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1º-Generalidades:
A importância dos ácidos graxos essenciais na dieta humana foi assunto de grande interesse nas
décadas passadas.Alimentação balanceada é de fundamental importância na prevenção e no
tratamento de doenças. Por isso, existem várias pesquisas mostrando os efeitos benéficos que os
alimentos trazem para o ser humano. O ômega 3 é um tipo de gordura muito benéfica para a
circulação, cujos benefícios vem sendo pesquisados desde a década de 70, e hoje já são fatos
confirmados.Essa gordura não é produzida pelo organismo humano portanto, deve ser fornecida
através da alimentação. O consumo freqüente de alimentos ricos em ômega 3 reduzem os níveis
de colesterol e triglicerídios no sangue, e também a pressão arterial. Estes ácidos que contém
duas ou mais insaturações são chamados poliinsaturados e representados por símbolos
numéricos, como C18:2 (9,12) que representa o ácido linoléico e o C18:3 (9,12,15), o ácido ?-
linolênico, sendo que o número justaposto ao símbolo C indica o número de átomos de carbono e o
segundo número, a quantidade de duplas ligações. A posição da ligação dupla na cadeia
hidrocarbonada é indicada entre parênteses, pela identificação do átomo de carbono mais próximo
da carboxila implicado na respectiva insaturação. Os ácidos graxos também podem ser divididos
em famílias ou séries, dependendo da localização da última ligação dupla em relação ao seu
grupamento metílico terminal: família ômega-6 (?6) representada pelo ácido linoléico e a família
ômega-3 (?3), pelo ácido ?-linolênico.Esses dois tipos de ácidos graxos são chamados essenciais
porque não podem ser sintetizados pelo organismo humano e devem ser fornecidos através da
dieta. Após a ingestão, os ácidos graxos, uma vez absorvidos por células e tecidos, podem ser
dessaturados e alongados a outros ácidos poliinsaturados de cadeia longa. Os processos de
alongação e dessaturação do ácidos linoléico e ?-linolênico ocorrem nos animais e,
vagarosamente, nos homens originando diversos metabólitos. As experiências e descobertas
recentes acerca dos ácidos graxos poliinsaturados, tiveram início em 1918, quando cientistas
descobriram a partir de experiências com animais, que algumas gorduras podem ser essenciais a
um crescimento saudável. Na década de 20 o principio ativo dessa gordura foi classificado como
uma vitamina, a "vitamina F", e na década de 30 pela primeira vez, os cientistas começaram a
pesquisar grupos de esquimós que habitavam a região da antártica. Neles foi constatada a
ausência de casos de arteriosclerose. Paralelamente a novas descobertas envolvendo os
componentes ativos dos ácidos graxos de vegetais e peixes(ácido eicosapentaenóico,EPA e o
ácido docosahexaenóico - DHA), a relação entre hábitos alimentares e condições de saúde dos
povos esquimós continuou a ser estudada. Ela ajudaria a comprovar que a cultura alimentar de um
povo é tão importante quanto o fator genético para o surgimento ou não de determinadas doenças.
O efeito protetor contra processos envolvidos na aterosclerose pode estar relacionado ao efeito
inibitório de antioxidantes sobre a síntese de prostaglandinas e leucotrienos, reduzindo assim a
agregação plaquetária e tendência trombótica. Os ácidos graxos poliinsaturados atuam na redução
da coagulação sangüínea ; na redução da pressão sangüínea. Atualmente foram lançadas RDA-
orientando que pequenas quantidades de acido linoléico devem estar presentes na dieta para
manter a saúde e em futuro próximo deverá ser considerada uma recomendação de estimativa de
ingestão diária para ácidos ômega 3. O estado de estresse oxidativo na camada intima da artéria é
determinado pelo balanço dinâmico entre a formação de oxidantes, e a efetividade e
disponibilidade dos vários sistemas antioxidantes. Os ácidos graxos essenciais tem como função a
modulação da estrutura da membranas, formação de eicosamoides que vão funcionar como
hormônios locais, controle da impermeabilidade de diversos tecidos celulares à água e a regulação
do transporte de colesterol. Estudos clínicos de diversas partes do mundo demonstraram a
importância do ômega 3 na reduçãodos níveis de triglicérides e colesterol do sangue. Além disso o
DHA mostrou-se essencial no desenvolvimento do cérebro e da retina do recém nascidos, daí sua
importância também na dieta infantil. O consumo de compostos antioxidantes presente nos
alimentos é um fator importante na prevenção de doenças cardiovasculares e crônico ,
degenerativas . A degeneração funcional das células do corpo durante o envelhecimento
parece,contribuir para estas doenças.O efeito protetor contra processos envolvidos na
aterosclerose pode estar relacionado ao efeito inibitório de antioxidantes sobre a síntese de
prostaglandinas e leucotrienos, reduzindo assim a agregação plaquetária e tendência trombótica.O
ômega 3 possui papel significativo contra os agressores das macromoléculas como DNA,
proteínas, lipídeos e lipoproteínas.A revisão da literatura pertinente sugerem que o manuseio da
inflamação intestinal com nutrientes com ômega 3, apresenta perspectivas interessantes e
promissoras. Os dados iniciais sugerem que a provisão parenteral de ômega 3 seria indicação
melhor nas colites agudas do que o suprimento enteral para impedir a reativação de doença
quiescente. Nas investigações atuais, pode-se concluir que o ômega 3, modifica as manifestações
inflamatórias da colite. Por outro lado, o Omega 3 associado com o ômega 6, determina grande
impacto benéfico, atenuando as conseqüências morfológicas e inflamatórias e diminuindo as
concentrações teciduais de eicosanóides pró-inflamatórios. Pesquisas recentes tem demonstrado o
efeito antiinflamatório do Omega 3 principalmente por inibir as prostaglandinas e os leucotrienos,
principalmente o B4, que estimula a formação de radicais livres nas articulações comprometidas. A
utilização do ômega 3 em uma dieta balanceada é eficiente e com excelentes resultados em
patologia como: artrite reumatóidea, psoriase, colesterolemia e em diversos quadros inflamatórios.
A aterosclerose é uma doença a nível arterial caracterizada pelo espessamento da camada intima,
ou seja a camada mais interna desse vaso, onde a hiperplasia ocorre devido aos fatores de
crescimento derivados das plaquetas e de outras células das paredes arteriais. A aterogênese está
relacionada com células que se alteram pela internalização de lipídeos provenientes das
lipoproteínas. A incorporação dos lipídeos de forma excessiva pelas células, ocorre devido a uma
via alternativa de captação, uma vez que os receptores para lipoproteínas na superfície celular
possuem um mecanismo de controle da entrada de lipoproteínas. O ômega 3 como provoca a
diminuição do colesterol LDL (colesterol ruim) e aumento de HDL (colesterol bom) com certeza terá
um efeito benéfico na presenção de doenças arteriais.A homocisteina é uma substancia que
provoca microlesões na luz dos vasos arteriais, que facilita o deposito de gorduras circulantes,
formando a placa de gordura que após receber o cálcio se transforma em uma placa
arterioesclerótica. A homocisteina é tão importante para o sistema circulatório que podemos dosar
a homocisteína para checar o risco de doenças arteriais. O ômega 3 tem uma ação na redução da
homocisteina diminuindo desta maneira os riscos vasculares. A credita-se que o efeito protetor seja
a nível das prostaglandinas, que promoveriam a diminuição dos tromboxanos que são os
estimuladores da coagulação sangüínea. Quanto ao mal de Alzheimer, existem realmente alguns
trabalhos em andamento que utilizam o Omega 3 associado com vitamina E e dietoterapia.Evitam
doenças cardiovasculares, evitam psoriase, hipertensão arterial, indicado no tratamento de artrite e
outras doenças de pele, no reforço imunológico,etc.
1º-Estudos comprovam efeitos benéficos dos peixes para o coração Chicago (EUA)-
Pessoas que sofrem de doenças do coração podem reduzir o risco de um ataque cardíaco fatal
comendo uma porção diária de salmão ou outro peixe de carne oleosa, ou ainda ingerindo um
suplemento diário de óleo de peixe, recomendaram autoridades em cardiologia.As recomendações
da Associação Americana do Coração, divulgadas no encontro anual da instituição, em Chicago,
se constituem na primeira vez em que o grupo apóia o uso de um suplemento nutricional como
forma de melhorar a saúde do coração. Estudos atuais sugerem que os componentes do óleo de
peixe, os chamados ácidos gordurosos ômega-3, podem salvar as vidas de pessoas que sofrem do
coração.
Temos evidências de que, se pacientes cardiopatas consumirem cerca de um grama da substância
por dia, os seus índices de sobrevivência melhoram e eles têm menos ataques cardíacos, afirma
Penny Kris-Etherton, da Universidade do Estado da Pensilvânia, a principal autora do relatório da
Associação Americana do Coração. O organismo de certas pessoas não aceita peixe, outras não
gostam desse alimento e há ainda aqueles indivíduos que moram em regiões onde não é possível
encontrar pescados, diz ela. Essas pessoas deveriam pensar em ingerir um suplemento de acordo
com orientações médicas.A Associação Americana do Coração também mencionou pesquisas
recentes que indicam que até mesmo aqueles indivíduos que possuem corações sadios podem se
beneficiar de uma dieta rica em peixes como salmão, enchova, cavala e espadarte. Um estudo
conduzido com 22.071 médicos, o chamado de Estudo da Saúde dos Médicos, sugeriu que o
consumo de peixe pode reduzir o risco de um indivíduo sofrer um ataque cardíaco em 80%. Um
estudo paralelo, o Estudo da Saúde das Enfermeiras, revelou que os ácidos gordurosos ômega-3
podem reduzir o risco de as mulheres morrerem do coração em 33% .Peixes gordurosos podem
conter níveis significativos de mercúrio, o que não representa risco para a maioria dos adultos que
têm uma dieta balanceada, mas o governo recomenda que algumas mulheres tomem precauções.
Mulheres que estão ou podem ficar grávidas devem evitar comer mais do que 170 gramas de peixe
por semana. Mulheres grávidas ou que estão amamentando, assim como bebês, não devem comer
cação (tubarão), espadarte, cavala ou pargo.
5º-Ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa ômega-3 -Vários levantamentos feitos com base
em várias populações sugeriram que um consumo regular de peixe gorduroso resulta em uma
redução acentuada de mortes devido a infarto do miocárdio (Kromhout, 1998; Dolocek, 1991;
Siscovick, 1995). Parece provável que esta redução deva-se a uma queda significativa da
incidência de fibrilação ventricular sustentada, arritmia cardíaca e morte súbita (Kang, 1996, Albert,
1998). Este efeito foi atribuído aos ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa, ácido
eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA). Intervenções-Um ensaio englobando
dieta e re-infarto (Burr, 1989) demonstrou que doses relativamente baixas de ômega-3 (2,3 g / por
semana) reduziram a mortalidade da doença cardiovascular em um grupo de pessoas que
sobreviveram a infarto do miocárdio.Um estudo prospectivo recente, com pacientes apresentando
infarto agudo do miocárdio, demonstrou que a complementação com uma dose baixa de óleo de
peixe (1,08 g/dia de ômega-3) e óleo de semente de mostarda [2,9 g/dia de ácido alfa-linoléico
(ALA)] por 1 ano foi associado a uma redução significativa na incidência de eventos cardíacos
(Singh, 1997). Neste estudo, o número total de mortes cardíacas foi significativamente reduzido
pelo óleo de peixe mas não pelo suplemento de óleo de semente de mostarda, ilustrando, assim,
que o e o de cadeia longa ômega-3 têm níveis diferentes de eficácia nutricional.Em um estudo
GISSI recentemente publicado (Marchioli, 1999), mais de 10.000 sobreviventes de infarto do
miocárdio foram tratados durante 3,5 anos, em média, com 1g/dia de + . Os pacientes que
receberam o óleo de peixe apresentaram uma redução marcante, de morte cardíaca e súbita, de
45% (relativa) e 1,6% (absoluta).Modificação do fator de riscoA doença cardiovascular tem uma
etiologia de fatores múltiplos, como ilustrado pela existência de numerosos indicadores de risco. O
que se segue pode ser modificado, de maneira benéfica, pelo ômega-3.Há uma relação funcional
entre a ingestão de ômega-3 e as concentrações de triacilglicerol no plasma (TAG). Nos seres
humanos, o ômega-3 exerce um efeito hipotrigliceridêmico consistente, que depende da dose e é
persistente. Em uma análise recente de setenta e dois estudos, controlados por placebo, com os
pacientes recebendo complementos de e em quantidades variando de 1,0 - 7,0 g/dia por, pelo
menos 2 semanas, as concentrações de TAG no plasma foram consistentemente reduzidas em 25-
30% (Harris, 1996). Colesterol LDL E HDL -O efeito do ômega-3 nos níveis totais de colesterol,
bem como no colesterol LDL e HDL, entretanto, é mínimo (Harris, 1996). Pressão sanguínea
elevada - A ingestão de ômega-3 marinho reduz a pressão sanguínea em pessoas hipertensas e,
com menor freqüência, em pessoas com pressão normal (Appel, 1993; Morris 1993). Trombose
arterial -A trombose arterial, incluindo as plaquetas, funções dos eritrócitos e do endotélio,
coagulação e fibrinólise, contribui para causar CVD (doença cardiovascular) e
complicações.Plaquetas A ingestão prolongada de ômega-3 inibe a agregação de plaquetas
(Tremoli, 1995). Eritrócitos
O ômega-3 demonstrou aumentar a deformabilidade das células vermelhas do sangue e a reduzir
a agregação (Ernst, 1989), reduzindo, assim, a viscosidade do sangue. Função Endotelial -O
ômega-3 modula a resposta da célula do endotélio para as citocinas (De Caterina, 1995) e restaura
a função endotelial deficiente [complacência dos vasos (Chin, 1994)]. Estes conceitos oferecem
uma explicação altamente plausível para os efeitos do ômega-3 nas fases iniciais da aterosclerose.
Coagulação O ômega-3 reduz a tendência trombótica através da diminuição dos níveis de
fibrinogênio no plasma (Saynor, 1995). Concluindo, o ômega-3 é reconhecido como sendo um
nutriente cardioprotetor. Os efeitos cardioprotetores do ômega-3 parecem dever-se, principalmente,
a uma combinação de efeitos nos seguintes parâmetros de risco à saúde
cardiovascular:diminuição do triglicéridos no sangue, prevenção de batimento cardíaco irregular
(antiarritmia), diminuição da pressão sanguínea,
redução da agregação das plaquetas e aumento da fluidez do sangue.
6º-Ácidos graxos de óleo de peixe combatem morte súbita devido às arritmias -American Heart
Association-
Suplementos diários de ácidos graxos encontrados no óleo de peixe diminuem pela metade o risco
de morte súbita em sobreviventes de ataque cardíaco, afirma artigo publicado na edição de 9 de
abril da revista Circulation: periódico da American Heart Association (Associação Americana do
Coração). Pesquisas anteriores encontraram que a ingetão de peixes ricos em óleo, como a tuna e
o salmão, podem reduzir o risco de parada cardíaca súbita causada por um tipo particular de
arritmia. Esse estudo sugere que suplementos de óleo de peixe, ainda mais que a injesta dietética
de peixe, poderia ser uma terapia sem efeitos colaterais para pacientes cardiopatas. O achado vem
de analises dos dados do estudo GISSI-Prevenzionel. Este estudo encontrou que 1 grama diário
de ácidos graxos poliinsaturado n-3 (PUFA) - encontrado em óleo de peixe e também conhecido
como ômega-3 - reduziu significantemente o risco global de morte e morte súbita em pessoas que
sofreram ataques cardíacos. Os benefícios não foram devidos a alterações nos níveis de colesterol
ou por reduzir a coagulação sanguínea potencialmente fatal. A nova análise revela que o indíce de
mortalidade mais baixo para os pacientes PUFA n-3, comparados com pacientes que receberam
placebo, resultaram grandemente da redução de 42 % da morte súbita do coração, em um
acompanhamento de 3 meses. "Foi surpresa, " diz autor Roberto Marchioli, M.D., chefe do
laboratório de epidemiologia clínica no Consorzio Mario Negri Sud, um intituto de pesquisa
agradecendo ao instituto Santa Maria Imbaro, Itália. "O risco de morte, e morte súbita, é maior nos
primeiros mêses após o ataque cardíaco. É exatamente neste período que o efeito sobre morte
súbita foi notado." A análise também mostra que os benefícios preventivos do n-3 PUFA é
provavelmente devido a redução dos episódios de batimentos irregulares potencialmente fatais,
chamados de arritmias. Cerca de 250.00 pessoas nos Estados Unidos morrem a cada ano
doenças coronarianas sem chegarem vivas aos hospitais. Muitas dessas mortes são devidas a
morte súbita causada por uma arritmia. "Esse estudo é importante porque não há realmente uma
terapia efetiva para as arritmias," disse Alexander Leaf, médico, professor na Escola Médica de
Harvard em Boston, que escreveu um editorial sobre os novos achados.
Os pesquisadores italianos assinalam que os participantes do estudo alimentam-se de uma dieta
típica mediterrânea - rica em frutas, vegetais, azeite de oliva e peixe. Ainda, à despeito da mesma
dieta saudável, aquele grupo que recebeu suplementos de n-3 PUFA teve menor ocorrência de
morte súbita do que aquele que não recebeu a suplementação. N-3 PUFA são ácidos graxos
essenciais - o organismo precisa deles para funcionar corretamente, mas não os fabrica. Seres
humanos precisam obtê-los da dieta, que no caso do N-3 PUFA significa comer peixe, como
salmão ou tuna. No estudo GISSI-Prevenzione, os pesquisadores listaram 11.323 pacientes
através da Itália que tinham sofrido ataque cardíaco recente e diviram-nos aleatóriamente em 4
grupos. Além do tratamento médico padrão e do aconselhamento para um estilo de vida
compatível com sua condição, 2.835 participantes receberam 1 grama de n-3 PUFA diariamente
(equivalente a uma refeição de peixe gordo), 2.830 tomaram 300 mg de vitamina E por dia, outros
2.830 receberam os dois e os restantes 2.838 pacientes receberam placebo (medicação
fantasia).Nesta nova análise, Marchioli e seus colegas encontraram que em 3 meses, pacientes
tratados com n-3 PUFA tiveram significantemente menos mortalidade que aqueles que não
tomaram o suplemento (1,1% vs 1,6%). No final do estudo em 42 meses de acompanhamento, a
mortalidade era de 8,4% para aqueles que receberam n-3 PUFA e 9,8% para aqueles que não
receberam.A redução no risco de morte súbita com o tratamento de n-3 PUFA foi quase
significante em 3 meses (0,5% contra 0,7% daqueles que não receberam o suplemento). No final
do estudo aos 42 meses, o risco de morte súbita era de 2% para aquelas pessoas que receberam
n-3 PUFA, contra 2.7% para os que não receberam.Como o n-3 PUFA protege o coração ainda
não é sabido. Contudo, Leaf e seus colegas mostraram que os ácidos graxos desempenham
importante papel na regulação da atividade elétrica das células do coração. "Eles estabilizam estas
células de forma que elas tornam-se muito resistentes às arritmias," diz ele. Leaf também destaca
que esses achados suportam a teoria de que um desequilíbrio no n-3 PUFA e ácidos graxos n-6
PUFA promove arritmias. Ele sugere que adicionando n-3 PUFA à uma dieta já saudável, enquanto
se reduz o n-6 PUFA (que é abundante em óleos vegetais de cozinhar, como óleos de milho,
girassol e cânola), melhora a proporção dos dois tipos de ácidos graxos, e assim, reduz o risco de
morte súbita. Marchioli enfatiza que os achados deste estudo precisam ser confirmados. A
Associação Americana do Coração não recomenda suplementos de óleo de peixe (cápsulas) e não
recomendará até que haja evidências fortes de que eles beneficiem a saúde cardiovascular de uma
forma geral.Ao invés, esta associação recomenda o consumo de duas porções de peixe duas
vezes por semana. Peixe é uma boa fonte de proteínas sem o excesso de gordura saturada
encontrada em outras carnes.
10º-Óleo de peixe reduz progressão de doença renal -Journal of the American Society of
Nephrology.
Uma dose diária de óleo de peixe diminui a progressão da IgA nefropatia, doença renal
relativamente comum com conseqüências potencialmente sérias. Um estudo anterior da Mayo
Clinic demonstrou que, após dois anos, pessoas que consumiram o óleo de peixe apresentavam
funções renais significativamente melhores, com a minoria dos indivíduos apresentando avanços
da disfunção renal. Um artigo recente do Journal of the American Society of Nephrology, indica que
tais benefícios continuam ao longo do tempo. Os pesquisadores acompanharam todos os 106
participantes, em média, por mais de 6 anos. O grupo que ingeriu óleo de peixe apresentou melhor
desempenho na função renal de produzir excreções e na função contra a deficiência dos rins.
11º-Óleo de peixe pode aliviar sintomas da depressão -Archives of General Psychiatry 2002;
Suplementos diários de ácido graxo ômega-3 -- encontrado no peixe e óleo de peixe -- podem
ajudar a aliviar os sintomas de depressão em pacientes que não respondem aos antidepressivos,
indica um novo estudo.Malcolm Peet, do Hospital Swallownest Court, em Sheffield (Inglaterra) e
um colega verificaram que pacientes deprimidos que receberam uma dose diária de 1 grama do
ácido graxo ômega-3, durante 12 semanas, tiveram redução de sintomas como tristeza, ansiedade
e problemas no sono.O único efeito colateral do tratamento pareceu ser problemas
gastrointestinais. Para Peet e David F. Horrobin, da empresa Laxdale Research, em Stirling
(Escócia), esses problemas foram "moderados".
Todos os pacientes experimentaram outros medicamentos antes da participação nesse estudo,
incluindo os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, como Prozac, e um grupo de
remédios mais antigos, chamados antidepressivos tricíclicos. Os dois tipos são considerados
tratamentos-padrão para a depressão.Essa não é a primeira pesquisa a sugerir que os ácidos
graxos ômega-3, como o ácido eicosapentanóico (EPA) usado nesse experimento, podem ajudar
pacientes com distúrbios psiquiátricos.
Pesquisas anteriores indicaram que o equilíbrio dos ácidos graxos ômega-3 no cérebro poderia ser
perturbado em pessoas com depressão. Outros estudos demonstraram que suplementos com óleo
de peixe podem ajudar a aliviar os sintomas de esquizofrenia e distúrbio bipolar.Além disso,
pesquisadores verificaram que pessoas deprimidas ou afetadas por doenças cardiovasculares e
outros problemas relacionados à depressão têm níveis sanguíneos relativamente baixos de ácidos
graxos ômega-3.No novo estudo, publicado na edição de outubro do Archives of General
Psychiatry, a equipe pediu que 70 pacientes deprimidos não beneficiados por tratamentos
anteriores tomassem uma dose diária de 1, 2, ou 4 gramas de EPA ou placebo, durante 12
semanas.Os pesquisadores verificaram que o grupo que recebeu uma dose diária de 1 grama de
EPA apresentou melhora em todos os aspectos medidos da depressão, incluindo tristeza,
ansiedade, libido baixa e tendência suicida. No grupo tratado com dose de 1 grama diária, 69 por
cento dos pacientes tiveram uma redução de 50 por cento dos sintomas de depressão,
comparados a 25 por cento do grupo do placebo."O efeito da forma de EPA usada no estudo é
aplicado a todos os componentes importantes da síndrome depressiva, sendo verificado
igualmente na avaliação do paciente e do médico", observou a equipe.Peet e Horrobin não
observaram nenhuma melhora nos pacientes que receberam doses maiores de ácidos graxos,
comparados ao grupo do placebo. Eles acreditam que o resultado pode estar associado ao
pequeno número de pessoas no grupo de 2 ou 4 gramas diárias.
"Mesmo que tenha existido uma tendência significativa de eficácia no grupo da dose diária de 4
gramas, estudos maiores seriam necessários para elucidar possíveis efeitos benéficos de
dosagens maiores", observaram os autores.
13º-Infusão de n-3 (omega-3) pode tratar dermatite atópica e psoríase- JPEN-A literatura científica
internacional vem apontando, há alguns anos, a participação dos ácidos graxos n-3 (ou ômega 3)
na mediação inflamatória de doenças de pele, entre elas a dermatite atópica e a psoríase. Estudos
em imunonutrição com administração oral de ácidos graxos n-3 mostraram resultados
contraditórios em dermatites. Pesquisadores alemães decidiram, então, investigar se a infusão
intravenosa desses lipídios poderia levar a melhores resultados e realizaram estudo prospectivo
em que fórmula parenteral com ácidos graxos n-3 ajudou a melhorar quadros agudos de dermatite
atópica em pacientes hospitalizados, embora os resultados não fossem duradouros. O trabalho
incluiu 22 pacientes internados por causa de dermatite grave ou moderada, com pelo menos 10%
da área total do corpo envolvida e que não estavam sob outro tratamento. Eles receberam
aleatoriamente 100 ml de emulsão lipídica n-3 derivada de óleo de peixe ou a emulsão lipídica
convencional n-6 derivada de óleo de soja, duas vezes ao dia, pela via intravenosa, por 10 dias. O
objetivo do estudo foi comparar a eficácia das duas fórmulas parenterais em melhorar os sintomas
agudos da dermatite atópica. Onze pacientes receberam a emulsão n-3 e nove doentes, a n-6. Os
pacientes que receberam ácidos graxos n-3 tiveram melhora clínica, dos eritemas e da
descamação significativa em todos os escores de avaliação (p < 0,01) em poucos dias (a única
exceção foi infiltração). Exames de sangue foram feitos no primeiro, sexto e décimo dia de
internação. Nesse período, os escores de gravidade do grupo n-3 foram significativamente
menores que os do n-6 (p < 0,05). Entre os pacientes n-3, 63,6% tiveram melhora de 50% na
gravidade da doença ao final do estudo, contra 11,1% no grupo n-6. "Quando comparamos os dois
grupos, encontramos uma resposta significativamente mais pronunciada e mais rápida no
tratamento da descamação, infiltração e eritema nos pacientes recebendo n-3", relatam os autores
do estudo. Após a alta, seguiu-se período de observação de quatro semanas, com duas visitas de
acompanhamento para investigar se haveria efeitos a longo prazo da terapia. Desta vez, os
pacientes do grupo n-6 levaram vantagem, pois os efeitos de melhora entre eles foram mais
constantes que no grupo n-3. Os pesquisadores explicam: "os doentes que receberam n-3 tiveram
melhora mais rápida, mas recidiva parcial foi notada entre eles quatro semanas após o término da
infusão. Curiosamente, os do grupo n-6 mantiveram o efeito benéfico duas semanas após.
Podemos dizer que a melhora foi até maior no grupo n-6, mas essa recuperação foi adquirida mais
lentamente. Esse benefício a longo prazo pode ser explicado pelos efeitos farmacocinéticos do alto
teor de ácido linoléico na fórmula com n-6, porém essa teoria precisaria ser testada com um grupo
controle recebendo placebo".
4º- Conclusão:
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