vividas na infância e como são determinantes para formação daquela
pessoa na vida adulta. No filme a menina Maria foi arrancada do seu mundo lúdico,
quando sua mãe a repreende por estar escrevendo, ela corta da vida da filha os sonhos,
os objetivos de uma vida melhor.
Em consonância com o Vida de Maria a temática do filme Viva - A vida é uma
festa também faz uma abordagem semelhante. Durante o longa metragem vamos
perceber que Miguel, personagem principal, é um pré-adolescente de 12 anos que deseja
muito ser um músico famoso, mas ele precisa lidar com sua família que desaprova seu
sonho. Determinado a conquistar os seus sonhos, ele acaba desencadeando uma série de
eventos ligados a um mistério de 100 anos. A aventura contada no filme é passada
numa pequena aldeia rural do interior do México.
Tudo começa com a triste história da trisavó do protagonista Miguel, que é
abandonada pelo então marido. O trisavô de Miguel queria ser artista e largou tudo - a
casa, a família - para viver o seu grande sonho pessoal: ser cantor.
Desde esse fatídico evento, a música vinha sendo banida por gerações na grande
família Rivera, que passou a viver da fabricação de sapatos. A proibição era tão séria
que envolvia tanto tocar quanto ouvir música.
Tudo muda, no entanto, com o amadurecimento do menino Miguel, que desde
cedo demonstra ser apaixonado pelo universo das canções. O sonho de Miguel é virar
um grande músico e o jovem menino resolve correr atrás do seu maior ideal. Miguel
toma coragem e participa, a revelia da família, do concurso de talento do Día de Los
Muertos. Vale sublinhar como esse dia é fundamental para a cultura mexicana, que
acredita que os homenageados pelos vivos voltam para visitar, naquele dia, os seus
entes queridos na Terra. Para que os mortos recebam esse "passe", é preciso que algum
vivo se lembre do falecido.
Para participar do concurso de talento do Día de Los Muertos, o garoto precisa
de um instrumento e, por isso, se vê obrigado a roubar um violão no túmulo de Ernesto
de la Cruz, o seu maior ídolo musical. O furto faz com que Miguel, junto com o seu fiel
cão Dante, acidentalmente seja transportado para a Terra dos Mortos.
Caminhando nessa via paralela de informações dos filmes, nós nos deparamos
com a importância da orientação familiar, do incentivo e estimulo que crianças e
adolescente necessitam nessa esfera tão importante na vida de todo cidadão brasileiro
que é a escolarização.
A escolha de uma profissão nem sempre foi algo que preocupasse a humanidade.
Nossos ancestrais se organizavam com o objetivo de manter a sobrevivência da espécie.
Como o trabalho realizado era praticamente os mesmos para todos, não havia a
necessidade de organizarem-se em hierarquias (OLIVEIRA, 2009) é o que notamos no
caso de “Vida de Maria” – que ao longo do curta metragem. As atividades que eram
realizadas naquela época estavam baseadas na caça, na pesca e no plantio dos alimentos
(KRAWULSKI, 1998). Com o tempo o trabalho foi mudando de configuração e
começou a ser passado de geração para geração, quem definia a futura vida profissional
era a família de origem de cada cidadão. O trabalho era pouco valorizado perante a
sociedade e era visto como algo árduo, as atividades não dependiam das escolhas e sim
de sua origem social (OLIVEIRA, 2006).
Atualmente, notamos os nossos adolescentes indecisos sobre suas escolhas e
alguns deles sem perspectiva. No entanto Silva, Lassance e Soares (2004) salientam que
é muito importante proporcionar Orientação Profissional aos jovens. Há várias formas
de buscar capacitações, podendo ser oferecidas por órgãos públicos ou privados, o
tempo de duração também é variável de acordo com cada proposta oferecida. É
importante expor aos jovens que eles precisam se preparar para um mundo que exige
diversas habilidades das pessoas, que é preciso buscar um equilíbrio entre a vida
profissional e pessoal e que o aprendizado é continuo (SILVA, NOCE E ANDRADE,
2003). E incentivá-los a buscar correr atrás dos seus sonhos como no filme “Viva- A
vida é uma festa”.

REFERÊNCIA:

OLIVEIRA, Alessandro dos Santos.Os sentidos da escolha da profissão, por jovens de


baixa renda: um estudo em psicologia sócio-histórico. Dissertação (Mestrado).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009.

OLIVEIRA, Liara Rodrigues de. Os significados do trabalho para a juventude – um


estudo sócio-histórico com adolescentes ricos. Dissertação (Mestrado). Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2011.

SILVA, André Luiz Picolli da; SOARES, Dulce Helena Penna. A orientação
profissional como rito preliminar de passagem: sua importância clínica. 2001.
Psicologia e Estudos. v.6 n.2 Maringá July/á July/Dec. 2001

SILVA, Lucy Leal Melo; LASSANCE, Maria Célia; SOARES, Dulce Helena Penna. A
Orientação Profissional no contexto da Educação e Trabalho. 2004. Revista Brasileira
de Orientação Profissional. pp 31-52.
SILVA, Lucy Leal Melo; NOCE Mariana Araújo; ANDRADE, Patrícia Pasqua.
2003.Interesses em adolescentes que procuram orientação profissional. Disponível em: .
Acesso em: 09 jun. 2012.

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